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Simulação de eventos críticos e de projeto com o uso de RAAC nos lotes 104

6.4 Simulação dos RAACs e MRs para eventos críticos 104

6.4.1 Simulação de eventos críticos e de projeto com o uso de RAAC nos lotes 104

A simulação foi realizada para os RAACs com volumes de 5.000, 10.000 e 15.000 litros e foram avaliados os impactos dos extravasamentos sobre as redes de microdrenagem dimensionadas para TR5 e TR10, que haviam sido dimensionadas com os MRs de igual TR nos lotes.

Durante a simulação dos eventos de projeto, realizada para cada volume de RAAC, verificou- se que quando simulado o RAAC com um volume de 5.000 litros e a CP-TR5, o volume de água armazenado no interior do RAAC atingiu uma cota máxima de 0,66 m de altura, não extravasando. Para os RAACs com 10.000 litros e 15.000 litros, observou-se que a cota de armazenamento atingia os valores de 0,41 m e 0,27 m, respectivamente. Assim, em nenhum caso houve falha no sistema de drenagem. Portanto, pode-se concluir que o uso de um RAAC com 5.000 litros, já seria suficiente para armazenar o volume de chuva gerado para uma CP-TR5, atendendo a vazão de restrição na saída do lote, desde que ele estivesse vazio antes do evento chuvoso.

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No segundo cenário, com a CP-TR10, verificou-se que no RAAC com 5.000 litros, a cota máxima de armazenamento de água da chuva foi de 0,74 m, não ocorrendo extravasamento. Para os volumes de 10.000 litros e 15.000 litros, observou-se que a cota máxima atingida foi de 0,47 m e 0,31 m, respectivamente. Assim, desde que inicialmente vazios, os três volumes de RAACs seriam suficientes para comportar os volumes gerados pelos eventos de projeto utilizados no dimensionamento das redes de microdrenagem dos cenários analisados.

Já para a simulação dos eventos críticos, observou-se que a maioria dos eventos críticos chuvosos foram os mesmos para os três volumes simulados (maiores detalhes no Apêndice E), com exceção dos eventos dos anos de 1975, 1979 e 1980, em que outros eventos mostraram-se mais críticos em razão das condições iniciais2. Nos casos em que os eventos críticos foram os mesmos, verificou-se que as vazões extravasadas superam a vazão de restrição (VR), e que assumem valores praticamente idênticos, independentemente do volume de armazenamento, causando aproximadamente o mesmo impacto nas redes de microdrenagem (TR5 e TR10). Isso se deve ao fato de os três volumes de RAACs testados estarem praticamente cheios quando ocorreram os eventos críticos, em razão das chuvas antecedentes e baixa demanda para seu esvaziamento. Assim, quando ocorre o evento crítico chuvoso toda vazão é extravasada para a rede de microdrenagem, assumindo praticamente o mesmo valor para os 3 volumes. Portanto, as simulações seguintes, bem como as análises do impacto sobre as redes foram realizadas para o RAAC com 5.000 litros, que foi o que apresentou sempre os extravasamentos mais críticos.

Na

Figura 18 pode-se observar o comportamento do RAAC de 5.000 litros para os eventos críticos do ano de 1983 (15/08/1983) e 1984 (20/04/1984) representando, respectivamente, os eventos que geraram a menor e maior vazão extravasadas para a rede de microdrenagem pluvial dimensionada para CP-TR10 e CP-TR5.

NaFigura 19, são apresentadas as vazões excedentes que não conseguem ingressar na rede junto aos trechos RMI5, RMI27, RMI42 e RMI144, para o ano de 1983 (a) TR5 e (b) TR10 e para o ano de 1984 (c) TR5 e (d) TR10, que recebem o aporte do seguinte número de quarteirões, respectivamente, 13, 6, 16 e 24. Esses trechos foram escolhidos para análise pelo fato de serem os

2 Em 1975, um mesmo evento (11/06/1975) foi crítico apenas para os volumes de 5.000 e 10.000 litros; para o

volume de 15.000 litros este mesmo evento não produz extravasamento, sendo outro evento (dias 9 e 10-9-1975) o mais crítico. Em 1979 os eventos críticos para os volumes de 5.000 e 10.000 litros foram diferentes, não tendo sido observado extravasamentos acima da VR para 15.000 litros. Em 1980 cada volume apresentou um evento críticos diferenciado do outro.

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trechos de rede mais críticos ao longodos anos analisados. O ano de 1979 não apresentou vazão excedente na sarjeta, sendo o ano de 1983 o próximo com as menores vazões excedentes. No Apêndice F é apresentado o comportamento dos RAACs na simulação dos demais eventos críticos analisados, e no Apêndice G são apresentadas as vazões excedentes em alguns trechos das redes de microdrenagem, devido às falhas dos RAACs. No Apêndice E são demonstradas as condições iniciais dos RAAC, parâmetros iniciais de simulação e os 12 eventos críticos simulados.

a) Comportamento do RAAC - TR10 - 1983. b) Comportamento do RAAC - TR10 - 1984.

Figura 18 - Comportamento do RAAC simulando o evento crítico do ano de (a) 1983 e (b) 1984.

a) Vazões excedentes do nas redes de drenagem - TR5 - 1983.

b) Vazões excedentes nas redes de drenagem - TR10 - 1983.

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c) Vazões excedentes nas redes de drenagem - TR5 - 1984.

d) Vazões excedentes nas redes de drenagem - TR10 - 1984.

Figura 19 - Impacto das vazões excedentes para os trechos de rede de microdrenagem RMI5, RMI27, RMI42 e RMI144 do ano de 1983 (TR5 e TR10) em (a) e (b), 1984 TR5 e TR10 em (c) e (d).

Conforme pode-se observar em (a) e (b) da

Figura 18, nos dois eventos de chuva, a condição inicial do RAAC era de armazenamento próximo à capacidade máxima (totalmente cheio em 1983 e com 4.910 litros em 1984). Assim, aproximadamente toda a vazão que ingressa ao RAAC é extravasada, mesmo que ao longo da duração dos eventos, ocorram demandas relacionadas às descargas das bacias sanitárias, como pode ser observado em 1984, quando às 07:00 coincidentemente com o início do evento crítico há uma demanda de 30 litros de uso da água do RAAC.

Na situação do evento de 1983, não ocorrem demandas e a capacidade de armazenamento do RAAC é superada após um certo tempo de simulação contínua. Nas redes de microdrenagem é apresentado o trecho RMI27, como se pode verificar naFigura 19, com uma vazão excedente de 6 L/s, tanto para as redes dimensionadas para CP-TR5, quanto para CP-TR10. No ano de 1983, foram comprometidos 20 trechos da rede de microdrenagem dimensionada para CP-TR5, e apenas um trecho para a rede dimensionada para CP-TR10.

No caso do evento de 1984, embora havendo demanda dentro da duração do evento chuvoso, o extravasamento do RAAC não cessa, em razão da característica da chuva com grande duração e volume. Por exemplo, no trecho RMI144, que recebe a contribuição de 24 quarteirões, a vazão excedente na sarjeta é da ordem de 8,4 m3/s. Com este evento, 105 trechos da rede de microdrenagem dimensionada para CP-TR10 ficaram comprometidos, sendo que o comprometimento da rede dimensionada para CP-TR5 supera irrisoriamente a CP-T10.

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Uma vez todos os dados analisados, verificou-se que com o uso do RAAC e com a ocorrência dos eventos críticos da série histórica de chuva, foram observados sempre comprometimento das redes de microdrenagem, com exceção do ano de 1979, conforme pode ser observado no Apêndice J e K. Pode-se observar que os eventos críticos simulados em uma rede de microdrenagem dimensionada para a CP-TR5 foram mais comprometidos em comparação com aquela dimensionada para uma CP-TR10, principalmente nos trechos RMI5, RMI27, RMI42, RMI 89, RMI114, 42MI2 e RMI144, que apresentam a contribuição de, respectivamente, 13, 6,16,5,16, 3 e 24 quarteirões.