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6 RESULTADOS COM O SOFTWARE TINKERPLOTS

6.2 Simulação com o Sampler

6.2.2 Simulações iniciais

Após igualar os setores do Spinner para a metade, Luiz e Helen procedem com a simulação de cinco repetições (Figura 19).

Figura 19 - Dispositivo Spinner configurado e primeira simulação realizada por Luiz e Helen com o Sampler

Fonte: Gleidson de Oliveira Souza (2015) a partir dos dados desta pesquisa utilizando o software TinkerPlots 2.0 (2012)

A dupla, por iniciativa própria, realizou a simulação com cinco repetições (seta tracejada) acompanhando a configuração padrão do TinkerPlots. Além disso, manteve os elementos iniciais a e b oferecidos também como padrão pelo software (setas cheias).

O pesquisador, visando estimulá-los a inserir os elementos do experimento das fichas (traço e ponto), faz uma pergunta neste sentido, gerando o diálogo apresentado em seguida:

Pesquisador: E os elementos já estão no dispositivo? Vocês já colocaram? Para sair igual ao que vocês fizeram com as fichas? Os símbolos? Como é que vocês podem fazer?

Helen: Cara e coroa que bota?

Embora esta dupla (Luiz e Helen) já estivesse de posse do gráfico que elaborou em conjunto a partir dos registros do experimento no ambiente físico, não introduz os elementos do experimento de forma espontânea, requerendo a intervenção do pesquisador.

A dupla então clica em cima de cada elemento (a, b) e os substituem pelos símbolos traço e ponto. Em seguida, determinam que o experimento deva ser executado 16 vezes, de modo similar à quantidade de retiradas do experimento realizado no ambiente físico (Figura 20).

Figura 20 - Dispositivo Spinner configurado por Luiz e Helen para realizar a simulação do experimento com traço e ponto com 16 repetições

Fonte: Gleidson de Oliveira Souza (2015) a partir dos dados desta pesquisa utilizando o software

TinkerPlots 2.0 (2012)

Observa-se que embora o Spinner esteja configurado para executar a simulação do experimento com 16 repetições (seta) com dois elementos, traço e ponto (destacados pelas elipses), esses elementos ainda não estão apresentados na tabela, pois eles não ativaram ainda a função Run que permite que a simulação seja concretizada. A dupla então ativa o Run e realiza a simulação com 16 repetições.

Após esse processo de simulação com 16 repetições, como Luiz e Helen não tomaram a iniciativa de ativar o Plot para visualizarem os resultados com o auxílio do Gráfico, o pesquisador intervém (extrato de falas).

Pesquisador: Então vocês já têm os resultados aquele tipo de visualização. Tem outro tipo de visualização dos dados?

Helen: Hunhum (Ativa o Plot).

Pesquisador: Que ferramenta é essa? Luiz: Plot.

Pesquisador: Ele serve para mostrar o que? Mostrar os resultados como o que?

Helen: Como um gráfico.

Pesquisador: E aí, como formar então esse Gráfico?

Luiz: Porcento não? (Nesse momento, ele guia Helen enquanto ela percorre e aciona vários recursos do Menu do Plot)

Pesquisador: Onde é que estão os resultados? Helen: Aqui (aponta com o cursor para a Tabela).

Pesquisador: O que foi que vocês fizeram ontem para que os resultados fossem para o Plot e aparecesse? As colunas com cada resultado. Tem alguma relação com a tabela, não tem?

Luiz: Tem relação com a Tabela sim.

Pesquisador: Como faz para ter os resultados? O que é preciso fazer para ter os resultados?

Luiz: É puxar (referindo-se a coluna Join). Como foi que tu puxasses ontem Helen? (Luiz arrasta os resultados combinados da coluna Join) Tem que tá de lado.

Com o auxilio do pesquisador então a dupla resgata alguns conhecimentos procedimentais referentes ao uso da ferramenta Plot. Dessa forma, puderam ativar o Plot e inserir os resultados combinados (Join) da experimentação, contidos na Tabela.

Na sequência, a dupla inicialmente elabora o gráfico com os Plots misturados; em seguida, constroem o gráfico com o Join na vertical e na sequência com o Join na horizontal (ver letras a, b e c da Figura 21, respectivamente).

Figura 21 - Construção do gráfico com 16 repetições com a ativação da ferramenta

Plot pela dupla Luiz e Helen no processo de simulação

Fonte: Gleidson de Oliveira Souza (2015) a partir dos dados desta pesquisa utilizando o software TinkerPlots 2.0 (2012)

Conforme Figura 21 acima a dupla inseriu os dados na vertical (imagem b, indicado pela elipse e seta), e em seguida mudou essa representação obtendo o Gráfico na horizontal (imagem c, indicado pela elipse e seta). Na ação de ativar o Plot, a dupla utilizou algumas funções já vistas na familiarização, como: separar (Separate), empilhar (Stack), contar (Counts – N e %) para visualizarem a frequência de ocorrência dos eventos.

Conjecturamos que essa ação da dupla em situar o gráfico com o Join no eixo horizontal pode ter sido gerada pela necessidade de obter um gráfico semelhante

àquele registrado no papel e que foi resultante do experimento realizado no ambiente físico.

As simulações iniciais da dupla Helena e Lucas, também partiram de repetições de pequenas amostras. Após igualar os setores do Spinner para a metade, a dupla substitui os elementos padrão apresentados no software pelos símbolos ponto e traço; em seguida realizam a simulação (Figura 22).

Figura 22 - Dispositivo Spinner configurado e primeira simulação realizada por Helena e Lucas com o Sampler

Fonte: Gleidson de Oliveira Souza (2015) a partir dos dados desta pesquisa utilizando o software TinkerPlots 2.0 (2012)

Assim como a dupla anterior, Helena e Lucas realizam a simulação com cinco repetições (seta tracejada) acompanhando a configuração padrão do TinkerPlots. Contudo, espontaneamente, eles já inserem os símbolos do experimento das fichas substituindo os elementos, padrão oferecido pelo software (setas cheias).

Além desses aspectos da configuração do Sampler, essa dupla também tomou a iniciativa de recorrer espontaneamente ao ícone da ferramenta Plot, ativando-o, conforme diálogo e o gráfico apresentado na Figura 23.

Helena: Pronto, aperta em Plot. Lucas: Aonde?

Helena: Aqui, trás pra cá (indicando na barra). Agora, faz de novo (referindo-se a execução da simulação). Agora aumenta a repetição. Pronto. Isso exatamente. Bota vinte (20).

Lucas: Deixa eu me lembrar aqui para organizar (referindo-se às funções do Plot para organizar o Gráfico).

Helena: Vinte. Pronto. Põe em porcentagem. Ah! Tinha que trazer o negocinho pra cá. Eu acho que é esse daqui (apontando para a coluna da ordem de retiradas).

Lucas: é Join, Join.

Figura 23 - Gráfico construído por Helena e Lucas no TinkerPlots com a simulação de cinco repetições

Fonte: Gleidson de Oliveira Souza (2015) a partir dos dados desta pesquisa utilizando o software TinkerPlots 2.0 (2012)

Após esse processo de simulação com cinco repetições, a dupla deu inicio a nova simulação do experimento com 20 repetições. Os resultados dessa simulação podem ser vistos na Figura 24.

Figura 24 - Resultados da simulação do experimento realizada por Helena e Lucas

Fonte: Gleidson de Oliveira Souza (2015) a partir dos dados desta pesquisa utilizando o software TinkerPlots 2.0 (2012)

Era esperado que Helena e Lucas executassem a simulação com 16 repetições, para obtenção do mesmo tamanho de amostra obtido com as fichas. Contudo, eles agilmente manipularam o Sampler e colocaram 20 repetições. Notamos, também, que os resultados dos eventos simples combinados (Join) estão no Plot.

O Sampler possui uma configuração padrão de a cada simulação, independente da quantidade de repetições os resultados serem zerados. O pesquisador estimulou as duplas também a pensarem na possibilidade de a cada experimentação acrescentar os casos, ao invés de zerá-los, incrementando o número das amostras a cada simulação (uso da Opção Replace Result Cases do Sampler).

Essa opção oferecida pelo Sampler e utilizada pelas duplas pode ser constatada, por exemplo, no diálogo estabelecido entre Helena e Lucas.

Helena: Aonde é que tem o negocinho do mais que agente apertava e continuava. Tú lembra.

Lucas: Não.

Helena: Coloca o + (símbolo) na frente. Vai que pega. Senão vai repetir tudo de novo. Era pra tu ter colocado +16 porque aí, depois ia ter o resultado do outro já. Pronto, mais dezesseis (+16).

Podemos notar, a partir das verbalizações de Helena e Lucas, que na simulação realizada a dupla optou pela não substituição dos casos da amostra a cada experimentação. Essa estratégia também foi utilizada por Luiz e Helen.

A obtenção de amostras maiores, a partir do acúmulo dos resultados, possibilitou que os estudantes fizessem comparações dos resultados obtidos da experimentação no ambiente físico com aqueles realizados com o Sampler. A subseção 6.2.4 tratará dessas comparações. No entanto, antes, descrevemos na subseção 6.2.3, a trajetória de simulações com diferentes amostras realizadas por cada dupla, apresentando as representações geradas.