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OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você vai compreender a estrutura de uma frase e a composição de um período. Com a tríade explicada (frase, oração e período), você será capaz de analisar com mais detalhes um texto completo visto que você terá passado da unidade mínima até a unidade máxima (que é o texto em si)..

Dando continuidade ao estudo da Análise Sintática, nós temos agora a oração. A oração é toda frase que apresenta um verbo ou locução verbal, ou seja, não existe oração sem verbo!

(29) Nós somos estudantes de Letras.

(30) Eu estou cansado.

(31) Ela é minha prima e estuda comigo na Universidade.

As três orações supracitadas são de fato orações porque todas elas apresentam um verbo em sua estrutura, sem se importar com o modo e o tempo dele. Na oração (31), temos um caso muito particular: a presença de duas orações. Dizemos que existem duas orações por causa dos dois verbos presentes na mesma.

NOTA:

Quando falamos de modo nos referimos ao Indicativo, Subjuntivo e Imperativo; quando falamos de tempo nos referimos ao presente, passado e futuro.

É importante destacar que um verbo é uma estrutura que está relacionada diretamente aos acontecimentos, podendo expressar uma ação ou fenômeno. Por outro lado, a locução verbal representa a união de um ou mais verbos (um dos verbos pode ser auxiliar e o outro principal).

Veja os exemplos abaixo:

(32) Eu estou comendo melancia.

(33) Nós vamos estudar para a prova de amanhã.

Na oração (32), nós temos o verbo “estar” como auxiliar e o verbo

“comer” como principal. Já na oração (33), nós temos o verbo “ir” como auxiliar e o verbo “estudar” como principal.

EXPLICANDO MELHOR:

A locução verbal é a união de dois ou mais verbos, onde um deles é auxiliar e o outro exerce a função de verbo principal.

É importante destacar que a junção desses verbos exerce a função morfológica de apenas um verbo.

Dentro do campo das orações elas podem ser divididas em coordenadas e subordinadas. Começaremos com as orações coordenadas, ok?

Figura 10 – Tipos de orações

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

As orações coordenadas têm como principal característica estarem ligadas umas pelas outras por meio do sentido, porém, apesar dessa conexão, elas apresentam certa independência. Essa ligação pode ocorrer

pela vírgula, conjunção (mesmo com a presença desses elementos, uma oração pode ser entendida de forma separada, de forma isolada).

Dentro das orações coordenadas, elas se dividem em sindéticas e assindéticas. As orações assindéticas são aquelas que não possuem nenhuma conjunção, não obstante, a vírgula pode estar presente. Veja o exemplo abaixo:

(34) Eu preciso comprar na papelaria caneta, corretivo, lápis.

De fato, na oração (34) não há nenhuma conjunção e todos os elementos foram separados por vírgula.

Por outro lado, nós temos as orações sindéticas que apresentam uma conjunção e que se divide em cinco grupos:

Figura 11 – Orações sindéticas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Orações aditivas – como o próprio nome já diz, essas orações nos dão uma ideia de adicionar uma determinada ideia que faltava na compreensão total da mensagem em questão.

NOTA:

Para esse tipo de oração é imprescindível transmitir essa ideia de adição, caso contrário pode indicar uma oposição, por exemplo.

As principais conjunções aditivas são:

• E.

• Também.

• Bem como.

• Assim.

• Como também.

• Não só.

(35) Eu falo francês e espanhol.

(36) Eu não só estudei a matéria como também fiz todos os exercícios.

(37) Ele também estuda francês!

b. Orações adversativas – sempre transmitem uma ideia que é oposta à anterior, seja (+) → (-) ou (-) → (+).

IMPORTANTE:

Gostaríamos de destacar que nas orações adversativas esse contraste sempre deve existir para “equilibrar” a oração em questão.

As principais conjunções adversativas são:

• Contudo.

• Não obstante.

• Porém.

• Todavia.

• Mas.

(38) Não fiz o exercício, porém, estudei para a prova. (-) → (+) (39) Queremos viajar, mas estamos sem dinheiro. (+) → (-)

(40) Ela não tinha dinheiro, ainda assim, viajou para a Europa. (-) → (+) c. Orações alternativas – representam alternância entre as orações e

os seus elementos podem ser repetidos ou não em uma mesma oração. As principais conjunções alternativas são:

• Ora...ora.

• Ou...ou.

• Seja...seja.

(41) Ou você faz a tarefa, ou você fica de castigo!

(42) Ora quero conhecer Roma, ora quero conhecer Paris.

(43) Seja noite ou seja dia, devemos estudar constantemente.

d. Orações conclusivas – elas unem a oração anterior com a seguinte e nos passa uma ideia de conclusão. As principais conjunções conclusivas são:

• Pois (depois do verbo).

• Por conseguinte.

• Por isso.

• Então.

• Desse modo.

• Portanto.

(44) Eu não tenho dinheiro, logo não posso viajar no feriado.

(45) Eu sabia que hoje teria prova surpresa, por isso estudei todo o conteúdo.

(46) Perdemos o voo, portanto não chegaremos a tempo.

e. Orações explicativas – g É quando a segunda oração explica a estrutura da primeira oração. Nesse tipo de conjunção, o uso da vírgula é obrigatório.

NOTA:

Meu caro aluno, não se esqueça de que usar unicamente uma conjunção com caráter explicativo, por exemplo, não é suficiente para completar o sentido de uma oração. Devemos usar o vocabulário e o contexto adequado e unir com a conjunção em questão para transmitir a ideia corretamente.

As principais orações explicativas são:

• Visto que.

• Pois.

• Dado que.

• Porque.

• Uma vez que.

• Que.

(47) O meu primo ainda está chateado, pois perdeu o voo.

(48) Não vamos sair de casa agora, já que está chovendo.

(49) Estamos sem dinheiro, ou seja, não podemos viajar.

E aí? O que está achando? Muita informação, não é mesmo? Calma, está tudo sob controle! Olha só, lembra que lá no começo nós falamos que as orações se dividem em coordenadas e subordinadas? Pois bem, acabamos de estudar as orações coordenadas e agora vamos para as orações subordinadas, vamos nessa!

Esse tipo de orações, ou seja, as orações subordinadas, exercem uma função sintática nas demais, ou seja, é um tipo de oração que subordina as outras. As orações subordinadas se dividem em:

Figura 12 – Divisão das orações subordinadas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

Vejamos agora com mais detalhes cada uma delas:

• Orações subordinadas substantivas

Essas orações se relacionam diretamente com a função dos substantivos e são classificadas em seis tipos:

IMPORTANTE:

Não explicaremos com muitos detalhes esses tipos de orações. O mais importante é identificá-las e entender a sua verdadeira função.

Figura 13 – Orações subordinadas substantivas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Oração subordinada substantiva subjetiva ... - exerce a função de sujeito da oração principal.

(50) É possível que ele chegue tarde para a união.

b. Oração subordinada substantiva predicativa – exerce a função de predicativo do sujeito.

(51) Nosso sonho era que tivéssemos a nossa casa própria.

c. Oração subordinada substantiva objetiva direta – exerce a função de objeto direto.

(52) Nós desejamos que vocês tenham uma ótima estadia no Brasil d. Oração subordinada substantiva objetiva indireta – exerce a função

de objeto indireto. Uma oração é vinculada com outra através da preposição.

(53) Ninguém desconfiava de que você trairia a nossa confiança.

NOTA:

Perceba que nesse caso temos duas orações que estão sendo separadas pela preposição “de”, ou seja, antes da preposição temos uma oração e depois dela temos outra.

e. Oração subordinada substantiva apositiva – exerce a função de aposto na oração principal. Nesse tipo de frase não há nenhum verbo de ligação (para conectar as duas orações).

(54) O que você quer comer: frango ou peixe.

f. Oração subordinada substantiva complemento nominal

Exerce a função de complemento nominal de um nome da oração principal. Sempre se vincula a um nome da oração principal e sempre se liga através de preposições.

(55) Chegamos à conclusão de que o documento é verdadeiro!

• Orações subordinadas adjetivas

Essas orações ocupam a função de adjetivo e são divididas em:

Figura 14 – Orações subordinadas adjetivas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Oração subordinada adjetiva explicativa – é quando explicamos um termo que já foi mencionado dentro da própria oração, é como se já tivesse um antecedente.

(56) O Brasil, que é o maior país da América do Sul, tem o português brasileiro como língua oficial.

(57) Aquele aluno, que é bastante estudioso, conseguiu aprovar todas as matérias na faculdade.

b. Oração subordinada adjetiva restritiva – como o próprio nome já diz, as orações restritivas restringem o conteúdo da oração. Elas estão diretamente relacionadas com a oração principal que por sua vez as tornam mais específicas.

NOTA:

Essas orações não podem ser separadas por vírgula.

(58) Eu moro naquela casa amarela.

(59) Quem dorme oito horas por dia trabalha mais disposto.

RESUMINDO:

Olha só quanta coisa interessante nós acabamos de estudar! Vimos que dentro da análise sintática temos o estudo da oração. Vimos que oração é uma estrutura frasal que obrigatoriamente deve conter um ou mais verbos e quando temos dois verbos um seguido do outro, sabemos que isso se trata de uma locução verbal visto que o primeiro verbo é auxiliar e o outro é principal. Estudamos também que as orações são divididas em coordenadas e subordinadas e cada uma delas têm a sua respectiva subdivisão. Certamente, com o conhecimento adquirido até agora você já começa a ver um texto com outros olhos, não é mesmo?

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