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Sintaxe do Português. Livro Didático Digital

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Academic year: 2022

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Texto

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Livro Didático Digital

Sintaxe do

Português

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DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial

CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA Autoria

FRANCISCO THIBÉRIO ARRUDA SALES

SILVIA CRISTINA DA SILVA

(4)

AUTORIA

Francisco Thibério Arruda Sales

Olá! Sou formado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (2009); Especialista em Linguística pela Universidade Estadual do Ceará (2013) e estou concluindo o Mestrado em Análise do Discurso na Universidade de Buenos Aires – Argentina. Atualmente, sou Professor Universitário e Conteudista. Na Argentina, trabalho como professor de Língua Portuguesa e Linguística nas seguintes universidades: Universidad Nacional de Avellaneda e Universidad Nacional de San Martin. Possuo diploma de Proficiência em Língua Espanhola emitido pelo Ministério de Educação da Argentina e obtive o nível “avanzado superior”. A minha proficiência na língua se deu através do exame CELU – Certificado de Español Lengua y Uso. Além disso, participo constantemente de Jornadas universitárias, Congressos e Seminários de temas relacionados à Linguística (como ouvinte e expositor). Atualmente, estou elaborando livros de conjugação e expressões idiomáticas. Também desenvolvi uma metodologia focada na abordagem comunicativa para o ensino de línguas (português como língua estrangeira/espanhol). No Brasil, trabalhei como professor de espanhol e de Linguística em renomadas instituições e tenho experiência de ensino tanto na Graduação quanto na Pós-Graduação de forma presencial e on-line.

Silvia Cristina da Silva

Olá! Sou Mestre Interdisciplinar em Educação, Ambiente e Sociedade - UNIFAE, participação docente e discente no Mestrado em Análise do Discurso - Universidade Federal de Buenos Aires; Especialista em Docência do Ensino Superior e Direito e Educação pela Faculdade Campos Elíseos, Pós-graduanda em EAD pela Faculdade Campos Elíseos; graduada em Ciências Jurídicas e Sociais - UNIFEOB; Vice-diretora Acadêmica na Agência Nacional de Estudos em Direito ao Desenvolvimento - ANEDD;

Especialista em Investigação de Antecedentes em instituições públicas e privadas; Docente e Conteudista em diversas instituições educacionais para cursos de Graduação e Pós-graduação; elaboradora de questões para concursos Públicos em diversas organizações; degravadora, redatora, tradutora e intérprete da Língua Espanhola.

(5)

ICONOGRÁFICOS

Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

OBJETIVO:

para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

(6)

SUMÁRIO

A Dupla Articulação da Linguagem ... 10

Fonema, Gramática e Léxico ... 21

Sintaxe e Gramática ... 31

Sintaxe e Pragmática ... 41

(7)

UNIDADE

01

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INTRODUÇÃO

Estudar uma língua seja ela estrangeira ou não sempre é muito interessante, mas se vamos estudar o nosso querido português brasileiro, isso é melhor ainda!

Acreditamos que conhecer com profundidade o nosso próprio idioma nos faz sentir mais independentes e também mais seguro daquilo que nós estamos falando. Estudos como Sintaxe, Fonética, Fonologia, Morfologia e Sociolinguística são apenas algumas das disciplinas da Linguística que nos ajudam a entender certos fragmentos da língua e o conjunto de todas elas nos faz possuir certo conhecimento.

Dentro dos estudos da Sintaxe, nós temos o estudo da dupla articulação da linguagem, mas o que isso realmente seria? Primeiro, devemos saber que a linguagem é articulada, ou seja, dividida em partes, algo que pode ser divisível e que para poder construir um enunciado podemos (e devemos) fazer certas escolhas. É graças a essa divisão que é possível criar um grande número de sentenças mudando unicamente um substantivo, por exemplo.

Outro ponto chave da Sintaxe é a gramática e o léxico, esses elementos estão presentes na composição de uma frase, oração, período e texto. É graças ao estudo da gramática que podemos fazer orações coerentes, fazendo uso da concordância verbal e nominal e o uso de palavras que podem ser facilmente substituídas por outras.

Por fim, temos a relação da Sintaxe com a Pragmática, outra ciência da Linguística que está diretamente relacionada com a língua em um determinado contexto e função. Com esses pilares supracitados, a Sintaxe se torna uma ciência mais consistente no que diz respeito ao seu conteúdo e é por esse motivo que esses pilares serão trabalhados ao longo da nossa unidade. Está preparado? Então vamos nessa!

(9)

OBJETIVOS

Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Temos como principal objetivo ajudar você a desenvolver os seguintes aspectos para aumentar o seu conhecimento de Sintaxe na língua portuguesa:

1. Explicar a composição da dupla articulação da linguagem e relação da Sintaxe com a Pragmática.

2. Identificar os aspectos gramaticais e lexicais no processo de análise sintática.

3. Entender o estudo do contexto e aplicá-lo nas orações (referentes à análise sintática).

4. Fazer a análise sintática das frases levando em consideração a dupla articulação, a gramática, o léxico e a Pragmática.

Legal, não é mesmo? Com esse conjunto de informações você vai aprender muita coisa e pouco a pouco vai se tornar um profissional bem qualificado!

(10)

A Dupla Articulação da Linguagem

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o conceito de dupla articulação e como ela se forma e sua respectiva relação com a Sintaxe e com a Pragmática.

Estudaremos também a definição de frase, oração e período para que possamos entender ainda mais a noção de enunciado.

Antes de começar a trabalhar com a dupla articulação, precisamos falar um pouco sobre o pai da Linguística, Ferdinand de Saussure. Como nós já sabemos, Saussure é considerado o fundador do Estruturalismo e o criador das tão famosas dicotomias.

Pois é! Precisamos rever o conceito chave de cada uma delas para prosseguir nos nossos estudos, combinado? Então vamos lá!

Saussure (1816) afirmava que existem quatro dicotomias, que são:

Figura 1 – Dicotomias de Saussure

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

Cada uma dessas dicotomias explica algum fenômeno linguístico.

Veja os detalhes logo abaixo:

a. Sintagma e paradigma

Entendemos paradigma como o conjunto de unidades que possuem o mesmo valor e isso acontece porque a língua em si nos oferece um conjunto de possibilidades para que nos expressemos e, consequentemente, realizemos escolhas no processo de composição de uma oração.

(11)

Entendemos como sintagma o resultado de todas essas escolhas e combinações possíveis realizadas respeitando a formação e a estrutura da língua em questão.

Em outras palavras, poderíamos entender o sintagma como combinação e o paradigma como seleção, mas como assim? Vejamos o exemplo:

João gosta de comer melancia.

Para constituir essa frase eu precisei fazer escolhas para formulá- la. Primeiro, eu tive que selecionar (paradigma) o sujeito da oração, que no caso é João (mas poderia ser Pedro, Miguel, Maria) e depois eu tive que combinar (sintagma). Essa combinação se deu porque eu poderia dizer que João gosta de comer uva, morango etc. No entanto, eu tive que selecionar que fruta exatamente ele gosta para formar a minha oração.

b. Sincronia e diacronia

É interessante destacar que esse par pode ser observado e analisado em diversas perspectivas linguísticas, porém, em linhas gerais, a diacronia está relacionada com as transformações históricas que a língua sofre ao longo dos anos e, consequentemente, temos uma perspectiva diacrônica.

Já a sincronia se dá quando observamos a língua em um determinado período.

EXPLICANDO MELHOR:

Sem a menor sombra de dúvidas, as dicotomias devem ser estudadas e analisadas em conjunto, pois é a partir daí que podemos estudar os fenômenos linguísticos com maior propriedade. Ele acreditava que para se estudar a língua (a um nível mais científico), deveríamos “congelá-la” em um determinado período para ser analisada minuciosamente.

Foi a partir desse pensamento que se chegou à conclusão de que a Linguística pode e deve ser estudada levando em consideração a Sincronia.

(12)

c. Língua e fala

A língua é composta por um conjunto de unidades e esse conjunto forma um todo. Ela é caracterizada por um sistema abstrato, social e coletivo. Segundo Saussure a fala é algo mais individual, mais maleável.

Em linhas gerais, a relação entre língua e fala se compõe da seguinte forma:

Figura 2 – Relação entre língua e fala

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

A fala representa a concretização da língua através do sujeito e suas principais características são:

• Variável.

• Individual.

• Circunstancial.

Em primeiro lugar, ela é considerada variável porque devido à existência das comunidades linguística, a língua pode variar de comunidade para comunidade. Em segundo lugar, ela é considerada individual porque cada um de nós tem a capacidade de se expressar sempre baseado na experiência individual de cada um na nossa experiência de vida e no nosso entorno. Conseguiu entender? Vamos ver isso através de um exemplo clássico.

(13)

O fato de morarmos em um país tropical nos faz ter uma ampla percepção de cores, no entanto, o fato de estarmos em um país tropical nos distancia um pouco da neve. Se levarmos em conta a realidade dos esquimós, facilmente levaremos em conta que eles moram em um lugar extremamente frio e que a cor branca para eles é predominante. Pois bem, para nós moradores de um país tropical, basicamente só existe uma cor branca, mas você sabia que existem vários tipos de branco, acompanhe:

Figura 3 – Tipos de branco

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

Viu só que interessante? Existem vários tipos de branco e muitos não sabem disso! É por esse motivo que a fala está diretamente relacionada com a língua e, consequentemente, com o nosso entorno e com as nossas experiências de vida.

Em terceiro lugar, a fala é considerada circunstancial porque o seu uso vai depender do contexto em questão e como se dá o processo de produção linguística.

d. Significante e significado

(14)

Essa dicotomia está diretamente relacionada com a noção de signo linguístico, em que a imagem acústica é chamada de significante e o conceito é o significado, ou seja, dentro do substantivo mesa nós temos a junção do significante + significado.

IMPORTANTE:

Como o próprio nome já diz, a dicotomia é dividida em dois, no entanto, quando falamos das dicotomias de Saussure, não podemos pensar dessa forma! As dicotomias possuem uma relação direta e uma só tem sentido se estiver em conexão com a outra.

E aí? O que achou das dicotomias de Saussure? Não se esqueça de que o estudo dessas dicotomias representa a base para muitas teorias linguísticas, ok? Bem, uma vez que já estudamos essa base que fundamental para o que está por vir, vejamos agora a noção de dupla articulação.

A dupla articulação da linguagem nada mais é do que articular a língua. Para Martinet (1978), os enunciados são articulados em dois grandes planos: o primeiro plano é responsável pela significação da língua (os morfemas) e o segundo plano representa a distinção dos elementos de uma determinada língua (fonema). Em suma, o estudo da dupla articulação se resume ao morfema e ao fonema. Mas o que significam esses dois termos?

O morfema é uma estrutura básica que nos fornece algum tipo de informação sobre a estrutura semântica e/ou gramatical de um determinado vocábulo, ou seja, é uma unidade mínima. O morfema pode ser dividido em:

Figura 4 – Tipos de morfema

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

(15)

a. Morfema lexical

Talvez você não relacione esse termo ao que realmente é porque ele é mais conhecido como radical. O radical é uma estrutura (considerada mínima) que se relaciona com a significação de uma determinada palavra.

Vejamos os exemplos abaixo:

Radical -pedr-:

• Pedra.

• Pedreiro.

• Apedrejado.

• Apedrejar.

Radical com-:

• Comer.

• Comida.

• Comilão.

• Comerá.

Radical flor-:

• Floral.

• Floricultura.

• Florista.

• Florescer.

(16)

b. Morfema gramatical

Esse tipo de morfema é aquele que com a ajuda do radical decidem a classe gramatical da palavra. O morfema gramatical pode ser dividido em:

Figura 5 – Tipos de morfema gramatical

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

b¹) O morfema aditivo, por sua vez, é dividido em quatro grandes grupos:

IMPORTANTE:

Tome cuidado que a classificação a seguir diz respeito ao morfema aditivo que está dentro do morfema gramatical.

(17)

O prefixo se dá quando o morfema se apresenta antes do vocábulo.

• Bis-: bisneto, bisavô.

• Des-: desocupar, desarmar, desmontar.

• In-: inúti, ilegal, imoral.

• Extra-: extralinguístico, extraviar.

O sufixo se dá quando está depois do radical.

• -ão: comilão, homenzarrão.

• -inho: cafezinho, docinho.

• -tor: tradutor, consultor.

• -eiro: padeiro, confeiteiro.

O interfixo está exatamente no meio entre a raiz e o sufixo.

• Perigoso.

(prefixo per + interfixo ig + sufixo oso).

• Mafioso.

• (prefixo maf + interfixo i + sufixo oso).

O infixo se dá quando ele está dentro de um morfema.

• Ginástica vem de/ é relativo a ginasta.

• Métrica vem de/é relativo a metro.

b²) O morfema subtrativo.

São aqueles morfemas cujo fonema do radical deve ser suprimido para acentuar a diferença de sentido de uma determinada palavra.

• Anão → anã.

• Irmão → irmã.

• Órfão → órfã.

(18)

• Anfitrião → anfitriã.

b³) O morfema zero.

Muitas pessoas confundem o morfema substrato com o morfema zero, mas existe uma diferença entre eles. O morfema zero é quando não existe uma oposição de palavras.

• Lã Ø;

• Rã Ø;

• Pé Ø.

Caro aluno, não nos esquecemos de falar da relação entre a Sintaxe e a Pragmática. Para começar, você sabe o que estuda essa ciência? Bem, em linhas gerais a Pragmática é a ciência que estuda a linguagem em um determinado contexto.

Para que uma oração seja entendida, precisamos de alguns pré- requisitos e um deles é o contexto! Como você já deve imaginar, as áreas da Linguística se relacionam entre si e nesse caso, seria impossível não falar da Semântica, já que ela faz “par” com a Pragmática. Pois bem, a Semântica é a ciência que estuda o significado e a Pragmática o contexto situacional.

Baseado no que foi mencionado, você já ouviu falar do canal da comunicação? Definitivamente, esse esquema é um dos que melhor representa a transmissão de mensagens entre os indivíduos. Observe logo a seguir:

NOTA:

Reconhecemos a importância de todos os elementos que compõem o canal da comunicação, no entanto, para o que estamos estudamos nesse momento nos interessa mais focar no contexto.

(19)

Figura 6 – Canal da comunicação

Fonte: Adaptado de Jakobson (1968).

Percebemos claramente que existem vários elementos em sua composição, no entanto, nos focaremos no estudo do contexto, que é o campo de atuação da Pragmática.

IMPORTANTE:

Caro aluno, gostaríamos de destacar que ao longo dos anos o canal da comunicação proposto por Jakobson foi sofrendo mudanças, visto que, a língua é algo que está em constante transformação e o advento das novas tecnologias faz com que essa mudança seja cada vez mais rápida.

Pois bem, voltemos ao estudo do contexto! Você já parou para pensar que sem o contexto não conseguimos transmitir uma mensagem do jeito que queremos? Precisamos ser claros naquilo que queremos transmitir e observar o contexto situacional é uma ótima ferramenta para transmitir corretamente uma mensagem.

Com respeito ao uso das palavras, devemos ter em mente que elas podem assumir diversos significados se não forem contextualizadas, é por esse motivo que, a Pragmática passou a ser a ciência que estuda o uso concreto da linguagem. Enquanto nós temos a Semântica e a Sintaxe para

(20)

os estudos teóricos da mesma, nós temos a Pragmática que é responsável para colocar em prática o que foi visto na teoria.

Essa ciência foi fundada por Charles Morris (1938) e definida como a relação da linguagem com a comunidade linguística, ou seja, ou seus falantes. Para que a Pragmática seja considerada coerente, faz-se necessário que exista um certo sentido e uma sequência de atos, mas antes que isso ocorra, a Sintaxe e Semântica também devem estar relacionadas.

RESUMINDO:

E aí, viu só a quantidade de coisas que nós estudamos?

Começamos o nosso estudo com uma boa base, e que base! Vimos as dicotomias clássicas do mestre Saussure e chegamos à conclusão de que elas não podem ser estudadas e/ou analisadas de forma separada, existe uma forte conexão entre elas!

Ao terminar essa parte mais estruturalista, pudemos ver que a dupla articulação da linguagem se divide em morfema e fonema. Nessa primeira parte, vimos que o morfema representa o primeiro plano da articulação da linguagem, que por sua vez, está dividido em morfema lexical e morfema gramatical. Para concluir, vimos também a relação da Pragmática com a Sintaxe: a Pragmática se preocupa mais com o contexto e as situações de comunicação, já a Sintaxe se preocupa mais com a teoria e regras gramaticais. Esperamos que você tenha gostado dessa primeira parte e que esteja ainda mais curioso para conhecer os segredos da Sintaxe do nosso querido idioma.

(21)

Fonema, Gramática e Léxico

OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você vai entender a definição de dupla articulação da linguagem e estudar com detalhes a estrutura e a composição da frase, oração e período. .

Vimos no tópico anterior que a dupla articulação é dividida em morfema e fonema. O morfema já foi estudado e agora falta explicar o fonema. Preparado? Vamos lá!

NOTA:

Optamos por separar a dupla articulação para que o nosso material fique mais didático, pois acreditamos que dessa forma os conteúdos estariam mais bem divididos.

Os fonemas são sons que são produzidos por aqueles que se comunicam (não se esqueça de que a comunicação não se dá exclusivamente de forma oral, também pode ser de forma gestual, por exemplo). Uma vez que temos esses sons, podemos formar as palavras e para representá-los graficamente precisamos das letras.

É importante destacar que existe uma diferença entre letras e sons, muitos pensam que o número de letras deve ser igual ao número de fonemas, mas não é bem assim que funciona. Vejamos alguns exemplos.

a. sapo

Letras: s.a.p.o

Fonema: /s/,/a/,/p/,/o/

Nesse caso nós temos quatro letras e quatro fonemas.

b. hiato

Letras: h.i.a.t.o

Fonema: /i/,/a/,/t/,/o/

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Nesse caso nós temos cinco letras e quatro fonemas porque o “h”

é mudo.

c. boxe

Letras: b.o.x.e

Fonema: /b/,/o/,/k/,/s/, /e/

Nesse caso, nós temos quatro letras e cinco fonemas porque o som da letra “x” é de “ks”.

Entre os pulmões e as pregas vocais há uma passagem de ar e é por esse motivo que os fonemas podem ser classificados em:

Figura 7 – Tipos de fonema

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. aSonoro: com esse tipo de som as pregas vocais vibram.

b. Surdo: é quando as pregas vocais não vibram.

c. Oral: é quando o som é liberado somente pela boca.

(23)

d. Nasal: é quando o som passa tanto pela boca quanto pelo nariz.

Em relação aos tipos de fonema, mais simples ainda! Eles são divididos em vogais, semivogais e consoantes. Chamamos a atenção para as semivogais, pois elas:

• São representadas por / i / e / u / (ao lado de outras vogais) na mesma sílaba.

• Por sua vez, a semivogal / i / pode ser representada tanto pela “i”

quanto pela “e”.

• A semivogal / u / pode ser representada tanto pela “u” quanto pela “o”.

NOTA:

Os casos supracitados se aplicam ao português brasileiro graças a nossa grande variedade linguística.

Bem, finalmente concluímos a parte que faltava da dupla articulação da linguagem. Vejamos agora com mais detalhes a relação da gramática e do léxico com a Sintaxe.

Pudemos perceber que a Sintaxe, é uma área da Linguística responsável por estudar os fenômenos gramaticais de uma língua, que no nosso caso, seria o português brasileiro. Antes de estudar os aspectos mais pertinentes à gramática, é necessário começar desde o princípio com a frase, oração e período.

A sintaxe começou a ser desenvolvida por Aristóteles e o mesmo a dividiu em sujeito e predicado. Baseado nessa divisão, obtemos quatro grandes pilares dessa ciência:

• Análise sintática.

• Concordância.

• Regência.

• Colocação.

(24)

Por uma questão de didática, estudaremos primeiro a análise sintática. Dentro da nossa primeira análise nós temos o estudo da frase, oração e período.

Durante muito tempo, essas três estruturas foram mudando graças a evolução da língua, no entanto, essas modificações não mudaram de forma significativa a definição de cada uma delas. Vejamos as definições a seguir:

Frase

Levando em consideração que o principal objetivo da frase é comunicar, podemos dizer então que ela tem um propósito, uma finalidade que é comunicar, podendo assim, traduzir sentidos e sua respectiva interação verbal. A frase apresenta as seguintes características:

• A pontuação é de suma importância para a composição de uma frase, pois é através dela que sabemos as pausas e entendemos se uma frase é uma exclamação ou uma pergunta:

(1) Bom dia!

(2) Que horas são?

Perceba que na frase (1) temos uma exclamação e que está presente no final dela. Já na frase (2) temos uma pergunta e percebemos por causa da interrogação. Obviamente a pontuação não está colocada por acaso nas frases, mais adiantes vamos entender outro item que faz com que a pontuação seja ainda mais importante para a estrutura frasal.

• Outro fator importante é o da entonação, é graças a ela que damos aquele “sentido” para aquilo que falamos ou escrevemos. Vejamos o exemplo:

(3) Que dia é hoje?

(4) Que boa ideia!

Para transmitir a mensagem da forma que realmente quero eu preciso usar a pontuação e, principalmente, focar na pontuação caso a frase seja pronunciada. No caso (3), temos uma pergunta e para que o interlocutor entenda a mensagem em sua totalidade, é necessário

(25)

que o locutor faça a entonação que corresponda, que no caso é um questionamento, uma pergunta. Já no caso (4), nós temos uma frase que enfatiza a boa ideia que alguém teve. Se eu não colocar o símbolo de exclamação, com certeza a frase não causará o efeito desejado.

• É possível elaborar uma frase com um único verbo ou uma única palavra e se usarmos a pontuação adequada é melhor ainda!

(5) Oi!

(6) Oi?

(7) Eu sou professor!

NOTA:

Perceba que a pontuação pode fazer toda a diferença em uma estrutura frasal.

Na frase (5), poderíamos imaginar que alguém deve estar cumprimentando outra pessoa, mas já na frase (6), por causa da interrogação, poderíamos imaginar que uma determinada pessoa não entendeu o que o outro quis dizer e por isso verbaliza essa frase, querendo dizer: o que você disse? Na frase (7), nós temos uma exclamação de alguém que diz que é professor, nesse caso, nós temos a conjugação do verbo “ser”, ou seja, podemos entender que uma frase também pode ser composta por um verbo.

• Uma frase também pode apresentar dois ou mais verbos. Veja:

(8) Eu sou professor e trabalho na Universidade!

(9) Os jovens de hoje em dia ouvem música, estudam e assistem televisão ao mesmo tempo!

No caso (8), o locutor disse a profissão e logo em seguida onde trabalha e no caso (9), nós temos um conjunto de ações simultâneas desenvolvidas pelos jovens de hoje em dia.

(26)

EXPLICANDO MELHOR:

A ausência de verbos em uma estrutura não impede que ela seja considerada uma frase e a presença de verbos (três, por exemplo), não faz com que ela perca o “status”

de frase.

• Uma frase pode ser separada de outra por outros sinais de pontuação sem nenhum problema. Veja o exemplo:

(10) Ela me disse: Por favor, poderia buscar o meu celular?

Na estrutura (10), vemos que houve uma fragmentação, ou seja, temos a presença de duas frases e o que separa uma da outra (nesse caso) é a presença dos dois pontos e também a letra “p” maiúscula logo após dele. Já no final, temos uma pergunta e com isso sabemos que o locutor “ordenou” que alguém lhe trouxesse o celular por dois motivos:

pelo uso do pretérito imperfeito e pela interrogação no final da frase.

As frases podem ser classificadas em quatro grandes grupos:

Figura 8 – Tipos de frase

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

(27)

a. Frase imperativa - para a composição desse tipo de frase, é necessário que pelo menos um verbo esteja conjugado no Modo Imperativo, seja na forma afirmativa ou negativa. (entenda que nem sempre o imperativo indica ordens).

(11) Faça o exercício de casa!

(12) Estude para a prova!

(13) Depois de apagar a luz tranque a porta.

Nas frases (11) e (12) vemos a presença de um único verbo em cada uma delas, porém, na frase (13), temos um verbo no infinitivo e outro no modo imperativo.

b. Frase declarativa - é o tipo de frase que não se marca nenhum tipo de entonação. O uso do ponto final (.) é o suficiente para a composição dessa frase.

(14) Eu gosto de comer fruta.

(15) Ela não sabe que dia é hoje.

(16) Eu fiz macarronada para o almoço.

IMPORTANTE:

A presença ou ausência da expressividade vai depender de cada emissor ou do que já está escrito.

c. Frase exclamativa - serve para marcar admiração, surpresa e satisfação. O uso da exclamação pode ser usado de forma positiva e negativa.

NOTA:

Quando usamos uma frase com um sentido negativo e se essa frase tiver um verbo, geralmente esse verbo está conjugado no modo imperativo.

(28)

(17) Bom dia!

(18) Não se atrase!

(19) Seja bem-vindo!

Na frase (17), podemos perceber que não existe verbo, mas como já vimos anteriormente, uma frase pode ter ou não verbo (s). Na frase (18), temos um caso de imperativo e o uso da exclamação faz com que a frase surta o efeito desejado. Já na frase (19), nós temos um caso de alguém desejando as boas vindas com entusiasmo para outra pessoa.

d. Frase interrogativa - devemos tomar um pouco mais de cuidado ao verbalizar esse tipo de frase já que se não fazemos a entonação que corresponde, certamente, a frase não surtirá o efeito desejado.

(20) Qual é o seu nome?

(21) Você está sentindo alguma coisa?

(22) Quem é você?

Percebemos claramente nos casos (20), (21) e (22) que a ausência da interrogação pode comprometer a transmissão da mensagem.

Analisando a frase por outro aspecto, a frase também pode ser dividida em:

Figura 9 – Tipos de frase (nominal e verbal)

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Frase verbal - Como o próprio nome já diz, a frase verbal é aquele tipo de frase que é composta por um ou mais verbos.

(29)

IMPORTANTE:

Vimos que uma frase verbal é composta por um ou mais verbos. É indistinto o modo desse verbo (Indicativo, Subjuntivo e Imperativo) ou o tempo dele (presente, passado e futuro).

(23) Eu estudo inglês.

(24) Eu estudei inglês.

(25) Eu estudarei inglês.

Nas frases (23), (24) e (25), temos verbos conjugados no Presente, Pretérito Perfeito e Futuro do Presente, respectivamente.

b. Frase nominal - a frase nominal se caracteriza pela ausência de verbos. Já que a frase nominal não apresenta nenhum verbo, a estrutura pode ser substituída por substantivos, advérbios e adjetivos, por exemplo.

Na frase nominal, existe um fenômeno muito interessante a ser destacado que é o verbo “subentendido” que consiste em omitir um verbo.

O fato desse verbo estar implícito não vai afetar a compreensão da frase.

(26) Tenha uma boa viagem.

(27) Tenha cuidado.

(28) Tome cuidado.

Nas frases (26), (27) e (28) os verbos estão implícitos, no entanto, essa ausência não comprometerá a mensagem a ser transmitida. É fato que se esses verbos passassem a ser evidente o sentido seria mais completo, sem margem para nenhuma dúvida.

(30)

RESUMINDO:

O que achou dessa segunda parte do nosso material?

Interessante, não é mesmo? Olha só, para você não perder o fio da meada vamos resumir o que foi estudado! Bem no começo concluímos a parte de dupla articulação (fonética) e fizemos uma conexão com o estudo da Gramática e o Léxico dentro da Sintaxe.

Vimos que o estudo da Sintaxe é baseado em quatro grandes pilares e trabalhamos com a análise sintática. Dentro dela, vimos o estudo da frase que, por sua vez, se divide em frase imperativa, exclamativa, declarativa e interrogativa e ao mesmo tempo, a frase também pode ser divida em verbal e nominal, com e sem verbo, respectivamente. Ah, também não podemos nos esquecer de que também estudamos o léxico durante esse processo. O léxico está intrinsecamente relacionado com o conteúdo gramatical que estamos estudando, que no caso é o uso do vocabulário específico, que no nosso caso são os termos usados na gramática, tudo bem? Viu só como foi de boa?

(31)

Sintaxe e Gramática

OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você vai compreender a estrutura de uma frase e a composição de um período. Com a tríade explicada (frase, oração e período), você será capaz de analisar com mais detalhes um texto completo visto que você terá passado da unidade mínima até a unidade máxima (que é o texto em si)..

Dando continuidade ao estudo da Análise Sintática, nós temos agora a oração. A oração é toda frase que apresenta um verbo ou locução verbal, ou seja, não existe oração sem verbo!

(29) Nós somos estudantes de Letras.

(30) Eu estou cansado.

(31) Ela é minha prima e estuda comigo na Universidade.

As três orações supracitadas são de fato orações porque todas elas apresentam um verbo em sua estrutura, sem se importar com o modo e o tempo dele. Na oração (31), temos um caso muito particular: a presença de duas orações. Dizemos que existem duas orações por causa dos dois verbos presentes na mesma.

NOTA:

Quando falamos de modo nos referimos ao Indicativo, Subjuntivo e Imperativo; quando falamos de tempo nos referimos ao presente, passado e futuro.

É importante destacar que um verbo é uma estrutura que está relacionada diretamente aos acontecimentos, podendo expressar uma ação ou fenômeno. Por outro lado, a locução verbal representa a união de um ou mais verbos (um dos verbos pode ser auxiliar e o outro principal).

Veja os exemplos abaixo:

(32) Eu estou comendo melancia.

(32)

(33) Nós vamos estudar para a prova de amanhã.

Na oração (32), nós temos o verbo “estar” como auxiliar e o verbo

“comer” como principal. Já na oração (33), nós temos o verbo “ir” como auxiliar e o verbo “estudar” como principal.

EXPLICANDO MELHOR:

A locução verbal é a união de dois ou mais verbos, onde um deles é auxiliar e o outro exerce a função de verbo principal.

É importante destacar que a junção desses verbos exerce a função morfológica de apenas um verbo.

Dentro do campo das orações elas podem ser divididas em coordenadas e subordinadas. Começaremos com as orações coordenadas, ok?

Figura 10 – Tipos de orações

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

As orações coordenadas têm como principal característica estarem ligadas umas pelas outras por meio do sentido, porém, apesar dessa conexão, elas apresentam certa independência. Essa ligação pode ocorrer

(33)

pela vírgula, conjunção (mesmo com a presença desses elementos, uma oração pode ser entendida de forma separada, de forma isolada).

Dentro das orações coordenadas, elas se dividem em sindéticas e assindéticas. As orações assindéticas são aquelas que não possuem nenhuma conjunção, não obstante, a vírgula pode estar presente. Veja o exemplo abaixo:

(34) Eu preciso comprar na papelaria caneta, corretivo, lápis.

De fato, na oração (34) não há nenhuma conjunção e todos os elementos foram separados por vírgula.

Por outro lado, nós temos as orações sindéticas que apresentam uma conjunção e que se divide em cinco grupos:

Figura 11 – Orações sindéticas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Orações aditivas – como o próprio nome já diz, essas orações nos dão uma ideia de adicionar uma determinada ideia que faltava na compreensão total da mensagem em questão.

NOTA:

Para esse tipo de oração é imprescindível transmitir essa ideia de adição, caso contrário pode indicar uma oposição, por exemplo.

As principais conjunções aditivas são:

• E.

• Também.

(34)

• Bem como.

• Assim.

• Como também.

• Não só.

(35) Eu falo francês e espanhol.

(36) Eu não só estudei a matéria como também fiz todos os exercícios.

(37) Ele também estuda francês!

b. Orações adversativas – sempre transmitem uma ideia que é oposta à anterior, seja (+) → (-) ou (-) → (+).

IMPORTANTE:

Gostaríamos de destacar que nas orações adversativas esse contraste sempre deve existir para “equilibrar” a oração em questão.

As principais conjunções adversativas são:

• Contudo.

• Não obstante.

• Porém.

• Todavia.

• Mas.

(38) Não fiz o exercício, porém, estudei para a prova. (-) → (+) (39) Queremos viajar, mas estamos sem dinheiro. (+) → (-)

(40) Ela não tinha dinheiro, ainda assim, viajou para a Europa. (-) → (+) c. Orações alternativas – representam alternância entre as orações e

os seus elementos podem ser repetidos ou não em uma mesma oração. As principais conjunções alternativas são:

(35)

• Ora...ora.

• Ou...ou.

• Seja...seja.

(41) Ou você faz a tarefa, ou você fica de castigo!

(42) Ora quero conhecer Roma, ora quero conhecer Paris.

(43) Seja noite ou seja dia, devemos estudar constantemente.

d. Orações conclusivas – elas unem a oração anterior com a seguinte e nos passa uma ideia de conclusão. As principais conjunções conclusivas são:

• Pois (depois do verbo).

• Por conseguinte.

• Por isso.

• Então.

• Desse modo.

• Portanto.

(44) Eu não tenho dinheiro, logo não posso viajar no feriado.

(45) Eu sabia que hoje teria prova surpresa, por isso estudei todo o conteúdo.

(46) Perdemos o voo, portanto não chegaremos a tempo.

e. Orações explicativas – g É quando a segunda oração explica a estrutura da primeira oração. Nesse tipo de conjunção, o uso da vírgula é obrigatório.

NOTA:

Meu caro aluno, não se esqueça de que usar unicamente uma conjunção com caráter explicativo, por exemplo, não é suficiente para completar o sentido de uma oração. Devemos usar o vocabulário e o contexto adequado e unir com a conjunção em questão para transmitir a ideia corretamente.

(36)

As principais orações explicativas são:

• Visto que.

• Pois.

• Dado que.

• Porque.

• Uma vez que.

• Que.

(47) O meu primo ainda está chateado, pois perdeu o voo.

(48) Não vamos sair de casa agora, já que está chovendo.

(49) Estamos sem dinheiro, ou seja, não podemos viajar.

E aí? O que está achando? Muita informação, não é mesmo? Calma, está tudo sob controle! Olha só, lembra que lá no começo nós falamos que as orações se dividem em coordenadas e subordinadas? Pois bem, acabamos de estudar as orações coordenadas e agora vamos para as orações subordinadas, vamos nessa!

Esse tipo de orações, ou seja, as orações subordinadas, exercem uma função sintática nas demais, ou seja, é um tipo de oração que subordina as outras. As orações subordinadas se dividem em:

Figura 12 – Divisão das orações subordinadas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

(37)

Vejamos agora com mais detalhes cada uma delas:

• Orações subordinadas substantivas

Essas orações se relacionam diretamente com a função dos substantivos e são classificadas em seis tipos:

IMPORTANTE:

Não explicaremos com muitos detalhes esses tipos de orações. O mais importante é identificá-las e entender a sua verdadeira função.

Figura 13 – Orações subordinadas substantivas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

(38)

a. Oração subordinada substantiva subjetiva ... - exerce a função de sujeito da oração principal.

(50) É possível que ele chegue tarde para a união.

b. Oração subordinada substantiva predicativa – exerce a função de predicativo do sujeito.

(51) Nosso sonho era que tivéssemos a nossa casa própria.

c. Oração subordinada substantiva objetiva direta – exerce a função de objeto direto.

(52) Nós desejamos que vocês tenham uma ótima estadia no Brasil d. Oração subordinada substantiva objetiva indireta – exerce a função

de objeto indireto. Uma oração é vinculada com outra através da preposição.

(53) Ninguém desconfiava de que você trairia a nossa confiança.

NOTA:

Perceba que nesse caso temos duas orações que estão sendo separadas pela preposição “de”, ou seja, antes da preposição temos uma oração e depois dela temos outra.

e. Oração subordinada substantiva apositiva – exerce a função de aposto na oração principal. Nesse tipo de frase não há nenhum verbo de ligação (para conectar as duas orações).

(54) O que você quer comer: frango ou peixe.

f. Oração subordinada substantiva complemento nominal

Exerce a função de complemento nominal de um nome da oração principal. Sempre se vincula a um nome da oração principal e sempre se liga através de preposições.

(55) Chegamos à conclusão de que o documento é verdadeiro!

• Orações subordinadas adjetivas

(39)

Essas orações ocupam a função de adjetivo e são divididas em:

Figura 14 – Orações subordinadas adjetivas

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Oração subordinada adjetiva explicativa – é quando explicamos um termo que já foi mencionado dentro da própria oração, é como se já tivesse um antecedente.

(56) O Brasil, que é o maior país da América do Sul, tem o português brasileiro como língua oficial.

(57) Aquele aluno, que é bastante estudioso, conseguiu aprovar todas as matérias na faculdade.

b. Oração subordinada adjetiva restritiva – como o próprio nome já diz, as orações restritivas restringem o conteúdo da oração. Elas estão diretamente relacionadas com a oração principal que por sua vez as tornam mais específicas.

NOTA:

Essas orações não podem ser separadas por vírgula.

(58) Eu moro naquela casa amarela.

(59) Quem dorme oito horas por dia trabalha mais disposto.

(40)

RESUMINDO:

Olha só quanta coisa interessante nós acabamos de estudar! Vimos que dentro da análise sintática temos o estudo da oração. Vimos que oração é uma estrutura frasal que obrigatoriamente deve conter um ou mais verbos e quando temos dois verbos um seguido do outro, sabemos que isso se trata de uma locução verbal visto que o primeiro verbo é auxiliar e o outro é principal. Estudamos também que as orações são divididas em coordenadas e subordinadas e cada uma delas têm a sua respectiva subdivisão. Certamente, com o conhecimento adquirido até agora você já começa a ver um texto com outros olhos, não é mesmo?

(41)

Sintaxe e Pragmática

OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você vai compreender as orações subordinadas adverbiais, além de conhecer os termos da oração e estabelecer uma relação entre a Sintaxe e a Pragmática – uma das áreas da Linguística que mais contribui para a Sintaxe, portanto, devemos estar bem atentos!

• Orações subordinadas adverbiais

Como o próprio nome já diz, essas orações exercem literalmente a função de advérbio, podendo ser classificadas em:

Figura 15 – Classificação das orações subordinadas adverbiais

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

(42)

IMPORTANTE:

A composição desses enunciados requer estudos prévios de morfologia. Como esse tema não é pertinente ao que estamos explicando, sugerimos que você procure uma boa gramática para ampliar ainda mais os seus conhecimentos.

Vejamos logo abaixo cada uma delas:

a. Oração subordinada adverbial temporal – é tudo aquilo que está relacionado com as circunstâncias temporais.

(60) Ficaremos aqui até que o a chuva passe.

(61) Eu sempre viajo nas férias.

b. Oração subordinada adverbial final – expressa diretamente uma finalidade específica.

(62) Devemos estudar para terminar a faculdade.

(63) Eu vou dormir cedo para caminhar na praia amanhã.

c. Oração subordinada adverbial causal – esse tipo de oração que exprime causa.

(64) Já que o professor não veio vou estudar um pouco mais.

(65) Não sai de casa hoje porque estava esperando o eletricista.

d. Oração subordinada adverbial consecutiva – são as consequências de ter realizado/ter acontecido algo.

(66) Gastamos tanto dinheiro este mês e agora não podemos pagar as contas.

(67) Choveu tanto que tive que fechar o meu negócio.

e. Oração subordinada adverbial comparativa – como o próprio nome já diz, esse tipo de oração se forma quando exprime uma comparação.

(68) Eu sou mais alto que você.

(43)

(69) Esse restaurante é mais caro do que aquele.

f. Oração subordinada adverbial condicional – é quando a oração exprime certa condição.

(70) Você viajará desde que economize para isso.

(71) Se estiver chovendo, sairei com o carro.

g. Oração subordinada adverbial concessiva – refere-se a uma concessão apesar de existirem algumas circunstâncias.

(72) Miguel participará da reunião apesar de não ter sido chamado.

(73) Vou te ajudar, embora esteja certo de que vou me arrepender!

h. Oração subordinada adverbial proporcional – exprime proporção entre as duas orações.

(74) À medida que as horas passam, mais nervoso eu fico.

(75) À medida que vocês forem terminando o exercício, podem se . retirar.

i. Oração subordinada adverbial conformativa – é quando exprime conformidade entre as duas orações.

(76) Segundo as previsões do tempo, hoje ventará bastante.

(77) Faremos a formatação do documento conforme nos foi solicitado.

IMPORTANTE:

Para a composição desses enunciados é de fundamental importância que você conheça bem as principais conjunções, advérbios e conectores, ok? Não se esqueça de dar uma olhadinha na gramática.

E então, o que está achando da classificação das orações? Olha só, conhecê-las é bastante importante. Uma vez que já vimos a classificação das orações, vejamos agora os termos de uma oração.

(44)

Os termos de uma oração são divididos em três grandes grupos, observe:

Figura 16 – Termos de uma oração

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

Gostaríamos de destacar que estudaremos somente os termos essenciais de uma oração.

• Termos essenciais

São aqueles termos básicos de uma oração. De que será que estamos falando? Isso mesmo, estamos falando do sujeito e predicado.

Realmente, são elementos básicos se compararmos com outras estruturas.

NOTA:

Com essa definição, concluímos que basicamente uma oração se estrutura através do sujeito e predicado, porém, nem toda oração segue essa estrutura essencial, como é o caso das orações sem sujeito, por exemplo.

Então, vamos lá! O que seria um sujeito? Um sujeito nada mais é do que a identificação de uma determinada pessoa (podendo ser um ou vários). O sujeito pode realizar ou até mesmo sofrer uma determinada ação.

NOTA:

Nas orações a seguir falaremos diretamente do predicado, mas não se preocupe, mais adiante falaremos dele também!

(45)

(78) Os professores prepararam o exercício.

Sujeito: Os professores.

Verbo: prepararam (infinitivo: preparar) Predicado: prepararam o exercício.

(79) A rua está toda esburacada.

Sujeito: A rua.

Verbo: está (infinitivo: estar) Predicado: está toda esburacada.

IMPORTANTE:

Gostaríamos de destacar que o sujeito não deve ser obrigatoriamente uma pessoa. Basta observar a oração (79).

Podemos detalhar mais ainda a nossa análise do sujeito. Você tem alguma ideia do que poderíamos analisar? Sem dúvidas, é possível identificar o núcleo do sujeito, mas o que é isso? Observe atentamente:

(80) O espetáculo foi excelente.

Agora vamos analisar a oração da mesma forma que fizemos nas orações (78) e (79).

Sujeito: O espetáculo.

Verbo: foi (infinitivo: ser).

Predicado: foi excelente.

Conseguimos identificar claramente o sujeito, correto? Então, baseado no sujeito, devemos extrair o seu núcleo. O núcleo do sujeito é a parte que melhor o identifica, ou seja, repetindo o exemplo anterior, ficaria da seguinte forma:

Sujeito: O espetáculo.

Núcleo do sujeito: espetáculo.

(46)

Verbo: foi (infinitivo: ser).

Predicado: foi excelente.

NOTA:

Podemos ver que o sujeito possui mais de um elemento, no entanto, para formar o núcleo do sujeito devemos escolher o elemento mais importante, que no caso seria “espetáculo”.

Para você ficar ainda mais seguro do que foi visto, observe outro exemplo:

(81) A exposição será amanhã.

Sujeito: A exposição.

Núcleo do sujeito: exposição.

Verbo: será (infinitivo: ser).

Predicado: amanhã.

Tudo bem até agora? Olha só, vimos nesses dois últimos exemplos que o sujeito apresenta dois elementos, mas como poderíamos extrair o núcleo do sujeito com apenas um elemento? Muito simples, observe:

(82) Nós não queremos viajar nas férias.

Sujeito: Nós.

Núcleo do sujeito: Nós.

Predicado: não queremos viajar nas férias.

Viu só como é simples? Perceba que na oração (82) temos um caso de sujeito com apenas um elemento e por conta disso, o núcleo do sujeito será o mesmo sujeito, entende? Vejamos outro caso em que o sujeito não é uma pessoa.

(83) Sete é o meu número da sorte.

Sujeito: Sete.

Núcleo do Sujeito: Sete

(47)

Predicado: é o meu número da sorte.

Baseado nos exemplos supracitados, podemos classificar os sujeitos em:

Figura 17 – Tipos de sujeito

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Sujeito simples – é quando existe um único núcleo.

(84) A minha avó é portuguesa.

Sujeito: A minha avó.

Núcleo do sujeito: avó.

Predicado: é portuguesa.

(85) O bairro está arborizado.

Sujeito: O bairro.

Núcleo do sujeito: bairro.

Predicado: está arborizado.

b. Sujeito composto – é quando existe mais de um núcleo do sujeito.

(86) Carlos e eu fomo ao cinema.

Sujeito: Carlos e eu.

Núcleo do sujeito: Carlos e eu = nós

(48)

Predicado: fomos ao cinema.

NOTA:

Caro aluno, não se esqueça de identificar corretamente o núcleo do sujeito assim como conhecer a sua função na oração em questão.

c. Sujeito oculto – é quando literalmente o sujeito não aparece na oração, ou seja, ele está oculto.

(87) Chegamos atrasados para a aula.

Sujeito: Chegamos.

Sujeito oculto: nós.

(88) Fui ao shopping esta tarde.

Sujeito: Fui.

Sujeito oculto: eu.

NOTA:

Não se esqueça de que para identificar o sujeito oculto nós precisamos conhecer o contexto da oração, pois existem casos que não é possível identificar facilmente o sujeito oculto sem um contexto, veja:

(89) Fizeram o bolo.

Sujeito: Fizeram.

Sujeito oculto: vocês, eles, elas. Quem?

d. Sujeito indeterminado – é quando o sujeito não é ou não está identificado. Essa formação pode acontecer quando o verbo está conjugado no singular ou no plural.

(90) Alugam-se casas.

Quem está alugando?

(49)

(91) Procura-se esse gato.

Quem está procurando?

e. Sujeito inexistente – é o que nós chamamos de oração sem sujeito.

Nesse tipo de oração, o sujeito e o verbo não se relacionam diretamente.

(92) Choveu bastante durante a noite.

Sujeito: Não tem.

Predicado: Choveu bastante durante a noite.

Outro termo essencial da oração é o predicado. O predicado faz referência direta ao sujeito; tudo aquilo que não é sujeito pode ser considerado como predicado. O predicado é dividido em:

Figura 18 – Tipos de predicado

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Predicado verbal – é quando a parte central da oração é composta por um verbo.

(93) O carro quebrou.

Sujeito: O carro.

Núcleo do sujeito: carro Predicado (verbal): quebrou.

b. Predicado nominal – é quando existe algum verbo de ligação com o predicado do sujeito.

(94) Eu estou atrasado.

Sujeito: Eu.

Predicado: estou atrasado.

(50)

Predicado (nominal): estou atrasado.

IMPORTANTE:

Caro aluno, não se esqueça de que o verbo estar se comporta como verbo de ligação.

c. Predicado verbo-nominal – é quando o predicado apresenta dois núcleos.

(95) O atleta chegou cansado da competição.

Sujeito: O atleta.

Predicado verbo-nominal: chegou cansado da competição.

Com a explicação do sujeito terminamos os termos essenciais de uma oração. Percebeu que para tudo, ou melhor, quase tudo a gramática tem uma explicação?

Bem, uma vez que nós terminamos essa parte, que tal voltarmos àquela tríade? Lembra que a tríade ao qual nos referimos está composta de frase, oração e período? Pois é, o que falta agora é o período e vamos estudar logo abaixo.

Olha só, o período é algo bem simples: nada mais é do que a união de duas ou mais orações (apresentando sentido completo) em um enunciado.

IMPORTANTE:

O enunciado é um trecho de um discurso (podendo ser escrito ou oral). O enunciado apresenta certa proposição e está vinculado diretamente com o contexto que corresponde.

(51)

Por sua vez, o período é divido em dois:

Figura 19 – Tipos de predicado

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

a. Período simples - é quando existe uma só oração, que também pode ser chamada de oração absoluta.

(96) Neva.

b. Período composto - é quando temos a presença de duas ou mais orações.

NOTA:

É possível contar as orações baseado na quantidade de verbos. O período composto é dividido por coordenação e subordinação (que já foi apresentado anteriormente).

(97) Ele comeu e saiu.

(98) Espero estudar todo o conteúdo para a prova antes de dormir.

Na oração (97) temos um caso de coordenação e na oração (98) temos um caso de subordinação, onde um elemento depende do outro para formar um sentido.

(52)

RESUMINDO:

E aí? O que você achou da nossa última parte? Olha só, nós estudamos que as orações podem ser divididas em coordenadas e subordinadas e por outro lado, nós vimos que os termos de uma oração se dividem três: essencial, constituinte e acessório. Detalhamos os termos essenciais e vimos que eles se dividem em sujeito e predicado. O sujeito é dividido em simples, composto, oculto, indeterminado e inexistente, já o predicado se divide em verbal, nominal e verbo-nominal. Para concluir, estudamos também o período, que nada mais é do que a junção de duas ou mais orações estabelecendo certo sentido em um enunciado.

Esperamos que você tenha gostado do que foi aprendido!

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, L. K. O que é fonema? Brasil Escola, 2020. Disponível em:

https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-fonema.

htm. Acesso em: 17 fev. 2020.

CÂMARA JR., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis:

Vozes, 1972.

CÂMARA JR., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa: 16. ed.

Petrópolis: Vozes, 1986.

CHOMSKY, N.; HALLE, M. The sound pattern of English. New York:

Harper and Row, 1968.

MARTINET, A. Elementos de Linguística Geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978.

PACHECO, M. C. O que é morfema? Brasil Escola, 2020. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e- morfema.htm. Acesso em: 17 fev. 2020.

(53)

Referências

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