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3.3 OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DE SÃO PAULO DE

3.3.3 POLÍTICAS PÚBLICAS URBANAS E SISTEMAS URBANOS AMBIENTAIS

3.3.3.6 SISTEMA DE ÁREAS PROTEGIDAS, ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES

O Sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres, descrito no art. 265 do PDE Paulistano (Lei n. 16.050, 2014) é entendido como as “áreas enquadradas nas diversas categorias protegidas pela legislação ambiental, de terras indígenas, de áreas prestadoras de serviços ambientais, das diversas tipologias de parques de logradouros públicos, de espaços vegetados e de espaços não ocupados por edificação coberta, de propriedade pública ou particular.”

E os objetivos de tal sistema, conforme art. 267 do PDE (Lei n. 16.050, 2014) é: proteger a biodiversidade; conservar áreas prestadoras de serviços ambientais; proteger e recuperar remanescentes da mata atlântica; qualificar as áreas verdes públicas; incentivar a conservação das áreas verdes em propriedade particular; conservar e recuperar corredores ecológicos na escala municipal metropolitana; e cumprir as disposições do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

São dez eixos que estruturam o Sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres do PDE (Lei n. 16.050, 2014), os quais: as Áreas de Preservação Permanente; o Programa de Recuperação de Fundo de Vales; os Parques Lineares; as Áreas Verdes; os Cemitérios; o Plano Municipal de Áreas Protegidas e Áreas Verdes e Espaços Livres; o Plano Municipal de Conservação e Recuperação de Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais; o Plano Municipal de Arborização Urbana; o Plano Municipal da Mata Atlântica; e as Ações Prioritárias152 no Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres.

Fundamentadas na legislação federal153, as Áreas de Preservação Permanente podem ser ou não cobertas por vegetação, e o seu objetivo é, segundo o art. 269 do PDE (Lei n. 16.050, 2014), “preservar os recursos hídricos, a permeabilidade do solo, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, o solo e de assegurar o bem-estar das populações humanas”.

152 Essas ações prioritárias podem ser lidas na íntegra no art. 288 do PDE, as quais são ações a serem

cumpridas pelo poder público sobre implementações de políticas de forma geral ou específica.

117 O Programa de Recuperação de Fundo de Vales dispõe, de acordo com o art. 272 do PDE paulistano (Lei n. 16.050, 2014) de “São “intervenções urbanas nos fundos de vales, articulando ações de saneamento, drenagem, implantação de parques lineares e urbanização de favelas”, consideradas essenciais para a sustentabilidade em suas três dimensões.

De acordo com o art. 273 do PDE (Lei n. 16.050, 2014), Parques Lineares são “intervenções urbanísticas associadas aos cursos d'água, principalmente aqueles inseridos no tecido urbano” para proteger e recuperar áreas de preservação permanente, ecossistemas hídricos, corredores ecológicos, controlar enchentes, evitar ocupação inadequada dos fundos de vale, conectar áreas verdes e espaços públicos e propiciar áreas verdes conservadas e que possam ser utilizadas para fins culturais e de lazer.

Categorizadas em públicas ou privadas154, as Áreas Verdes independentemente de sua categoria devem observar parâmetros quantitativos, qualitativos e específicos dispostos no PDE. De acordo com o art. 275 do PDE (Lei n. 16.050, 2014), às Áreas Verdes pública podem possuir “instalações de lazer e recreação de uso coletivo”.

Os cemitérios possuem o “Plano Municipal de Serviço Funerário”155, o qual propõe que os cemitérios sejam requalificados, conforme art. 283 do PDE (Lei n. 16.050, 2014), para: o lazer; bem conservado; pesquisa, tombamento e conservação de monumentos tumulares de valor histórico, cultural, científico e arquitetônico; implantar cemitérios verticais para qualificá-los para o lazer; implantar crematórios para animais domésticos e criar cemitérios para animais domésticos.

O art. 284 do PDE (Lei n. 16.050, 2014) estipulou que os propósitos do Plano Municipal de Áreas Protegidas e Áreas Verdes e Espaços Livres156 a ser - regulamentado pelo Município - são: definir tipologia e criar novas categorias destas áreas; analisar, enquadrar e reenquadrar essas áreas; definir política de provisão dessas áreas; definir as prioridades territoriais, metas, indicadores de planejamento e previsão orçamentária para

154 No caso dos Clubes de Campo e dos Clubes Esportivos Sociais, o PDE tem parâmetros quantitativos,

qualitativos e específicos. Tais detalhes do primeiro podem ser encontrados no art. 277 e do segundo no art. 278 do respectivo PDE (Lei n. 16.050, 2014).

155 Regulamentado recentemente pelo Decreto Municipal nº 58.965 de 25 de setembro de 2019 (Decreto

n. 58.965, 2019).

156 Não regulamentado até 11 de novembro de 2019, conforme consulta via telefônica aos Órgãos

118 essas áreas; tratar a vegetação como parte da paisagem urbana; disponibilizar informações, dados e mapas dessas áreas; e todo esse processo deve ser feito sob gestão participativa.

O Plano Municipal de Conservação e Recuperação de Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais, é conforme o art. 285 do PDE (Lei n. 16.050, 2014) o “instrumento de planejamento e gestão das áreas prestadoras de serviços ambientais, abrangendo propriedades públicas e particulares”. Também, outra nomenclatura para esse plano é Plano Municipal de Serviços Ambientais (PMSA) conforme nomenclatura utilizada por Grupo Intersecretarial da Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP, 2019a) responsável por sua elaboração que está em andamento157.

O Plano Municipal da Mata Atlântica (PMMA), segundo o art. 287 do PDE (Lei n. 16.050, 2014) deve propor “ações prioritárias e áreas para a conservação e recuperação da vegetação nativa e da biodiversidade da Mata Atlântica, com base em um mapeamento dos remanescentes do Município” e a versão final do PMMA em vigor foi elaborada em novembro de 2017 (PMSP, 2017), o qual consta um diagnóstico da mata atlântica no município, fornece um mapa e dados que provêem as informações trabalhadas nas ações - principalmente nas áreas consideradas prioritárias - inseridas e definidas nesse plano.

O Plano Municipal de Arborização Urbana, de acordo com o art. 286 do PDE (Lei n. 16.050, 2014) é o “instrumento para definir o planejamento, implantação e manejo da arborização urbana”; e segundo a Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP, 2019b), esse plano está sendo desenvolvido e acompanhado pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CADES) e tem seu desfecho previsto para junho de 2020.

Uma esquematização sintetizada do sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres é ilustrada na Figura 30.

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Figura 30. Esquematização sintetizada do sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres do PDE paulistano (Lei n. 16.050, 2014).