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4. Análise de necessidades e requisitos

4.3. Lista de Stakeholders (Business Operations)

4.3.1. Sistema de Autoridade Marítima

Tendo em conta que no mar se desenvolvem muitas atividades ilícitas, como sejam o tráfico de seres humanos, o terrorismo, o tráfico de armas, imigração ilegal, pirataria, pesca ilegal e muitas outras, torna-se necessário dispor de sistemas de vigilância com o objetivo de assegurar o controlo, não apenas do tráfego marítimo, mas, se possível, aproveitar a capacidade instalada através do VTS para monitorizar todas atividades no mar em conformidade com o quadro legal em vigor. (António, 2018)

Segundo o vice-Almirante Martinho António, diretor Nacional de Vigilância Marítima do Ministério da Defesa de Angola, a principal preocupação das autoridades angolanas relaciona-se com a pesca ilegal, efetuada frequentemente por embarcações

Ministério das Pescas

proibidas, muitas vezes próximo das plataformas petrolíferas. Logo a seguir vem a imigração ilegal e o contrabando. (M. António, 2018)

De acordo com a Lei angolana, o Sistema da Autoridade Marítima (SAM), definido como o conjunto de entidades com competências administrativas, policiais ou militares, sobre o mar, ou sobre os assuntos com ele relacionados, que interagem de forma a promover a Defesa Nacional, a Segurança, a Proteção do Meio Ambiente Marinho, o desenvolvimento económico e bem estar das populações, inclui a Autoridade Marítima Nacional (AMN) como entidade superior responsável pela coordenação dos referidos órgãos e serviços.

O SAM possui as seguintes atribuições:

• Segurança e controlo da navegação;

• Preservação e proteção dos recursos naturais; • Preservação e proteção do meio ambiente marinho; • Prevenção e combate a poluição;

• Assinalamento marítimo, ajudas e avisos à navegação; • Salvaguarda da vida humana;

• Proteção da saúde pública;

• Fiscalização das atividades de aproveitamento económico dos recursos vivos e não vivos;

• Prevenção e repressão da imigração clandestina;

• Segurança da faixa costeira e no domínio público marítimo e das fronteiras marítimas e fluviais, quando aplicáveis.

Segundo Francisco da Cruz (2016), numa conferência sobre a otimização da segurança marítima, os dados da IMO em 2016 revelavam um incremento de 36% dos incidentes de pirataria no Golfo da Guiné, relativamente ao ano de 2015. Lembre-se que Angola fica situada no extremo sul do Golfo da Guiné. (ANGOP, 2016)

Figura 22-Golfo da Guiné23

Segundo o mesmo diplomata é necessário que os Estados Costeiros africanos se comprometam a apresentar estratégias marítimas complementares a nível nacional, regional e continental para combater a pirataria e julgar os crimes associados. Lembre-se que a pirataria é definida como o assalto armado contra navios no alto mar, ou seja para além do mar territorial. (ANGOP, 2016)

Segundo o artigo nº 3 da lei 27/12 do diário da república de Angola, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) é constituída por um conjunto de autoridades, órgãos ou serviços quer de nível central, provincial ou local, que quando investidos dos poderes de autoridade marítima, desempenham as funções executivas, consultivas, policiais e de coordenação. (REPÚBLICA DE ANGOLA, 2009)

O artigo nº 9 Lei 27/12 da República de Angola refere que a Autoridade Marítima Nacional coordena 14 departamentos nomeadamente:

• Ministério dos transportes, que é o principal departamento ministerial responsável pelo sector marítimo portuário, e que assume a função de Autoridade Marítima Nacional;

• Departamento ministerial responsável pela defesa nacional; • Departamento ministerial responsável pelo interior;

• Departamento ministerial responsável pelo ambiente;

• Departamento ministerial responsável pela agricultura, desenvolvimento rural e pescas;

• Departamento ministerial responsável pelas relações exteriores; • Departamento ministerial responsável pela saúde;

• Departamento ministerial responsável pelo petróleo; • Departamento ministerial responsável pela justiça; • Órgãos do sistema de segurança nacional;

• Administração Marítima Nacional;

• Autoridade Competente para a Proteção do Transporte Marítimo e Instalações Portuárias;

• Sistema Nacional de Vigilâncias Marítima e a Guarda Costeira Nacional. (REPÚBLICA DE ANGOLA, 2009)

Os espaços marítimos sob soberania ou jurisdição angolana são ricos em vários recursos, que ainda não foram explorados, visto que grande parte deles ainda não foram quantificados, faltando capacidade de gestão do espaço marítimo e de um instrumento de monitorização operacional de vigilância. (Manuel & Cândido, 2011)

O Estado Angolano atribuí a missão de segurança e vigilância marítima, aos serviços de defesa e segurança interna, sendo a Marinha de Guerra Angolana (MGA) a estrutura com capacidade operacional de cumprir esta missão. O Governo pretende desenvolver colaboração entre as entidades que têm competência legal nas questões marítimas. Com um espaço marítimo tão extenso sob jurisdição angolana torna-se necessário desenvolver a colaboração entre todas as entidades com capacidade ou competência para o fim em causa, em particular através de operações coordenadas entre a Marinha e a Força Aérea. (Ginga, 2014)

No Golfo da Guiné, que inclui a costa angolana, a pirataria constitui uma série ameaça para o desenvolvimento económico dos estados costeiros naquela região, o que é ainda mais relevante face à escassez de meios navais dos respetivos países, exigindo uma intensa cooperação entre as várias marinhas a fim aumentar a dissuasão e a resposta sempre que necessário. (Ginga, 2014)

Tabela 4-Necessidades e requisitos ao nível Business Management (Sistema da Autoridade Marítima) Domínio NECESSIDADES OBJECTIVOS/CAPACIDADES

PARA A ACTIVIDADE REQUISITOS COBERTURA RADAR PARA DE A ACTIVIDADE

Satisfazer as necessidades comuns de vigilância marítima dos vários departamentos do Estado e promover a colaboração interdepartamental através da partilha de um panorama marítimo comum, que inclua todas as embarcações de comprimento superior a 10 metros.

Máxima distância de deteção radar possível e cobertura completa ao longo da costa angolana contra embarcações de comprimento superior a 10 metros e uma altura superior a 3 metros.

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