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Sistema de Recomendação: Especificação e Detalhamento da Arquitetura

A construção e operação dinâmica de uma rede de habilidades que viabilize a cooperação entre pessoas é um desafio cuja complexidade requer a investigação criteriosa de aspectos relacionados com o compartilhamento de conhecimento e que envolvem a comunicação, coordenação e cooperação. As seções anteriores detalharam os requisitos que uma ferramenta computacional deve satisfazer para auxiliar a gênese dessa rede, respeitando as preferências dos seus participantes ou usuários.

3.7.1. Especificação da Funcionalidade

Esta seção descreve um Sistema de Recomendação como uma ferramenta que se presta a este fim. Recomendar significa indicar ao usuário desse sistema, os nomes das pessoas cujos interesses são iguais ou semelhantes aos seus. O interesse de cada participante expresso em função de suas áreas de conhecimento. Essa recomendação possui como contexto os problemas explicitados na seção anterior, a dispersão dos recursos – pessoas e conhecimentos – nos seus locais de trabalho. Torna-se assim necessário identificar, localizar e interrelacionar os conhecimentos dispersos. E identificar o relacionamento entre conhecimento informal não- estruturado com o conhecimento estruturado. Levou-se em conta também, a necessidade da

utilização simultânea de vários usuários, orientando assim a concepção de um sistema que leve a uma solução funcional e fisicamente distribuída.

Figura 3.4 Caracterização dos requisitos identificados versus sistema proposto

O sistema descrito a seguir foi idealizado de modo a dispor a seguinte funcionalidade: (a) uma interface homem-máquina que possibilite a cada participante potencial e/ou usuário da rede, descrever seu perfil profissional, consultar sobre outros participantes que possuam interesses semelhantes; (b) realizar dinamicamente a aquisição de conhecimento de cada usuário; (c) sistematicamente atualizar e manter armazenados os conhecimentos capturados dos seus usuários; (d) indicar os nomes de usuários cujos perfis / áreas de interesse assemelhem-se ao do usuário. Esta funcionalidade foi desenhada a partir dos requisitos e considerações acima descritos, o fato de que o compartilhamento de conhecimento requer mecanismos formais de descrição do conhecimento que sejam comuns aos usuários do sistema, tendo-se como fundamento a teoria de sistemas multi-agentes. A Figura 3.4 ilustra graficamente a relação entre os requisitos e a solução proposta.

Um aspecto importante da teoria multi-agentes é seu aspecto de permitir a distribuição, tanto física quanto funcional. A solução multi-agentes possui a funcionalidade necessária, como mecanismos de cooperação entre eles, de modo a satisfazerem um objetivo comum. A “inteligência” do agente está associada a mecanismos de inferência que podem ser utilizadas para solucionar problemas.

Agentes podem ser projetados com mecanismos de coordenação capazes de gerenciar conflitos de recursos e interesses. Os agentes podem atuar em benefício do usuário em tarefas que este julgue apropriadas delegar. Mecanismos de comunicação entre agentes permitem a troca de informação entre eles, eximindo a participação do usuário. Um sistema multi-agentes pode conter

Requisitos Sistema Multi- agentes Cooperação Coordenação Comunicação

a pró-atividade necessária à realização de tarefas, de tal modo a substituir o usuário em tarefas repetitivas ou exaustivas, como por exemplo, a busca e filtragem de informação na Internet.

A solução empregando sistemas multi-agentes busca permitir conviver com o conhecimento desestruturado e disperso, ao invés de tentar estruturá-lo. Este tipo de solução prima por atender as necessidades do usuário e assim evitar que este tenha de adaptar-se ao sistema instalado.

3.7.2. Arquitetura Funcional do Sistema

A funcionalidade descrita na seção anterior foi organizada tendo em conta que este sistema necessita ser adaptado às diversas áreas de interesse dos usuários. Para isto, empregam-se mecanismos genéricos de representação do conhecimento que possam ser configurados, em função das áreas específicas de interesse dos usuários, como por exemplo, a área de Manufatura. Para facilitar a reutilização de trabalhos anteriores e compartilhamento de conhecimento é interessante incorporar o conceito de ontologias, as quais permitem a formalização dos conhecimentos, facilitando sua manipulação de acordo com os propósitos do sistema.

A arquitetura funcional do sistema é formada por agentes, ontologia e por uma base de conhecimento que se interrelacionam a fim de oferecerem a funcionalidade acima estabelecida. Essa arquitetura é mostrada na figura 3.5; seus elementos estão dispostos em duas camadas funcionais – camada do servidor e camada do usuário – as quais foram assim estratificas, tendo como referência a estrutura de processamento do tipo cliente-servidor. Essa estruturação visa organizar a troca de informações e distribuir as funções dos agentes a partir de suas atribuições, facilitando assim a compreensão e posterior detalhamento da complexidade pelas interações entre esses elementos.

A base de conhecimento deve ser configurada na área específica de interesse do usuário. Dois dos desafios relacionados a especificação dessa base são:

– representar as áreas do conhecimento e ao mesmo tempo possibilitar uma dinâmica associada,

ou seja, a base deve ser atualizada de acordo com a mudança ou ampliação dos interesses dos usuários;

– permitir trabalhar com vários idiomas, o que facilitaria a construção de ligações de

A representação na Base de Conhecimento deve permitir o crescimento do vocabulário associado às diversas áreas do conhecimento. Assim, as palavras-chave usadas/criadas pelo usuário em seu dia-a-dia no trabalho são elementos que devem estar presentes na base de conhecimento.

Essa base deverá também conter perfis de pessoas com atributos como: área de interesse, área de formação, palavras-chaves da área em que trabalham, projetos em que estão envolvidos, endereços e outros.

Figura 3.5. Arquitetura funcional do sistema de recomendação proposto

Um sistema multi-agente que esteja parte na camada usuário e parte na camada servidor responde os requisitos de projeto do sistema. O agente da camada de usuário tem características do tipo interface, enquanto o agente da camada servidora tem característica de agente de informação, como ilustrado na Figura 3.5.

No agente da camada de usuário ficará a funcionalidade de aquisição do conhecimento e configuração dos dados do usuário (perfil) e no agente da camada servidora ficará o mecanismo de recomendação, o qual irá interagir com a base de conhecimento, baseado no meta-modelo e ontologia associada, de forma a permitir a identificação de uma rede de outros usuários que preencham os requisitos de compatibilidade para a recomendação de uma rede de habilidades.

Camada Servidora Camada Usuário Ontologia, Meta-modelo e Base de Conhecimento do Agente Servidor Agentes Servidores Agentes Usuários