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Sistema de tratamento de esgoto da sede municipal

No documento PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO (páginas 157-164)

6. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.3. Sistema de tratamento de esgoto

6.3.1. Sistema de tratamento de esgoto da sede municipal

O projeto do sistema de tratamento de esgoto de Lençóis Paulista foi elaborado pela empresa ENGETRIN Engenharia e Construções Ltda., sob a responsabilidade técnica do engenheiro Humberto Trindade Silva, CREA 060130876-8, com horizonte de projeto do ano 2025, para o qual estimou a população de 97.000 habitantes. As obras de implantação do sistema de tratamento de esgoto (composto por estação elevatória, linha de recalque, lagoas de tratamento e emissário final) foram iniciadas em 2.006 e já estão em plena operação.

Na fase de tratamento preliminar, que antecede a Estação Elevatória (Figura 6-5) localizada junto à margem direita do Rio Lençóis, foram implantados os seguintes componentes:

 sistema de gradeamento composto por grade com barras de aço, com espaçamento de 20 mm, ângulo de 60º e limpeza manual; a limpeza da grade deverá ser efetuada diariamente ou quando atingir cerca de 50 % de obstrução da área útil, ou havendo elevação do nível d’água acima do nível máximo previsto no canal da grade.

 caixa de areia, medindo 0,51 x 11,50 x 1,95 m (A x C x L) e volume útil para areia de 3,15 m3, com dois canais em paralelo para uso alternado e facilitação da limpeza; a limpeza manual da caixa de areia, por meio de pás, deverá ser feita pelo menos uma vez por semana, ou quando o depósito de areia do fundo da caixa estiver cheio.

Os resíduos sólidos originados do tratamento primário deverão ser dispostos em caçambas tipo basculante e posteriormente encaminhados ao aterro municipal. Após o tratamento preliminar o efluente é direcionado para o poço de sucção das bombas da estação elevatória. A partir desse ponto 3 bombas (1 reserva) e gerador , conduzem o esgoto, por meio de linha de recalque, com extensão de 1.800 m e desnível de 90 m, até a cota compatível para alimentação das lagoas de estabilização e foi construída com tubos de PRFV (plástico reforçado com fibra de vidro), em barras de 6 metros de comprimento e diâmetro de 500 mm.

151 FIGURA 6- 5: INSTALAÇÕES DO TRATAMENTO PRIMÁRIO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO

A infraestrutura implantada nessa área inclui os prédios de escritório administrativo, laboratório, casa de máquinas e centro de educação ambiental.

Lagoa Anaeróbia:

A lagoa anaeróbia tem profundidade (na linha d’água) de 3,50 m e a entrada (com medidor de vazão) do esgoto é feita por dois pontos e três pontos na saída, extremidades opostas (Figura 6-6).

152 FIGURA 6- 6: LAGOA ANAERÓBIA – SEÇÃO VERTICAL E PLANTA (SEM ESCALA)

O projeto estimou a taxa de acumulação de lodo em 970 m3/ano e a espessura total acumulada em 20 anos de operação em 1,16 m. O lodo, quando for removido, deverá ser exposto ao sol para promover sua desidratação e secagem e poderá ser utilizado como condicionador de solo ou adubo na própria área da ETE ou enviado ao aterro sanitário local.

153 Lagoa Facultativa:

A lagoa facultativa tem profundidade (na linha d’água) de 2,30 m e a entrada e saída do esgoto (com medidor de vazão) é feita por três pontos em extremidades opostas (Figura 6-7).

FIGURA 6- 7: LAGOA FACULTATIVA – SEÇÃO VERTICAL E PLANTA (SEM ESCALA)

As lagoas de estabilização foram construídas por técnicas de terraplanagem, com escavação, movimentação e compactação do solo. As características favoráveis do solo dispensaram, no projeto inicial, a aplicação de manta de impermeabilização de fundo nas lagoas, considerando-se que, durante a operação, o processo de

colmatação evitaria a contaminação do aquífero freático e perdas de líquido nas lagoas (Figura 6-8).

154 FIGURA 6- 8: IMAGEM AÉREA DA ETE DURANTE A CONSTRUÇÃO

Durante a fase de enchimento das lagoas com água ocorreu vazamento na parte superior da lagoa anaeróbica o que levou a conclusão de que, por cautela, as lagoas deveriam ser revestidas com mantas de impermeabilização. Esse trabalho foi executado no ano de 2012 com recursos obtidos junto ao Governo do Estado de São Paulo no valor de R$ 1.342.600,02 e recursos próprios do SAAE de R$ 189.200,00.

A água residuária após a saída da lagoa facultativa é direcionada por gravidade para o emissário final com extensão de cerca de 850 m, construído com tubos de concreto de diâmetro de 600 mm. No trecho final desta linha, a cerca de 30 metros do Rio Lençóis, a água residuária passa por um dissipador de energia, composto por uma escada de concreto que promove a aeração a céu aberto.

O ponto de lançamento no Rio Lençóis tem coordenadas UTM: 7.499,15 km N e 731,10 km. E o principal uso da água a jusante é o consumo animal, não existindo captação para abastecimento público.

O sistema construído tem por objetivo apresentar eficiência superior ou igual a 80% na remoção da carga orgânica, expressa em DBO 5,20, além de atender às demais condições de lançamento no Rio Lençóis, na classe 3, pela Resolução CONAMA

155 430/11 e Decreto Estadual 8468/76, e mantendo a qualidade do corpo d’agua pela Resolução CONAMA 357/05;

O SAAE, com acompanhamento da CETESB, elaborou o programa de monitoramento que prevê coletas de amostras e análises laboratoriais de esgoto na entrada e saída das lagoas e da água do rio, a montante e a jusante do ponto de lançamento e que já se encontra em análise efetuada pelo laboratório acreditado pela ISO/IEC 17025, TASQA Serviços Analíticos LTDA, contratado pelo SAAE apurou índice de eficiência de 84,70% na remoção da matéria orgânica, em termos de DBO, em 29/07/2013.

Em inspeção feita pela CETESB, em 24/09/2013 a análise confirmou a eficiência do tratamento em 83,3% na remoção da matéria orgânica, em termos de DBO.

6.3.2.

SISTEMA

DE

TRATAMENTO

DE

ESGOTO

DE

ALFREDO

GUEDES

O Distrito de Alfredo Guedes conta com sistema de tratamento de esgoto pelo processo de lodos ativados, modalidade aeração modificada, antecipado por reator anaeróbico com leito fluidizado (Figura 6-9 e Figura 6-10).

Os parâmetros de projeto adotado no sistema de tratamento foram os seguintes:

 DBO5,20: : 400mg/l  DQO: 700mg/l  Oxigênio dissolvido: 0mg/l  Nitrogênio total: 40mg/l  Fósforo total: 15mg/l  Vazão: 100m3/dia – 4,17m3/h  Relação DBO:N:P 100:5:1

156 O sistema foi instalado em 2011 e deverá produzir um efluente tratado com DBO de até 50mg/l ou 85% de redução.

O sistema é composto por um tanque de sucção dos efluentes brutos, uma bomba elevatória com capacidade de 4,17m3/h x 15 mca, reator anaeróbico, reator aeróbico, soprador com sistema difuso, tanque de decantação, sistema de recirculação de lodo, descarga parcial de lodo, tanque de contato com dosagem de cloro através de bomba dosadora e sistema de lançamento no corpo receptor ( Rio Lençóis).

Análise efetuada pelo laboratório acreditado pela ISO/IEC 17025, ASL Análises Ambientais, contratado pelo SAAE, revelou índices de eficiência de 98,6% em 22/04/2013.

Em inspeção feita pela CETESB, em 24/09/2013 o índice de 88,8% na remoção de matéria orgânica em termo de DBO.

157 FIGURA 6- 9: VISTA PARCIAL DA ETE DE ALFREDO GUEDES (1)

FIGURA 6- 10: VISTA PARCIAL DA ETE DE ALFREDO GUEDES (2)

No documento PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO (páginas 157-164)

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