• Nenhum resultado encontrado

APÊNDICE I- Diário de campo Quadro qualitativo do desempenho

1. Introdução

1.3. A Comunicação Suplementar e Alternativa

1.3.1. Sistemas de Comunicação Suplementar e Alternativa

Há uma diversidade de sistemas em CSA, sendo que cada um deles apresenta suas próprias características e peculiaridades. Os sistemas de símbolos gráficos baseiam-se no uso de figuras para o estabelecimento da comunicação que de acordo

com os autores Beukelman e Mirenda, 2005; Glennen, 1997, os mais conhecidos e utilizados são cinco: Blissymbols, Widgit Rebus Symbols, Picture Communication Symbols (PCS) Pictogram Ideogram Communication (PIC) e o Picsyms.

O Blissymbols foi desenvolvido por Charles Bliss em 1949 e revisado em 1965. Este se inspirou na escrita dos chineses quando esteve presente na China durante a Segunda Guerra Mundial, ficou impressionado com a forma como os pictogramas e ideogramas dos Chineses eram escritos, pensou então em inventar uma linguagem simples por meio de imagens que pudesse ser usada com o objetivo de ultrapassar as barreiras linguísticas. Foi então que elaborou o Blissymbols que consiste em 100 símbolos básicos que são combinados, sendo composto atualmente por mais de 5000 símbolos gráficos (JENNISCHE, 2012). Em 1970 já havia sido usado como recurso para desenvolver a linguagem de indivíduos com dificuldades na comunicação. Atualmente é usado em 33 países e foi traduzido em mais de 15 línguas. Numerosos estudos têm indicado que de todos os símbolos o Blisssymbols é o menos transparente, o mais difícil de aprender e o mais difícil de memorizar. Na hierarquia dos estudos o Blissymbols é menos translúcido do que o Widgit Rebus Symbols, PCS, PIC, e Picsyms, e mais translúcido do que a ortografia tradicional. Segundo Jennische (2012), esta reputação tem sido uma das razões para que o uso do Blissymbols tenha diminuído consideravelmente na década de 80.

A seguir a Figura 3 mostrará alguns símbolos deste sistema de CSA:

Figura 3: Exemplos de Blissymbols

Exemplos do Blissymbols retirado do sitewww.blissymbolics.org

O Sistema Widgit Rebus Symbols é composto por figuras que visualmente ou nominalmente representam uma palavra ou uma sílaba. Foi desenvolvido em 1960 e

utilizado nos Estados Unidos, anteriormente denominado Rebus Symbols, para ensinar crianças sem deficiência a ler, mas posteriormente foi adaptado e ampliado como um sistema de símbolos de comunicação para pessoas com déficits de comunicação. Anteriormente tinha-se um total de 600 símbolos, com a associação ao software Widgit chegou a 6000 símbolos. O novo conjunto de símbolos será conhecido Widgit Symbol Set (atualmente conhecido como Widgit Rebus Symbols). Os símbolos são combinados de três formas: semântica (as palavras combinadas determinam um significado comum); de acordo com sua pronúncia ou com letras isoladas do alfabeto. Os símbolos podem ser usados para a comunicação e para o ensino do processo de leitura. É o segundo sistema mais transparente dos cinco sistemas estudados, veja a Figura 4.

Figura 4: Exemplos de Widgit Rebus Symbols

Exemplos do Widgit Rebus Symbols retirado do site www.widgit.com

O Picture Communication Symbols (PCS) é o mais usado e também o mais transparente dos cinco símbolos citados. Foi elaborado por Johnson em 1980 e revisado em 2009, composto por 11000 símbolos (contando com os símbolos adicionais do próprio software) que expressam uma grande variedade de palavras em situações de atividades de rotina, para atender às necessidades de indivíduos com alterações na comunicação. Os símbolos auxiliam na compreensão e na expressão da linguagem por meio da fala e/ou escrita, como também no início da alfabetização, além de ajudarem a compensar os déficits de memória e de proporcionarem uma adequação de expressões e frases. Possui uma versão em software denominado Boardmaker por meio do qual as figuras podem ser organizadas em pranchas e impressas. É um software prático e por

gato xícara casa

meio dele podem-se acrescentar fotos e quaisquer imagens da internet. Na Figura 5 temos alguns exemplos.

Figura 5: Exemplos de PCS

Exemplos do PCS retirado do software Boardmaker versão 6.

O Pictogram Ideogram Communication (PIC) desenvolvido por Maharaj em 1980, no Canadá; consiste em aproximadamente 1000 símbolos brancos com o fundo preto, com o objetivo de diminuir a dificuldade de discriminação figura-fundo, veja a Figura 6. Um estudo com adultos sem deficiência o PIC foi considerado menos transparente do que o PCS e o Widgit Rebus Symbols, e mais transparente do que o Blissymbols. Segundo Beukelman e Mirenda (2005):

Adultos com deficiência intelectual severa e profunda aprenderam o PIC mais rápido do que o Bliss. O PIC tem sido usado por pessoas com deficiência severa ou profunda e com pessoas com autismo conjuntamente com livros ou pranchas de comunicação” (BEUKELMAN; MIRENDA, 2005, p. 58).

Figura 6: Exemplo do PIC

Exemplos do PIC retirado do livro de BEUKELMAN; MIRENDA, 2005, p. 58.

O sistema Picsyms foi desenvolvido por Faith Carlson em 1986 para ser utilizado por crianças pequenas com problemas na fala, baseando-se no vocabulário de pré-escolares. Como o Widgit Rebus Symbols e o PCS, este é composto por símbolos com linhas pretas sobre um fundo branco. É composto por 1800 símbolos facilmente desenhados, como se pode observar na Figura 7, separados por categorias semânticas que representam significados concretos e abstratos, e desenvolvidos por meio de determinadas regras, que possibilitam que outros símbolos sejam criados. Este sistema apresenta melhor iconicidade do que o Blissymbols, assemelhando-se ao PCS e ao Widgit Rebus Symbols, podendo ser usado por pessoas de idades e habilidades diferentes.

Figura 7: Exemplos de Picsyms

Exemplos do Picsyms retirado do livro de GLENNEN, 1997, p. 119.

No Brasil, dos sistemas de símbolos apresentados, o mais utilizado é o PCS que utiliza os símbolos do software Boardmaker, como aponta Rodrigues (2012) em estudo realizado sobre a temática da CSA no período de 2005 a 2011, constatando que a maioria da produção científica neste período optou pelo uso do PCS.

No entanto, várias são as formas de treinamento, estratégias e programas em CSA para ensinar habilidades comunicativas, uma delas é o Sistema de comunicação por Troca de Figuras (PECS). O Sistema PECS utiliza as figuras do Pyramid Educational sem tradução para a língua portuguesa; a fonte de figuras mais utilizada no Brasil para a aplicação deste treinamento são as propostas pelo Picture Communication Symbols (PCS), como já citado acima, elaborado por Johnson (1980; 2009).