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Sistemas de Distribuição de Medicamentos nos SF do CHSJ, EPE

34 3.5.1 Distribuição de Medicamentos a Doentes em Regime de Internamento

No CHSJ, a distribuição de medicamentos é efetuada a doentes em regime de internamento ou em regime de ambulatório. No caso de regime de internamento, há três sistemas de distribuição habitualmente utilizados.

3.5.1.1 Distribuição Clássica/Tradicional (DC)

A DC foi o primeiro sistema de distribuição a ser implementado nos Hospitais Portugueses.

Em termos gerais, carateriza-se por dispensar medicamentos por SC em grandes quantidades, de acordo com a necessidade pensada para um período de tempo, ou seja, há a existência de um stock previamente elaborado em conjunto com o SC em questão e os SF e que tem por base as caraterísticas atuais dos doentes. Este diálogo estabelece as quantidades a fornecer e a periodicidade em que as mesmas são satisfeitas.

No CHSJ, EPE, a DC está implementada em SC como Blocos Operatórios, Consultas Externas, Urgências, Hospitais de Dia, entre outros. A sua utilização justifica-se em SC onde a diversidade e a quantidade de medicamentos são mínimas, ou então o tempo de permanência dos doentes não justifica a dispensa de medicação por outro sistema de distribuição (12).

Após a prescrição médica, a equipa de enfermagem recorre de imediato ao stock fixo para administrar a medicação ao utente. Posteriormente, envia um pedido de reposição da medicação aos SF, onde o Farmacêutico responsável valida informaticamente a requisição e o TF inicia a dispensa da medicação. É emitido em duplicado uma guia de “Satisfação de Pedido” (Anexo V) em que o duplicado fica nos SF e o original é anexado à medicação. Esta requisição indica o SC requisitante, a quantidade pretendida e a quantidade servida de cada produto, que é aquela que se vai dispensar.

A reposição é feita de forma semanal, havendo dias específicos em que os SF preparam a medicação para cada SC.

Há contentores de variados tamanhos onde são acondicionados os produtos que constam no pedido, os quais são posteriormente selados e colocados numa estante para que o AO, no horário definido, recolha a medicação e faça o transporte até ao SC requisitante onde o enfermeiro responsável pela reposição do stock a confere e armazena.

Cada contentor é devidamente identificado com uma sinalética de cor verde autocolante denominada “ESPECIALIDADES”, onde é adicionado o SC correspondente.

35 Caso aquele pedido contenha algum medicamento termolábil, será acondicionado num saco térmico juntamente com um acumulador de frio e colocado no frigorífico até à altura do transporte. No contentor deve ser colocada uma etiqueta de cor laranja “CONSERVAR NO FRIGORIFICO 2 A 8ºC”. Na altura em que o contentor é recolhido, o transportador verifica a etiqueta e vai buscar o respetivo saco térmico que contém uma etiqueta igual.

Este Sistema é vantajoso na medida em que permite a administração quase imediata da medicação aos doentes desde que esta exista no stock da enfermaria e reduz as necessidades de recursos humanos e materiais nos SF. No entanto, não é o sistema de distribuição ideal, uma vez que está centrado na equipa de enfermagem e os SF se tornam “meros repassadores de medicação”, sem que tenham conhecimento da finalidade para que serão utilizados nem a que doentes se destinam, o que leva a um aumento da ocorrência de erros. Da mesma forma, obriga os enfermeiros a dedicar demasiado tempo a atividades relacionadas com o medicamento em vez de se concentrar nos cuidados de saúde aos doentes. Uma outra desvantagem é que uma má gestão deste stock leva a uma excessiva e indevida acumulação de medicamentos, o que leva a um aumento dos custos e dificulta ainda o controlo dos prazos de validade (12).

No CHSJ, EPE, a DC localiza-se no armazém principal onde são armazenados a maioria dos medicamentos e outros produtos. No mesmo local, localiza-se o balcão de atendimento, que é onde qualquer pessoa pode comunicar com os SF. Este é muito utilizado por fornecedores e auxiliares de ação médica, mas também para levantar medicação urgente, por exemplo.

3.5.1.2 Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (DIDDU)

Este é um importante sistema de distribuição no CHSJ, EPE, pois além de garantir a segurança, a eficiência e a diminuição dos erros associados à distribuição, permite ainda o acompanhamento farmacoterapêutico do doente por parte dos SF, havendo um maior controlo da prescrição e diminuindo os riscos de interações e reduzir os desperdícios, além de permitir aos enfermeiros dedicarem mais tempo ao cuidado dos doentes. Relativamente às desvantagens, exige uma maior necessidade de recursos humanos e diminui a disponibilidade de medicação nas enfermarias.

No CHSJ, a dispensa de medicamentos pode ser feita em dose unitária e em dose individualizada.

36 A DIDDU tem-se mostrado adequada para um correto seguimento da terapêutica farmacológica do doente, uma vez que compete aos SF interpretar e validar a prescrição médica.

No entanto, apresenta algumas dificuldades, como no caso de medicamentos em embalagens multidose ou sem uma identificação individualizada, o que leva à necessidade de uma prévia reembalagem.

A sala da DIDDU é um espaço amplo que contém o stock necessário à dispensa, armazenado em gavetas de diferentes dimensões por ordem alfabética de DCI, de acordo com a rotatividade e o volume. Num armário separado estão armazenadas as benzodiazepinas e antirretrovirais. Há também um armário com as várias dietas entéricas e um pequeno stock de outros medicamentos mais utilizados.

No esquema 4, está representado o Circuito da DIDDU:

Os SC são preparados diariamente numa ordem pré-definida, de acordo com a hora de saída do SC. O TF deve registar todos os dados inerentes à dispensa que efetuou.

Cada SC possui uma mala constituída por várias gavetas e a cada doente corresponde uma gaveta. As malas com a medicação são enviadas diariamente para os respetivos SC através dos AO, fazendo a troca com as malas vazias que regressam aos SF. Estas malas têm como objetivo suprir as necessidades dos doentes para um período de 24h, com exceção do Sábado em que são preparadas para 48h.

Relativamente ao circuito, primeiramente é gerado o Mapa de Distribuição de Medicamentos (Anexo VI) onde aparecem todos os doentes internados no SC e a terapêutica respetiva. De seguida, verifica-se se os doentes internados coincidem com os identificados nas gavetas. Caso existam alterações, as gavetas são identificadas com os doentes corretos, através de uma etiqueta que contém o nome do doente, o número da cama e o SC respetivo.

O médico avalia o doente e efetua a prescrição O farmacêutico interpreta e valida a prescrição O TF interpreta e dispensa a medicação O AO faz o transporte e a troca das malas no SC O enfermeiro prepara e administra a medicação

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