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Após apresentar a fundamentação teórica referente à Manufatura Aditiva, esta seção vai apresentar como a mesma se comporta nos Sistemas Produtivos. De acordo com Skinner (1974), o Sistema de Produção das empresas pode ser

entendido como uma arma competitiva.Dessa forma, é preciso entender como a

Manufatura Aditiva pode apoiar esta competitividade. A manufatura é a atividade

organizada voltada para a transformação das matérias primas em bens de consumo(WU, 1992). Sistemas de produção utilizam diversos processos de adição de valor para converter matérias primas em produtos finais ou partes(WU, 1992).

Moreira (2009)define sistema de produção como um conjunto de atividades e

operações inter-relacionadas envolvidas na produção de bens ou serviços. Sistema

de manufatura também pode ser definido como a combinação de equipamentos e trabalhadores por meio de materiais e fluxo de informação (CHRYSSOLOURIS, 1992).

O Sistema de Produção é responsável pela efetivação das ações no sentido de operacionalização das funções de planejamento e controle do fluxo global de produção(ANTUNES et al., 2008). Ainda, de acordo com Black (1998), tem a função de apoiar os Sistemas de Manufatura. A Figura 18 representa a relação entre o Sistema de Produção e o Sistema de Manufatura.

Figura 18: Relação do Sistema de Produção e Sistema de Manufatura

Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Black (1998)

Um Sistema de Manufatura, de maneira geral, é aquele que recebe um conjunto de entradas (materiais, informação e energia, por exemplo) e processa estes elementos fisicamente, agregando valor pela utilização de um conjunto de

elementos (máquinas e pessoas), resultando como saída os produtos

acabados(ANTUNES et al., 2008; WU, 1992). Estes produtos acabados podem ser

direcionados aos consumidores finais ou na forma de produtos semiacabados, que serão transformados em produtos finais posteriormente (BLACK, 1998).

Isto posto, um sistema produtivo organiza recursos tecnológicos, humanos, econômicos, financeiros, físicos, instalações, procedimentos e processos com o objetivo de transformar o material recebido dos fornecedores em produtos adequados às necessidades dos clientes (VOLLMAN et al., 2006). Desse modo, o planejamento do sistema de manufatura é dividido em três níveis. São eles: curto, médio e longo prazo (TUBINO, 2007).

Em paralelo, é importante destacar a relação da gestão de processos com a engenharia de produção com intuito de melhorar e coordenar os fatores existentes nos sistemas produtivos (PAIM et al., 2008). Antunes et al. (2008) listam os seguintes aspectos que devem ser considerados para o bom andamento do sistemas produtivo, a saber: i) controle dos estoques, refere-se à definição das quantidades ideais de venda, compra e material em processo; ii) gestão de acidentes, com objetivo de reduzir a zero; iii) gestão ambiental, com objetivo de reduzir os resíduos industriais; iv) gestão da produção, no que refere-se a responder as perguntas “onde”, “quando”, “quanto”, “o quê” e “como” produzir; por consequência, v) sincronizar fluxo produtivo; vi) gestão da qualidade, reduzindo (tendência a zero) defeitos durante o fluxo produtivo; vii) manutenção, objetivando a confiabilidade das máquinas; e, por fim, viii) melhoria contínua em todos os aspectos listados anteriormente.

Para finalizar, são apresentadas as proposições referentes à Manufatura Aditiva nos sistemas produtivos. Estas proposições apresentadas no Quadro 10 serão avaliadas na discussão dos resultados desta pesquisa.

Quadro 10: Proposições Referentes aos Impactos da Manufatura Aditiva nos Sistemas Produtivos

# PROPOSIÇÃO AUTORES

PSP1 A Manufatura Aditiva não é robusta suficiente para ser utilizada em sistemas de fabricação em massa.

MISHRA (2013); PETRICK; SIMPSON (2013); D’AVENI (2015)

PSP2

A Manufatura Aditiva tem o potencial para tornar o processo de customização possível para ser utilizado em sistemas produtivos.

SALLES; GYI (2013); BERMAN (2012); D’AVENI (2015); FORD (2014); SASSON; JOHNSON (2016)

# PROPOSIÇÃO AUTORES

PSP3

A Manufatura Aditiva irá substituir a dinâmica competitiva das economias de produção em escala para um modelo de produção unitária,

customizado, sendo indicado para pequenos volumes de produção.

PETRICK; SIMPSON (2013); SALLES; GYI (2013); WRAY (2014); BERMAN (2012); D’AVENI (2015); FORD (2014); SASSON; JOHNSON (2016)

PSP4

Com a utilização da Manufatura Aditiva, todas as etapas ao longo da cadeia de abastecimento, manufatura e varejo terão que repensar suas estratégias de operações.

D’AVENI (2015)

PSP5

As empresas que empregarem as tecnologias de Manufatura Aditiva podem alcançar aumento da eficiência da cadeia de abastecimento e a redução do tempo de mercado.

FORD (2014); SASSON; JOHNSON (2016);

RAYNA;STRIUKOVA (2016); ZHU (2015); LONG et al. (2017)

PSP6

O uso da Manufatura Aditiva reduz a necessidade de manter estoques/inventário, uma vez que o produto pode ser fabricado próximo ao local em que será utilizado, reduzindo necessidade de espaço físico.

STRATFOR GEOPOLITICAL DIARY (2013); SALLES; GYI (2013); KIETZMANN; PITT; BERTHON (2015); SASSON; JOHNSON (2016); RAYNA; STRIUKOVA (2016); LONG et al. (2017)

PSP7

Devido a sua versatilidade, a Manufatura Aditiva permite/facilita o sistema de produção just in time e pode se tornar o novo Kanban.

FRAZIER (2014); KIETZMANN; PITT; BERTHON (2015)

PSP8

A Manufatura Aditiva tem a capacidade para fabricar peças sem a necessidade de ferramental, pois é considerado um método sem contato.

SALLES; GYI (2013); SHULMAN; SPRADLING; HOAG (2012); FORD (2014); GARDAN (2015); LONG et al. (2017)

PSP9 A Manufatura Aditiva evita a falta de flexibilidade na

fabricação. D’AVENI (2015); LONG et al. (2017)

PSP10

Produtos complexos montados a partir de inúmeras peças podem, por meio da Manufatura Aditiva, ser impressos a partir de um modelo de computador único, facilitando a integração entre as etapas de produção.

STRATFOR GEOPOLITICAL DIARY (2013); HORN; HARRYSSON (2012); WELLER; KLEER; PILLER (2015); GRESS; KALAFSKY (2015)

PSP11

A Manufatura Aditiva facilita o layout em células de manufatura, caracterizando-se como elemento chave para sistemas de produção mais ambiciosos.

GARDINER (2015); HORN; HARRYSSON (2012); WELLER; KLEER; PILLER (2015); GRESS; KALAFSKY (2015)

PSP12

A Manufatura Aditiva propicia conectividade, o que torna muitos dos processos de produção

redundantes.

LONG et al. (2017)

PSP13

A Manufatura Aditiva não irá substituir a manufatura tradicional. Elas devem ser combinadas para manter as vantagens da nova tecnologia promovendo a manufatura híbrida.

LONG et al. (2017); PEARSONS (2015); GARDINER (2015)

PSP14

A Manufatura Aditiva irá reduzir a necessidade de mão de obra nas fábricas, pois necessita menos "trabalho" de produção.

PICKETT (2015); SHULMAN; SPRADLING; HOAG (2012); LONG et al. (2017)

PSP15

A Manufatura Aditiva facilita a terceirização, bem como o compartilhamento de projetos entre os designers e usuários.

BERMAN (2012)

PSP16 A Manufatura Aditiva proporciona menos desperdício de material e consumo de energia.

SHULMAN; SPRADLING; HOAG (2012); PICKETT (2015); BOURHIS et al. (2013); FORD (2014); LONG et al. (2017); GEBLER; SCHOOT UITERKAMP; VISSER (2014)

# PROPOSIÇÃO AUTORES

PSP17

A Manufatura Aditiva consome menos matéria- prima para a fabricação dos produtos ou peças: ela utiliza apenas o que é estruturalmente necessário.

STRATFOR GEOPOLITICAL DIARY (2013); BOURHIS et al. (2013)

PSP18 Ainda é um limitante o número reduzido de

materiais, cores e acabamentos de superfície. BERMAN (2012)

PSP19

A disponibilidade de materiais para Manufatura Aditiva tem aumentado constantemente nos últimos anos.

LONG et al. (2017)

Fonte: Elaborado pelo autor

Definidas as proposições, a seção a seguir apresentará os conceitos da pesquisa relacionados aos critérios competitivos. Ao final da seção, as proposições referentes às repercussões da Manufatura Aditiva nos critérios competitivos serão apresentadas.

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