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6 O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO PARÁ E O SANEAMENTO

7.1 Resultados da pesquisa

7.1.1 Situação da implantação do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB)

A Lei Federal nº 11.445/2007 juntamente com o Decreto nº 7.217/2010 estabeleceram as diretrizes para elaboração do Plano de Saneamento Básico pelos municípios brasileiros, sendo este o principal instrumento de orientação e planejamento da política de saneamento local.

A existência de Plano de Saneamento Básico é condição necessária para que os Municípios tenham acesso a recursos orçamentários da União ou a recurso de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da Administração Pública federal, destinados a serviços de saneamento básico. O prazo máximo para o implemento dessa condição se esgota em 31 de dezembro de 2017. Vale destacar que a existência de plano de saneamento é condição de validade dos contratos firmados partir da vigência da Lei.

Em relação ao item 1 do questionário, foi verificadoque das 25 respostas apresentadas, apenas 11 chefes do Poder Executivo declararam possuir Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), o que representa 44% dos municípios respondentes, conforme verifica-se no Gráfico 9.

Gráfico 9 - Municípios que declararam possuir Plano Municipal de Saneamento Básico.

Fonte: Elaboração própria (2016).

Apesar da baixa aderência na resposta dos questionários, verificou-se que dos 25 municípios respondentes, poucos declararam possuir o Plano Municipal de Saneamento Básico. Esse cenário apresenta-se bastante preocupante, já que os municípios que não implantarem tal instrumento até o final de 2017 poderão sofrer graves restrições financeiras quanto ao recebimento de recursos de federais para o setor de saneamento.

No item 2 do questionário, foi solicitado que os mesmos informassem quais serviços foram contemplados no PMSB. Cabe informar que as opções de repostas foram: (a) abastecimento público de água potável; (b) coleta, transporte, tratamento e disposição final dos esgotos sanitários; (c) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas; e (d) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Para esse item do questionário havia a possibilidade de se optar por mais de uma alternativa, pois, conforme dispõe o artigo 19 da Lei nº 11.445/2007 poderão ser elaborados planos específicos para cada serviço público de saneamento básico. Sob esse aspecto, dos 11 municípios que afirmaram possuir PMSB as respostas obtidas estão representadas no Gráfico 10.

Gráfico 10 - Serviços contemplados no Plano Municipal de Saneamento Básico (individual).

Fonte: Elaboração própria (2016).

Com base nas informações apresentadas é possível constatar que todos os 11 municípios que declaram possuir PMSB contemplaram os serviços de abastecimento de água neste instrumento de planejamento. De outra forma verificou-se que esses Planos de Saneamento contemplaram pelo menos dois serviços de saneamento, ressaltando-se, ainda, que 8 municípios contem em seu plano os quatro serviços de saneamento (Gráfico 11).

Gráfico 11 - Serviços contemplados no Plano Municipal de Saneamento Básico (agregado).

(A) abastecimento público de água potável; (B) coleta, transporte, tratamento e disposição final dos esgotos sanitários; (C) drenagem e manejo das águas pluviais; e (D) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

No item 3 do questionário foi solicitada a informação sobre quais atores atuaram na elaboração do PMSB. As opções de respostas foram baseadas no artigo 25, § 3º, do Decreto Federal nº 7.217/2010 e consistiram em: (a) equipe técnica própria; (b) equipe técnica contratada (prestador de serviços); (c) outros entes da Federação; (d) instituições universitárias ou de pesquisa científica; e (e) comunidade, movimentos e entidades da sociedade civil. Esse item do questionário também aceitava mais de uma opção para resposta. Os dados obtidos estão representados nos Gráficos 12 e 13.

Gráfico 12 - Atores que participaram na elaboração do Plano Municipal de

Saneamento Básico (individual).

Fonte: Elaboração própria (2016).

Com base nos dados obtidos, verificou-se que na elaboração do Plano Municipal de Saneamento utilizou-se na maioria das vezes equipe técnica contratada, sendo que dos 11 municípios declarantes 8 utilizaram essa forma de auxílio técnico. Vale enfatizar que na maioria dos casos utilizou-se a participação de mais de uma forma de auxilio técnico na elaboração desse instrumento de planejamento, conforme verifica-se no Gráfico 13.

Gráfico 13 - Atores que participaram na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico

(agregado).

Agentes que atuaram ou participaram da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico nos Municípios respondentes, sendo: (A) equipe técnica própria; (B) equipe técnica contratada; (C) outros entes da Federação; (D) instituições universitárias ou de pesquisa científica; (E) comunidade, movimentos e entidades da sociedade civil.

Fonte: Elaboração própria (2016).

Dos Municípios que informaram possuir o plano, questionou-se também qual foi o instrumento de aprovação do mesmo, conforme item 4 do questionário. Dentre as alternativas estavam: (a) lei; (b) decreto legislativo; (c) decreto executivo, além de (d) outro instrumento de aprovação. Ao se analisar as respostas dos 11 municípios que declaram possuir PMSB, constatou-se que esses instrumentos foram preponderantemente aprovados por meio de Lei (73%) e por Decreto do Executivo (27%), conforme verifica-se no Gráfico 14.

Gráfico 14 - Instrumento legal de aprovação do Plano Municipal de Saneamento Básico.

Fonte: Elaboração própria (2016).

A partir do item 5 do questionário, analisou-se também a informação referente a data de aprovação do Plano de Saneamento desde a vigência do marco legal do saneamento brasil até o período de realização da pesquisa. Com base nessas

informações constatou-se que, dentre os municípios que declararam possuir o PMSB, a maioria dos gestores aprovou esse instrumento nos anos de 2014 e 2016 (Gráfico 15).

Gráfico 15 - Total de Plano Municipal de Saneamento Básico aprovados por ano.

Fonte: Elaboração própria (2016).

O item 6 do questionário, havia como questionamento analisar se PMSB já foi revisto e atualizado. Dos 11 municípios que declaram possuir o Plano de Saneamento, constatou que nenhum havia feito a revisão ou atualização do respectivo instrumento, conforme Gráfico 16.

Gráfico 16 - Municípios que revisaram ou atualizaram o PMSB.

Fonte: Elaboração própria (2016).

Quanto a forma de participação da comunidade na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, o item 7 questionou se foi realizada por meio de consulta ou audiência pública, o qual foi verificado que dos 11 municípios que declararam possuir o PMSB, apenas um não foi elaborado com a participação popular (Gráfico 17).

Gráfico 17 - Forma de participação da comunidade na elaboração do PMSB.

Forma de participação da comunidade na elaboração do PMSB: (A) Consulta Pública; (B) Audiência Pública.

Fonte: Elaboração própria (2016).

E por último, a partir do item 8 do questionário, foi verificado a situação das municipalidades no que diz respeito a transparência do PMSB, o qual foi questionado se tal instrumento de planejamento estava disponível na internet. Ao se analisar a resposta dos gestores que declaram possui o Plano, constatou-se que apenas dois dos 11 entes municipais declararam disponibilizar tal instrumento na rede mundial de computadores (Gráfico 18).

Gráfico 18 - Plano Municipal de Saneamento Básico disponível na internet.

Fonte: Elaboração própria (2016).

Portanto, apesar da pouca aderência das municipalidades na resposta dos questionários, entende-se, num primeiro momento, que as informações geradas representam um ponto e partida para se atingir um diagnóstico detalhado da situação do saneamento básico nos municípios paraenses.