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SITUAÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

No documento Seca em Portugal Continental (páginas 17-20)

4.1. Abastecimento público urbano

De acordo com os dados recolhidos, a situação de seca meteorológica que se vem verificando no território de Portugal Continental tem vindo a originar, em diversos municípios, um aumento progressivo dos consumos domésticos de água. Paralelamente, os episódios de frio intenso ocorrido nos últimos dois meses e meio suscitaram problemas pontuais de abastecimento, motivados pelo congelamento de água nas redes domésticas, com roturas em tubagens ou contadores.

Sobre problemas no abastecimento público de água directamente causados pela situação de seca, constata-se que não existe, por ora, uma afectação generalizada do território. No entanto, em diversos municípios do interior estão identificadas carências no abastecimento a aglomerados de pequenas dimensões, nomeadamente nos distritos de Beja, Faro e Guarda.

Neste contexto, diversos municípios têm procurado diversificar as origens de água com recurso a novas captações subterrâneas ou à recuperação de origens abandonadas. Existe também um esforço de várias entidades gestoras de sistemas de abastecimento no sentido de lançar campanhas de sensibilização para a poupança e uso eficiente de água, as quais têm geralmente como suporte órgãos de comunicação social locais e folhetos de sensibilização anexos à facturação mensal.

É também de referir que diversos meios de corpos de bombeiros têm sido solicitados de forma pontual para enchimento de reservatórios municipais e de forma mais sistemática para operações de abastecimento de água às populações. Neste último caso convirá, todavia, notar que nem sempre este abastecimento alternativo está associado à situação de seca, podendo o mesmo ter ocorrido devido a factores externos, como interrupções causadas pelo congelamento de água em tubagens.

O Quadro 2 sintetiza a informação actualmente disponível.

Quadro 2 – Problemas identificados no abastecimento público às populações

Identificação de locais com problemas de abastecimento Distrito

Concelho Localidades Pop. Afectada % Pop. Afectada Causas

Medidas de Mitigação e Sensibilização Aveiro Sever do Vouga Pessegueiro do

Vouga

750 Cerca de 5,9% do

concelho Mértola Ledo, Bicado, Corte

da Velha, Álamos e

Braga Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água

Bragança Vinhais 3 povoações 120 Cerca de 1,2 % do

concelho

Vinhais

Coimbra Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água

Identificação de locais com problemas de abastecimento Distrito

Concelho Localidades Pop. Afectada % Pop. Afectada Causas

Medidas de Mitigação e

Évora Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água

Faro Alcoutim Alçaria Cova,

Al-coutim, Barrada, Celorico da Beira Carrapichana, Vale

de Azares

Leiria Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água Lisboa Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água Portalegre Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água Porto Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água Santarém Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água Setúbal Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água V. do Castelo Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água Vila Real Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água

Viseu Moimenta da Beira Mileu 120 Cerca de 1,2 % do

concelho

4.2 Situação geral na agricultura e nos sistemas públicos de regadio

As principais culturas afectadas são os cereais praganosos (trigo, triticale e cevada), bem como os prados, as pastagens e as culturas forrageiras, que têm influência na alimentação das diferentes espécies pecuárias.

As condições de abeberamento do gado em pleno campo estão igualmente ficar comprometidas por falta de água.

Devido à situação das reservas hídricas disponíveis nas albufeiras que beneficiam os principais aproveitamentos hidroagrícolas, adoptaram-se medidas atendendo aos consumos previstos para o ano de 2005, com base nos consumos ocorridos em 2004 e os expectáveis no presente ano, dependentes das reservas existentes e das prioridades tidas em conta na sua distribuição. Da análise efectuada conclui-se que:

– Nos aproveitamentos hidroagrícolas do Macedo de Cavaleiros, Divôr, Idanha, Magos, Vale do Sorraia, Alvôr, Caia, Alto Sado, Corte Brique, Mira, Monte Gato e Miguéis e Sotavento

Algarvio, as utilizações de água serão as normais, embora sendo efectuadas recomendações visando a poupança de água.

– Nos aproveitamentos hidroagrícolas de Cova da Beira, Campilhas, Fonte Serne, Lucefecit, Vale do Sado e Vigia, as utilizações de água só poderão realizar-se com a adopção de restrições específicas para cada um deles.

– Nos aproveitamentos hidroagrícolas de Odivelas e Infra-estrutura 12, as campanhas de rega, com recomendações visando a poupança de água e transferência de água, poderão ser normais.

– Nos aproveitamentos hidroagrícolas de Silves, Lagoa e Portimão e Roxo, as campanhas de rega estão comprometidas, nomeadamente no Roxo que está impossibilitada.

As adopções de medidas de poupança de água, nomeadamente com a redução de consumos na rega das culturas e o cultivo de culturas menos consumidoras ou de ciclos curtos, são recomendadas.

No quadro inserido em anexo, seguintes apresenta-se a situação actual detalhada de cada um dos perímetros hidroagrícolas públicos.

As restrições que estão a ser adoptadas nas áreas de rega com origens em albufeiras situadas a sul do rio Tejo foram objecto de avaliação e decisão pela Comissão de Gestão de Albufeiras, nas sua reunião plenária em 31 de janeiro de 2005 e, em Sub-Comissão, em 14 de Fevereiro de 2005.

5 – Avaliação Geral e Conclusões sobre a situação verificada na primeira

No documento Seca em Portugal Continental (páginas 17-20)

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