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11. A PLICAÇÃO DOS I NQUÉRITOS

11.5. Situação emocional do Idoso

A análise de algumas questões que são indiciadoras sobre o posicionamento do idoso ao nível emocional podem ser importantes indicadores da satisfação ao nível da prestação de cuidados.

A maioria dos idosos (58%), não se sentem sozinhos, os que menos se sentem sós são os que estão integrados em Lar, 77%. Dos que beneficiam de Apoio Domiciliário, 60% sentem-se sós. A rejeição à integração em Centro de Dia, aliado à pouca frequência de visitas ou existindo visitas, serem extremamente rápidas, e ao facto de grande parte dos idosos evidenciarem medo em permanecer sozinhos nas suas habitações, condicionam as repostas dos idosos. A integração em Lar pode colmatar este tipo de sentimento.

A continuidade da análise dos dados revela que 73,65% dos idosos se sentem amados e queridos pelos outros, evidenciando elevada consciência ao nível da auto-estima. Esta percentagem distribui-se de igual forma no Apoio Domiciliário e Lar Lucrativo. Os idosos integrados em Lar encaram com maior naturalidade (77%) a morte relativizando-a, 23% referem que não têm medo. No Apoio Domiciliário 20% dos idosos referem que vão morrer amanhã. Durante esta questão, um número elevado de

idosos verbalizaram que por eles já deviam ter morrido, “porque Deus não se lembra deles”. Este dado pode evidenciar algum grau depressivo.

A análise dos dados relativa ao que mais gostariam, 31% dos idosos revela que gostariam de receber mais carinhos, 15% estão satisfeitos com o que recebem dos outros. Analisando por tipologia, verifica-se que no Apoio Domiciliário, 30% gostariam de passear, 10% não querem mais nada, sentem-se satisfeitos. Nos idosos institucionalizados, 55% gostariam de receber mais carinho e 22% sentem-se satisfeitos com o que recebem. A relação institucional dos Lares Lucrativos com os trabalhadores, mudando frequentemente de auxiliares, pode afectar os laços criados com os idosos, este facto pode ser agravado com o rácio idosos por prestadora. Numa grande parte das situações a auxiliar de Lar não consegue dar o carinho exigido por cada idoso, uma vez que deve repartir a sua atenção por diferentes tarefas e por diferentes clientes institucionalizados.

Poderão ser corroboradas as hipóteses levantadas? A relembrar:

1 - Os idosos do concelho da Maia a usufruírem de apoio económico para a contratação de Prestadora de Apoio Domiciliário, pela Equipa de Acção Social Local (Segurança Social), apresentam maiores índices de satisfação no apoio prestado por terceiros (emocional e físico) do que os idosos, apoiados economicamente pela mesma equipa, institucionalizados em Lar Lucrativo.

2 – A institucionalização de idosos em Lar poderá contribuir para a anemia dos laços familiares e de solidariedade.

3 - Efectuando um estudo de custo benefício, será preferível à Equipa de Acção Social da Maia privilegiar a resposta de Apoio Domiciliário em detrimento do apoio para institucionalização em Lar Lucrativo.

A resposta à primeira hipótese, analisando a parte física e alguns aspectos emocionais da questão tem por base a análise dos níveis de satisfação ao nível do apoio que os idosos usufruem. No apoio domiciliário 70% das respostas dos idosos coloca a satisfação num nível elevado (40% ”bastante satisfeito” e 30% “muito satisfeito”). Nos idosos institucionalizados a resposta ronda os 66% (34,3% “muito satisfeitos” e

33,3% “bastante satisfeitos”). Podemos concluir, numa primeira análise, que os idosos a usufruírem de Apoio Domiciliário se sentem mais satisfeitos, apesar da diferença mínima. Corroboramos numa primeira fase a hipótese levantada.

Prosseguindo a análise dos níveis de satisfação, percebe-se que as auxiliares de Lar estão mais atentas (100% contra 90% no Apoio Domiciliário) e disponíveis (100% contra 70% no Apoio Domiciliário) para o apoio aos idosos. Neste segundo item de avaliação podemos concluir que não se corrobora a hipótese.

Continuando a análise dos dados obtidos, 100% dos idosos rejeita troca de Prestadora de Apoio Domiciliário. 80% dos idosos demonstra pouca abertura para serem colocados em Lar. Analisando os idosos integrados em Lar, 55,5 % gostariam de regressar ao domicílio. Quando questionados se gostariam de trocar de Lar Lucrativo somente 22,2% demonstraram esse desejo. A análise destes dados permite corroborar a hipótese levantada.

Ao nível das questões mais emocionais constata-se que 23% dos idosos integrados em Lar se sentem sós e 40% dos idosos a usufruírem de Apoio Domiciliário sentem-se sós. Esta análise permite não corroborar a hipótese em estudo.

Analisando os dados relativos ao sentimento de se sentirem amados, os idosos integrados em Lar ou em Apoio Domiciliário respondem de igual modo, verificando- se uma regularidade nas respostas. Assim sendo não é possível corroborar a hipótese. Relativamente à comparação dos dados quanto à forma como os idosos encaram a morte, é possível verificar que os idosos integrados em Lar relativizam o conceito de morte com maior facilidade. Este item refuta a hipótese em estudo.

Por último, a análise dos dados relativos a que tipo de necessidades os idosos sentem, 55% dos beneficiários integrados em Lar solicitam mais carinhos contra 31% dos beneficiários a usufruírem de Apoio Domiciliário. Esta última análise permite corroborar a hipótese.

A análise dos dados permite corroborar a hipótese ao nível físico, o mesmo não acontece quando analisamos os dados ao nível emocional, onde constatamos que os idosos integrados em Lar se sentem mais equilibrados, porem este ultimo item necessitaria de um estudo mais aprofundado.

Assim em função da análise dos dados que permitem inferir sobre os níveis de satisfação dos idosos, concluímos que os idosos a usufruírem de apoio económico

para contratação de Prestador de Apoio Domiciliário, apresentam maiores níveis de satisfação.

De forma a corroborar a segunda hipótese levantada (A institucionalização de idosos em Lar poderá contribuir para a anemia dos laços familiares e de solidariedade), torna-se necessário a análise de diversos itens recolhidos. Para a primeira parte da questão, relativamente aos laços familiares, é premente analisar quanto às visitas que os idosos recebem, frequência das visitas, nível de satisfação quanto à frequência das visitas, quem mais telefona para os idosos e nível de satisfação quanto ao número de telefonemas recebidos. Relativamente à segunda parte da questão, laços de solidariedade é necessário recorrer à analise dos dados recolhidos relativamente ao número de visitas dos vizinhos, frequência dessas visitas, satisfação com o número de visitas, frequência dos telefonemas dos vizinhos e satisfação com os telefonemas. Analisando o primeiro item percebe-se que entre as visitas que recebem, as visitas de familiares são as mais representativas, sendo muito idênticos os dados recolhidos entre as duas tipologias em análise. Este primeiro item não permite corroborar esta hipótese.

Ao nível da frequência das visitas, no Apoio Domiciliário, 30% das visitas dos familiares é diária, 20% nunca receberam visitas. Nos idosos institucionalizados em Lar Lucrativo, 35% das vistas ocorrem uma vez por semana, 22% refere não ter recebido vistas de familiares. Este item permite corroborar a hipótese colocada, uma vez que a frequência dos contactos de familiares é menor nos idosos colocados em Lar Lucrativo.

Ao nível da satisfação dos idosos com as vistas dos familiares, constata-se que 40% dos idosos a usufruírem de Apoio Domiciliário sentem-se “satisfeitos”, 20% “nada satisfeitos”. Dos idosos inquiridos a beneficiarem de Apoio Domiciliário, 50% mostrou um nível de satisfação de desagrado quanto à frequência das visitas. Nos idosos colocados em Lar, 45% evidencia “bastante satisfação” com a frequência das visitas dos familiares, 22% “nada satisfeitos”. Dos idosos inquiridos a frequenta Lar Lucrativo, 44% mostram desagrado quanto à frequência das visitas. Os dados obtidos não permitem, numa primeira análise corroborar a hipótese, contudo convém realçar que os idosos em Lar, durante a aplicação dos inquéritos, verbalizaram conformismo com a frequência de visitas dos familiares, justificando a baixa frequência das visitas,

por esse motivo o volume de respostas de “bastante satisfeito”. Efectuada a análise desta forma a hipótese poderá ser corroborada.

Os telefonemas são uma forma de manter os contactos com os familiares fortalecendo os laços. São os familiares que mais contactam os idosos quer estejam a receber Apoio Domiciliário (50% dos telefonemas) ou estejam integrados em Lar (66%). Dos idosos a usufruírem de Apoio Domiciliário, 30% mostra-se “bastante satisfeito” com a frequência dos telefonemas, 20% revela-se “nada satisfeito”. Dos idosos em Lar Lucrativo, 33% verbaliza estar “nada satisfeito” e 20% “muito satisfeito”. A observação dos dados permite corroborar a hipótese em estudo.

A fim de corroborar a segunda parte da questão, laços de solidariedade, é necessário analisar os dados recolhidos relativos aos vizinhos e amigos.

A visita de vizinhos a idosos a usufruir de Apoio Domiciliário é de 40%, nos idosos colocados em Lar é de 11%. De realçar a maior diversidade de visitas (vizinhos, amigos e família) por parte dos idosos que permanecem no seu domicilio. Podemos concluir que corroboramos a hipótese.

No que respeita à frequência das visitas dos vizinhos, constata-se que nos idosos a usufruir de Apoio Domiciliário, 40% dos vizinhos realizam visitas uma vez por semana e 20% dos idosos referiram não receberem visitas dos vizinhos. Somente 22% dos idosos em Lar receberam visitas diárias de vizinhos, 66% referem não terem recebido qualquer visita. Este último item é suficiente para corroborar a hipótese colocada.

No que respeita aos telefonemas existe uma forte representatividade de telefonemas de vizinhos para os idosos no Domicilio. O contrário verifica-se nos idosos colocados em Lar, onde a frequência dos telefonemas de vizinhos não tem qualquer expressão. Este item permite corroborar a segunda hipótese.

Analisados os diferentes itens, corrobora-se a hipótese de que de facto a colocação dos idosos em Lar, conduz a uma anemia nos laços familiares e de solidariedade.

Por último, analisando os dados recolhidos será possível corroborar a terceira hipótese “Efectuando um estudo de custo benefício, será preferível à Equipa de Acção Social

da Maia privilegiar a resposta de Apoio Domiciliário em detrimento do apoio para institucionalização em Lar Lucrativo” ?.

Os dados recolhidos ao nível dos gastos com as duas rubricas durante o ano de 2008, verifica-se um dispêndio mais elevado na rubrica de Lar Lucrativo apesar de contar com menos beneficiários apoiados, para 88 idosos apoiados foram gastos 382.851,50€, contra os 140.756,00€ dispendidos para 98 idosos a usufruir de Apoio Domiciliário. O rácio por pessoa calculado para o Lar Lucrativo é de 4350,58€. No Apoio Domiciliário o rácio é de 1436,28€. É visível a diferença entre montantes dispendidos em média por idoso, com claro benefício para o Apoio Domiciliário. Atendendo à corroboração das hipótese anteriores e em função dos resultados da análise dos dados por relação a esta última hipótese, é também esta hipótese corroborada.

Contudo, deverá ser realçado o facto de nem todas as situações atendidas poderem ser encaminhadas para Apoio Domiciliário, situações existem em que o estado de saúde do idoso é extremamente debilitado necessitando de acompanhamento permanente. Neste caso terá um acompanhamento mais eficaz num Lar que esteja devidamente equipado e com pessoal especializado para o receber.

Seria importante apostar na formação com vista à qualificação das Prestadoras de Apoio Domiciliário. Qualificando o seu trabalho poderiam responder de forma mais satisfatória às necessidades sentidas pelos idosos.

12 – Conclusão

Esta última fase, do trabalho de investigação, tem como objectivo a reflexão sobre todos os indicadores recolhidos durante as diferentes etapas do estudo em questão. Observados os vários indicadores, conclui-se que o aumento da esperança de vida da população mundial pressupõe a necessidade de existir um maior número de respostas ao nível da prestação de cuidados aos mais idosos. O aumento da esperança de vida acarreta igualmente um maior número de idosos “activos” que optam manter a sua actividade profissional, na mesma área ou numa outra diferente, após a situação de reformados. Assistimos a duas realidade distintas, por um lado idosos com maior nível de necessidades e mais dependentes de terceiros, e um grupo de idosos com maior nível de autonomia, contribuindo positivamente para o equilíbrio do orçamento dos diversos Estados. Constata-se na maioria dos países desenvolvidos, um aumento progressivo do número de idosos por relação ao número de jovens.

Na Europa, estima-se um ritmo de crescimento quatro vezes maior no número de idosos por relação ao número de jovens. Este facto é notório nos países europeus que apresentam maior índice de desenvolvimento.

Comparando os diferentes países que compõem a União Europeia, constatamos que países como a Grécia, Alemanha e Itália registam um aumento significativo no número de idosos. Prevê-se que em 2050 países como Espanha, Itália, Alemanha, Grécia e Portugal, serão, entre os países europeus, aqueles que registarão maior número de idosos. Entre os países europeus, Portugal, regista a maior queda ao nível dos nascimentos.

A queda nos nascimentos e o aumento progressivo da esperança de vida, tem contribuído para a inversão da pirâmide estaria. Em 2050 estima-se que 30% da população portuguesa seja idosa.

Em 2001 a população idosa portuguesa em situação de inactividade era de 81%, embora se tenha registado, entre 1992 e 2001, um aumento em 64.1% da população idosa activa. Assiste-se em Portugal à continuidade do decréscimo das famílias com idosos a cargo.

A Segurança Social regista um aumento progressivo nas despesas com Pensões, em nove anos o valor mais que duplicou. Nas despesas correntes da Segurança Social em 2004, as Pensões representavam 65.8%, a Acção Social 8.24%.

Analisando os valores das respostas sociais em 2005, 50.4% eram destinados aos idosos, 37.5% direccionados para a infância e juventude. Registou-se um crescimento nos equipamentos de Apoio Domiciliário institucional para a população dependente. Entre os diferentes distritos, o Porto é um dos que apresenta menor cobertura ao nível de equipamentos para os mais idosos.

Esta breve análise reflecte o aumento do número de idosos, assim como as despesas e necessidades que este facto acarreta. O aumento dos pensionistas poderá conduzir a um cenário social grave, a associação de diferentes situações problemáticas como a subida do número de inactivos, a grande maioria com baixos rendimentos (pensões reduzidas), aumento do numero de idosos em situação de isolamento físico e social, e insuficiência das respostas, conduzirá inevitavelmente a um novo contexto social que obrigatoriamente exigirá o redesenhar da intervenção junto dos mais idosos, sobretudo os mais carenciados.

Podemos comprovar que o envelhecimento se distribui de forma diferenciada nos diferentes concelhos. A Maia tem-se mantido acima da média dos valores registados no Distrito do Porto, no que respeita ao número de crianças entre os 0-14 anos e população entre os 15-64 anos. Regista, igualmente, um valor inferior no que concerne à população maior de 65 anos. Este facto evidencia uma pirâmide etária relativamente equilibrada. Contudo, constatamos que as respostas para a população mais idosa são parcas e insuficientes, nomeadamente Lares e Apoio Domiciliário institucional. A taxa de cobertura em 2004 em Lar era de 4.3% e em Apoio Domiciliário 6.7%. Estes dados são reveladores da insuficiência de respostas existentes no concelho para a população mais idosa.

Esta última constatação pode ser generalizada a Portugal onde o número de idosos tem crescido, demonstrando que a oferta dos serviços e equipamentos são incipientes para fazer face à procura. Atendendo às baixas reformas dos idosos, seria necessário aumentar o número de equipamentos sociais públicos para dar respostas a esta franja populacional, sobretudo àqueles que se encontram dependentes.

À medida que estudamos o grupo dos idosos percebemos que existe uma elevada heterogeneidade e diversidade, sobretudo no seu modus vivendi, práticas e expectativas sociais. Face a esta constatação os grandes desafios que se colocam à Politica Social, são efectivamente, a capacidade de idealizar e inventar novas respostas que consigam solucionar as novas exigências que este grupo exige, sobretudo protegendo os indivíduos que se encontram em maior fragilidade social. Perante os sinais graves de envelhecimento, urge mobilizar a sociedade civil, no sentido de inventar e reinventar respostas a fim de satisfazer as necessidades específicas dos mais idosos.

Apesar de a família ser a maior instituição mundial de prestação de cuidados a dependentes, no domicílio, o Estado demonstra reduzida atenção. É impensável o Estado tentar substituir-se à família. Contudo este detém um papel preponderante na criação e mediação de respostas sociais para os grupos populacionais mais vulneráveis, contribuindo para a coesão social.

O Estado deveria prestar maior atenção às pessoas que assumem os cuidados aos idosos, no sentido de serem devidamente reconhecidas, imprimindo desta forma uma maior qualidade nos serviços prestados.

Nesta continuidade torna-se urgente a intervenção do Estado no domínio dos cuidados aos idosos, com especial relevo para os familiares, que devido a problemas económicos, geográficos ou familiares, se debatem com uma elevada restrição de recursos que lhes permita conciliar o exercício de uma actividade profissional com os cuidados que um idoso dependente em casa necessita.

Promovendo os cuidados da família aos seus idosos, seria de todo o interesse criar legislação que equipare os trabalhadores que prestam cuidados a ascendentes, aos trabalhadores que prestam cuidados a familiares descendentes. A Lei 4/84 de 5 de Maio, confere a todos os trabalhadores o direito a faltar ao trabalho, até 30 dias por ano, para assistência a filhos doentes menores de 10 anos ou a filhos deficientes de qualquer idade. Para prestar apoio a cônjuge, filhos com mais de 10 anos ou familiares em linha ascendente a mesma Lei prevê somente um período de faltas de 15 dias por ano. Acresce ainda o facto de somente as faltas para assistência a filhos menores serem pagas pela Segurança Social no valor de 65% da remuneração. Ou seja, seria necessário equiparar o número máximo de dias por ano que o trabalhador tem direito a faltar ao trabalho, assim como o devido pagamento por parte da

Segurança Social, uma vez que as faltas para auxílio a ascendentes não são remuneradas.

Outra medida que poderia efectivamente ajudar os familiares seria, a possibilidade de optarem por regimes de trabalho como a jornada contínua ou regime de horário flexível de trabalho.

Ao mesmo tempo seria importante regulamentar a acção das prestadoras de apoio domiciliário, que exercem a sua actividade despojadas de qualquer tipo de direitos e deveres devidamente legislados.

Paralelamente, existiria a necessidade de aumentar os equipamentos que fornecessem uma cobertura efectiva para idosos dependentes, estimulando o sector público e privado não lucrativo, conforme as directrizes do PNAI, no âmbito das respostas de apoio domiciliário a tempo inteiro que funcionem ao fim de semana e no período de férias.

A criação de Residências Seniores públicas, poderia apresentar-se como uma resposta mais económica para o Estado, nos cuidados aos idosos dependentes sem retaguarda familiar e com baixos recursos económicos. A contratação de prestadoras e a criação de serviços comunitários (confecção de alimentação, lavagem de roupas e higiene habitacional) que dessem uma resposta cabal às necessidades dos idosos que permanecem nas suas residências, 24h por dia. Esta apresentar-se-ia como uma resposta inovadora e privilegiaria a qualidade de serviço prestado, contribuindo para um menor gasto ao nível da Acção Social.

As diferentes Redes Sociais concelhias, detêm um papel fulcral na orientação das políticas locais, podendo ser catalisadoras de sinergias positivas para o envolvimento de diferentes parceiros, na prossecução dos cuidados aos mais idosos.

Somente uma atitude consertada entre os diferentes agentes sociais, com responsabilidade na área dos idosos, permitirá encarar o futuro com maior optimismo. A atenção que os idosos merecem deverá ser ensinada, bem cedo, nas escolas, promovendo a intergeracionalidade. Aprender a valorizar e a respeitar os mais velhos, conduzirá para uma sociedade mais solidária. As crianças de hoje serão os idosos de amanhã. Incutindo saberes nos mais novos, torná-los-ão adultos, mais responsáveis e atentos, para com os que lhes estão mais próximos, auxiliando na procura de novas e

melhores práticas profissionais e pessoais, incrementando políticas de discriminação positiva para com os mais idosos.

“O caminho faz-se caminhando” e a verdade constrói-se com o erro. É importante reflectir seriamente sobre a questão do envelhecimento em Portugal, políticas sociais e formas de apoio, envolvendo toda a sociedade, uma vez que nós somos a sociedade

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