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Situação geográfica, contexto socioeconómico e cultural

CAPÍTULO 3 Apresentação, caracterização, análise e discussão dos resultados

1- Situação geográfica, contexto socioeconómico e cultural

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de investigação a realizar e construídos os instrumentos metodológicos da investigação, avançamos para a etapa seguinte que procurará analisar detalhadamente a informação recolhida e os dados nela contida.

    

CAPÍTULO 3 - Apresentação, caracterização, análise e discussão dos resultados

1- Situação geográfica, contexto socioeconómico e cultural

A Área Metropolitana do Porto (PT11A), tem a sua sede localizada na cidade do Porto, na Região Norte de Portugal. Esta Área está delimitada a norte pelo Cávado e Ave; a este por Tâmega e Sousa e pelas regiões de Viseu Dão-Lafões; a sul pela região de Aveiro e a ocidente pelo Oceano Atlântico. Esta envolvência territorial/área abrangida coincide com a NUT III. (figura 2)

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Figura 2 : Mapa NUTS III

O âmbito territorial da Área Metropolitana do Porto é definida pela Lei nº2 75/2013, de 12 de setembro, que inclui 17 municípios na Área Metropolitana do Porto (AMP). A AMP é composta pelos seguintes 17 municípios: Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. Ocupa uma área geográfica de 2041.31 Km2, apresenta uma população de 1.759.524 habitantes repartidas por 173 freguesias, com uma densidade populacional 861 hab/Km2.

Entre 2001 e 2011, a Área Metropolitana do Porto passou de nove para 17 municípios. Em 2005, aderiam Arouca, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Trofa e Santo Tirso e, em 2009, os municípios de Oliveira de Azeméis e de Vale de Cambra. Mais recentemente, em 2013, o município de Paredes passou também a integrar a AMP. (figura 3)

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A Área Metropolitana do Porto, apresenta um multiplicidade de organizacional a nível territorial e geográfico, que se traduz numa disposição urbana diversificada de grande intensidade. Aqui se encontra a maior variedade de oferta e resposta às diferentes procuras quer ao nível profissional, técnico e tecnológico, cultural, etc..., mais relevantes da região Norte. O núcleo desta aglomeração metropolitana é marcado pela oposição entre o efeito centralizador (cidade do Porto com as principais funções terciárias, como o ensino superior, a saúde, os serviços às empresas, os equipamentos culturais, o turismo e hotelaria, etc.) e as situações de periferização/suburbanização residencial especialmente nas cidades contiguas à cidade do Porto, casos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Valongo, Maia e Matosinhos.

A Área Metropolitana do Porto, tal como Portugal no seu conjunto, encontra-se num contexto socioeconómico particularmente difícil, caracterizado pela redução generalizada

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da atividade económica, do emprego e do bem-estar social. Esta situação é explicada, essencialmente, pelos efeitos recessivos do programa de ajustamento financeiro em curso.

O Norte caracteriza-se por ter uma forte vocação exportadora e, neste contexto, a melhoria das cadeias logísticas globais asseguram a conexão internacional, ajudando desta forma a desenvolver a competitividade territorial melhorando a mobilidade de pessoas e bens. Este incremento permite garantir a fiabilidade dos processos logísticos, as comunicações e serviços e o abastecimento energético. A consolidação das principais plataformas de transporte/logísticas são essenciais à inserção internacional da Região do Norte e do seu arco metropolitano (porto de Leixões, aeroporto Francisco Sá Carneiro, corredores rodoferroviários Porto–Vigo e Porto–Valladolid).

Numa breve reflexão acerca da educação na AMP, verifica-se que é um dos itens essenciais a considerar, pois ao abrigo da legislação vigente estão-lhe atribuídas competências e um papel fundamental no desenvolvimento/promoção da educação local, partindo dos diagnósticos e propostas dos instrumentos de planeamento consubstanciados nas Cartas Educativas e respetivos Projetos Educativos Municipais. Na última década, Portugal cresceu na melhoria dos resultados em educação, com preponderância nos mais jovens, poisos indicadores de progresso na Região Norte assim o demonstram. As médias de progresso na Região Norte, e por conseguinte na AMP contribuem para a melhoria dos resultados no país. Nos resultados obtidos, apenas se encontra a divergir a NUTS III Tâmega, que continua a apresentar resultados mais problemáticos, em especial nos níveis de formação mais elevados, segundo os dados do INE.

Desta forma foram encurtadas as assimetrias que decorrem do défice de qualificação, pelo que, as pessoas detêm hoje mais conhecimentos para responder aos desafios colocados à Região Norte, e por conseguinte perspetivar/assegurar um melhor futuro. Embora os indicadores sejam positivos, tal situação não permite acomodação, uma vez que a Região está ainda aquém dos valores de escolarização pretendidos nos grupos etários mais jovens, ou ainda porque prevalece um défice de investimento em educação, resultante de políticas de investimento assimétrico de uma dezenas de anos a esta parte. Contudo, com o investimento efetuado na educação, nas suas múltiplas dimensões,

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verificou-se um impacto positivo patente na melhoria generalizada da conclusão dos ciclos de estudo na população mais jovem.

Apesar dos esforços efetuados nos últimos anos, no qual se enfatiza a ação dos municípios, e da sua melhoria significativa, continua a ser insuficiente a cobertura no pré- escolar (faixa etária dos 3-6 anos), e reduzida na faixa etária dos 0-3 anos.

Se considerarmos que atualmente em grande parte das famílias, as mães são trabalhadoras, e associado à parca cobertura no pré-escolar, as famílias ficam desprotegidas e sem alternativas, pelo que se perfila esta situação como um fator de incompatibilidade profissional e de exclusão.

No entanto, os dados apresentados pelo INE, constatam que a Região Norte (NUTS III)apresenta uma taxa superior a 90% na escolarização da população entre os 15 e 17 anos.

A conclusão do 9º ano, com valores superiores a 85% (entre 20 e 29 anos); a conclusão do ensino secundário, com valores aproximados dos 60% (entre 20 e 29 anos) bem como a conclusão do ensino superior pela população entre os 25 e os 34 anos, estar próxima dos 30% (INE, Censos 2011).

Relativamente ao parâmetro: saída precoce da escola sem conclusão do ensino secundário, no grupo etário de 18ಣ24 anos na Região do Norte, o INE através dos indicadores disponíveis, diz-nos que foi conseguida uma melhoria notável (ಣ30 p.p. entre 2001 e 2012), apresentando agora um resultado (21, 0%) próximo da média nacional (20,8%). (figura 4)

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(Fonte: INE, Estatísticas do emprego)

No que concerne à conclusão do ensino superior (grupo etário de 30ಣ34 anos), duplicaram-se os valores obtidos na última década em Portugal, de 14,2% para 27,2%, sendo os valores significativamente mais elevados na Região Norte, que apresentam uma evolução de 11,0% para 28,7%. Devido às condições socioeconómicas com que nos deparámos atualmente, verifica-se umainflexão no crescimento da frequência do ensino superior. (figura 5)

Figura 5 - Conclusão do ensino superior no grupo etário de 30Ǧ34 anos (Fonte: INE, Estatísticas do emprego)

Em suma, ainda se podem apontar carências/dificuldades ao nível de pré- escolarização, do abandono, da saída antecipada ou precoce do sistema educativo, que favorecem e/ou acentuam a existência de áreas de exclusão e pobreza, que poderão serprejudiciais ao nível da competitividade e coesão da Região Norte e AMP em particular.

Fazendo das fraquezas apresentadas, momentos de “leitura” para se possam alavancar políticas de intervenção municipal que vão de encontro às reais necessidades das populações, e desta forma assumirem as competências que lhes estão atribuídas, os municípios podem proporcionar melhores condições que permitam motivar a população atualmente no sistema e (re)integrar a população entretanto afastada. Atendendo à

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elevada população jovem da AMP, o aumento das taxas de escolarização apresentam um potencial de crescimento humano, e desta forma contar com uma enorme massa critica detentora de níveis de qualificação crescente. Melhor educação, melhor criticismo na resolução de problemas, logo maior capacitação para competir e produzir, e assim elevar e contribuir para uma coesão social efetiva.