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3.5 Analisando as entrevistas

3.5.2 Sobre a Objeção de Consciência

O “direito” à objeção de consciência se constitui como um modo de legalizar a prática dessa violência, na medida em que o Estado garante os recursos e meios plausíveis para o profissional acioná-la quando achar necessário – o código de ética médica garante aos profissionais médicos essa legalidade. (BUTLER, 2003, pg 19)

Fala do médico obstetra da MEJC entrevistado: ele se exime do dever de prestar um serviço público sobrepondo seus valores pessoais ao de ocupante de um cargo público:

“Eu particularmente não faço... exatamente por razões éticas e religiosas eu não faço aborto legal... também eu não vou questionar... eu não vou contra argumentar com a paciente... eu acho que cada pessoa tem o seu livre arbítrio de decidir, o que é melhor é melhor para seu filho... Agora assim, eu não faço e não tem ninguém que me obrigue a fazer. Se estou ocupado com uma paciente na emergência, se vai ter outras pessoas eu posso me negar a fazer. Agora se a paciente estiver correndo risco de vida, aí a história é outra, aí eu tenho a obrigação de fazer.”

Apesar da legislação brasileira prever o aborto legal nos dois casos conhecidos, a classe médica em seus espaços de micro-poder (FOUCAULT, 1977, p. 137) normatizaram uma ação recorrente em suas práticas, (alegando que esta prática infringia seus princípios éticos e valores individuais) a Objeção de Consciência, – amparados pelo Código de Ética Médica eles têm a admissão de não realizar um aborto, mesmo os previstos por lei, o que caracteriza a objeção de consciência. De acordo com o art. 28 desse código é direito do médico “recusar a realização de atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005, p. 15). Esta prática também mascara as faltas praticadas por profissionais no atendimento à mulher,

59 quando eles negligenciam e as fazem sofrer a míngua, dores e situações de abandono pelo delito cometido.

O que vale salientar é que este não leva em consideração, que atuando em uma repartição pública terá de se valer da laicidade do Estado, que tolera e aceita as diversidades moral, ético e religiosa. Portanto, não serão suas convicções a respeito de certo e errado apoiado em um dogmatismo religioso baseado em uma doutrina maniqueísta ou não que terão respaldo de seus atos inconseqüentes e desumanos.

As partes das falas sublinhadas abaixo remetem às sutilezas quanto a forma de priorizar os atendimentos, como são atendidas mulheres em situação de abortamento. Nas falas vem à tona as diferenças quanto ao atendimento às mulheres em situação de abortamento provocado e àquelas que passam por situações de abortamento espontâneo.

Fala da Técnica de Enfermagem da MEJC entrevistada:

Respeitar, assim, nessas horas a mulher fica, (depende da mulher também “cada um é cada um”) muito fragilizada, principalmente quando é espontâneo, quando não é provocado, a mulher quando quer mesmo o bebê ela fica muito fragilizada. Então apoio, sei lá uma mão amiga, não só alguém ali cuidando e só olhando pra você.

Constata-se que a maioria dos profissionais necessários a atender mulheres que realizam abortos em condições ilegais e chegam ao serviço público necessitando ser atendidas, negligenciam esse procedimento, “punindo-as” e mais ainda reforçando a criminalização pelo ato cometido. Esse profissional muitas vezes é respaldado por valores morais e religiosos compatíveis aos seus, e pelas normas31 existentes nas várias esferas de poder, e que são necessárias à sua própria argumentação.

Já existiu um tempo em que a gente dava mais, hoje poucos temos tempo de dar uma assistência de risco, é difícil até a gente falar aqui, porque a gente esta em um lugar, esta atendendo, sabe como é que você faz, hoje está tranqüilo aqui, mas

31

60 existe uma seleção eu digo aqui, que é de capacidade e da escolha do seu oficio. Você vai atendendo os casos mais graves, e vai para aquela, então não dá tempo como a gente tinha até conversando, olhe você vai ter que fazer seu planejamento, às vezes uma paciente vem com três filhos e vem um atravessado, que precisa ir para cirurgia, ai eu vou correndo e é quando eu lembro a ela que eu posso oferecer a ela uma laqueadura, já que vai abrir, mas isso é a correria do dia a dia, hoje a gente não tem mais tempo para fazer e precisa disso.

Em falas como da maioria desses profissionais, que muitas vezes utilizam o discurso partindo de concepções religiosas para fundamentar suas explicações, que a alienação social também evidencia-se.

Fala da Técnica de Enfermagem da MEJC entrevistada:

“(...) Então é assim pela minha convicção eu não aceito o aborto, você pode dizer que muita gente por achar que é católico e mesmo em caso de violência. Mas eu acredito que na hora da concepção já tem uma vida ali, e me dói muito quando eu já tenho amigas minhas que já abortaram, que já provocaram aborto e eu vejo assim como uma invasão, como uma coisa contra Deus você abortar”.

Constata-se a existência nítida de uma violência institucional, através de uma negligência presente justamente nos espaços de lacunas e silêncios, que servem para inviabilizar um debate aprofundado em torno desta complexa temática. A discussão da descriminalização do aborto causa polêmica, porém a Igreja, o estado e a sociedade não admitem, nem assumem a responsabilidade coletiva sobre ele, e amparam-se em omissões que variam em níveis.

As mulheres abortam, e sofrem sozinhas à decisão de não gerar um filho indesejado, subvertendo toda uma moral social cristã, na qual na maioria das vezes elas partilham do mesmo pensamento ideológico de criminalização e penalização da prática do aborto.

Sobretudo, em contextos sociais diversos e universos variáveis de subjetividades mulheres casadas, solteiras, cristãs, atéias, protestantes, negras, pobres, ricas, brancas, etc, permaneçam recorrendo a interrupção da gravidez. O que se altera nesse cenário são os níveis de riscos: a maioria das mulheres que

61 querem realizar um aborto e que vivem em contextos de desigualdades evidentes são submetidas a formas de poder reguladas por uma estrutura ideológica e social ainda maior pertencente a uma tecnologia política complexa que se evidencia através da obrigatoriedade do cumprimento de leis (FOUCAULT, 1977, p. 120).

62 FIGURA 10: Mulheres e Movimentos [1].

Fonte: BONAN, 2005.

Pode−se dizer − como dizem alguns, em uma perspectiva que pensam ser política, mas que não é por não ser histórica − que a medicina moderna é individual porque penetrou no interior das relações de mercado? Que a medicina moderna, na medida em que é ligada a uma economia capitalista, é uma medicina individual, individualista, conhecendo unicamente a relação de mercado do médico com o doente, ignorando a dimensão global, coletiva, da sociedade?

(Michel Foucault)

FIGURA 11: Mulheres e Movimentos [2]. Fonte: BONAN, 2005.

63 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O título deste trabalho parafraseia com o título do quinto capitulo do texto a história da sexualidade de Michel Foucault, “direito de morte e poder sobre a vida”, no qual é apresentada uma significação dos símbolos dos micro-poderes exercidos. Os profissionais médicos no ambiente de trabalho – estando na condição legal de proceder a interrupção de uma gestação, assumem o direito soberano de causar a morte, ou de deixar viver, quando lhes cabe decidir o que lhes parece mais urgente entre um serviço e outro. A opção em não realizar o procedimento do aborto legal alegando a objeção de consciência é legitimada por uma norma jurídica (Código de ética), seria o deixar viver justificado pela urgência de atendimentos vistos por um (referencial único de) de prioridade?

Esse debate sobre a iniciação da vida humana apresenta-se diretamente ligado ao corpo da mulher, já que a ele foi designada a responsabilidade da produção e reprodução da vida humana. Como a religião atua na regulamentação dos comportamentos humanos a partir de seus preceitos dogmáticos, no que diz respeito ao aborto ela fecha a discussão, quando afirma simplesmente que há vida a partir da concepção/ fecundação. E o que leva indivíduos a agirem a partir de conceitos e crenças religiosas? Por algo da ordem do natural e do Divino?

Para vertentes dos movimentos feministas o aborto é considerado uma temática clássica, atrelado a questão da violência. Nos anos 60, o slogan “nosso corpo nos pertence”, reconhece que às mulheres é permitido e deve ser assegurado o controle sobre o próprio corpo e a própria sexualidade e a importância das livres escolhas para a liberdade dos sujeitos decidirem sobre suas preferências sexuais e reprodutivas. A partir desse momento mulheres vem tentando provocar ao longo dos anos uma mudança de mentalidades, tratando sobre o tema do aborto e contrariando os argumentos da teoria criacionista.

O movimento feminista é um movimento teórico-político, nele a noção de sujeito está diretamente ligada ao que cada mulher vivência na sua realidade e condição de ser mulher. Para transformar o que as cerca (porque “o que” está posto, e “como” está não as agrada) é que são desenvolvidas as ações coletivas. Certamente é difícil se fazer entender em contextos precários onde há escassez de direitos básicos como comida e educação.

64 Embora o Estado laico seja constitucionalmente assegurado, ainda não é um conceito democrático e assimilado. Por isso, a posição do movimento de mulheres na exigência de uma atenção pós-abortamento e na perspectiva da garantia de serviços dignos e de qualidade, que não violem seus direitos nem exerça sobre elas discriminação, faz-se necessário!

Para isso leve-se em consideração que as condições de miséria humana apresentam-se multifacetadas em meio a complexas relações desenvolvidas no seio da sociedade com o fortalecimento do capitalismo. O que podemos considerar como níveis de miséria humana? Há que mencionar a invenção dos dispositivos de poder e da sujeição dos indivíduos a eles como uma dessas complexas situações?

A ciência32 enquanto acumulação de pensamento articulado sobre a realidade e a existência, considera o conhecimento humano, inacabado em um estado de possibilidades. Essa discussão sobre o início da vida dá ‘pano pra manga’33 para filósofos e cientistas, pois a afirmativa religiosa é duvidosa e irreal, principalmente pelos dogmas habitualmente existentes nas crenças e mitos associados a ela como modelos normativos em estado inerte de possibilidade de transformação que acompanhem as mudanças da sociedade.

Há uma grande paixão pelo tema e seria necessário ainda muita problematização teórica e filosófica para uma apresentação ampla sobre o assunto. Porém como as investidas empíricas e teóricas apresentadas nesse trabalho e impulsionadas inicialmente pelos relatos dos profissionais sobre suas práticas, e pelas sutilezas apresentadas quanto a necessidade e procura pela realização de procedimentos de aborto geraram a necessidade de uma ampliação na investigação, resultando em um trabalho de campo mais elaborado do que as próprias análises e conclusões sobre os relatos. Também apresenta-se a necessidade e curiosidade em situar os indivíduos em uma dimensão psicológica e fazer uma abordagem de análise e uma pesquisa que dê continuidade a essa, sob a ótica de teóricos clássicos para as Ciências Sociais como Max Weber, e outros autores mais comumente trabalhados em análises sociológicas e antropológicas que envolvem religiosidade e o papel do Estado.

32

Ciência s.f (1317 cf IVPM supl.) 1 conhecimento atento e aprofundado de alguma coisa < ter c. das responsabilidades> 1.1 esse conhecimento como informação, noção precisa; consciência <c. do bem e do mal> <tomei c. das inrregularidades administrativas> 1.2 conhecimento amplo adquirido via reflexão ou experiência < a ciência do bom convívio > <c. dos negócios>. (HOUAISSE, 2008, p. 715) 33

65 Os estudos revelaram o aborto como algo inerente ao sexo da mulher, possibilitaram um aprofundamento teórico sobre os dispositivos de poder estudados por Foucault, a criação da confissão, a necessidade da criação de uma ordem social a partir da institucionalização do Direito com os seus manuais de conduta apresentados na forma de tratados jurídicos. O direito, assim como a medicina, assume os papéis do soberano diluídos em uma nova ordem social, médicos se envolvem com a obrigação de cumprirem a norma e a tendência de realizarem a regra preconizada pela religião como algo absolutamente inquestionável.

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70 ANEXOS

71 ANEXOS A - Roteiro profissional de entrevistas da pesquisa PROSARE, aplicadas no ano de 2008.

1. Perfil do profissional 1.1. Nome:

1.2. Faixa etária: 20 a 30 ( ) 31 a 40 ( ) 41-50 ( ) 51-60( ) 61- 70( ) 1.3. Estado civil: tem filhos? Quantos?

1.4. Formação profissional:

1.5. Função que exerce na unidade de saúde: (colocar opções de funções)

Descrever funções___________________________ 1.6. Possui religião?

(a)sim (b) não.

1.7. Em caso afirmativo, professa alguma religião em particular? Qual?

( ) católica ( ) protestante ( ) evangélica neo-petencostal ( ) afro-brasileira ( ) espírita ( ) judaica ( ) budista ( ) outras. Deseja especificar?

2. Relação entre prática profissional e convicções ideológicas e religiosas quanto à defesa dos direitos à saúde sexual e reprodutiva.

2.1. Há quanto tempo trabalha no programa de saúde?

2.2. Quais os procedimentos mais recorrentes na rotina de atendimento as mulheres que procuram a unidade de saúde sexual e reprodutiva?

2.3 Como é feito o acompanhamento às mulheres que procuram assistência/ esclarecimento sobre direitos sexuais e reprodutivos (pré-natal, métodos contraceptivos, prevenção a DSTs/AIDs, aborto)?

2.4 Que procedimentos o profissional da saúde da mulher faz quando constata que a paciente é portadora de alguma doença sexualmente transmissível?

2.5 Que reações e sentimentos você experimenta todas as vezes que se vê frente a esses casos?

2.6 Que produtos são disponibilizados de imediato as mulheres para o controle das doenças sexualmente transmissíveis ou exercício dos seus direitos sexuais e reprodutivos (pré-natal, métodos contraceptivos, prevenção a dsts/aids, aborto)? 2.7 Além dos procedimentos habituais relativos à prevenção e controle das doenças, que orientações pessoais costuma dar?

2.8 qual o seu procedimento no caso de uma paciente chegar à unidade com ameaça de aborto ou aborto declarado?

72 2.9 Você faz alguma investigação sobre as mulheres que procuram a unidade com sintomas de aborto (com quadro de ameaça, seja induzido ou espontâneo)? 2.10 Como alguém que confessa a fé e prática religiosa, qual sua convicção sobre os casos de aborto (se tiver convicção ético/religiosa)?

2.11 Como profissional submetido às orientações normativas de sua profissão, como você lida com o exercício das práticas de efetivação do aborto?

2.12 E enquanto cidadão, qual a sua opinião sobre o direito a sáude reprodutiva e a autonomia de decidir sobre o assunto?

2.13 Na condição de paciente, como você gostaria de ser atendida nas unidades de saúde que prestam o serviço, caso fizesse ou sofresse um aborto?

2.14 Qual é a opinião mais frequente dos profissionais que trabalham na unidade com relação ao assunto?

2.15 Já presenciou a reação de algum profissional negando atendimento ás mulheres nessas condições?

2.16 Caso tenha presenciado, qual a sua opinião frente a paciente e ao colega de profissão?

73 ANEXO B - Roteiro institucional de entrevistas da pesquisa PROSARE, aplicadas no ano de 2008.

1. Identificação da unidade pesquisada

Endereço____________________________________________________________ Fone:__________________responsável:______________________________ 2. Quais os serviços oferecidos pela unidade de saúde?

3. A unidade desenvolve programa(s) de atendimento e acompanhamento á sáude da mulher? qual(is)?

4. Como é o funcionamento desse(s) programa(s)?

5. Quantos são os profissionais envolvidos diretamente com o programa. quem são eles?

6. Qual a quantidade de mulheres que procuram este tipo de serviço na unidade? 7. Desta demanda, quantas mulheres são efetivamente atendidas pela unidade de saúde?

8. Há um traço comum a este público? qual?

9. Quais os critérios para o atendimento ás mulheres que procuram a unidade de saúde?

10. Como é feito o atendimento e acompanhamento dessas mulheres. 11. Qual a periodicidade desse acompanhamento?

74 ANEXO C - Roteiro de entrevistas redimensionadas, aplicadas no ano de 2009.

1. Nome:___________________________________ Função: ______________ 2. Idade:_____

3. Você tem religião? Qual?

4. Como alguém que confessa a fé e prática religiosa, qual sua convicção sobre os casos de aborto (se tiver convicção ético/religiosa)? E como você lida com o exercício das práticas de efetivação dos atendimentos relacionados ao aborto? 5. E enquanto cidadã/ão, qual a sua opinião sobre o direito a saúde reprodutiva e a autonomia da mulher de decidir sobre o assunto?

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