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sociólogo politico Victor C Ferkiss» lente de Política que foi na Universidade de Georgetown, grande apaixonado pela Âfrica Negra,

Salvador, 2 ^ fie novembro de

sociólogo politico Victor C Ferkiss» lente de Política que foi na Universidade de Georgetown, grande apaixonado pela Âfrica Negra,

deu-nos um livro ainda mais dramático a que cnamou de Africa - ïïm continen- te à procura de seu destino^ e atribue aos excessos do tribalismo muitos dos desmandes dos novos Estados, assim como o surgimento de um nacionalismo exagerado e sem profundidade, que se voltava mais contra o branco, em urna base racista, do que propriamente em um sentimento de naçao e nacionalidade. E analisa, de maneira imparcial, a situação do ex-Congo Belga e sua comple­ xidade que levaria o país a guerras civis de grandes proporções, para ele, os congoleees chegaras àquele estado de coisas que quereren forjar ura naeio nalismc sem bases, uma vez que eles o eram apenas para "detestar os belgas,

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mas na o tinham qualquer consciência de serem congolesee", o que na o deixa de ser dramático. Cada província se sentia mais apegada às suas tradições tribais e aos seus grupos étnicos, que falavam dezenas e dezenas de línguas e dialetos, e prestavam obediência aos seus crhefes tradicionais, do que se sentiam membros de uaa entidade nacional chamada República do Congo. Esse tribalisme seria utilizado por ura homem de grande inteligência, mas duro e ambicioso, Moîse Tcombê, principe tribal e de grande prestigio, para lan - çar-se contra o poder central, separando a riica provincia de Katanga e pro­ clamando a efêmera F. e pública de Katanga, que nao chegou a ser reconhecida por outros Estados.

Os òdios tribais levavam ao isolacíonismo. Uma- tribo q u e ­ rendo sobrepor-se a outra, às vezes com beneplácito dos antigos coloniais,e ra, mais tarde, por ocasião cia independência, motivo para uma sais estreita, união nacional. As rivalidades étnicas estimuladas pelo tribalismo, leva - ram a tal exagero essas combinações de òdios tribais e sociedades anõmicas semi-modernas, que alguns governantes foram derrubados por pertencerem a. es

te ou àquele grupo étnico, por virem desta ou daquela tribo minoritária, ou por serem membros de grandes grupos étnicos, o que significaria um domínio sobre os demais, minoritários. B os exemplos se sucedem, havendo, por si - nal, exemplos vitoriosos, como o do Presidente Quett Ketumile Joni Kasire , de Botsuana, que sucedendo ao arquifamoso Sir Seretse Khama, encontrou for­ te oposição dos líderes botsuaneses por ser originârio-de-uma tribo minori­ tária, a dos b a n g ua k e t s e , diferentemente de seu antecessor e Pai da Pátria, rei dos bamanguato, a mais importante do país. Nenhum de seus opositores

o achava ineficiente ou inábil político, bem pelo contrário, achavam que ti nha méritos de sc-bra para vir a ser um bom governante, como depois o deaons trou. 0 que se lhe recriminava era ser membro de uma pequena tribo, que an tes estivera subiugadá aos. bamanguato, de onde saíra Sir Seretse. 0 Presiden te Masire, porên, com o tempo conseguiria contornar todos os obstáculos, i m ­ pondo-se ao respeito geral.

Incidentes como este foram mais ou meiios comuns por toda a Africa Negra e s5 serviram de inrpecilho para o desenvolvimento.

0 rigor de alguns líderes africanos que lutavam contra o tri

b a l i s m o

para unificar o novo Estado, trouxe

i g u a l m e n t e

consequências desastro

s a s , como no caso de Uganda, uma federaçao com bastante liberdade entre os Es tadcs-membros ao nascer e que o Dr. Apoio Milton Cbote, ao derrubar o primei“« ro presidente, Sir

E d w a r d H u t e s a I I ,

kabaka de

B u g a n d a ,

tentou transformar em Estaco unitário, sob regime presidencialista, resultando dessa medida uma

g u e r

ra entre os

b a g a n d a

e o restante do país,

co m

milhares de

m o r t o s

e a extinção pela força das armas de um velho reino indígena, o de

B u g a n d a ,

conhecido des­ de muito tempo»

O b o t e ,

que seria presidente duas vezes, a segunda

co m

a a j u ­ da do exército tanzaniano e o beneplácito do Presidente

N y e r e r e ,

jamais

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visto pelos

b u g a n d i a n o s e

os

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étnicos

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habitam a repüblica, jamais o aceitaram por inteiro por ver nele o homem que não hesita va matar centenas de pessoas para impor uma unidade nacional que eles não een

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e na

o

queriam, ainda, experimentar«,

Como veremos no decorrer desta tese, o tribalismo ee foi o responsável por um certo conservadorismo e pureza do povo africano, evitando que ele perdesse a situação de que gozara por séculos e se afastasse de sua i dentidade, foi, por outro lado, o causador-mor de tantos desarranjos, de tan­ tas guerras, de tanto sangue inocente derramado.

Nesta década, em que escrevemos, a sua força parece ser um pouco menor, ou, pelo menos, nao tac ostensiva como era antes, mas, ainda as sim, tea sido fator predominante na escolha de g o v e r n a n t e s , na escolha de m i ­ nistros, governadores e embaixadores, na orientaçao política do país e nas próprias relações entre Estádios, assim coso na forraaçao, sustentaçao e q u e ­ da de regimes, no atraso e no desenvolvimento nacional, enfim, na pr&pria vi­ da de tantos jovens países, potencialmente ricos, mas a lutar com sérios pro- t T. 0 ni fí.s de desenvolvimento.

E da questão delicada do tribalismo, que serve corno pórtico rara a antevisao de outros problemas africanos, chegamos ao do contacto com os europeus e que viria trazer tantas e tao profundas transformaçoes em Áf r i ­ ca, alterando-lhe o mapa geopolítico e dando origem à presente divisão do c o r tirrente entre muitos Estados.

A chegada dos primeiros europeus,. a-O. território af,ricano a partir doe descobrimentos portugueses choca-se com o tribalismo exist e n t e ,com as str andes e üor vezes intransponíveis divisões étnicas. Eles nao encontra. - ram nações como na Europa, mas muitos Estados-cidades e pouca ou quase n e nhu­ ma união entre os grupos étnicos, mesmo quando se tratava de enfrentar oe in vasores que vinham de a l ê m - m a r .

Kesmo as potências que fizeram uma acministraçao supratribal visando â formação de uma futura nação se ampararam em uma triHc majoritária daí selecionando os seus funcionários nativos, os seus empregados subalternos e os seus auxiliares. Outras vezes, como foi o caso britânico, a escolha po ­ deria recair em raembros de pequenos grupos étnicos,- saídos de pequenas tribos

jungia, mas nem por isso desestimularam o tribalissao.

. . ^ f í C V^LJL U 'vT .i-3.

1. 5*' Cs europeus. Os nr ir/?-? ir os contactos. A cobiça

Coüo tribaii8:n0 j a palavra colcnj.a3.ismo desperta una sêrie e Tiuito grande de e^cçoes negativas nos africanos de hoje. 0 discurso dos líderes da arrancada que levou todo usi continente à independência política está' prenhe de ataques mais ou menos indiscriminados ao colonialiemo e tudo o .que houve de ruim e prejudicial aos africanos esta atribuído aos horrores ao colonialismo, como ne essa situaçao política de domínio de Estados euro - peus sobre povos africanos fosse o alfa e o ômega de toda uma delicadíssima e complexa problemática.

A paixão que ainda alimenta o discurso de muitos lideres do presente, continua a falar de colonialismo e n e o c oloníalismo quase com o mesmo 5dio coe que deles se falaram a partir' de 1 950» quando se definiram tr.uitos movimentos pr6-indepentíência africana, ou quando a Conferência de Ban dung sob a presidência do indonésio Achised Scekarno deu o célebre grito de alerta de que" chegara o tempo de as potências coloniais preparem seus t erri­ tórios para que a s s u m i s s e m , nos pròxi/nos anos, a direção de ■ suas coisas e de seu destino.

Mesmo agora que a poeira ccmeça a sentar e que já se podem ver com muita clareza pontos frágeis e conflitantes na história contetsporâ - nea da âírica Negra e analisar o mbbivo dos fracassos administrativos era boa parte dcs novos Estados, ainda se olha o colonialismo coso o raaior dos males que iamais existiram em África, o que é um natente exagero. Ele foi, sem dfividas muito ruíni e atrasou a marcha do progresso era determinadas regiões , rías trouxe tanbêm coisas muito boas que tal ve? nao tivessem sido possíveis se os africanos tivessem tido que marchar s o z i n h o s . Estadistas da projeção de Senghor, de Houphouüt - B o i g n y , de Nyerere e outros,.não desprezaram a con­ tribuição européia, coíso nao viraa apenas no -c-ol-onialisao o atrgfeo de seus países -

Antes dos europeus, a ftfrica Negra estava eiytregue a razzi as c.e outros JjOvcc jT*3.nc w j os tuaregh, os berberes e os árabes; a trata de escravos era feita per tribos mais poderosas contra pequenos grupos étnicos e os negros escravizados entregues aos árabes, quando nao eram estes os que preavam os seus próprios escravos, lançando-se contra pequenos lamidatos e sultanatos e E s t a d o s - c i d a d e s . Quando os árabes nos congressos iaternacio - nais apresentam o seu atual discurso prô-Africa Negra, acusando com veemência os colonizadores europeus, pretendem mascarar o que fizeram no passado contra os seus irmãos de continente, antes mesmo de os eüropeus pisarem em terras a- fricanas.

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48. Os primeiros contactos dos europeus com os africanos teriam sido realizados pelos portugueses, core os marinheiros do Infante de Portugal, Dom Henrique o Navegador, uma das figuras mais 1 interessantes do mundo lusitano * um predestinado, ura obstinado, doublé de fou de Dieu e ho mera realista, com os pês firmemente fincados em terra. 0 filho de Dom Jo- ao I e de Dona Felipa de Lencastre estava fadado, no dia ea que pisou os pês em Ceuta, a mostrar para a. Europa um mundo estranho e desconhecido e

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Joaquim Ferreira na sua História de Portugal V nao esconde que nao havia somente zelo religioso nas conquistas portuguesas, mas o seu lado prático, que mais tarde vai prevalecer sobre o outro, além do espirito de aventuras que impulsionava um pequeno reino, pouco populoso, a lançar-se ao desconhe c ido :

"Nem sò incitamentos religiosos .explicam a persistência do infante D. Henrique. Sem ne ­ nhuma dúvida eles contribuíram em ampla esca la para a sua tenacidade em levar mais;longe as naves portuguesas. Mas meditava também nos lucros mercantis das descobertas" - in op. cit. p.

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Lançando-se ao sul do Saara, que eles descobriram ad mirados serem terras muito ricas, com reinos bem organizados como o do Con go. Homens de fibra, duros e aventureiros como Joao Gonçalves Zarco, Tris! tao Vaz Teixeira e mais tarde Gil Eanes encarregar- s e .iam de dar corpo ao que o historiador chama de "epopeia neptunina".

A leitura de documentos da época, naquele delicioso português tao sincero que por vezes raia à grosseria, mostra-nos como os a ventureiros se referiam aos a f r i c a n o s ,•desde o susto por encontrarem pes - soas que sao extremamente negras, como escrevia Diego Gomes, atê descrições do fasto e das riquezas dos reis nativos» E. a ira sagrada pelos costumes e religiões dos africanos, que os europeus nao queriam compreender, aferrados ao cristianismo e suas diretrizes, achando que tudo aquilo que saísse dos li­ mites do seu catolicismo estava errado e merecia correção, o que fez o eru­

dito b u r ki ne ns e, com disfarçada ironia, escrever que "en effet, ei les Euro pêens s'intéressaient aux métaux précieux, ils recherchaient aussi d ’autres

69 mines, les mines spirituelles: minas de animas" .

Mas foi com Dom João II que a idéia de posse se une â de descoberta, o que Joaquim Ferreira levado pelo seu ufanismo lusíada elo­ gia. Começa com esse rei uma política ultramarina de conquista e posse. 0 rio Zaire e suas riquezas acendem nos portugueses o desejo de domínio sobre povos que, de inicio, os haviam recebido de modo tao acolhedor. Alias, nos relatos dos primeiros contactos dos reis com os africanos, havia uma ce.ita

deferência e um trato de igual para igual, que desaparece com o passar do tempo, como ensina, com certa amargura, Ki-Zerbo.

49* j 0 primeiro núcleo comercial do pequeno reino ibérico em terras africanas foi fundado era 1 482, era Elmina, onde mais tarde foi a polônia ingibesa de Gold Coast e no ano seguinte, teria sido visitado por Co iLombo, que viajava era um barco português.

Por essa época, os grandes Estados do Sudão, aqueles jreinos fantásticos que fizeram a admiraçao dos visitantes como Ibn Batuta, pomeçavam. a declinar. As guerras entre reinos, a que antes aludimos, o e s ­ coamento do ouro pela costa e nao mais pelas estradas interiores, a estagna jçao militar e a tecnologia que^ nao podia fazer frente à de uma Europa salda jdos dias sombrios da Idade Média e agora e/n franca ascensao, como lembra I

Ferkiss, eram mostras de que o esplendor da África Negra chegara ao fim e !que começaria outra era, em que o europeu teria papel importante e dai p a ­ ra frente como que lhe ditaria o caminho a seguir.

! Foram os portugueses os primeiros vendedores de escra vos da Europa, mas nao os primeiros a escravizarem negros. A escravidão e - ra uma instituição generalizada por todo o continente e eram raros os grupos ptnicos, como os fang, que nao na possuíam, mas a escravidao era mitigada,e jn^o possuía como entrer;; os europeus, aquela marca de violência, opressão e

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segregaçao, diz Ki-Zerbo, que tanto se rebela que escreve, visivelmente irri tado, que "il est donc.ridicule de considérer que les Européens n'ont fait

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que', poursuivre une pratique préexistante". Calcula-se que um.décirao da po~ jpAlaçao de Lisboa, depois dë 1 550, era composto -de escravos negros e por to {da a Europa os grãos senhores tinham em seu séquito um escravo africano. E s ­ sa nota exótica era, ao mesmo tempo, chique, pois ele-era vestido com-as ele Igantes librés dos seus senhores e os serviam com humildade o que, decerto,au' 'mentava a satisfaçao egotista de membros de uma fidalguia que brilharia a i n ­

da por t r ê s ”sêculos atê que ela, também, como tudo na vida, entrasse era deca ■dência.

j j, Esse inicio da trata dos negros coincidiu com a expio jsao :de desenvolvimento e prosperidade, que tomava a Europa. Era a expansão ieuropêia que chegaria ao Novo Mundo, onde sujeitaria impérios, e ao Oriente.

Por toda parte a presença e a cultura européias e o cultivo de um novo deus: o etnocentrismo branco, pois que para esses novos senhores, branquidade e eu ropeismo eram sinônimos. Era o começo de uma. crença que prduraria longos e

!

ílongos a n o s , esboroando-se na metade do século XX, mas ainda deixando cá e lá alguns inconvenientes quistos que, apesar dos esforços, persistem.

A sede de poder, a sede de novas riquezas, a expansão territorial levaram os europeus ao continente negro do qual estiveram separa dos por longos s éc u l o s , impedidos pelos árabes, que ficavam entre eles e ser viam de intermediários no comércio e nos contactos em geral, dai que quase tudo o que se tem de fidedigno no passado sobre a Africa sao relatos de via­

jantes árabes. E para lá, com o seu etnocentrismo, levaram um mal maior: a hipocrisia, o disfarce, o embuste no trato com os africanos.

Os escravos eram comprados através de nsegociantes árabes ou mouros, enquanto que os preadores eram berberes, tuaregh, árabes, mouros ou mesmo negros de alguma tribo mais poderosa que dominava outra raais fra - ca, em geral, tribos da costa que ajudadas pelos europeus, dominavam tribos do interior, E esse comércio, juntamente com a importação de armas de fogo e introdução de novas culturas agrícolas, alterou modos de vida até mesmo em distantes aldeias, mas tudo nao aparentava ser mais do que "influência sem responsabilidade" como foi "o padrao do contacto europeu até o fim do século XIX", ensina Ferkiss?^

Contudo nao se pense que o europeu se fez presente sempre desde que a Africa foi revelada ao mundo. Houve lugares em que, até fins do século XIX e mesmo neste século, nunca um africano havia visto um branco europeu e -existem relatos curiosos desses encontros, cômicos e tristes ao mesmo tempo.

Depois, o fervor catequista dos católicos, que queriam salvar a alma dos negros, dos primeiros portugueses e'espanhóis, dá lugar ao missionarismo pragmático e mais preciso dos protestantes, em que r e s s u r ­ giam as qualidades pragmáticas do protestantismo que tanta importância teri arn nas transações comerciais e expansionistas inglesas, que mereceria de We

no ber um dos mais bem acabados trabalhos até hoje no campo da sociologia.

Nomes europeus vao surgindo em Africa, dados a rios, cida des, regiões e mais tarde até a países, que a independência negra, naciona­ lista e xenófoba, viria, muito mais tarde, de modo quase que geral, rejei - ■ tar, substituindo-os por nomes nativos. Os portugueses, â proporção que a- vançavam pela Africa Negra, iam batizando os lugares cora nomes religiosos ou de coisas marcantes do lugar, desde Sao Tomé a rio dos Dos C a m a r Õ e s ^ de Sao Jorge da Mina a Cabo Verde e assim por diante.

Houve uma fase incial de admiraçao dos europeus pelo que viam e tanto Ki-Zerbo quanto Elgelbert Mveng, em suas obras citadas no c o r ­ rer destas páginas, citam troca de correspondência entre reis europeus e,do outro lado, reis africanos e os seus teores de m&tuo respeito, era pê de igual­ dade e equilíbrio. Foram as riquezas virgens africanas que terminaram por al terar esse comportamento inicial, com os europeus aproveitando-se das intri­ gas entre casas retentes, entre reinos viy.inhos, entre etnias; foi a cobiça pelo ouro e pela madeira, pelo ébano e pelo marfim; foi o falso zelo religio so e uma falsa moralidade; foi o acendrado sentimento etnocentrista, tudo is so terminaria por alterar substancialmente o respeito dos aventureiros de a- lém-mar pelos filhos da terra.

Apenas a Etiópia conseguiria manter-se livre do poder eu- roueu, mas mesmo ali houve muita influencia portuguesa e muitos foram os p a ­

dres portugueses que penetraram na Corte do Negus e, em determinado momento de sua agitada história, quase sempre atingida por violentas lutas dinásti - cas, exerceram um papel de eminência parda, como conselheiros.

j : ! ; Quando o século XIX termina e a África está toda partilha I ; !;da: existiam como Estados independentes a Etiópia, um vasto império que era uma j ; I iespêc ie de federação real, constante de vários reinos e ducados internos pre - j ; r;SQS tenuemente pela figura central do Negus Neghushti, ou Negheshti, e na-, c o s - M ! ;'ta' atlântica, a Libéria, um Estado com características próprias ainda não bem ;j ; :de(finidas, profundamente influenciado dos Estados Unidos, de onde haviam saído

j

j

OS; negros libertos criaram aquela república em que, desde a Constituição atê a ] ] ;band.eira nacional se assemelha vain às americanas « 0 Egito vivia praticamente

j jspjb domínio tur.comano e mais tarde sob mandato britânico, e era um país árabe. | | jiNejste coaenos, sobre-existiam muitos reinos, impérios, sultanatos, principados ! j ; ;e Jlamidatos nos vastos territórios dominados pelas potências européias, restos

j | de poderosos Estados do passado ou de simples Estados feudatários.

! M; ;| Bem ao Sul da Africa, os huguenotes franceses e os holan- jii||dejses, sobretudo estes, lutavam para arranjar uma terra onde livremente pudes- j!j i'jsejm viver. Trabalhadores, industriosos,“ valentes,.' fanáticos, eles terminariam

! ; ipdr! CjOnquistar extensas regiões onde fundariam algumas pequeninas repúblicas .'Ml;!! S :

■'Ujqiuje, cora o evoluir dos anos, redundariam em uma grande e poderosa República da j. ; ! lA^rica do Sul, que muitos chamam de o "último bastiao europeu em Africa", deno j ; j imj}naqao, aliás, muito imprecisa.

| Mj i | : Hoje, vendo a situaçao que vimos apresentando à distância j:1; |.|de| muitos séculos e já com o.-.Çontinente quase que inteiramente livré do coloni

allsao, ê possível uma visao de congunto do que teria sido a influência euro - pé ia que, como dissemos antes, trouxe coisas boas e louváveis, mas também mui :;;tà' c o isa apreciável jfoi trazida pelos europeus desses contactos, como também

jaspéctos altamente negativos, deixando mazelas que ainda se nao desfizeram,nem

j ! ;se desfarão tao cedo.

I . ; • i /

M ' A s marcas estão recentes e, como bem o diz Ferkiss,'a A - 'j frica ainda busca seu destino, daí que, mesmo se tendo uma boa visao de conjun

to da situação, ainda ê muito difícil ter-se uma avaliaçao justa e imparcial | ;. dé toda situaçao, Q que se patenteia nos estudos mais aprofundados, ê a marca

insister,te da cobiça européia que parece ter sido a nota prevalente desde os primeiros contactos, ampliada com a partilha d.os territórios e a anexaçao de ; ! pequenos reinos e principados indígenas ao domínio colonial. Nada foi poupado, ; .não obstante um aparente respeito a certos Estados negros como o de Buganda,ou