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Esquema 07 – Técnica de coleta de dados

4.3 Procedimentos para a elaboração do glossário eletrônico

4.3.5 O software Lexique Pro

O software de elaboração de dicionários e glossários eletrônicos Lexique Pro tem se tornado um recurso bastante usado por pesquisadores da área linguística e pode ser encontrado no sítio <http://www.lexiquepro.com> onde a versão mais atual está disponibilizada gratuitamente. Ele é indicado para quem deseja elaborar dicionários ou glossários em suporte eletrônico on line ou off line, permitindo o gerenciamento de arquivos e a geração de documentos em formato Word ou Web. Conforme Pontes (2009, p. 54) o dicionário eletrônico on line pode ser consultados em rede (on line) pelo acesso à Internet e “oferece ao usuário enormes vantagens pela facilidade que supõe o acesso em qualquer momento a múltiplos repertórios das mais variadas áreas ou domínios”. Já os dicionários eletrônicos off line, que nos interessa nesse trabalho, possuem formato em CD- ROM e apresentam como vantagens a capacidade de armazenamento de um número

expressivo de informações e a possibilidade de acesso imediato e rápido a todas elas. O Lexique Pro possui uma interface intuitiva que possibilita o seu manuseio de forma rápida e segura e possibilita a criação de um banco de dados do tipo shoeboxe toolbox em uma plataforma interativa. Isso significa que tivemos a possibilidade de ajustar alguns recursos disponíveis pelo programa de acordo com as necessidades específicas do projeto de elaboração do glossário como a adaptação das etiquetas pré-definidas para inserção dos dados linguísticos.

Figura 15 – Interface do software Lexique Pro

Fonte: Elaborada pelo autor.

Os recursos oferecidos pelo programa nos ajudaram ainda a organizar as fichas terminológicas, a macroestrutura, a microestrutura e a atualizar constantemente o banco de dados na elaboração ou revisão do glossário. A imagem seguinte demonstra o banco de dados alimentado pelos dados linguísticos da nossa pesquisa e ao mesmo tempo servindo como uma ficha terminológica onde as atualizações foram editadas a cada momento que

precisávamos realizar uma avaliação dos dados inseridos. Essa interface propicia verificar como o verbete fica organizado após a edição e lista todos os termos na coluna à esquerda da tela.

Figura 16 – Banco de dados do Lexique Pro sendo alimentado

Fonte: Elaborada pelo autor.

Para inserir os dados linguísticos no banco de dados, cada campo é codificado por meio de etiquetas pré-definidas pelo programa, ou seja, códigos de entrada pelos quais cada parte da estrutura do verbete vai sendo organizada. Nesse caso, é necessário o pesquisador terminólogo ter claro os critérios que orientam a organização estrutural do glossário para formatá-lo de acordo com os fins ou objetivos a que se propõe a obra terminológica.

A tabela seguinte apresenta os dados codificados que fizeram parte de um verbete na elaboração do glossário eletrônico da cultura da farinha. Ela exemplifica a própria estrutura da ficha terminológica permitida pelo programa na qual aparecem as etiquetas e a identificação de cada campo preenchido. É importante esclarecer que, dependendo do termo, nem todos os campos serão preenchidos pelas etiquetas pré- definidas. Isso tem a ver com a própria microestrutura prevista inicialmente para a obra terminológica em que alguns termos poderão ou não se configurar na estrutura do verbete

como a inserção de imagens, fotos ou cartogramas terminológicos somente para citar alguns.

Quadro 08 – Campos usados para inserção do termo “bico de gaita” no Lexique Pro

Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir da inserção das informações por meio do menu editar, do programa Lexique Pro, os verbetes foram estruturados automaticamente mediante a macroestrutura e a microestrutura prevista no projeto de elaboração do glossário eletrônico. A macroestrutura é o conjunto de entradas organizadas no paradigma vertical da obra terminológica. Para Pontes (2009, p. 73) por macroestrutura entende-se “[...] o conjunto de entradas organizadas verticalmente no corpo do dicionário ou nomenclatura. Essas entradas em geral estão em ordem alfabética para facilitar a leitura por parte do usuário”.

ETIQUET A

CAMPO DADOS INSERIDOS

\lx Termo- entrada Bico de gaita \ps Categoria gramatical sm.

\dn Definição Corte diagonal feito no pau da maniva.

\va Variante chanfrado, enchanfrado, enviesado, enviesado, inviés. \xv Contexto L2: bico de gaita? bom eu vou te falar que <bico de

gaita> é quando a gente corta a maniva assim bico quando a gente vai plantar a gente não corta ela diretamente a gente corta ela meio assim que ela fique meia pontuda então aquilo se chama bico de gaita... (INF03SANT)

\pc Imagem

\ff Anexo Cartograma da variante bico de gaita em enexo. \dt Data Data da elaboração ou da última revisãodo verbete.

Dessa forma, estabelecemos os seguintes critérios na organização da macroestrutura do glossário:

(i) ordenação das entradas: consideramos a ordem alfabética contínua, por

acreditarmos facilitar a pesquisa do consulente. De acordo com Barros (2004, p. 152), essa ordem não leva em conta espaços em branco, caracteres não-alfabéticos ou sinais diacríticos;

(ii): remissão (relações de homonímia e polissemia): para a remissão dos

termos no glossário adotamos o critério de entradas distintas e marcados por números subsequentes. De acordo com Pontes (2009, p. 79) “Há vários critérios para a distinção; todavia, na prática lexicográfica, nenhum deles se sustenta. Por isso, assistematicamente, certos dicionários adotam uma apresentação polissêmica e outros seguem a apresentação homonímica”.

(iii) entrada representada por variantes: todas as variantes terão entradas

independentes, mas farão remissões à entrada-principal por meio da expressão “Ver entrada principal”. Denominamos de entrada-principal àquela em que traz a definição do termo e aponta para as variantes por meio da expressão “variante”.

(iv) hiperônimo e hipônimo: aquele é considerado o termo mais alto em uma

hierarquia enquanto este é o termo de significado que se subordina ao mais geral. No glossário eletrônico usamos o hipônimo fazendo remissão ao hiperônimo por meio da abreviatura “Ver”.

A microestrutura é o conjunto de informações que se segue ao termo entrada do verbete. De acordo com Pontes (2009, p. 95) a microestrutura “[...] consiste em um conjunto de paradigmas (ou informações) ordenadas e estruturados, dispostos horizontalmente, ou seja, linearmente, após a entrada, dentro de cada verbete”. Considerando a própria estrutura do Lexique Pro e os objetivos iniciais da obra, a organização da microestrutura segue o seguinte padrão para construção dos verbetes:

ENTRADA ± ÁUDIO + CATEGORIA GRAMATICAL VARIANTE + DEFINIÇÃO + CONTEXTO ±

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