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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CULTIVO DE Mysidopsis juniae

4.6 SOFTWARE PARA ACOMPANHAMENTO E TABULAÇÃO DO TESTE DE TOXICIDADE

Após a identificação de que o processo de organização das informações e posterior tabulação dos resultados dos testes de toxicidade demandava cuidados e trabalho intenso, decidiu-se elaborar um software que propiciasse auxílio tanto na gestão do teste de toxicidade quanto na tabulação final dos dados. O código fonte do software desenvolvido é apresentado no Apêndice A22.

Para o acompanhamento e a tabulação do teste de toxicidade, foi criado um software baseado em linguagem VBA (Visual Basic for Applications) do Microsoft Excel® 2010, que auxilia na informação de quais parâmetros devem ser acompanhados diariamente, bem como na organização das informações. Após a coleta de dados, o pesquisador tem a possibilidade de verificar dia-a-dia os resultados do teste de toxicidade, podendo avaliar se há tendências na amostra ou até mesmo no controle, não necessitando aguardar o fim do teste para tomada de ações, como por exemplo, reiniciar o teste após a detecção de mortalidade acima do esperado no controle. O software foi nominado MASCoTE – Metodologia para análise simplificada e coordenada da toxicidade estudada.

Para o correto funcionamento do sistema, o usuário deve habilitar o uso de macros no Excel. A tela apresentada na Figura 24 mostra a lista

de opções para o usuário, sendo elas a configuração do início do teste, o lançamento de dados de 1ª ou de 2ª geração e a análise de resultados.

Figura 24: Tela de opções do MASCoTE para interface com o usuário.

Figura 25: Tela para configuração do início do teste e apresentação do resumo do teste de toxicidade crônica.

Na tela de Configuração do Início do Teste (Figura 25), o usuário deverá informar a data do início do teste e o nome e concentração da amostra a ser testada (campos em amarelo). Essa mesma tela apresenta um resumo dos dados já lançados pelo usuário, caso já tenha sido preenchido algum dado nas telas de Lançamento de Dados da 1ª Geração ou Lançamento de Dados da 2ª Geração. O botão vermelho no canto direito superior, quando clicado, leva ao menu inicial.

A tela de lançamento de dados (Figura 26) contém os campos para lançamento de informações físico-químicas e bióticas do teste. O usuário deve preencher apenas os espaços em branco, nos dias em que forem solicitados, indicado pelo campo da data em amarelo. Os espaços com hachuras em cinza não estão habilitados para edição. Cada um dos campos possui uma caixa de informações, visando ajudar o usuário a identificar qual a informação que deverá ser digitada naquele campo. Alguns dos campos possuem uma lista suspensa para seleção do valor. Sempre que o campo é preenchido, a cor da célula muda de branca para azul.

Na tela de análise dos resultados (Figura 27), são apresentados gráficos de salinidade da primeira e segunda geração, no controle e na amostra, bem como um gráfico da temperatura máxima e mínima ao longo do período do teste.

A partir dos dados de tamanho, natalidade e primeira prole, apresentados em tabelas, são calculadas as variâncias desses dados a partir de uma análise de ANOVA além da avaliação do tempo para a primeira prole com o método Qui-Quadrado. Os resultados dessa análise aparecem em tabelas logo abaixo dos valores do tamanho e natalidade. A mortalidade e os dias para a primeira prole na primeira e segunda geração são apresentados em gráficos de colunas. A mortalidade é separada em machos e fêmeas e a análise estatística inferencial com ANOVA e Qui-Quadrado é apresentada também em tabelas.

Após o lançamento de todos os dados de 1ª e 2ª geração, o usuário deve acionar o botão calcular. Esse procedimento efetua todos os cálculos estatísticos e a geração dos gráficos. As tabelas com o resultado da ANOVA e Qui-Quadrado já possuem uma funcionalidade que indica se as diferenças entre o controle a amostra foram significativas ou não, para um α=0,05. Com esse resumo, é possível inferir se a amostra testada apresentou efeito crônico aos misidáceos ou se esse efeito não teve significância estatística.

Figura 26: Tela para lançamento de dados do teste de toxicidade crônica. Os campos em azul representam informações já preenchidas. A linha com destaque em amarelo representa o dia que está em avaliação, indicando assim a linha que deve ser preenchida na tabela de dados.

Figura 27: Tela de análise dos resultados em um exemplo. Os dados são tabulados após o usuário acionar o botão “Calcular” no canto direito superior da tela.

Toda essa automatização visa eliminar a necessidade de escolha de métodos estatísticos para a análise dos dados de toxicidade crônica, além de padronizar o uso para diferentes laboratórios. De maneira geral, os técnicos que executam o teste crônico poderão acompanhar ao longo do experimento o resultado das reações observadas em cada uma das características que são acompanhadas. Essa metodologia ajuda a identificar variações e definir exatamente em qual momento a toxicidade começou a apresentar diferenças significativas entre o controle e a amostra estudada.

O software foi utilizado de forma piloto para a avaliação dos efeitos de NPCuO nas concentrações de 75 e 100 g.L-1. O uso da metodologia proposta atendeu às necessidades de gerenciamento do teste, organização e tabulação dos dados, além do indicativo dos efeitos observados, demonstrando a efetividade do modelo sugerido. As Figuras 28 a 30 apresentam os resultados do teste de toxicidade crônica com concentração de 75 g.L-1 de nanopartículas de óxido de cobre.

Figura 28: Tabulação gráfica dos parâmetros abióticos acompanhados ao longo do teste de toxicidade crônica, realizada pelo software MASCoTE.

Na Figura 28, os dados de temperatura e salinidade acompanhados durante o teste de toxicidade são apresentados por meio de gráficos. Esses gráficos servem para observar de maneira rápida de ocorreram variações acima ou abaixo das especificações para o teste de toxicidade crônica.

Figura 29: Tabulação gráfica dos dados relativos ao tempo para primeira prole, mortalidade na primeira e segunda geração, com distinção entre machos e fêmeas. Os gráficos são elaborados automaticamente pelo software MASCoTE.

Na Figura 29 estão os gráficos gerados pelo MASCoTE para interpretação dos dados relativos aos fatores dias para a primeira prole e mortalidade. Essa análise gráfica auxilia o pesquisador a visualizar de maneira facilitada os efeitos sobre essas características. Já na Figura 30, são demonstrados os valores de médias, desvios-padrão e a análise inferencial com ANOVA e teste Qui-Quadrado. Além dos valores tabulados, o MASCoTE faz menção em cada uma das análise inferenciais se ocorreram diferenças significativas entre a amostra e o

controle (sempre considerando um intervalo de confiança de 95%; α=0,05)

Figura 30: Tabulação dos dados relativos ao teste de toxicidade crônica, utilizando média, desvio-padrão e análise inferencial ANOVA e Qui- Quadrado para interpretação dos resultados do ensaio. Essa tabulação é realizada automaticamente pelo software MASCoTE.

Espera-se que com esse agrupamento de funções do software, os pesquisadores que desejarem efetuar um teste de toxicidade crônica necessitem dispor de menos tempo para o planejamento, organização e tabulação dos dados, possibilitando assim maior disponibilidade de tempo para a observação e acompanhamento do teste propriamente dito, além de minimizar a dificuldade com ferramentas estatísticas.

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