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Capítulo 1. Relações fitogeográficas das formações de restinga e tabuleiro costeiro do

I. Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr

1910.

Figura 10: c, d

Árvore, 4–6 m alt. Ramos lenticelados, esparsamente pubescentes a glabrescentes, indumento ferrugíneo no ápice dos ramos. Estípulas caducas, não vistas. Folhas bipinadas, 9–15 pares de pinas, subopostas; pecíolo 26,5–49,6 mm compr.; raque 7,1–16,4 cm compr.; estipelas não vistas; nectário cônico, localizado abaixo do par distal de folíolos; pinas 2,3 – 8,5 mm compr.; folíolos 10–28 pares, 0,4–1,2 × 0,1–0,6 cmm, estreitamente oblongos ou elípticos, base levemente assimétrica, ápice arredondado a levemente obtuso, faces adaxial e abaxial pubérulas a glabras; venação broquidódroma. Inflorescência espiciforme, axilar, 8,0–9,0 cm compr; pedúnculo 0,8– 2,0 cm compr.; brácteas caducas, ca. 1,7 mm compr., ovais, ápice obtuso; bractéolas não vistas. Flores sésseis; cálice campanulado, verde-amarelado, pubescente, tubo 0,5–0,7 mm compr., 5- laciniado, lacínias curtamente deltóides, ápice obtuso; corola 1,5–1,8 mm compr., amarela- esverdeada, 5-lobada, lobos lanceolados, ápice obtuso, pubescentes; estames 10, livres; filetes 4-5 mm compr., glabros; anteras ca. 0,4 mm compr.; ovário ca. 1–1,5 mm compr., glabro; estilete ca. 2,5 mm compr. Legume nucóide, 6,7–10,5 × 0,9–1,1 cm compr., estreitamente oblongo, algumas vezes encurvado, glabro.

Comentários: Stryphnodendron pulcherrimum é a espécie de maior distribuição do gênero

ocorrendo na região amazônica brasileira (AC, AM, AP, PA, RO, RR), em áreas de terra firme do Mato Grosso, região centro-oeste e disjuntamente também é encontrada em área de Mata Atlântica na região nordeste brasileira (Scalon 2007). Em Pirambu ocorre nas áreas de restinga e tabuleiro, podendo ser identificada pelo hábito arbóreo, com folhas bipinadas, com mais de 8 pares de pinas por folha e 10 – 28 pares de folíolos.

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Nomes populares: favinha, Maria favinha, barbatimão, visgueira, farinheira, miciera.

Material examinado: 21.XII.1977, fl., M. Fonseca s/n (ASE501); 05. XII.2011, fl., D.M. Oliveira 226 (ASE); 30.V.2008, fl., C.S. Santos 378 (ASE); 04.IV.2013, fr., T. Carregosa et al. 366 (ASE); 09.IX.2013,fl., T. Carregosa et al. 467 (ASE).

Material adicional: Brasil, Sergipe: Japaratuba, 21.XII.1977, fl., M. Landim & V. Schettino 1121 (ASE); 10.I.2013, fl., M.C.V. Farias et al.187 (ASE).

91 3.4 Papilionoideae

É a maior subfamília de Leguminosae compreendendo aproximadamente 13.800 espécies, 482 gêneros e 28 tribos (Lewis et al. 2005), de ampla distribuição, ocorrendo desde florestas úmidas até desertos secos e frios (Polhill & Raven 1981). Entretanto as tribos herbáceas são mais frequentes em regiões temperadas, enquanto as espécies lenhosas são comuns nas regiões tropicais (Barroso et al. 1991; Lewis et al. 2005).

Na região de estudo, Papilionoideae foi a subfamília de maior representatividade, englobando 26 espécies reunidas em 19 gêneros e oito tribos. Os gêneros mais representativos foram Stylosanthes (4 spp.), Crotalaria (3 spp.), Dioclea (2 spp.) e Swartzia (2 spp.), enquanto os demais obtiveram um representante cada. Em Pirambu as espécies dessa subfamília são caracterizadas pelas folhas simples, bifolioladas, na maioria trifolioladas, pinadas, mas nunca bipinadas, nectários extraflorais ausentes, flores com simetria geralmente zigomorfa (exceto em Leptolobium), cálice gamossépalo, corola com perfloração imbricada descendente, estames geralmente 10 (exceto em Swartzia) e frutos do tipo legume, drupa, lomento ou legume samaróide.

Chave para os gêneros de Papilionoideae

1. Folhas simples ou unifolioladas

2. Subarbusto; folhas até 6,5 cm de compr.; fruto deiscente ... Crotalaria 2. Árvore; folhas mais de 8 cm de compr.; fruto indeiscente ... Zollernia (Z. ilicifolia) 1. Folhas compostas

3. Folhas bifolioladas ou trifolioladas.

4. Folhas bifolioladas ... Zornia (Z. latifolia) 4. Folhas trifolioladas

5. Flores amarelas

6. Estípulas bidentadas; flores agrupadas em espigas; brácteas conspícuas, bidentadas...Stylosanthes

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6. Estípulas inteiras; flores agrupadas em racemos; brácteas, quando conspícuas, inteiras

7. Subarbusto escandente; flores até 8 mm de compr.; margem do fruto fortemente constrita entre as sementes ... Rhynchosia (R. phaseoloides) 7. Subarbusto ereto; flores mais de 8 mm de compr.; margem do fruto inteira entre

as sementes. ... Crotalaria 5. Flores lilás a róseas

8. Fruto lomento ... Desmodium (D. barbatum) 8. Fruto legume

9. Flores ressupinadas, o estandarte ficando em posição inferior em relação às demais pétalas

10. Folíolos lanceolados a linear-elípticos; inflorescência 1-2 flores; estandarte com esporão no dorso ... Centrosema (C. brasilianum) 10. Folíolos geralmente largamente elípticos ou elípticos a obovais;

inflorescência multiflora; estandarte desprovido de esporão no dorso

11. Subarbusto prostrado; flores em racemos com nodosidade conspícua; cálice bilabiado ... Canavalia (C. rosea) 11. Subarbusto ereto; flores em racemos, com ramos laterais cimóides e

nodosidade inconspícua; cálice 5-lobado ... ... Periandra (P. mediterranea) 9. Flores não ressupinadas, o estandarte ficando em posição superior em relação às

demais pétalas

12. Quilha com ápice tubuloso e lateralmente torcido; fruto linear ... ... Vigna (V. peduncularis) 12. Quilha com ápice não torcido, levemente encurvado; fruto oblongo com

valvas lenhosas . ... Dioclea 3. Folhas pinadas

13. Flores não papilionóides;

14. Folhas imparipinadas, raro paripinadas no mesmo indivíduo; corola ausente, ou quando presente composta por apenas uma pétala; estames dimorfos, numerosos (ca. 100); fruto legume ... Swartzia

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14. Folhas paripinadas; corola composta por 5 pétalas; estames unimorfos, em número de 10; fruto legume samaróide ... Leptolobium (L. bijugum) 13. Flores papilionóides

15. Subarbusto ereto ou prostrado

16. Folhas imparipinadas; corola rósea a lilás; fruto legume ou drupa

17. Subarbusto prostrado; folíolos com pontuações glandulares amareladas na face abaxial; legume oblongo, subcilíndrico ... ... Indigofera (I. microcarpa) 17. Subarbusto ereto; folíolos sem pontuações glandulares; legume linear,

compresso . ... Tephrosia (T. purpurea) 16. Folhas paripinadas; corola amarela; fruto lomento ... ... Aeschynomene (A. viscidula) 15. Árvore

18. Folhas até 9 folíolos, glabros na face abaxial; estipelas fortemente marcadas; fruto drupa ... .Andira (A. fraxinifolia) 18. Folhas geralmente mais de 9 folíolos, pubescentes na face abaxial; Estipelas não

marcadas; fruto legume samaróide

19. Flores com alas ca. 2x maiores em comprimento, que as peças da quilha; estames livres ou levemente concrescidos na base ... ... Bowdichia (B. virgilioides) 19. Flores com alas de comprimento semelhante às peças da quilha; estames

monadelfos ... Lonchocarpus (L. sericeus)

3.4.1 Aeschynomene L. Gen. Fl. Pl. 1: 470. 1964.

Gênero subordinado a tribo Dalbergieae Bronn ex DC., é composto por ca. 180 espécies que se distribuem nas regiões tropicais e subtropicais das Américas, África e Ásia (Lewis et al. 2005). No Brasil ocorrem quase 50 espécies, dispersas em todos os domínios fitogeográficos do país (Lima et al. 2014b).

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