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Introdução

O

tema que se propõe tratar é a figuração do “Paiz Vinhateiro” do Alto Douro português, na primeira metade do século XIX, atra-vés dos olhares dos viajantes ingleses. Chamavam-lhe “wine--country” ou “wine-district”, ou seja, “Paiz do Vinho” e ainda

“Upper Douro” dado ser esta a vulgar designação do território de Cima Douro onde se produzia vinho: o Alto Douro Vinhateiro.

O objetivo deste artigo é o destacar de uma entre as várias possi-bilidades de leitura dos relatos produzidos por ingleses que visitaram este território na primeira metade do século XIX. Ao registarem as suas impressões falam de si, das experiências vividas e da relação que estabeleceram com o território visitado. Desta forma, os textos encon-tram-se impregnados de momentos de representações pessoais o que nos permite reter informações acerca do espaço e, ainda, acerca do que se ouvia dizer sobre o País do Vinho. Mas, mais do que a indaga-ção das histórias de viagem, a investigaindaga-ção inscreve-se na retrospetiva,

O País Vinhateiro do Alto Douro: Olhares dos Viajantes Ingleses na Primeira Metade do Século XIX

Didiana Fernandes

(Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, Instituto Politécnico de Viseu/

CIAC - Centro de Investigação em Artes e Comunicação/ CITUR – Centro de Investigação,

Desenvolvimento e Inovação em Turismo)

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a partir das anotações dos viajantes, de alguns aspetos que hoje são fundamentais na divulgação do espaço do Alto Douro: a Demarcação do Alto Douro e o contraste entre as “gentes”, a aristocracia duriense e a figura inglesa na região, que ainda hoje se sente.

Sabemos que, nos primeiros anos do século XIX, a região demar-cada do Alto Douro tinha já uma dimensão bem superior à estabe-lecida aquando da criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, em 1756,1 que definiu a região produtora de vinhos para exportação,2 denominados “vinhos de embarque” ou de

“feitoria”, mais tarde vinhos do Porto.

Durante a primeira metade de Oitocentos decorreu um vasto processo de expansão vitícola e consequente transformação na organização espacial. Este período tem muitos altos e baixos, no que respeita à produção e comércio de vinhos, não se podendo desprezar a guerra contra as tropas napoleónicas aquando das Invasões Francesas, a que se seguiram as perturbações da Guerra Civil, que implanta o liberalismo constitucional no nosso país.

Com a vitória dos liberais, em 1834, terminou a função reguladora da Companhia Geral, embora o número de quintas e de exporta-dores ingleses não cessasse de crescer. No entanto, a abolição da demarcação e dos mecanismos de controlo do vinho conduzem a fraudes e falsificações, o que leva à restauração da Companhia em 1838 por mais 20 anos. E, a par desta Instituição, intervém a Feitoria Inglesa,3 a retratar a persistente presença inglesa em todo o processo de construção do Vinho do Porto, levando a que o interesse pelo país do vinho fosse maior por parte dos indivíduos

1. V. Sousa 2006.

2. A Demarcação Pombalina da Região do Douro, levada a efeito entre 1758 e 1761, pelos Deputados da Junta de Administração da Real Companhia Velha, consagrava cerca de 40 mil hectares. Hoje, a área ins-crita na lista do património mundial, como paisagem cultural evolutiva viva, é o Alto Douro Vinhateiro, designado por Alto Douro (24.600 hectares). Esta zona é considerada representativa da vasta Região Demarcada do Douro, com 250.000 hectares, dos quais, cerca de 48.000 estão cultivados com vinha.

3. O primeiro regulamento da Feitoria Inglesa do Porto surge em 1727, porém esta já existia desde o século XVII, sendo mais tarde convertida em British Association (1814). Esta foi, por excelência, a grande teste-munha da Aliança Anglo-Lusa, uma vez que foi construída devido à necessidade sentida na altura, por parte dos comerciantes de Vinho do Porto que se encontravam na Rua Nova dos Ingleses, hoje Rua do Infante D. Henrique (localização da Feitoria Inglesa), para aí estabelecerem as suas trocas comerciais.

ESTUDOS / ESSAYS

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desta nacionalidade. Na verdade, os viajantes que se deslocavam a Portugal não visitavam o país vinhateiro e os que o faziam eram maioritariamente de origem britânica.

Por sua vez, a par desta prevalência de relatos de origem britâ-nica, são dados à estampa os estudos e mapas4 do comerciante Joseph James Forrester, que conheceram assinalável divulgação, apesar da sua imagem controversa, particularmente entre os seus pares.