• Nenhum resultado encontrado

Devem ser realizados cursos de treinamento e educação continuada para operários, reforçando a idéia da importância de um manejo sem estresse, com o uso mínimo do choque, visando

assim, o bem-estar animal, bem como treiná-los a manejar o gado respeitando o ponto de balanço, a zona de fuga e o comportamento natural dos animais e utilizando bandeiras plásticas no lugar de choques pra fazer os animais andarem nos corredores. Estes operários também devem ser treinados para a realização de manejos corretos e humanitários de animais caídos ou feridos.

Os Médicos Veterinários devem acompanhar com maior intensidade o manejo dos animais, verificando pontos falhos que devem ser imediatamente corrigidos, melhorando assim o bem-estar animal.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos no presente trabalho permitem concluir que:

• Ambos os estabelecimentos analisados obtiveram reprovação quanto a porcentagem de animais atordoados no primeiro tiro;

• No Estabelecimento A isto aconteceu em decorrência de dois fatores: operacional e do equipamento. Já para o Estabelecimento B o fator quase que exclusivamente foi falha operacional; • Em relação às quedas e escorregões, a reprovação dos estabelecimentos ocorreu devido ao uso do bastão elétrico. Com as incitações, os animais se assustam e escorregam, o mesmo acontece com as vocalizações que ocorrem sempre que os animais são tocados pelo bastão;

• Entre os animais analisados nenhum foi arrastado;

• Os animais que se mostraram sensíveis na calha de sangria foram os que tiveram uma insensibilização falha por motivo do equipamento ou falha operacional;

• O uso do bastão elétrico é o ponto crítico que merece muita atenção, pois, os operários criaram o hábito de usá-lo nos animais, e isto acontece mais repetidamente nos últimos animais dos lotes quando estão sendo conduzidos. O uso do bastão pode levar a ocorrência dos demais pontos críticos como os escorregões, as quedas, as vocalizações, ao estresse do animal, a inquietação, assim dificultando o atordoamento. Quando há uma insensibilização falha, encontram-se animais sensíveis na calha de sangria, além de carcaças com contusões e hematomas resultando finalmente em perdas econômicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN MEAT INSTITUTE: AMI ONLINE. Nacional hot dog & sausage council: answers to commonly asked questions about kosher products. Washington. [online] [citado em 25 11 07] Disponível na internet: http://meatami.org/HotKosh.htm. 2000.

ARGENTINA. Ministério da Agricultura y Ganaderia. Regulamento de inspeccion de productos, subproductos y derivados de origem animal. Decreto 4238/68 y normas legales conexas. Buenos Aires, (Argentina), 1971. 560p.

BARKMEIER, S. Kosher diet. [online] [citado em 25 11 07] Disponível na internet:

http://www.nd.edu/theo/glossary/kosher.diet.html. 1998.

BARTON GADE, P. Effects of vier and ventilation during transport a blood parameters and meat quality in slaghter pigs. Forskningsinstitut kningsinstitut, 1995.

BERTOLONI, W., SILVEIRA, E. T. F., COSTA, M. R., LUDTKE, C. B. Avaliação de diferentes híbridos suínos submetidos à insensibilização elétrica e gasosa (CO2). Revista Ciência e

BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento de Defesa e Inspeção Agropecuária. Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. São Paulo (SP): Inspetoria do SIPAMA. [online] [citado em 24 11 07] Disponível na Internet:

http://www.bahianet.com.br/crmvba/riispoa2.htm. 1968, 346p.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº.3929 de 1989. Dispõe sobre o abate de animais destinados ao consumo.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Instrução Normativa nº.3, de 07 de janeiro de 2000. Regulamento técnico de métodos de insensibilização para o abate humanitário de animais de açougue. S.D.A./M.A.A. Diário Oficial da União, Brasília, p.14-16, 24 de janeiro de 2000, Seção I. [online] [citado em 24 11 07] Disponível na internet:

www.agricultura.gov.br/das/dipoa/Anexo%20Abate.htm.

BROWN, S. N.; WARRISS, P. D.; NUTE, G. R.; EDWARDS, J. E.; KNOWLES, T. G. Meat quality in pigs subjected to minimal pre-slaughter stress. Meat Science, v.49, p.257-265, 1998.

CASTILLO, C. J. C. Bem-Estar Animal e Resultados de Auditorias em Frigoríficos. In: Qualidade da Carne. São Paulo: Varela, 2006, p.11-16.

CHANIN, M.; HOFMAN, E. G. What’s kosher? [online] [citado em 25 11 07] Disponível na internet: http://www.sallys-place.com/food/single-articles/whats_kosher.htm. 2007.

CIVEIRA, M. P., RENNER, R. M., VARGAS, R. E. S., RODRIGUES, N. C. Avaliação do bem-estar animal em bovinos abatidos para consumo em frigorífico do Rio Grande do Sul. Veterinária em Foco, Canoas (RS), v.4, n.1, jul./dez.2006, p.5-11.

CORTESI, M. L. Slaughterhouses and humane treatment. Revue Scientifique et Tecnnique - Office International des Epizooties, v.13, n.1, p.171-193, 1994. [online] [citado em 26 11 07] Disponível na internet: http://www.ncbi.nlm.nih.gov.

COSTA, M. P.; SILVA, E. V.; CHIQUITELLI, N.; ROSA, M. S. Manejo e qualidade da carne: bem-estar animal. Revista Gestão Pecuária, n.23, p. 30, 2003.

DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Animal Health Division. Regulation nº.146. Humane Slaughter methods. USA. [online] [citado em 27 11 07] Disponível na internet:

http://www.state.mi.us. 1999.

BARBOSA FILHO, J. A. D.; SILVA, I. J. O. Abate Humanitário: ponto fundamental do bem-estar animal. Revista Nacional da Carne, São Paulo (SP), v.328, p. 36-44, 2004.

DALLA COSTA, O. A. Efeito do manejo pré-abate no bem-estar animal e na qualidade de carne de suínos. 2005, Jaboticabal (SP), Tese (Doutorado em Zootecnia) Programa de Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, 2005.

DALLA COSTA, O. A., ARAÚJO, A. P., BAGGIO, E. E., CIOCCA, J. R. P., ATHAYDE, N. B., SCHNEIDER, D. Técnicas de manejo racional no embarque dos suínos. Instrução Técnica Para o Suinocultor (Embrapa). Novembro/07, Concórdia (SC).

D’SOUZA, D. N.; DUNSHEA, F. R.; WARNER, R. D.; LEURY, B. J. The effect of handling preslaughter and carcass processing rate post-slaughter on pork quality. Meat Science, v.50, p.429-437, 1998.

FAUCITANO, L. Causes of skin damage to pig carcasses. Canadian of Animal Science, v.81, p.39-45, 2000.

GEERS, R., SAATKAMP, H. W., GOOSSENS, K., VAN CAMP B., GORSSEN J., ROMBOUTS G., VANTHEMSCHE, P. TETRAD: an on-line telematic surveillance system for animal transports. Computers and Electronics in Agriculture. London, v.21, n.1, p.107-116, 1998.

GIL, J. I.; DURÃO, J. C. Manual de inspeção sanitária de carnes. Lisboa: Fundação Caloustre Gulbenkian, 1985. 563p.

GISPERT, M.; FAUCITANO, L.; GUARDIA, M. D.; OLIVER, M. A.; SIGGENS, K.; HARVEY, K.; DIESTRE, A. A survey on pré-slaughter conditions, halothane gene frequency and carcass and meat quality in five Spanish pig commercial abattoirs. Meat Science, v.55, p.97-106, 2000.

GONÇALVES, J.; BLISKA, F. M. M. Efeitos do manejo pré-abate na qualidade das carcaças de carne bovina. Revista Nacional da Carne, São Paulo, n.278, p.109, 2000.

GRANDIN, T. Buenas practicas de manejo para el arreo e insensibilizacion de animales. Colorado State University. [online]. [citado em 23 11 07] (a). Disponível na internet:

http://www.grandin.com/spanish/buenas.practicas.html. 2007.

GRANDIN, T. Preventing injuries and bruises. [online] [citado em 23 11 07] (b). Disponível na internet: http://www.grandin.com/behaviour/principles/preventing.html. 2007.

GRANDIN, T. La conducta animal y sua importância em nel manejo del ganado. [online]. S.n.t. [citado em 28 11 07] (c). Disponível na internet:

http://www.grandin.com/spanish/spanish2.html. 2007.

GRANDIN, T. Entendiendo la zona de vuelo. [online]. Colorado State University.

[citado em 27 11 07] (d). Disponível na internet:

http://www.grandin.com/spanish/entendiendo.vuelo.html. 2007.

GRANDIN, T. Lowering stress to improve meat quality and animal welfare in cattle. [online]. Colorado State University. [citado em 28 11 07] (e). Disponível na internet:

http://www.grandin.com/meat/cattle/cattle.meat.html. 2007.

GRANDIN, T. Lowering stress to improve meat quality and animal welfare in pigs. [online]. Colorado State University. [citado em 29 11 07] (f). Disponível na internet:

http://www.grandin.com/meat/pigs/pig.meat.html. 2007.

GRANDIN, T. Factors that impede animal movement at slaughter plants. Colorado State University. Journal of the American Veterinary Medical Association, Schaumburg, v.209,

n.4, p.757-759, 1996. [online] [citado em 26 11 07] Disponível na internet:

http://www.grandin.com/references/abstract-14.html.

GRANDIN, T.; REGENSTEIN, J.M. Religious slaughter and animal welfare: a discussion for meat scientists. [online] [citado em 24 11 07] Meat Focus International, n.3, p.115- 123, 1994. Disponível na internet: http://www.grandin.com/ritual/kosher.slaugh.html.

GRANDIN, T. Assessment of stress during handling and transport. [online] [citado em 24 11 07] Journal of Animal Science, Champaing, v.75, p.249-257, 1997. Disponível na internet:

http://www.grandin.com/references/handle.stress.html.

GRANDIN, T. Methods to reduce PSE and bloodsplash. [online]. Minnesota State University. [citado em 21 01 08] (a). Disponível na internet:

http://www.grandin.com/references/swine.html. 2008.

GRANDIN, T. Handling pigs for optimum performance on the farm and in the slaughter plant. [online]. Colorado State University, 1999. [citado em 26 11 07]. Disponível na internet: http://www.grandin.com/references/handles.pigs.performance.html.

GREGORY, N. G. Preslaughter Handling, Stunning and Slaughter. Meat Science, v.36, p.45-56, 1994.

GRIGOR, P. N., GODDARD, P. J., LITTLEWOOD, C. A., WARRISS, P. D., BROWN, S. N. Effects of preslaughter handling on the behaviour, blood biochemistry and carcases of farmed red deer. The Veterinary Record, London, v.144, p.223-227, 1999.

JARVIS, A. M.; COCKRAM, M. S. Effects of handling and transport on bruising of sheep sent directly from farms to slaughter. The Veterinary Record, London, v.135, n.11, p.523-527, 1994.

KNOWLES, T. G. A review of the road transport of cattle. The Veterinary Record, London, v.144, n.8, p.197-201, 1999.

LUDTKE, C. B., SILVEIRA, E. T. F., ANDRADE, J. C., BUZELLI, M. L., SOARES, G. J. D., FICHER, V., ROÇA, R. O. Avaliação da influência do transporte no bem-estar e qualidade da carne suína. Anais do II Congresso Latino-Americano de Suinocultura, Campinas (SP), 2007.

MATHES-SCHARF, A. J. Kosher certification a marketing plus. Food Technology, Sharon (MA), v.54, n.5, p.67, 1997.

LAMBOOIJ, E., PIETERSE, C., HILLEBRAND, S. J. W., DIJKSTERHUIS, G. B. The effects of captive bolt and electrical stunning, and restraining methods on broiler meat quality. Poultry Science, Savoy, v. 78, n.4, p.600-607, 1999.

PARANHOS DA COSTA, M. Comportamento e bem-estar de bovinos e suas relações com a produção de qualidade. 41ª Reunião Anual da SBZ, Campo Grande (MS), Anais...Campo Grande: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p.260-265, 2004.

PELOSO, J. V. Transporte de Suínos. Revista Suinocultura Industrial, São Paulo, n.133, 1998.

PEREIRA, A.S.C. Manejo pré-abate e qualidade da carne. São Paulo. Artigo Técnico – 07/2006.

PICCHI, V. Insensibilização no abate de bovinos. Revista Nacional da Carne, São Paulo, v.21, n.236, p.38-44, 1996.

PICCHI, V.; AJZENTAL, A. Abate bovino segundo o ritual judaico. Revista Nacional da Carne, São Paulo, v.18, n.202, p.53-57, 1993.

PRATA, L. F.; FUKUDA, R. T. Fundamentos de Higiene e Inspeção de Carnes. Jaboticabal (SP): Funep, p. 75-79, 2001.

RENNER, R. M. Fatores que afetam o comportamento, transporte, manejo e sacrifício de bovino. Tese de Especialização UFRGS, 2005. 87p.

RENNER, R.M. O manejo pré-abate e seus reflexos na qualidade da carcaça e da carne para a indústria frigorífica. Revista Nacional da Carne, p.186-198. 2006.

REVISTA NACIONAL DA CARNE. Abate Humanitário: não há nenhuma razão para que o Governo demore para liberar a lei. Revista Nacional da Carne, São Paulo, v.19, n.215, p.52- 60, 1995.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 333p.

ROÇA, R. O. Abate humanitário melh a carne: bem-estar animal na hora do abate influencia na qualidade do produto. Revista Açougueiro & Frigorífico. São Paulo, v.5, n.42, p.28-30, 1999.

ROÇA, R.O.; SERRANO, A. M., Influência do banho de aspersão ante-mortem em parâmetros bioquímicos e na eficiência da sangria da carne bovina. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília (DF), v.30, n.8, p.1107-1115, 1995.

ROÇA,, R.O., PADOVANI, C. R., FILIPI, M. C., SCHWACH, E., UEMI, A., SHINKAI,

R. T., BIONDI, G. F. Efeitos dos Métodos de Abate de Bovinos na Eficiência da Sangria. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas (SP), v.21, p. 244-248, 2001.

ROÇA, R.O., LUDTKE, C. B., SILVEIRA, E. T. F., SOARES, G. J. D. Bem estar animal no manejo pré-abate e sua influência sobre a qualidade da carne suína. V Seminário Internacional de Aves e Suínos – AveSui 2006 Curso de Manejo, Pré-abate, Qualidade da Carcaça Suína, Tipificação e Cortes para o Mercado Interno e Externo – abr. 2006 - Florianópolis (SC).

SÃO PAULO. Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Projeto de Lei nº297 de 30 de maio de 1990. Dispõe sobre métodos de abate de animais destinados ao consumo. Diário Oficial do Estado de São Paulo, v.100, n.101, 01 de julho de 1990. Seção I.

SCHAEFER, A. L., JONES, S. D. M., STANLEY, R. W. The use of electrolytic solutions for reducing transport stress. Journal of Animal Science, Champaing, v.75, p.258-265, 1997.

SHISLER, G. The Jewish dietary laws. [online] [citado em 26 11 07] Disponível na internet: http://www.cpap.embrapa.br/agencia/congressovirtual/pdf/ingles/02en03.pdf. 2002, 14p.

SILVEIRA, E. T. F. Técnicas de abate e seus efeitos na qualidade da carne suína. Campinas (SP): UNICAMP. Dissertação (Doutorado em Medicina Veterinária), Universidade de Campinas, 1997.

SILVEIRA, E. T. F. Inovações tecnológicas aplicadas no abate de suínos. Revista Nacional da Carne, São Paulo, n.280, p.92, 2000.

SILVEIRA, E. T. F. Bem estar animal e seus impactos na indústria de carnes do Brasil. In: I Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Carnes, Anais...São Pedro, Revista Tecnologia de Carnes, v.3, n.1, p.7-12, 2001.

SILVEIRA, E. T. F. Bem estar e qualidade da carne suína. VII Simpósio Goiano de Avicultura e II Simpósio Goiano de Suinocultura – Avesui Centro-Oeste Seminários Técnicos de Suinocultura, set. 2005, Goiânia (GO).

TARRANT, P. V. Long distance transportation of steers to slaughter: effect of stocking density on physiology, behaviour and carcass quality. Livestock Production Science, Amsterdam, v.30, p.223-238, 2003.

TERRA, N. N. Apontamentos de tecnologia de carnes. São Leopoldo (RS): Unisinos, 1998.

WARRISS, P. D., BROWN, S. N., KNOWLES, T. G., KESTIN, S. C., EDWARDS, J. E., DOLAN, S. K., PHILIPS, A. J. Effects on cattle of transport by road for up to 15 hours. The Veterinary Record, London, v.136, n.1, p.319-323, 1995.

WOTTON, S. B., ANIL, M. H., WHITTINGTON, P. E., McKINGSTRY, J. L. Pig slaughtering procedures: Head-to-back stunning. Meat Science, v.32, p.245-255, 1992.

ANEXO A - REGULAMENTO TÉCNICO DE MÉTODOS DE INSENSIBILIZAÇÃO PARA O ABATE HUMANITÁRIO DE ANIMAIS DE AÇOUGUE.

Objetivo: Estabelecer, padronizar e modernizar os métodos humanitários de insensibilização dos animais de açougue para o abate, assim como o manejo destes nas instalações dos estabelecimentos aprovados para esta finalidade.

• Âmbito de Aplicação – Em estabelecimentos industriais que realizam o abate dos animais de açougue.

• Procedimentos de abate humanitário: É o conjunto de diretrizes técnicas e científicas que garantam o bem estar dos animais desde a recepção até a operação de sangria.

• Animais de açougue: são os mamíferos (bovídeos, eqüídeos, suínos, ovinos, caprinos e coelhos) e aves domésticas, bem como os animais silvestres criados em cativeiro, sacrificados em estabelecimentos sob inspeção veterinária.

• Recepção e encaminhamento ao abate: é o recebimento e toda a movimentação dos animais que antecedem o abate.

• Manejo: é o conjunto de operações de movimentação que deve ser realizada com o mínimo de excitação e desconforto, proibindo-se qualquer ato ou uso de instrumentos agressivos à integridade física dos animais que podem provocar reações de aflição.

• Contenção: é a aplicação de um determinado meio físico a um animal, ou de qualquer processo destinado a limitar os seus movimentos, para uma insensibilização eficaz.

• Atordoamento ou insensibilização: é o processo aplicado ao animal, para proporcionar rapidamente um estado de insensibilidade, mantendo as funções vitais até a sangria.

• Sensibilidade: é o termo usado para expressar as reações indicativas da capacidade de responder a estímulos externos.

• Abate: é a morte de um animal por sangria, precedida de insensibilização.

Requisitos aplicáveis aos estabelecimentos de abate

• A construção, instalações e os equipamentos dos estabelecimentos de abate, bem como o seu funcionamento deve poupar aos animais qualquer excitação, dor ou sofrimento.

• Os estabelecimentos de abate devem dispor de instalações e equipamentos apropriados ao desembarque dos animais dos meios de transporte.

• Os animais devem ser descarregados o mais rapidamente possível após a chegada; se for inevitável uma espera, os animais devem ser protegidos contra condições climáticas extremas e beneficiar-se de uma ventilação adequada.

• Os animais que correm riscos de se ferirem mutuamente devido à sua espécie, sexo, idade ou origem devem ser mantidos em locais adequados e separados.

• Os animais acidentados ou em estado de sofrimento durante o transporte ou à chegada no estabelecimento de abate devem ser submetidos à matança de emergência. Para tal, os animais não devem ser arrastados e sim transportados para o local do abate de emergência por meio apropriado, meio este que não acarrete qualquer sofrimento inútil.

• A recepção deve assegurar que os animais não sejam acuados, excitados ou maltratados.

• Não será permitido espancar os animais ou agredi-los, erguê-los pelas patas, chifres, pêlos, orelhas ou cauda, ocasionando dores ou sofrimento.

• Os animais devem ser movimentados com cuidado. Os bretes e corredores por onde os animais são encaminhados devem ser concebidos de modo a reduzir ao mínimo os riscos de ferimentos e estresse. Os instrumentos destinados a conduzir os animais devem ser utilizados apenas para esse fim e unicamente por instantes. Os dispositivos produtores de descarga elétricas apenas poderão ser utilizados, em caráter excepcional, nos animais que se recusarem a mover, desde que essas descargas não durem mais de dois segundos e haja espaço suficiente para que os animais avancem. As descargas elétricas, com voltagem estabelecida nas normas técnicas que regulam o abate de diferentes espécies, quando utilizadas serão aplicadas somente nos membros.

• Os animais mantidos nos currais, pocilgas ou apriscos devem ter livre acesso a água limpa e abundante e, se mantidos por mais de 24h, devem ser alimentados em quantidades moderadas e a intervalos adequados.

• Nas espécies que apresentarem acentuada natureza gregária, não deve haver reagrupamento ou mistura de lotes de diferentes origens, evitando assim que corram o risco de ferirem-se mutuamente.

Contenção

• Os animais devem ser imediatamente conduzidos ao equipamento de insensibilização logo após a contenção que deverá ser feita conforme o disposto na regulamentação de abate de cada espécie animal.

• Os animais não serão colocados no recinto de insensibilização se o responsável pela operação não puder proceder a essa ação imediatamente após a introdução do animal no recinto.

Classificação dos métodos de insensibilização para o Abate Humanitário de animais.

• Método mecânico

Percussivo penetrativo: pistola com dardo cativo

• A pistola deve ser posicionada de modo a segurar que o dardo penetre o córtex cerebral, através da região frontal.

• Os animais não serão colocados no recinto de insensibilização se o operador responsável pelo atordoamento não puder proceder a essa ação imediatamente após a introdução do animal nesse recinto; não se deve proceder à imobilização da cabeça do animal até que o magarefe possa efetuar a insensibilização.

Percussivo não penetrativo

• Este processo só é permitido se for utilizada a pistola que provoque um golpe no crânio. O equipamento deve ser posicionado na abeça, nas regiões indicadas pelo fabricante.

• Método elétrico

Método elétrico – eletronarcose

• Os eletrodos devem ser colocados de modo a permitir que a corrente elétrica atravesse o cérebro. Os eletrodos devem ter um firme contato com a pele e, caso necessário, devem ser adotadas medidas que garantam um bom contato dos mesmos com a pele, tais como molhar a região e eliminar o excesso de pêlos.

• O equipamento deverá possuir um dispositivo de segurança que o controle, a fim de garantir a indução e a manutenção dos animais em estado de inconsciência até a operação da sangria.

• O equipamento deverá dispor de um dispositivo sonoro ou visual que indique o período de tempo de sua aplicação.

• O equipamento deverá dispor de um dispositivo de segurança, posicionado de modo visível, indicando a tensão e a intensidade da corrente para o seu controle, a fim de garantir a indução e a manutenção dos animais em estado de inconsciência.

• O equipamento deverá dispor de sensores para a verificação da resistência à corrente elétrica que o corpo do animal oferece, a fim de garantir que a voltagem e a amperagem empregadas na insensibilização sejam proporcionais ao porte do animal, evitando lesões e sofrimento inútil.

• Caso seja utilizado equipamento de imersão de aves em grupo deve ser mantida uma tensão suficiente para produzir uma intensidade de corrente eficaz para garantir a insensibilização das aves.

• Medidas apropriadas devem ser tomadas a fim de assegurar uma passagem satisfatória da corrente elétrica, mediante um bom contato, conseguido molhando-se as patas das aves e os ganchos de suspensão.

Método da exposição à atmosfera controlada

• A atmosfera com dióxido de carbono ou com mistura de dióxido de carbono e gases do ar onde os animais são expostos para a insensibilização deve ser controlada para induzir e manter os animais em estado de inconsciência até a sangria, sem submete-los a lesões e sofrimento físico.

• Os equipamentos onde os animais são expostos à atmosfera controlada deve ser concebidos, construídos e mantidos de forma a conter o animal adequadamente, eliminando a possibilidade de compressão sobre o corpo do animal, de forma que não provoque lesões e sofrimento físico.

• O equipamento deve dispor de aparelhos para medir a concentração de gás no ponto de exposição máxima. Esses aparelhos devem emitir um sinal de alerta, visível ou audível pelo operador, caso a concentração de dióxido de carbono esteja fora dos limites recomendáveis pelo fabricante.

• A concentração de dióxido de carbono, em seu nível máximo, deve ser de pelo menos 70% para suínos e 30% para aves.

Sangria dos animais

• A operação de sangria deve ser iniciada logo após a insensibilização do animal, de modo a provocar um rápido, profuso e mais completo possível escoamento do sangue, antes que o animal recupere a sensibilidade.

• A operação de sangria é realizada pela seção dos grandes vasos do pescoço, no máximo 1 minuto após a insensibilização.

• Após a seção dos grandes vasos do pescoço, não serão permitidas, na calha de sangria, operações que envolvam mutilações, até que o sangue escoe ao máximo possível, tolerando-se a estimulação elétrica com o objetivo de acelerar as modificações post-mortem.

• Na sangria automatizada (aves), torna-se necessária à supervisão de um operador, visando proceder manualmente o processo, em caso de falha do equipamento, impedindo que o animal alcance a escaldagem sem a devida morte pela sangria.

Monitoramento do programa

• Cabe ao estabelecimento realizar, pelo menos uma vez ao dia, o monitoramento do processo de insensibilização e sangria. Este monitoramento será realizado por meio da checagem dos seguintes aspectos:

• Velocidade do fluxo do abate, fluxo mínimo de corrente e tensão para animais de mesma espécie, de acordo com o tamanho e o peso.

• Posição dos eletrodos no caso de insensibilização elétrica.

• Contrações musculares, tônicas e clônicas após a insensibilização.

Documentos relacionados