• Nenhum resultado encontrado

De acordo com André W eitzenhoffer, sugestibilidade "é a capacidade de responder às sugestões". E sugestão seria "um a com unicação que evoca uma resposta involuntária que reflete o conteúdo ideacional da com unicação. E a com unica­ ção de uma pessoa para a outra que evoca um autom atism o na segunda pessoa, e reflete a realização do conteúdo ideacional da com unicação".

A palavra sugestão vem do latim sugestione, em que su, sub = embaixo, abaixo, por baixo, e gestione = gestão, administração, gerência.

Lembrando Freud, "o pensamento é um ato em estado nas-

cendi." Nascer na pessoa uma nova idéia. Este é um princípio da hipnose — o princípio ideodinâmico — em que uma idéia gera uma ação.

Faço aqui um pequeno relato da história de Erickson, quando ele descobre este princípio durante sua convalescença da poliomielite. Sentado numa cadeira de balanço, totalmente para­ lisado pela doença, estava com muita vontade de ficar lá fora no campo como seus familiares, trabalhando na fazenda. Olhando fixamente para fora com este pensamento em mente, notou que

I lipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo 43

m u i cadeira começou a balançar para frente e para trás. Era a

liléia fazendo com que ele se movimentasse. Foi assim que, atra- ' rs deste exercício de pensamento, Erickson foi reaprendendo a

mo mover e mudar o que ele queria.

A sugestibilidade seria uma abertura para aceitar novas Idéias, novas inform ações. À m edida que esta inform ação vai sondo adquirida, dependendo do seu valor subjetivo, ela pode .iltorar a experiência da pessoa de algum a m aneira. A escolha dr aceitar ou não a sugestão proposta vai depender de a pró­ pria pessoa acreditar que isso possa levar à m udança que ela ileseja.

E sempre bom alertar para o fato de que há pessoas com uma capacidade crítica reduzida e de que há uma diferença entre Migestibilidade e credulidade. Ter bom senso e usar da capacida- ile de influência com sensibilidade é dever do hipnoterapeuta, sijmpre com muito respeito ao desejo do outro.

Todas as pessoas são envolvidas por alguma opinião em iilgum momento de suas vidas. Isso é particularmente evidente nas propagandas que exercem influência através da comunicação visual, auditiva e cenestésica.

Fazer um transe hipnótico significa comunicar alguma coi- Nti que o outro possa entender e para tal utilizamos estratégias de comunicação.

S, Ilipn otizabilidade

Diz respeito à suscetibilidade hipnótica, o grau em que você é hipnotizável. Transe leve, médio ou profundo.

Quem pode ser hipnotizado? Já vimos isto nos mitos. ( omo a hipnose e seus fenômenos fazem parte de nosso dia-a-

11 iii, podemos afirmar que todos podem ser hipnotizados. Joseph

Unrber, em seu texto "O modelo do serralheiro", mostra que a '.uscetibilidade à hipnose depende do serralheiro (chaveiro) fazer ii moldagem correta para abrir a fechadura da mente inconscien­ te. O modelo da hipnose naturalista, de acordo com cada cliente, tom maior eficácia quanto a essa suscetibilidade. Quando se indi­ vidualiza a terapia, há uma melhor resposta à indução. Veremos Islo mais tarde.

-1-1 Sofia M. F. Bauer

A hipnose pode ocorrer em vários níveis. Veja o gráfico:

O transe médio é considerado o melhor, por ter m aior efi­

cácia quanto à sugestão. Em transe leve a consciência está muito presente, e com ela a crítica e as resistências. No transe profundo ocorre amnésia, que por vezes é prejudicial aos bons resultados.

A sugestibilidade é maior no transe médio, mas sabemos que este gráfico é empírico. Você pode ter alta sugestibilidade num paciente sonambúlico ou no transe leve. O mais importante é a aliança terapêutica, o rapport. Tendo isso, você muda o gráfi­ co, muda as possibilidades. Aquilo que falei anteriormente, sobre o modelo do serralheiro quanto a entrar em transe, vale também para a sugestibilidade que pode ser aumentada nos níveis vários de transe. Portanto, o principal é fazer com que o paciente confie em você. Mas, para aqueles que estão começando, saber que o transe médio oferece maior sugestibilidade já traz segurança. Neste nível, o paciente tem alguma consciência e controle, e pode se soltar e confiar, observando.

Veja agora as escalas sobre o que acontece em cada nível de transe.

I llpnolerapia Ericksoniana Passo a Passo 45

( i ílérios de H ershm an p ara adequ ação de estados hipn óticos

• 11 .inse leve (hipnoidal)

Relaxamento

Catalepsia das pálpebras dos olhos Ivchamento dos olhos

Começo de catalepsia corporal (sem movimentos) Respirações mais vagarosas e profundas

I mobilização dos músculos faciais

Sensação de peso (pesado) em várias partes do corpo Anestesia de luva

Habilidade para sugestões pós-hipnóticas simples

• 11 .inse médio

Amnésia parcial (alguns sujeitos)

Definido retardamento na atividade muscular I labilidade em ilusões de sensações

Aumento isolado de sensações

Marcada catalepsia dos membros do corpo

Habilidade para sugestões pós-hipnóticas mais difíceis • I r.inse profundo

Habilidade para manter o transe com olhos abertos Amnésia total (na maioria dos sujeitos)

Habilidade para controlar algumas funções orgânicas (pul­ so, pressão arterial)

Anestesia cirúrgica

Regressão de idade e revivificação

Alucinações (positiva e negativa, visual e auditiva) Habilidade de "sonhar" material magnífico

Habilidade para todas ou para a maioria das sugestões pós-hipnóticas

• 11 .mse pleno ou estuporoso

Marcado por respostas orgânicas lentas e quase completa, inibição da atividade espontânea.

Fonte: Hipnose médica e odontológica, Milton H. Erickson, M.D., hrv mour Hershman, M.D. e Irving Secter, D.D.S., Editora Livro Ple­

Estado (profundidade) da hipnose em relação às aplicações clínicas (Weitzenhoffer)

Critérios Grau

Olhos abertos Pálpebras pesadas Pálpebras com tremor

Acordado

Sensação de peso nas extremidades Sonolência

Terapia psicobiológica (reforço, per­ suasão, reeducação, confissão e venti­ lação)

Hipnoanálise (associação livre, fanta­ sias induzidas)

Aumento do limiar de dor através do relaxamento

Redução da tensão muscular geral

Estado hipnoidal

Fechamento dos olhos Relaxamento muscular geral Catalepsia das pálpebras (paralisia) Catalepsia dos membros (flexibilidade cérea

Indução do membro rígido Paralisia induzida

Automatismos induzidos

Terapia psicobiológica (condução) Analgesia leve (cefaléias tensionais, trabalho de parto e alguns partos, tra­ balhos dentários simples)

Hipnose leve

I llpnoterapia Ericksoniana Passo a Passo 47

Critérios Grau

Amnésia pós-hipnótica parcial sugerida Alterações sugeridas de vários senti­ dos cutâneos

Anestesia em luva

Analgesia parcial pós-hipnótica Automatismo generalizado

Hipnose média Alterações superficiais de personalida­

de sugerida

1 lipnoanálise (indução de sonhos, re­ presentação de papéis)

1 .icilitação de terapias físicas

Analgesia para partos, trabalhos den-

1 ii ios e pequenas cirurgias

' 'iigestões pós-hipnóticas simples Amnésias pós-hipnóticas extensas su­ geridas

Anestesia geral

1 leitos emocionais induzidos

Profundas alterações de personalidade sugeridas

Alucinações

Hipnose

Alteração da noção de tempo profunda

Ke^ressão e progressão de idade 1 era pias biológicas (certas dessensibi- lld.ides)

1 lipnoanálise (escrita automática, pin­ tura, modelagem)

Kemoção de sintomas

l Jno quase geral de sugestões como ad­

junto de intervenções médicas Anestesia para cirurgias maiores

Sofia M. F. Bauer

Critérios Grau

Amnésia pós-hipnótica total e espontâ­ nea

Habilidade para abrir os olhos em hip­ nose

Profundas alterações de personalidade sugeridas

Todas as sugestões pós-hipnóticas Terapia psicobiológica (recondiciona- mento)

Hipnoanálise (fixação de cristais, psi- codrama, conflitos artificiais induzi­ dos, reivindicações)

Uso geral de sugestões como adjuvan- te de tratamentos médicos

Hipnose profunda Sonambulismo

Fonte:

The practice o f hypnotism, André Weitzenhoffer, M.D., Nova Iorque, Wiley Interscience Publication, 1989. Copyright © 1989 by John Wiley & Sons, Inc.

Hipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo 49

A escala de Davis-Husband in Weitzenhoffer,

The practice ofhypnotism

Teste de

Profundidade Escore sugestão e resposta

Não-suscetível 0

1

2 Relaxamento

3 Tremor de pálpebras

4 Fechamento dos olhos

5 Completo relaxamento físico

6 Catalepsia dos olhos

1 rnnse leve 10 Rigidez cataléptica

11 Anestesia em luva

13 Amnésia parcial

15 Anestesia pós-hipnótica

17 Mudanças na personalidade

11 .inse médio 18 Sugestões pós-hipnóticas simples

25 Sonambulismo completo

26 Alucinações pós-hipnóticas visuais

positivas

27 Alucinações pós-hipnóticas auditi­

vas positivas

28 Amnésia pós-hipnótica sistemati­

zada

29 Alucinações auditivas negativas

30 Alucinações visuais negativas, hi-

perestesia ■

I >nvis & Husband, 1931. Copyright 1931 pela American Psy-

M) Sofia M. F. Bauer

Depois de observar as escalas e os níveis de transe, vem a pergunta: Para estar no transe médio ou profundo é preciso sen­ tir tudo isto?

Na verdade, isto é uma escala. Uma média do que acontece em cada nível de transe. Mas o que ocorre normalmente não é se verificarem todos estes itens em cada transe atingido ou induzi­ do. Pode-se ter alguns dos itens ou todos eles. Há pessoas que são mais cenestésicas e podem desenvolver mais sensações. Ou­ tras têm uma capacidade de alucinar em imagens e outras de de­ senvolver analgesia ou anestesia, e todas podem estar desenvol­ vendo muitos níveis de transe, além de variar de fenômenos hip­ nóticos de um transe para o outro. Por isso, é bom saber que uma pessoa que hoje entra num transe leve, amanhã poderá desenvol­ ver um transe médio ou profundo, e vice-versa; hoje desenvolver o transe profundo, e amanhã o leve.

Mas com o é que você de uma m aneira prática vai saber se o seu cliente entrou em transe? E qual a profundidade deste transe?

A pessoa quando entra em transe fica com a m ente cons­ ciente absorvida. Dá vazão à mente inconsciente, a que os fenô­ menos hipnóticos apareçam, e fica clara a constelação hipnótica, ou seja, um quadro de sinais físicos que denotam um estado en­ tre o acordado e o dormindo.

Ao perceber alguns destes sinais, você já está com seu cliente em transe. Pode ser um transe mais leve, em que as carac­ terísticas principais são: catalepsia, diminuição dos movimentos, respiração mais lenta, às vezes sinais ideomotores.

No transe médio, observam-se uma catalepsia mais acen­ tuada, músculos da face soltos e mais sinais da constelação hip­ nótica como: movimento de deglutição diminuído, sinais ideo­ motores, movimentos oculares, respiração mais lenta, às vezes mudança na postura (mais caído para um lado).

O transe profundo parece-se com o sono. A pessoa conti­

nua respondendo aos comandos do indutor do transe, ocorrem os movimentos rápidos dos olhos (REM) e pode haver até so­ nhos. Ela pode entrar em sonambulismo. O próprio nome já diz, o sono mais o ambulismo. Parece estar adormecida, mas tem a capacidade de andar, escrever, responder às perguntas, de uma

I llpnoterapia Ericksoniana Passo a Passo 51

liu ma "acordada diferente", pode abrir os olhos, mas estes ficam vidrados e mais fixados a um ponto ou olhar vago. Este estágio é .interior ao sono. O grau mais profundo de transe seria a letargia,

111tase o sono. E difícil alcançá-lo, porque a tendência é passar di-

relamente ao sono fisiológico. E preciso desenvolver esta capaci­ dade que os monges treinam em suas meditações.

O transe letárgico, em psicoterapia, pouco adianta. O

transe m édio é o utilizado com m aior eficácia, pois desenvolve ,i capacidade de se abrir para as potencialidades do incons- i'lente, provoca apenas am nésia parcial e gera segurança em i|iiem o experim enta. A pessoa sabe que estava num estágio di- lercnte, mas ela é participativa da hipnoterapia. A hipnose aqui se toma efetiva.

No transe profundo m uitas vezes ocorre am nésia total; a pessoa não se lem bra de nada e não se torna participativa de

um a m aneira consciente. Há casos em que é necessário um tra- hnlho no nível profundo: traum as, sugestões diretas, em que n.lo se deseja que a pessoa desenvolva uma resistência ao que loi sugerido.

Mas, na maioria dos casos, é sempre bom desenvolver o Iranse em nível médio. Lembremos que você, à medida que de- envolve o rapport e faz o condicionamento ao transe, pode levar uma pessoa que só vai até o nível leve a desenvolver um transe mais profundo.

Fizeram-me uma pergunta durante uma aula. Uma per­ gunta importante. O que cura mais rápido? Colocar uma pessoa

em transe profundo, ou uma pessoa em transe leve? Qual é o

Iranse mais eficaz?

Com o que você leu até o momento, sabe que o melhor liiinse, para a sugestibilidade, é o médio. Mas e o paciente que só enlra em transe leve, ou só em profundo? Não teremos bons re- hiiltados?

O que funciona é o somatório de motivação, rapport e ne­

cessidade. Um paciente bem motivado, apoiado na confiança que lem no terapeuta e necessitando de melhora provavelmente será ii melhor cliente. Não importa o nível de transe. Para os erickso- lllanos, isso não é importante. Então, não se preocupe se o seu i liente não entra num transe médio ou profundo. Os clientes é

Sofia M. F. Bauer

111u> tòm essa preocupação: "eu não entrei em transe", "eu não

.qntguei". Isto não é necessário. Fale ao cliente que o transe pode ser leve, mas muito eficaz, caso ele preste a atenção necessária.

Porém, para você poder reconhecer tudo isto, é necessário saber o que é a constelação hipnótica e os fenômenos hipnóticos. Você verá a seguir.

6. C on stelação hipnótica (segundo Jeffrey K. Zeig)

Um dos motivos de se sentar de frente para o cliente e de mantê-lo sentado é poder observar a constelação hipnótica; além de dificultar sua passagem direta ao sono.

Zeig criou este termo — constelação hipnótica — para de­ signar aquelas características, sinais físicos, que mostram que o sujeito está em transe. São elas:

Economia de movimentos (a catalepsia) — observa-se facil­ mente quando a pessoa entra em transe; ela fica imóvel, econom i­ za movimentos. É a catalepsia agindo. Não existe vontade de se mexer. O que move, agora, é algo interno. O corpo pára e a m en­ te produz.

Literalismo (interpretação literal) — uma segunda coisa ob­ servada é que o inconsciente é literal, ou seja, ele responde lite­ ralmente às palavras ditas. Por isso, todo cuidado com suas pala­ vras, com o que você sugere. Vou lhe dar alguns exemplos. Você pode perguntar a uma pessoa acordada: "Você se importa de di­ zer seu nom e?" A pessoa naturalmente vai lhe responder o nome. No caso de estar em transe, ela pode sim plesmente res­ ponder que não ou sim. Outro exemplo: Uma vez, fazendo uma indução, sugeri ao cliente que se imaginasse flutuando em uma nuvem, como se ela fosse um cobertor gostoso de bebê; o pacien­ te começou a sentir um calor enorme. Imagine se ele também ti­ vesse medo de altura?! É bom prevermos, com algum questiona­ mento, medos que possam ter relação com a indução que temos em mente. E lembremos que a resposta do sujeito pode vir literal­ mente.

I lipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo 53

Demora para iniciar resposta — há tam bém a dem ora para Iniciar a resposta a um com ando. Por isso, tenha um pouco de ptu iência ao pedir algo, como levitação ou outra coisa qu al­ quer As respostas costum am vir quando estam os desistindo. Aos iniciantes, que ficam um pouco aflitos, achando que não iiplicaram bem a técnica, paciência, um pouco de silêncio e lá vi'ni a resposta.

Mudança nos reflexos de salivação e deglutição — você pode nolar que, logo ao iniciar o transe, há uma mudança no reflexo ilr deglutição. No início, a pessoa saliva mais, engole mais. De­ pois, quando já está num transe médio, a pessoa pára de engolir, iliminui o reflexo de salivação. É mais ou menos como o primeiro

.0110, em que, às vezes, baba-se e depois fica-se quase sem saliva

110 sono profundo.

Diminuição na freqüência respiratória, pulso e pressão sangüí­

nea — há uma diminuição geral dos reflexos. Se quando estamos

ilormindo ficamos menos acelerados, no transe, caminho entre o estado alerta e o sono, há também a diminuição destes reflexos.

I l.i uma vasodilatação, pelo relaxamento muscular; uma tranqüi- llil.ide que pode ser observada até na respiração.

Relaxamento muscular — ocorre também o relaxamento muscular. Você pode reparar melhor nos músculos da face. Uuando a pessoa entra num bom nível de transe, os músculos da i.uv vão se soltando. Costuma-se observar que a pessoa solta o queixo e, muitas vezes, solta os lábios. Vê-se também os braços entregues. E como ver um bebê que adormece. Sabe-se que o bebê adormeceu porque ele se entregou; fica até mais pesado no i olo de quem o carrega. Assim, podemos observar que a pessoa

1 m transe se entrega a um estado de relaxamento generalizado.

Mudanças no comportamento ocular — os itens abaixo ocor- iem freqüentemente quando se faz o transe através da fixação de uni ponto, e você então observa as mudanças, pupilares; a perda tio foco; o olhar vidrado, que também é comum no sonam bulis-

54 Sofia M. F. Bauer

mo; e a mudança de piscadas que vão ficando mais lentas até o fechamento dos olhos.

a) Mudanças pupilares — a midríase, ou dilatação da pu­ pila, é observada no cliente em transe com os olhos abertos.

b) Tremor palpebral — se você está trabalhando com o sujeito de olhos fechados, talvez ocorra o tremor pal­ pebral. É um sinal de estar entrando em transe. É bom você dizer ao sujeito que é muito natural os olhos tre­ merem um pouco, involuntariamente, quando se está entrando em transe, e que basta que ele respire fundo e logo os tremores passarão.

c) Perda de foco — o cliente tem a sensação de visão em ­ baçada.

d) Olhar "fixo " de transe — o olhar vidrado, como no so- nambulismo.

e) Mudanças na freqüência das piscadas — os olhos pis­

cam mais rapidamente.

f) M udanças no movimento lado a lado do olho — outra

mudança que se observa na pessoa em transe de olhos fechados é o movimento de lado a lado do globo ocu­ lar. Isto denota a entrada num transe mais profundo. Você pode também observar o REM (rapid eye move-

ment), o movimento rápido dos olhos, que ocorre no estado mais profundo de transe, quando a pessoa pode estar sonhando.

g) Lacrimejamento — observa-se uma lubrificação natu­ ral e espontânea das vias lacrimais.

Redução nos movimentos de orientação — há uma acentuada redução nos movimentos de orientação, quando é pedido à pes­ soa em transe que leve a mão ao rosto, por vezes ela perde a no­ ção de onde está sua mão naquele momento.

I lipnolerapia Ericksoniana Passo a Passo 55

Assimetria direito/esquerdo — a assimetria entre os dois la­ tim tio corpo. Você pode notar que a pessoa vai modificando in.r. contraturas musculares, sua fisionomia. Um lado do rosto nnll.i se mais que o outro. Às vezes, tomba-se para um lado, ou

Vli .1 se mais o rosto.

Mudanças na circulação periférica — as mudanças na circula- V '" periférica ocorrem pelo relaxamento muscular generalizado que relaxa artérias e veias e com isso leva mais sangue aos pe­ quenos capilares das pontas do corpo. É bom lembrar que nos ca- m i l e hipertensão a hipnose é muito eficaz na redução da pres­ tou, exatamente por este motivo: relaxamento dos vasos arteriais. Vneê pode usar o transe e o ensinamento de auto-hipnose, como lllli.i técnica de ajuda para hipertensos.

Fascicidação — fasciculação é um conjunto de pequenas . mitraturas m usculares involuntárias que se observa durante o transe.

Alimento da responsividade — há um acentuado aumento da icponsividade, que você observa nas mínimas pistas, como res­ pirar profundo e observar que o sujeito respira juntamente com vnee Pedir que a pessoa faça alguma coisa e ela faz.

Aumento da atividade ideomotora e ideossensória — movimen- lim ideomotores são comuns, como sinais com os dedos. Peque- lltm movimentos que sinalizam uma idéia. A levitação é um mo-

v Imento ideomotor. Há também atividades ideossensórias, uma

Uléia que traz junto uma sensação.

/ fen ôm en os hipnóticos Rapport Catalepsia Dissociação Analgesia Anestesia

Sofia M. F. Bauer Regressão de idade Progressão de idade Distorção do tempo Alucinações positivas/negativas Amnésia Hipermnésia Atividade ideossensória/ideomotora Sugestão pós-hipnótica

Quando você coloca uma pessoa em transe, observará al­ guns comentários, ao final do transe, sobre as percepções expe- rienciadas pelo sujeito. Elas são variadas; podem aparecer algu­ mas ou até muitas das que descreverei a seguir. Não necessaria­ mente aparecem as mesmas quando se entra em transe novam en­ te. Você pode ver que o mesmo sujeito, numa indução, falará que teve amnésia e analgesia e pode ser que numa outra sessão ele te­ nha hipermnésia e não tenha analgesia.

O importante é que os fenômenos hipnóticos sempre apa­

recem quando a pessoa está em transe. É nossa garantia, quando principiantes, de que o nosso cliente entrou em transe.

Os fenômenos hipnóticos aparecem desde o transe leve até o profundo, independentemente do nível de transe. As vezes, a pessoa está num transe leve e desenvolve amnésia. Em outras, a

No documento Hipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo (páginas 43-64)

Documentos relacionados