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Identificamos como sujeitos da pesquisa os trabalhadores que atuavam no nível operacional e de gestão do Complexo Regulador. Cabe o esclarecimento de que toda a organização do processo regulatório envolvendo as funções administrativas, operacionais de agendamento, fomento de discussões técnicas, articulação com os prestadores de serviços, entre outras, que não envolvam o ato de regulação médica, são de responsabilidade dos profissionais que assumem a função de coordenação. O conjunto dos trabalhadores que compunham a equipe do CR, no momento da pesquisa, pode ser visualizado pelo Quadro 1.

* Coordenação Geral: 1 médica

Quadro 1- Distribuição das novas centrais de regulação em atividade,

coordenadores, reguladores, equipe administrativa por categoria profissional, Complexo Regulador, Ribeirão Preto-SP, 2006

3.2.2.3)

As técnicas e os instrumentos da coleta de dados

9 Abordagem quantitativa

Para a coleta dos dados das fontes secundárias, elaboramos uma planilha específica, constando os dados para a construção de indicadores de resultado que auxiliaram a análise da dimensão cobertura para o cumprimento do primeiro objetivo específico proposto. Importante dizer que adotamos a referência da Portaria 1101/02 que define parâmetros de cobertura como ”aqueles destinados a estimar necessidades de atendimento a uma determinada população, em um determinado período, previamente estabelecido.” Na construção destes indicadores, utilizamos as seguintes fontes secundárias: os sistemas de informação ambulatorial (SIA) e hospitalar (SIH) do DATASUS/MS, no período de 2004, 2005 e 2006. Para a coleta de dados, elaboramos instrumento específico.

Os indicadores de resultado analisados foram: Nº Coordenação/ Categoria profissional Nº de Reguladores/ Categoria Profissional No Apoio Técnico/Categoria Profissional Centrais de Regulação

Médico Enferm Odont Médico Odont Enferm

e Médico Aux Enferm /Dig Aux. Admin Consultas Médicas 01 04 01 04 04 Consultas Odontológicas 01 02 Internações Eletivas 01 Exames Especializados 01 03 01 TOTAL 01 02 01 07 02 02 04 04

Taxa de Execução de Consultas Médicas Básicas (TECMB) – Total de

consultas médicas básicas (pediatria, ginecologia obstetrícia, clínica médica) realizadas na rede pública municipal própria por habitante/total de consultas médicas básicas esperadas/habitante, nos anos de 2004 a 2006. TECMB = Total de consultas médicas básicas realizadas X 100

Total de consultas médicas básicas esperadas

• Taxa de Execução de Consultas Médicas Especializadas (TECME) –

Total de consultas médicas especializadas realizadas na rede pública municipal própria e/ou conveniada por habitante/total de consultas médicas especializadas esperadas por habitante, nos anos de 2004, 2005 e 2006. Neste indicador, optamos por calcular o percentual de execução para as especialidades médicas de cardiologia, endocrinologia por reconhecermos que uma cobertura satisfatória nestas especialidades poderia auxiliar na condução de agravos de alta prevalência no município e, para a ortopedia, a dermatologia e a oftalmologia por serem especialidades de maior “demanda” reprimida no município.

TECME = Total de consultas especializadas realizadas X 100 Total de consultas especializadas esperadas

• Taxa de Execução de Internações de Baixa e Média Complexidade

(TEIBMC) – Total de internações de baixa e média complexidade

realizadas nos prestadores hospitalares conveniados ao SUS por habitante/Total de internações de baixa e média complexidade esperadas por habitante, nos anos de 2004 a 2006.

TEIBMC = Total de internações de baixa e média complexidade realizadas X 100 Total de internações baixa e média complexidade esperadas

Taxa de Execução de Internações de Alta Complexidade (TEIAC) – Total de internações de alta complexidade realizadas nos prestadores hospitalares conveniados ao SUS por habitante/Total de internações de alta complexidade esperadas por habitante, nos anos de 2004 a 2006.

TEIAC = Total de internações de alta complexidade realizadas X 100 Total de internações de alta complexidade esperadas

9 Abordagem Qualitativa

Como técnica para a coleta dos dados primários junto aos sujeitos selecionados, trabalhadores do Complexo Regulador, utilizamos a entrevista estruturada.

Segundo Minayo (1994), a coleta de dados em pesquisas sociais pode ser classificada em diferentes modalidades, a depender do grau de diretividade estabelecido pelo pesquisador na estrutura do roteiro, variando desde a entrevista estruturada, passando pela semi-estruturada, até a entrevista não estruturada ou aberta, uma vez que a fala é reveladora de condições estruturais, de sistema de valores, de normas e símbolos.

Nesta investigação, optamos pela utilização da entrevista estruturada realizada com os trabalhadores do Complexo Regulador envolvidos na operação e gestão de centrais de regulação em atividade.

Para o desenvolvimento da entrevista, construímos roteiro específico, tendo como eixo temático a implantação do Complexo Regulador do Sistema de Atenção e Vigilância da Saúde, sua função de ferramenta operacional para a atenção básica e a relação entre a intervenção proposta e os resultados alcançados (Apêndice II).

Os disparadores temáticos escolhidos para a elaboração dos instrumentos empregados nas entrevistas foram:

• posição a respeito da acessibilidade às consultas básicas,

especializadas, aos procedimentos de média complexidade e às internações

• tempo de espera para a marcação das ações de saúde,

cumprimento das marcações dos atendimentos

• percepção sobre a potência da intervenção em permitir a

continuidade do cuidado

• percepção sobre a fluência ou bloqueio dos encaminhamentos

(referência e contra-referência) entre os componentes do sistema de serviço de saúde e sua qualidade

• informações sobre a intervenção proposta e a política pública de

saúde brasileira

Foram entrevistados 22 (91,6%) dos 24 (100,0) trabalhadores do CR, no momento do estudo, sendo as entrevistas realizadas no período de 20 de fevereiro a 20 de março de 2007, por um entrevistador treinado para sua realização. As entrevistas foram audiogravadas e, posteriormente, transcritas pela pesquisadora, para o desenvolvimento da análise.

A codificação das entrevistas foi realizada por categoria profissional e pode ser observada no quadro abaixo:

Categoria Profissional Codificação

Médico M1, M2, M3, M4, M5, M6, M7

Enfermeiro E1, E2, E3, E4

Cirurgião Dentista CD1, CD2, CD3

Auxiliar de Enfermagem AE1, AE2, AE3, AE4,

Auxiliar Administrativo AA1, AA2, AA3, AA4

Digitadora D1

Quadro 2- Distribuição das categorias profissionais atuantes no CR e

codificação adotada nas entrevistas