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Superintendência de Comunicação da UnB: processo de formação

A comissão criada pela Resolução da Vice-Reitoria da UnB n.º 04/2013 (ANEXO A), com o objetivo de formular um plano de articulação entre as diversas unidades de comunicação da universidade, apresentou uma proposta de Política de Comunicação Integrada para a Universidade de Brasília (ANEXO G). O documento prevê a criação de um órgão

complementar, denominado Superintendência de Comunicação, que passaria a integrar, coordenar e supervisionar todas as unidades de comunicação existentes na UnB. Essa proposta baseou-se no Regimento Interno da Superintendência de Comunicação da UFRN (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2015).

O Estatuto da UnB prevê, em seu capítulo V, artigo 40, a criação de órgãos complementares aos quais competem realizar “atividades de caráter permanente de apoio, necessárias ao desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão” (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2011).

Desde a criação da UnB, foi previsto que a Rádio e a Televisão Universitária deveriam se constituir como órgãos complementares, tendo em vista a especificidade de suas atividades, que exigem uma dinâmica administrativa-financeira autônoma e flexível.

Com o desenvolvimento de novos conceitos e perspectivas de gestão para a área, faz-se necessário atualizar a intenção do legislador à época, ocasião em que definiu as funções e atividades de um órgão complementar quando se trata da comunicação.

Ao aplicar o conceito de comunicação organizacional integrada, a Superintendência de Comunicação incorpora quatro dimensões de ação: 1) a integração de equipes que hoje gerenciam as unidades de comunicação da instituição; 2) a integração dos conteúdos a partir de uma política editorial unificada; 3) a integração dos processos e funções comunicacionais, compreendendo as atividades de todas as unidades envolvidas na gestão da produção de conteúdo; e 4) a integração da estrutura organizacional do ponto de vista administrativo e financeiro.

A Superintendência de Comunicação da UnB, a ser criada, tem como propósito coordenar as ações de todas as unidades de comunicação da universidade, além de estabelecer diretrizes para uma política de comunicação integrada, algo inexistente até o presente na UnB.

O artigo 43 do Estatuto da UnB prevê que o órgão complementar seja gerido por um diretor, que responde administrativamente por este. O artigo seguinte especifica claramente a necessidade de um órgão dessa natureza constituir conselho deliberativo ou consultivo, na forma definida no seu regimento interno (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2011).

Por sua vez, o Regimento da UnB estabelece, em seu artigo 40, as competências do diretor de órgão complementar: a) administrar e representar o órgão; b) convocar e presidir o Colegiado maior do órgão; c) zelar pela ordem e pela eficiência dos trabalhos; d) articular-se com as Unidades Acadêmicas cujas atividades sejam suplementadas pelo órgão; e) exercer atividades de fiscalização no ambiente do órgão; f) cumprir e fazer cumprir o regimento do órgão e as disposições estatutárias e regimentais aplicáveis; g) cumprir e fazer cumprir as instruções e as determinações do reitor e dos Conselhos Superiores; h) apresentar ao reitor relatório anual das atividades do órgão; i) assumir outras responsabilidades previstas no regimento interno do órgão (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2011).

Dessa forma, como órgão complementar, vinculado à Reitoria da UnB, a proposta é que a Superintendência de Comunicação tenha as seguintes finalidades: a) coordenar, supervisionar e gerir as ações das unidades de comunicação com o propósito de dar coerência e unidade a identidade institucional por meio dos diferentes veículos e suportes utilizados pela UnB, além de integrar atividades e equipes profissionais e otimizar esforços e recursos; b) garantir condições para a efetiva divulgação às ações da UnB, resultantes de atividades acadêmicas de pesquisa e extensão sob os mais variados formatos e linguagens, para públicos diversos, com qualidade técnica e com ética e c) executar a política de comunicação da UnB estabelecida neste ato por meio da ação de suas unidades e do Conselho Consultivo (ANEXO G). Com base nesse dispositivo legal, a Proposta de Comunicação Integrada para a Universidade de Brasília prevê que a Superintendência de Comunicação da UnB (ANEXO G)

tenha a seguinte estrutura organizacional: a) Superintendente, b) Conselho Consultivo, c) Conselho Diretor, d) Secretaria Administrativa, e) Assessoria de Projetos, f) Assessoria de Imprensa, g) Diretoria de Mídia Impressa e Digital, h) Diretoria da UnBTV e i) Diretoria da Rádio UnB.

Figura 10 – Organograma da Superintendência de Comunicação da UnB

Fonte: Proposta de Política de Comunicação Integrada para a Universidade de Brasília (ANEXO G).

A proposta de criação da superintendência traz o detalhamento da estrutura da superintendência (ANEXO G).

No relatório final, optou-se por contemplar apenas as áreas diretamente envolvidas com a comunicação da UnB – Rádio, Secom e UnBTV. Outros setores poderão ser incluídos na proposta da Superintendência de Comunicação em uma próxima etapa (ANEXO C).

A integração das atividades de comunicação na UnB, por meio da criação de uma superintendência de comunicação, depende, em grande medida, da atuação conjunta dos profissionais da área, estando ou não fisicamente no mesmo espaço. Tal situação poderá garantir coerência da linguagem adotada, unificação de pauta e racionalização das atividades.

Superintendência

Conselho Consultivo

Secretaria Administrativa

Assessoria de Projetos Assessoria de Imprensa

Diretoria de Mídia Impressa e Digital Diretoria da UnBTV Diretoria da Rádio UnB Conselho Diretor

O processo de integração é uma necessidade, tendo em vista a crescente redução do número de profissionais da área – devido à alta rotatividade, à demissão de prestadores de serviço e à baixa remuneração –, à ausência de reposição de pessoal e às condições estruturais precárias existentes nas unidades de comunicação da UnB.

Ressalte-se que a atual desintegração existente no campo da comunicação social na UnB decorre de uma visão de gestão universitária na qual se incentivou a atuação descentralizada de cada unidade, com perfil capaz de buscar e prover seus próprios recursos. Verifica-se, atualmente, a falta de uma política e de uma gestão que possam articular e acompanhar as iniciativas da universidade.

Entender essa situação ajuda a evitar que isso se repita e serve de orientação para se seguir um caminho oposto, em que prevaleça a sinergia e coordenação das ações no âmbito da comunicação da UnB.

6 Metodologia

Este estudo insere-se na área de atuação Estado, Território e Políticas Públicas do Programa de Pós Graduação Profissional em Gestão Pública (PPGP/FUP/UnB), para analisar como a comunicação organizacional da UnB pode integrar os setores de comunicação da universidade, no âmbito da proposta da comissão instituída pela Resolução n.º 04/2013 (ANEXO A), da Vice-Reitoria da UnB.

No contexto dessa área de investigação, a presente pesquisa desenvolve estudos empíricos sobre uma política pública que interfere na governança da comunicação social da Universidade de Brasília, a fim de analisar um mecanismo de inovação (a criação de uma superintendência de comunicação), o processo decisório, os arranjos institucionais e a participação social consequentes desse processo, no contexto da comunicação organizacional da UnB.