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Supermercados de grande porte

6.1 Dimensão organizacional

6.1.3 Supermercados de grande porte

Os supermercados pesquisados nesta configuração são classificados como de grande porte. Todos possuem outras lojas, configurando um formato de redes e têm faturamento de R$ 500 a mais de R$ 700 mil reais mensalmente por loja, com mais de 30 check-outs. Salienta-se que cada check-out já possui uma balança eletrônica, o que dispensa o cliente de pesar osprodutos anteriormente, agilizando suas compras, reduzindo filas e custos adicionais dos funcionários destinados à pesagem dos alimentos.

Quanto ao número de lojas, a pesquisa mostrou que, especificamente em Belo Horizonte os hipermercados compõem-se de até seis grandes lojas. Incluindo as redes, ultrapassa-se o número de 554 lojas, em âmbito nacional, todas caracterizadas segundo os informantes-chave pela busca da horizontalização, reduzindo o número de hierarquias e postos de trabalho desnecessários (remetemos ao caso da pesagem). A crescente intensidade de utilização da informatização e administração buscando a integração levam à percepção da busca pelo crescimento e adequação de sua estrutura à necessidade do cliente Kay (1996), Barney (1996b), apud Hayashi Junior et al. (2003). Por exemplo, entre os hipermercados pesquisados, nem todos possuem o serviço de empacotadores, que estão mais presentes em supermercados do que em hipermercados. Confrontando essa situação, o delivery é um serviço prestado, mantido pelo supermercado ou terceirizado, o que mostra a clara opção por manter a estrutura considerada importante pelo consumidor. A área aproximada das lojas é de 2.500 m2 a mais de 5.000 m2, demonstrando a preocupação com o espaço físico e conforto e abrigando um número considerável de opções de produtos, em torno de mais de 9.000 itens. A busca pela diversificação está atrelada à necessidade de uma estrutura flexível que atenda a públicos variados quanto a gostos, preferências e nível de renda. Em média, estão abertos durante 15 horas, sendo a opção de 24 horas encontrada em algumas redes. Salienta-se o

crescente atendimento às especificações dos clientes, com menores tempos mortos, diminuindo os fatores limitantes de consumo.

Em todos os casos apresentados, a questão da adequação à estrutura fica evidente, possuindo os supermercados de grande porte uma facilidade enorme em flexibilizar e atender à especificação dos consumidores. Não resta dúvida da existência de uma maior preocupação da gestão empresarial com as novas exigências de um mercado consumidor mais concorrido. A questão do ajuste entre investimentos e a formatação de acordo com o cliente final tem sido intensificada nesse segmento.

Quanto aos serviços e produtos oferecidos, os supermercados contam com as seções básicas: padaria, açougue, FLV (frutas, legumes e verduras), frios e laticínios e produtos com marca própria. Os semi-prontos e congelados também são encontrados; na maioria das vezes, são o diferencial nos supermercados abertos 24 horas, pois as pessoas que buscam o supermercado neste horário estão dispostas a adquirir produtos de preparo rápido. Quanto ao açougue preparam-se cortes diferenciados para os clientes, além de gôndolas refrigeradas com diversas carnes embaladas em vários tamanhos e cortes. Na verdade, o mix de produtos oferecidos busca evitar que o consumidor saia da loja e precise buscar outro ponto de venda para adquirir o que falta. Igualmente, o público dessa loja manifesta sua intenção em adquirir todos os produtos que necessita na loja. Visando atender esse perfil de cliente, o supermercado também busca incluir a padaria que também oferece produtos de consumo rápido, passíveis de diversificação e variedade, que agregam valor à receita das lojas. A padaria também é âncora e instrumento de conquista e fidelização dos clientes. “No que se refere ao açougue, cerca de 9,5% do faturamento de uma loja vêm desse serviço e o consumo de carne no Brasil tende a crescer com o aumento do poder aquisitivo e com a estabilidade econômica” (Gôndola, 2003, p. 41). A busca por um produto embalado,

rigorosamente higienizado, com cortes diferenciados e todas as informações sobre a carne, como prazo de validade, tipo de carne e temperatura para armazenagem é um diferencial estabelecido nas lojas de grande porte, também com enfoque em um cliente que deseja rapidez, eficiência e agilidade, longe das filas, conforme salienta um dos pesquisados.

Uma opção que os supermercados vem buscando para a fidelização do seu cliente é o cartão fidelidade, que atende à necessidade de preço e prazo de pagamento. Outra ferramenta promocional que os supermercadistas gostam de utilizar, visando maior envolvimento e composição do ambiente, é o merchandising, confirmando o encontrado em supermercados de médio porte. Esse recurso costuma ser uma fonte útil de benefícios e bonificações vindas dos fornecedores; além de ser capaz de promover a geração de tráfego dentro da loja, ela ajuda a estimular a compra por impulso.

Os elementos mais comuns utilizados em merchandising, nos supermercados vizinhos, são os displays, em formatos e tamanhos diversos, as demonstradoras e a degustação, de acordo com as negociações entre a área de compras e os fornecedores. Segundo os gerentes, as promotoras e as ações de degustação são bem recebidas pelos clientes e criam um ambiente favorável. Os espaços para essas atividades têm custos e locais determinados.

A questão da marca própria é outro fator bastante expressivo, já que os supermercados desse porte possuem tradição, marketing e reconhecimento; nessa linha, os produtos de marca própria atrelam tais pontos positivos à imagem de seu produto. Na verdade, o cliente compra o produto confiando na marca do supermercado; o elo de confiança existente entre cliente e supermercado passa para o produto naturalmente, portanto, não existe um custo adicional de propaganda e marketing, o que faz com que os produtos geralmente tenham qualidade e custos menores, conquistando uma boa parcela dos consumidores.

Um ponto relevante, principalmente nas grandes capitais, é a questão do estacionamento. Na verdade, a comodidade em estacionar é crucial; ela está ligada à decisão de comprar ou não naquele determinado supermercado. Assim, entendendo seu nível de importância, os supermercados estão aptos a fornecer vagas para carro exclusivas para a loja, muitas vezes realizando investimentos pesados em relação à infra-estrutura e sede própria.

O gerenciamento de espaço é considerado uma das grandes preocupações dos gerentes dos grandes supermercadistas que procuram adaptar o ambiente a uma arquitetura especializada e bem sucedida. Embora disponha de uma infra-estrutura capaz de atender aos diversos gostos com marcas preferidas pelo seu público-alvo, marcas intermediarias e próprias, otimizando espaço, criando áreas alternativas, posicionamento privilegiado e estratégico de seções fornecendo assim um atendimento eficiente, resultando em maiores vendas por metro quadrado, sempre procuram levar, além da realização de compras, conforto, bem-estar e prazer aos consumidores.

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