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Sustainable Buildings Tool SB Tool

No documento Antonio Miguel Saial Calixto (páginas 50-54)

4. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO

4.7. Sustainable Buildings Tool SB Tool

O “Sustainable Buildings Tool” (SB Tool) é uma metodologia de avaliação ambiental baseada no método GBTool (Green Building Assessment Tool) e foi desenvolvida pelo iiSBE (International Initiative for Sustainable Built Environment), através da participação de vários

António Miguel Saial Calixto 37 países, visando a criação de um sistema que permita avaliar o desempenho de edifícios a nível internacional, realizando pequenos ajustes prévios, ao contexto do país onde é aplicado.

Existem versões na República Checa, em Itália, em Espanha, em Portugal, no Taiwan, na Coreia e Canadá. O método foi desenvolvido inicialmente em 2007, no contexto de um concurso internacional promovido pelo Principado do Mónaco, cujo objetivo era a extensão urbana do Principado até à costa. Os anos de mais intensa continuação e aperfeiçoamento do método foram entre 2007 e 2011, altura em que o método passa a ser utilizado com frequência em vários países europeus, verificando-se ainda uma posterior expansão para fora da Europa.

Uma das características mais interessantes neste sistema é que a sua utilização é prevista não apenas para as entidades envolvidas num projeto específico, mas pode igualmente ser utilizada pelos próprios clientes, cuja participação na execução do projeto seja indireta. Desta forma, consegue-se que todos os intervenientes sejam sensibilizados para a necessidade de otimização ambiental e energética de um edifício.

Tratando-se de um método desenvolvido num momento em que muitos outros métodos simétricos já estavam desenvolvidos e com ampla utilização, é muito provável que a própria conceção do SB Tool já tenha contado com uma maior atenção, por parte de construtores, arquitetos, engenheiros e também do público, em relação a estas questões.

Desde a sua criação, o SB Tools já foi atualizado várias vezes, sendo as versões mais recentes as de 2014 e 2015, ambas com conjuntos de novos ficheiros que passam a integrar a avaliação das vertentes.

A avaliação feita com o SB Tool compreende quatro fases específicas, cuja aplicabilidade dependerá sempre do projeto em questão: projetos novos ou reabilitações (incluindo mistos de ambos); tipologias várias num mesmo projeto; edifícios com mais de cem pisos; resultados relativos e resultados absolutos. É de realçar esta última possibilidade, que permite não só estabelecer valores específicos relativos a um edifício, como insere esses mesmos valores num quadro comparativo que possibilita a especificação de metas.

Na versão de 2015, o SB Tool oferece novas possibilidades relativas a pequenos projetos e a problemas ligados à implantação do edifício, entre outras novas opções.

Relativamente ao funcionamento do SB Tool, ele funciona com duas tabelas, do Microsoft Excel, diferentes.

A primeira, SB Tool- File A, é utilizada pelo Governo (ou por organizações governamentais), e contém informações genéricas sobre especificações legais e regulares relativas a uma

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determinada localidade. Nesta tabela são incluídas as informações da implantação e do edifício.

A segunda, SB Tool- File B, é construída pelos arquitetos, engenheiros e outros técnicos envolvidos num determinado projeto, e pretende-se que nesta segunda tabela se utilizem as informações que constam da primeira, para que o edifício em questão esteja, logo desde o princípio, adaptado às características definidas na primeira tabela.

Figura 4.9 – Categorias de avaliação – Sistema SB Tool

O próprio sistema prevê três situações possíveis na comunicação entre estas duas tabelas. Teoricamente, é possível que a mesma SB Tool-File A resulte em três tabelas SB Tool-File B. Isto acontece porque há critérios que se aplicam a edifícios residenciais, a edifícios de escritórios e a zonas de estacionamento. Assim, uma tabela SB Tool- File B de um edifício residencial com estacionamento é diferente da tabela SB Tool- File B de um edifício de escritórios com estacionamento, e diferente da tabela SB Tool- File B de um edifício que contenha as três funcionalidades. Para cada uma destas possibilidades existe um número variável de critérios que devem ser avaliados. Respetivamente: 52 critérios, para edifícios residenciais, de escritórios e com estacionamento; 46 critérios, para edifícios de escritórios com estacionamento; e 42 critérios, para edifícios residenciais com estacionamento.

Apesar destes números de critérios propostos, a avaliação pode selecionar os critérios que se considerarem mais relevantes para um determinado projeto.

Nesse sentido, os parâmetros utilizados podem variar entre 10 e 115. A partir dos parâmetros considerados estruturais, podem-se agregar uma série de parâmetros mais, procurando enquadrar de forma detalhada um edifício no que concerne a estas preocupações de base.

António Miguel Saial Calixto 39 Quadro 4.7 – Áreas, parâmetros e ponderações dos sistemas de avaliação (SB TOOL)

Áreas de A valiação Parâmetros de A valiação Ponderações (% )

Uso de Recursos Água, Energia, Solo e Materiais 23 Cargas Ambientais Emissões, Efluentes e Resíduos sólidos 27

Qualidade do Ambiente Interno

Qualidade do ar, Ventilação, Iluminação e

Conforto 18

Qualidade dos Serviços

Flexibilidade, Adaptabilidade, Controlabilidade pelo usuário, Espaços externos e Impactos nas

propriedades adjacentes

16 Aspetos

Socioeconómicos Aspetos Socioeconómicos 5

Gestão Pré-ocupação

Planeamento do processo de construção, Verificação, Pré-entrega e Planeamento da

operação

8

Aspetos Culturais Cultura e Património 3

Adaptado de “Sistema de Avaliação e Certificação” (Lucas, 2012)

Devido ao número bastante extenso e variado de vertentes que contempla, o SB Tool oferece vantagens e desvantagens. Por um lado, uma avaliação feita com base num grande número de critérios aproxima-se de uma avaliação descritiva, e através da inclusão de aspetos menos gerais, permite fazer asserções muito específicas e direcionadas em relação ao desempenho energético e ambiental do edifício e do impacto que este tem no lugar onde é implantado – um aspeto extremamente importante no SB Tool. Por outro lado, ao transformar-se numa avaliação quase de cariz descritivo, torna-se difícil estabelecer comparações entre vários edifícios, e a leitura da própria avaliação torna-se complexa e, nalguns casos, hipoteticamente inconclusiva.

Nesse sentido, é de destacar o facto do SB Tool oferecer a possibilidade de selecionar critérios. Idealmente, a avaliação feita através deste método seria baseada num número equilibrado de vertentes – de preferência, aquelas cujos resultados poderiam ser mais esclarecedores no sentido de apontar as potencialidades do edifício e as diretrizes para o seu ciclo de vida.

Indica-se precisamente essa necessidade na própria descrição: “uma menor quantidade de critérios exige menos investigação e permite maior foco no desempenho” (SB TOOL, 2015). Tomando um número equilibrado de vertentes, o SB Tool propõe o estabelecimento prévio de metas numéricas para cada critério, variando conforme a sua importância. O SB Tool cria, então, um algoritmo que calcula um valor geral, já de acordo com o valor relativo de cada um dos critérios.

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No documento Antonio Miguel Saial Calixto (páginas 50-54)