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Secção III Metodologia de investigação

2. Técnica e instrumentos de Recolha de Dados

Após a organização e a definição das estratégias de investigação, procedemos a seguinte fase, designada pela técnica e instrumentos de recolhas de dados, decorrente no trabalho de campo. As técnicas, segundo Pardal e Lopes (2011), “são um instrumento de trabalho que viabiliza a realização de uma pesquisa, um modo de se conseguir a efetivação do conjunto de operações em que consiste o método, com vista à verificação empírica (…).” (p.70). De acordo com o tema, da amostra e do objeto de estudo, as técnicas podem variar, desta forma, “deverão ser coerentes com o tipo de estudo e o paradigma onde se insere qualitativo ou quantitativo.” (Sousa & Batista, 2011, p. 78). Neste sentido, a técnica de recolha de dados “é o conjunto de processos operativos que nos permite recolher dados empíricos que são uma parte fundamental do processo de investigação.” (Sousa & Batista, 2011, p. 70).

Fazem parte do estudo, as seguintes técnicas e instrumentos de recolha de dados utilizados no método de Investigação-Ação:

Objetivos Técnicas e Instrumentos

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Realizar o levantamento da caracterização geral da turma (amostra), observar potencialidades e fragilidades técnicas e expressivas, analisar os conteúdos programáticos e estrutura da aula (realizado pela professora titular da turma), analisar a metodologia de TDC utilizada, possibilidade da realização do repertório clássico “The Naiade and The Fisherman” e

- Grelhas de observação

- Memorandos analíticos (notas pessoais do investigador) - Questionário (tipo misto)

possíveis adaptações a serem realizadas, motivação e conhecimento geral da turma em relação aos bailados de repertório clássico e o mundo artístico – espetáculo.

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o Construção e aplicação das aulas e ensaios de acordo com o levantamento de informações realizado durante o 1º período. Analisar a progressão técnica e artística dos alunos.

- Grelhas de observação individual

- Memorandos analíticos - Diário de bordo

- Registo audiovisual (fotografia e vídeo) p er íod o

Construção e aplicação das aulas e ensaios; Analisar a progressão técnica e artística dos alunos;

Dar maior ênfase aos ensaios, com intuito de preparar melhor os alunos para a apresentação do bailado de repertório clássico “The Naiade and The Fisherman” no espetáculo final da EDOL. - Grelhas de observação individual - Diário de bordo - Memorandos analíticos - Registo audiovisual

Quadro 3. Objetivos e instrumento de recolha de dados

! Técnicas baseadas na observação

No âmbito da nossa investigação, elegemos na primeira fase, utilizar as técnicas de observação em contexto de aula. A observação tem como objetivo compreender uma diversidade de abordagens tais como a metodologia de ensino, atitudes, comportamentos, potencialidades e limitações, constituindo um catalisador essencial para suscitar metas e estratégias de ensino, nomeadamente para possíveis soluções de um problema.

Observação participante:

Optámos por utilizar, a observação participante, que consiste na técnica de observação direta em que o investigador atua de forma participativa na observação, com o intuito de compreender determinado fenómeno em profundidade. Este tipo de observação é uma técnica de investigação qualitativa, em que “o investigador vive as situações e fará depois os seus registos dos acontecimentos (…). (Sousa & Batista, 2011, p. 89). Optámos ainda, no processo de observação, utilizar a observação estruturada, por ter como suporte grelhas de observação sistematizada com focos específicos a serem observados como o comportamento, a interação entre alunos, capacidade técnica e artística e metodologia de ensino. Segundo Pardal & Lopes (2011), este processo de observação “viabiliza o rigor da investigação, tornando possível o

controle de validade e limitando eventuais distorções de análise.”(p. 72).

Para este efeito, construímos três grelhas de observação, com vista a sistematizar os dados recolhidos. A grelha I (anexo III), permitiu-nos, caracterizar a turma, relativamente a homogeneidade (idade, estatura, nível técnico, uso das cabeças e braços), capacidade de coordenação, tomada de consciência do grupo, reconhecimento de fatores espaciais, resposta aos estímulos do professor e o nível técnico e artístico geral. A segunda grelha de observação (anexo IV), foi destinada a atitudes e comportamentos dos alunos, nomeadamente a motivação, concentração, assiduidade, respeito e interação entre professor e colegas. A grelha III (anexo V) - aplicada durante a fase de lecionação, focou-se na apreciação técnica e artística individuais dos alunos, assim como as principais potencialidades e fragilidades.

Diário do investigador:

Diário do investigador ou diário de bordo, é uma técnica que tem como objetivo ajudar o investigador na sua análise crítica e reflexiva através de observações, reflexões e notas suplementares, com o intuito de melhorar a sua prática pedagógica. O diário de bordo (anexo VIII), foi realizado semanalmente, onde foram registadas as descrições das atividades, observações dos acontecimentos em contexto de aula, competências a desenvolver e a evolução dos exercícios na mesma aula. Este registo, possibilitou a estagiária, uma melhor organização para poder adequar as estratégias de ensino.

Memorandos analíticos:

Memorandos analíticos ou notas de campo como os autores Bogdan e Biklen (1994) preferem chamar, são notas pessoais do investigador que se destina a analisar e refletir a observação obtida durante todo o processo de investigação. Segundo os mesmos autores referidos acima, as notas de campo são o “relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experiencia e pensa no decurso da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativo.” (p. 150). Dentro de uma abordagem qualitativa, é típico que o investigador registe aspectos relacionados com descrição das atividades, pessoas, acontecimentos, conversas, ideias e reflexões, bem como dificuldades encontradas e padrões que emergem. As notas de campo ajuda ao investigador recolher dados e informações para acompanhar o desenvolvimento do estudo, de forma a tornar-se consciente do plano de investigação e de que

! Técnicas baseadas na conversação: Questionário do tipo misto:

Quivy e Campenhoudt (2008) defendem que “o inquérito por questionário de perspectiva sociológica distingue-se da simples sondagem de opinião pelo facto de visar a verificação de hipóteses teóricas e a análise das correlações que essas hipóteses sugerem.” (p. 188). Neste sentido, de acordo com o objetivo do nosso estudo e com a necessidade de obter informações mais precisas, optámos por elaborar um questionário do tipo misto. Em relação à apresentação do questionário, Sousa & Batista (2011) afirmaram que “o tema em estudo deve ser apresentado de uma forma clara e simplista, assim como a linguagem utilizada e a disposição gráfica do questionário, que devem ser adequados ao público-alvo.” (p. 98). Através dessa afirmação, procuramos obedecer alguns critérios fundamentais tais como:

" Clareza do tema apresentado;

" Facilidade de preenchimento das questões;

" Apresentação de uma linguagem simples e adequada ao público-alvo; " Obter o menor número possível de questões.

Procura-se assim, assegurar uma maior eficácia na recolha e tratamento de dados.

Construção e validação do Questionário

Antes da aplicação do questionário, foi realizado um pré-teste, ou seja, foi construído um questionário piloto, abrangendo as perguntas que considerámos adequadas e pertinentes ao estudo. Os questionários pilotos, foram destinados a uma pequena amostra de professores e alunos com o intuito de verificar a eficácia do mesmo. Para Sousa & Batista (2011), “o pré- teste ao questionário consiste num conjunto de verificações feitas, de forma a confirmar que ele é realmente aplicável com êxito, no que diz respeito a dar uma resposta efectiva aos problemas levantados pelo investigador.” (p. 100). Desta forma, optámos por aplicar o questionário piloto à quatro professores experientes nesta área, com o objetivo de receber feedbacks construtivos, relativamente a sua apresentação, linguagem, clareza e facilidade no preenchimento das questões. Após as sugestões, foi realizada uma aferição do questionário, reformulando algumas perguntas para uma melhor exequibilidade da aplicação do mesmo.

Em seguimento, o questionário piloto (reformulado) foi entregue a 4 alunos (com idades e características da amostra do estudo), com o intuito de percebermos se a clareza, o tamanho e a compreensão do mesmo estavam adequados ao público-alvo. Após esta validação, foi realizada a elaboração do questionário final (anexo IX), destinado à 15 alunos do 3º ano do ensino vocacional da Escola de Dança do Orfeão de Leiria.

Através do protocolo formal de atuação, é de referir que o questionário foi elaborado contendo a identificação do investigador, o âmbito, objetivos do estudo, garantia do anonimato e confidencialidade dos dados.

! Análise de documentos: Documentos oficiais:

Foram consultados e utilizados para a construção do documento e preparação de todo o desenvolvimento do Estágio, documentos oficiais como legislação e documentos da instituição, que mereceram a devida referenciação.

Meios audiovisuais:

Tiveram como objetivo registar, através de vídeos e fotografias, o respectivo progresso da turma, assim como analisar as fragilidades ou potencialidades de carácter técnico-artístico, com intuito de adaptar estratégias consoante as necessidades identificadas. Segundo Bogdan e Biklen (1994), “as fotografias dão-nos fortes dados descritivos, são muitas vezes utilizados para compreender o subjetivo e são frequentemente analisadas indutivamente.” (p. 183). A fotografia capta certos acontecimentos particulares. Quando estudamos as fotografias ou vídeos, retiramos conteúdos que poderiam ser descurados caso este registo não fosse realizado, permitindo uma análise em maior profundidade. Neste sentido, Bogdan & Biklen (1994), afirmaram que “as fotografias tiradas pelos investigadores no campo fornecem-nos imagens para uma inspeção intensa posterior que procura pistas sobre relações e atividades.”(p. 189).