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A via femoral é o acesso mais ut ilizado na angio plast ia de artéria renal, através de punção da artéria femoral, exceto em casos de estenose grave, oclusão, ou grandes tortuosidades das artéria s ilíacas ou da aorta abdo minal8 2. Para abordar uma estenose de

artéria renal direit a, usa-se, de preferência, o acesso pela artéria femoral direita, e para estenose de artéria renal esquerda, a artéria femoral esquerda8 0. Isto se deve ao formato do cateter utilizado neste procedimento, facilitando o operador a cateterizar a artéria renal. No caso de impossibilidade de abordagem por via femoral, a via braquia l é uma opção alternat iva, tendo sido utilizado, no passado, também a via axilar esquerda6. Na técnica braquia l, a artéria braquial, direit a ou esquerda, é dis secada na altura da fossa ântero-cubital, e então introduzida uma bainha 6 ou 7 F, tendo-se assim o acesso para o procedimento8 2.

Atualmente, o cateter guia, freqüentemente, faz parte das técnica s de angio plast ia renal ao contrário do passado, e habitualment e requer bainha 7 F, de co mprimento convencio nal de 11 cm d e co mprimento. Em alguns casos de tortuosidade de artéria ilíaca,

pode-se ut ilizar uma ba inha mais lo nga de 23 cm, para um me lho r manejo dos cateteres e balões. No início do procedimento, utiliza- se 5000 unidades de heparina não fracio nada, em bo lus, intra- arterial8 2.

A cateterização selet iva da artéria renal é realizada pelo cateter guia, que é dir igido por fio guia 0,018, flexível, t ipo J; ou fio guia 0,014 utilizado em angioplast ia coronária8 2.

O diâmetro do vaso deve ser medido para se esco lher o tamanho correto do balão a ser ut ilizado. Após posicio nado o balão no lo cal da lesão, a pressão empregada depende da informação do fabricante do balão para se at ingir o diâmetro necessário durante a dilatação, sendo o tempo de dilatação de aproximadamente 30 segundos8 2.

Co mo já visto anteriormente, em estenose de et io logia aterosclerótica, de óst io de artéria renal, a ut ilização de estente está indicada devido aos melhores result ados obtidos a curto e a lo ngo prazo. Em lesão aterosclerótica de tronco de artéria rena l o u de um de seus ramo s, a ut ilização do estente va i depender do resultado final da angioplast ia co m o balão. Em estenose de artéria renal cuja a et io logia é displasia fibro muscular, a angioplast ia co m o uso apenas do balão é suficiente na maioria do casos8 2.

Para lesões ost iais maiores que 80 %, uma pré-dilatação co m balão é reco mendada antes do implante do estente, e em lesões entre 70 a 80 %, o implante do estente pode ser feito diretamente8 2.

A medicação utilizada após a angioplastia co nsiste em 75 mg d e clopidogrel durante 4 semanas, e 100 mg de ácido acet il salic ílico por tempo indeterminado. Dose adicio nal de heparina normalment e não é necessária8 2.

3. Objetivos:

O objet ivo primário desse trabalho fo i:

• Analisar os resultados imediatos da ang io plast ia de artéria renal na hipertensão renovascular e a evo lução intra-hospit alar do s pacientes submet idos a este procedimento.

Os objet ivos secundário s foram:

• Co mparar a angio plast ia de artéria renal, quando apenas o balão era disponível, entre os anos de 1981 a 19926 , 7 , 8 3 , 8 4, co m a

angioplast ia de artéria renal co m a possibilidade do imp lante de estente, a critério do operador, entre os anos de 1993 a 20068 5 , 8 6, avaliando a possível me lhora no resultado técnico e angiográfico. • Avaliar se o imp lante de estente, introduzido nos últ imo s anos,

trouxe benefíc io clínico na evo lução intra-hospitalar8 6

• Estudar a possível diferença de evo lução intra-hospitalar nos grupos de etio logia aterosclerótica e de displasia fibro muscular8 6 • Ident ificar fatores de risco que interferem nos result ados técnico e

angiográfico da intervenção percutânea de artéria renal, ass im co mo as co mplicações inerentes a este procedimento.

4. Metodologia:

Este estudo é uma análise retrospect iva dos bancos de dados da Cinecor (contendo pacientes do Hospital Central da Políc ia M ilitar, do Hospital da Lagoa e da Cinecor Pró-Cardíaco e 4º Centenário) e da hemodinâmica do Hospital Procordis, que contêm os procedimentos realizados de forma prospect iva, pelo s seus respect ivos membros nos hospitais o nde trabalhara m no período analisado, sobre intervenção percutânea de artéria renal, durante os últ imos 25 anos. Estudou-se o resultado imediato e a evo lução intra-hospita lar de pacientes submet idos a procedimento de angioplast ia de artéria renal co m o uso apenas do balão ou balão e/ou estente, a part ir do surgimento deste últ imo disposit ivo , analisando ainda possíve is fatores de risco, que interferiram no resultado técnico e angio gráfico dos procedimentos e da evo lução intra-hospitalar dos pacientes submet idos a angioplast ia de artéria renal.

Foram realizados 88 procedimentos endovasculares em 80 pacientes, realizados entre os anos de 1981 a 2006, subdivididos em do is grupos: Grupo A, co m 25 procedimentos realizados em 23 pacientes, entre 1981 e 1992; e Grupo N, com 63 procedimentos em 57 pac ientes, de 1993 a 2006. No grupo A, ut ilizou-se apenas balão e no grupo N, balão e/ou estente, a critério do operador. Houve duas reestenoses no grupo A, sendo estes do is pacientes submet idos, cada qual, à nova angioplast ia, sendo a aterosclerose a et io logia inicia l de um, e a displasia fibro muscular, no outro. No grupo N, em seis procedimentos houve reestenose, sendo que em do is pacientes ocorreram reestenose duas veze s

e em outros dois pacientes, uma vez. Esses quatro pacientes fora m submet idos à nova angioplast ia e no va reestenose ocorreu em do is deles e fo i realizado nos do is, uma terceira angioplast ia, sendo que em todos eles, a aterosclerose fo i a et io logia inicial.

As indicações para a realização do procedimento foram o controle da hipertensão arterial e/ou preservação/restauração da função renal.

As variáveis estudadas foram variáveis qualitat ivas ou categóricas: sexo, via em que fo i realizado o procedimento, extensão da doença uni e bilateral, presença de angioplast ia prévia, abordagem da angiop last ia em uni e bilateral, extensão da lesão, localização da lesão, et io logia, presença de hipertensão arterial, uso de balão (Grupo A) e uso de balão e/ou estente (Grupo N), número de estent es ut ilizados (grupo N), sucesso e insucesso técnico do procedimento, óbito no procedimento, evo lução hospit alar e resposta da hipertensão arterial ao procedimento; e també m as variáveis cont ínuas: idade, grau da primeira e grau da segunda lesões, diâmetro do primeiro e segundo disposit ivos e pressão arterial sistó lica e diastólica, pré-procedimento e pós-procedimento, antes da alt a hospit alar, nos grupos A e N e nos grupos de et io logia aterosclerótica, de displasia fibro muscu lar e no grupo total.

A extensão de doença fo i considerada unilateral quando apenas uma artéria renal t inha lesão igual ou maior que 50% de diâmetro, e fo i definida co mo bilateral quando as duas artérias renais t inham lesões iguais ou ma iores que 50% de diâmetro.

Sucesso técnico do procedimento fo i considerado na ausência de lesão residual ma ior que 30% após a angio plast ia da lesão abordada.

Óbito no procedimento fo i definido co mo óbito que ocorreu durante ou em decorrência direta da angiplast ia de artéria renal.

A resposta da hipertensão arterial fo i considerada boa quando havia queda maior ou igual a 20 mmHg na pressão arterial sistó lica e/ou diastólica após o procedimento ter sido realizado co m sucesso técnico. A evo lução hospitalar fo i considerada boa quando a resposta da hipertensão arterial fo i boa, na ausência de co mplicações ou óbitos, ina lterada quando não houve resposta boa da hipertensão arterial após a angioplast ia de artéria renal e óbito quando este ocorria por qualquer circunstânc ia antes da alt a hospitalar.

Quanto à análise estatíst ica, as variáveis qualitat ivas ou categóricas foram estudadas pelo teste do qui-quadrado, qui-quadrado com correção de Yates para freqüências teóricas entre 5 e 10 ou teste exato de Fisher para freqüências abaixo de 5. Para a co mparação das médias das variáveis cont ínuas ut ilizou-se o teste t de Student ou, quando a distribuição era ass imétrica, o teste de Kruskal-Wallis.

Foram realizadas análise univariada e regressão logíst ica múlt ip la para sucesso técnico e resposta intra-hospit alar da pressão arteria l, usando as variáveis categóricas: et io logia (aterosclerose, displasia fibro muscular, arterite e reestenose), grupo, localização da lesão (ostial e não ostial), tipo de intervenção renal percutânea (uni e bilateral) e disposit ivo s (apenas balão e uso do estente), e a variável cont ínua idade, categorizada co m até 49 anos e 50 anos ou mais.

Foram ut ilizados os programas EPI INFO8 7 e SPSS for windo ws (versão

10,0, SPSS Inc. Chicago, Illino is) para a análise estat íst ica e o primeiro também co mo banco de dados.

5. Resultados:

As característ icas clínicas, angiográficas e de procedimento do grupo total estudado, do grupo A e do grupo N estão na tabela I e II. També m encontra-se na tabela II a co mparação da pressão arterial antes e após o procedimento percutâneo, a resposta da hipertensão arterial e a evo lução intra-hospit alar entre os grupos A, grupo N e grupo total.

Em relação ao sexo (tabela I), o sexo era masculino em 12 (48,0%) pacientes no grupo A e 32 (50,8%) no grupo N, enquanto o sexo feminino fo i de 13 (52,0%) pacientes no grupo A e de 31 (49,2%) no grupo N, (p = 0,8131). Quando se compara a idade entre os grupos (tabela I), o grupo A apresentou 45,8 ± 17,4 (19-78) anos e o grupo N 65,7 ± 14,9 (22-92) anos, (p<0,0001).

Apresentavam hipertensão arterial, 25 (100,0%) dos pacientes do grupo A e 61 (96,8%) dos pacientes do grupo N (tabela I).

As vias ut ilizadas (tabela I) no grupo A foram a axilar em 2 (8,0%), a femoral em 22 (88,0%) e a subclávia esquerda em 1 (4,0%) procedimentos, enquanto no grupo N as vias ut ilizadas foram a braquia l em 1 (1,6%) e a femoral e m 62 (98,4%) procedimentos, (p = 0,0428). A extensão da doença de artéria renal (tabela I) era unilateral em 20 (80,0%) procedimentos e bilateral em 5 (20,0%) procedimentos no grupo A e unilateral em 43 (68,3%) procedimentos e bilateral em 20 (31,7%) procedimentos no grupo N, (p = 0,4010). A ang ioplast ia de artéria rena l (tabela I) fo i, no grupo A, unilateral em 22 (88,0%) e bilateral em 3

(12,0%) procedimentos, enquanto, no grupo N, fo i unilatera l e m 52 (82,5%) e bilateral em 11 (17,5%) procedimentos, (p = 0,7486).

Foram realizados 2 (8,0%) angioplast ias prévias no grupo A e 6 (9,5%) no grupo N, no total de 8 angioplast ias prévias (grupo total) em 6 pacientes.

No grupo A, a et io logia da doença (tabela I) era arterite em 1 (4,0%), aterosclerose em 16 (64,0%), displasia fibro muscular em 6 (24,0%) e reestenose e m 2 (8,0%) procedimentos, enquanto no grupo N observou-se arterite em 1 (1,6%), aterosclerose em 52 (82,5%), displasia fibro muscular em 5 (7,9%) e reestenose em 5 (7,9%) procedimentos, (p = 0,2649), (tabela I).

Em relação à lo calização da lesão (tabela I), ela era ost ial em 4 (16,0%), proxima l em 12 (48,0%) e medial em 9 (36,0) procedimentos no grupo A e ostial em 35 (55,6%), proxima l em 23 (36,5%) e medial em 5 (7,9%) procedimentos no grupo N, (p = 0,0003) sendo que em 3 procedimentos havia também lesões distais, sendo que estas lesões foram abordadas e m apenas 2 procedimentos.

Avaliando a extensão da lesão (tabela I), ela era lo calizada em 24 (96,0%) e difusa lo calizada em 1 (4,0%) procedimentos no grupo A, assim co mo era localizada em 62 (98,4%) e difusa lo calizada em 1 (1,6%) procedimentos no grupo N, (p = 0,4898).

No grupo A, não fo i usado nenhu m dis posit ivo (não se ultrapassou a lesão) em 1 (4,0%) procedimento, foram ut ilizados um balão em 21 (84,0%) e dois balõ es em 3 (12,0%) procedimentos, enquanto no grupo N não fo i ut ilizado nenhum disposit ivo (não se ultrapassou a lesão) em 1

(1,6%) procedimento, um balão em 10 (15,9%) procedimentos, do is balões em 2 (3,2%) procedimentos, um estente em 40 (60,5%) procedimentos, do is estentes em 8 (12,7%) procedimentos e um balão e um estente em 2 (3,2%) procedimentos, (p<0,0001), (tabe la I). No grupo A não fo i ut ilizado estente em nenhum procedimento e no grupo N não fo i ut ilizado nenhum estente em 13 ( 20,6%) procedimentos, um estente em 42 (66,7) procedimentos e do is estentes em 8 (12,7%) procedimentos, (p<0,0001), (tabela I).

O grau da lesão abordada (1º lesão) fo i de 87 ± 8% (80-99) no grupo A e de 81% ± 13 (50-100), (p = 0,1506) (tabela II). Em 3 e 13 procedimentos no grupo A e no grupo N, respect ivamente, foram abordadas uma segunda lesão (2º lesão), sendo que o grau desta lesão era de 84 ± 25% (40-100) no grupo A, e 72 ± 20% (40-99) no grupo N, (p = 0,1514) (tabela II). O diâmetro do disposit ivo (dis posit ivo 1) fo i de 6,4 ± 0,5 mm (6,0-7,0) no grupo A e de 5,6 ± 0,9 mm (3,5-8,0) no grupo N, (p = 0,293). Na segunda lesão abordada, o diâmetro do disposit ivo (disposit ivo 2) fo i de 6,5 ± 0,7 mm (6,0-0,7) no grupo A, enquanto no grupo N fo i de 5,7 ± 1,0 mm (3,0-7,0), (p = 3351), (tabela II).

Obteve-se sucesso técnico (tabela II) em 21 (84,0%) procedimentos no grupo A e em 62 (98,4%) no grupo N, sendo que os insucessos no grupo A ocorreram em 4 (16%) procedimentos, e no grupo N, em 1 (1,6%), (p = 0,0216).

A pressão arterial sistó lica pré-angio plastia (PAS pré-APTR) fo i de 184 ± 33 mmHg mmHg (120-260) no grupo ant igo e 169 ± 38 mmHg (100- 250) no grupo N, (p = 0,1021). A pressão arterial diastó lica pré-

procedimento (PAD pré-APTR) fo i de 111 ± 18 mmHg (80-170) no grupo A e de 96 ± 19 mmHg (60-160) no grupo N, (p = 0,0010) (tabela II). A pressão arterial intra-hospit alar fo i aquela obt ida antes da alt a hospit alar, sendo que no grupo A, a pressão arterial sistó lica intra- hospit alar (PAS IH) fo i de 147 ± 28 mmHg (110-210) e no grupo N fo i de 139 ± 21 mmHg (96-200), (p = 0,1257). A pressão arterial diastólica intra-hospit alar (PAD IH) fo i de 92 ± 16 mmHg (70-130) no grupo A e de 80 ± 10 mmHg (58-110) no grupo N, (p = 0,0003), (tabela II).

Não houve nenhum óbito em ambos os grupos após o procedimento (tabela II), embora 1 paciente no grupo N, evo lu iu para óbito durante a evo lução hospitalar devido a doença de artéria coronária.

A evo lução hospita lar (tabela II) fo i co nsiderada boa em 19 (76,0%) pacientes submet idos a angio plast ia de artéria renal no grupo A e em 51 (81,0%) pacientes no grupo N, e fo i considerada ina lterada em 6 (24,0%) pacientes no grupo A e em 11 (17,5%) pacientes no grupo N, sendo que um paciente (1,6%) evo luiu para óbito no grupo N por doença coronária (p =0,6543).

A resposta a hipertensão arterial (tabela II) fo i considerada boa em 20 (80,0%) pacientes submet idos à angiplast ia de artéria renal no grupo A e em 52 (82,5%) pacientes no grupo N, e foi co nsiderada ina lterada em 5 (20,0%) pacientes no grupo A e e m 11 (17,5%) pacientes no grupo N, (p = 0,7668).

A tabela III co mpara as pressões pré-intervenção e de alta hosp italar, no grupo total de todas as et io logias e no subgrupo de et io logia aterosclerótica e de displasia fibro muscular. No grupo total, a pressão

arterial sistó lica fo i de 173 ± 37 mmHg antes do procedimento e de 141 ± 23 mmHg na a lta hospit alar (p<0,001), enquanto a pressão arteria l diastólica antes da intervenção fo i de 100 ± 20 mmHg e na alt a hospit alar fo i de 83 ± 13 mmHg (p<0,001).

No subgrupo de et io logia aterosclerótica e displasia fibro muscular (tabela III), a pressão arterial sistó lica foi de 176 ± 37 mmHg antes do procedimento e 141 ± 24 mmHg na alta hospit alar (<0,001), enquanto a pressão arterial diastólica antes da intervenção fo i de 101 ± 20 mmHg e na alta hospitalar fo i de 84 ± 14 mmHg (p<0,001).

A tabela IV mo stra as característ icas clínicas e de procedimento quando se separa os grupos de acordo com a et io logia, isto é, grupo de etio logia aterosclerótica e grupo de etio logia displasia fibro muscular.

Quanto ao sexo, no grupo de et io logia aterosclerótica, 36 (52,9%) pacientes eram do sexo masculino e 32 (47,1%) do sexo feminino, enquanto no grupo de et io logia displasia fibro muscular, 4 (36,4%) pacientes eram do sexo masculino e 7 (63,6%) do sexo feminino, (p = 0,4868). A idade, no grupo de etio logia aterosclerótica, fo i de 66,3 anos ± 12,3 (33-92) e, no grupo de etio logia displasia fibro muscular, fo i de 27,7 anos ± 9,0 (19-47), (p<0,0001), (tabela IV).

A hipertensão arterial estava presente em 67 (98,5%) pacientes no grupo aterosclerose e em 10 (90,9%) pacientes no grupo displasia fibro muscular (p = 0,2606), (tabela IV).

Em relação à extensão da doença (tabe la IV), a estenose de artéria rena l era unilateral em 45 (66,2%) e bilateral em 23 (33,8%) procedimentos no grupo de etio logia aterosclerose e unilateral em 10 (90,9%) e bilatera l

em 1 (9,1%) procedimentos no grupo de etio logia displasia fibro muscular, (p = 0,1581).

No grupo de et io logia aterosclerose, 1 (1,5%) paciente fo i submet ido a angioplast ia prévia, po is uma segunda lesão fo i abordada em segundo tempo, e não fo i realizada nenhuma angioplast ia prévia no grupo de etio logia displasia fibro muscular (tabela IV).

A angioplast ia fo i unilateral em 56 (82,3%) e bilateral em 12 (17,7%) procedimentos no grupo de et io logia aterosclerose e fo i unilateral em 10 (90,9%) e bilateral em 1 (9,1%) procedimentos no grupo de etio logia displasia fibro muscu lar (p = 0,6805), (tabela IV).

A lesão era ostial em 33 (48,5%), proximal em 31 (45,6%) e media l em 4 (5,9%) procedimentos no grupo de etio logia aterosclerose e era ost ial e m 1 (9,1%), proximal em 1 (9,1%) e medial em 9 (81,8%) procedimentos no grupo de et io logia displasia fibro muscular (p<0,0001), sendo que, u m paciente co m displasia fibro muscular apresentava 1 obstrução media l e outra distal (tabela IV).

Quanto a extensão da lesão, ela fo i localizada em 66 (97,1%) e em 11 (100%) dos procedimentos no grupo de et io logia aterosclerose e displasia fibro muscular, respect iva mente, e era difusa lo calizada em 2 (2,9%) procedimentos do grupo de et io logia aterosclerose (p = 1,000), (tabela IV).

No grupo de etio logia aterosclerose, não fo i ut ilizado nenhu m disposit ivo (não fo i ultrapassada a lesão) em 2 (2,9%) procedimentos, um balão em 15 (22,1%), dois balões em 3 (4,4%), um estente em 38 (55,9%), um balão e um estente em 2 (2,9%) e do is estentes em 8

(11,8%) procedimentos, sendo que no grupo de etio logia displasia fibro muscular, fo i ut ilizado um balão em 10 (90,9%) e do is balõ es em 1 (9,1%) procedimentos, (p = 0,0003), (tabela IV).

Não fo i ut ilizado nenhum estente em 20 (29,4%) procedimentos, u m estente em 40 (58,8%) e do is estentes em 8 (11,8%) no grupo de etio logia aterosclerose e nenhu m estente nos 11 (100,0%) procedimento no grupo de etio logia displasia fibro muscular (p<0,0001), (tabela IV). A co mparação dos resultados clínicos, angiográficos e evo lução intra- hospit alar dos grupos com et io logia aterosclerose e displasia fibro muscular estão apresentados na tabela V.

O grau da lesão (1º lesão) abordada fo i de 83 ± 12 (50-100)% no grupo de et io logia aterosclerose e de 83 ± 19 (60-99)% no grupo de et io logia displasia fibro muscular (p = 0,9247), (tabela V). Uma segunda lesão fo i abordada (2º lesão) em 12 procedimentos no grupo de etio logia aterosclerose e em 1 procedimento no grupo de etio logia displasia fibro muscular, sendo o grau desta lesão, respect ivamente, 75 ± 24 (40- 100)% e 75 (75)%, (tabela V).

O diâmetro do disposit ivo (disposit ivo 1) utilizado no grupo de et io logia aterosclerose fo i de 5,7 ± 1,0 (3,5-8,0) mm e no grupo de et io logia displasia fibro muscular fo i de 4,9 ± 0,4 (4,5-5,5) mm, (p = 0,0573). Quando utilizado, o diâmetro do segundo disposit ivo (disposit ivo 2) fo i de 6,1 ± 0,6 (4,5-7,0) mm e 4,0 ± 1,4 (3,0-5,0) mm no grupo de etio logia aterosclerose e displasia fibro muscular, respect ivamente, (p = 0,0027), (tabela V).

Houve sucesso em 64 (94,1%) procedimentos no grupo de etio logia aterosclerose e em 11 (100,0%) no grupo de et io logia disp lasia fibro muscular, enquanto que ocorreu insucesso em 4 (5,9%) procedimentos no grupo de etio logia aterosclerose e em nenhum no grupo de etio logia displasia fibro muscular, (p = 1,0000), (tabela V).

A pressão arterial sistó lica pré-procedimento (PAS pré-APTR) fo i de 179 ± 38 (100-260) mmHg no grupo de et io lo gia aterosclerose e de 156 ± 25 (120-220) mmHg no grupo de etio logia displasia fibro muscular, (p = 0,0587). A pressão arterial d iastólica pré-procedimento (PAD pré-APTR) fo i de 100 ± 21 (60-170) mmHg e de 104 ± 11 (80-120) mmHg nos grupos de etio logia aterosclerose e displasia fibro muscular respect ivamente, (p =0,2922). A pressão arterial sistó lica antes da alt a hospit alar (PAS IH) no grupo de et io logia aterosclerose fo i de 143 ± 24 (96-210) mmHg e de 130 ± 14 (115-160) mmHg no grupo de et io logia displasia fibro muscular, (p = 0,0704). A pressão arterial diastólica antes da alta hospitalar (PAD IH), no grupo de etio logia aterosclerose, fo i de 84 ± 14 (58-130) mmHg e, no grupo de et iologia displasia fibro muscular, de 84 ± 9 (70-100) mmHg, (p = 0,9511), (tabela V).

Não houve nenhum óbito em ambo s os grupos (aterosclerose e disp las ia fibro muscular) per procedimento, embora, no grupo de etio logia aterosclerose, 1 paciente evo luiu para óbito durante a evo lução hospit alar devido a doença de artéria coronária (tabela V).

A evo lução hospitalar (tabela) fo i considerada boa em 54 (79,4%) pacientes submet idos a angioplast ia de artéria rena l no grupo de etio logia aterosclerótica e e m 9 (81,8%) pacientes no grupo de et io logia

displasia fibro muscular, e fo i considerada inalterada em 13 (19,1%) pacientes no grupo de etio logia aterosclerótica e em 2 (18,2%) pacientes no grupo de etio logia displasia fibro muscular, sendo que um pacient e evo luiu para óbito no grupo de etio logia aterosclerótica, (p = 0,9171). A resposta da hipertensão arterial (tabela V) fo i considerada boa em 56 (82,4%) pacientes submet idos ao procedimento percutâneo no grupo de etio logia aterosclerótica e em 8 (81,8) pacientes no grupo de etio logia displasia fibro muscular, e fo i considerada inalterada em 12 (17,6%) pacientes no grupo de etio logia aterosclerótica e em 2 (18,2) pacientes no grupo de etio logia displasia fibro muscular, (p = 1,0000).

A tabela VI mostra a análise univariada e regressão logíst ica múlt ipla para sucesso técnico e resposta intra-hospita lar da pressão arterial.

Foram fatores relac io nados co m sucesso técnico na análise univariada: etio logia (p = 0,038), grupo (p = 0,022) e disposit ivo (<0,001). Fora m fatores relacio nados co m boa resposta intra-hospit alar da pressão arteria l na análise univar iada o disposit ivo (p = 0,008) e o sucesso técnico (p<0,001).

Quando as variáve is idade, et io logia, grupo, localização da lesão, tipo de int ervenção renal percutânea, disposit ivos e sucesso técnico fora m analisadas por regressão logíst ica múlt ipla, nenhuma destas fo i fator independente para sucesso técnico ou boa resposta intra-hospit alar da pressão arterial (tabela VI).

Cinco pacientes no grupo A, quatro com displasia fibro muscular e u m co m aterosclerose, receberam alta hospitalar após intervenção percutânea de artéria renal co m normalização da pressão arterial e sem medicação

ant i-hipertensiva. Do is pacientes do grupo A co m insufic iênc ia rena l aguda, o primeiro devido a estenose subtotal bilateral das artéria renais e o segundo por isquemia em rim único funcio nante, obt ivera m normalização dos níve is séricos de creatinina após a ang ioplast ia de artéria renal co m retorno imediato da diurese6.

6. Discussão:

Os resultados do tratamento intervencio nista na hipertensão reno vascular dependem fundamentalmente da et io logia da estenose da artéria renal. No caso da displas ia fibro muscular, a angioplast ia de artéria renal é definida co mo a principal forma de tratamento25 , 2 6 , 2 7 , 2 8 , 3 0, porém não está

co mpletamente co mprovado que a terapêutica intervencio nista estabelece melhora do controle pressórico e da função renal nos casos de hipertensão reno vascular de et io logia aterosclerótica4 , 3 3.

Os result ados da angioplast ia de artéria renal co m ba lão, nos pacientes

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