• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 4 – Metodologia de Investigação

2. Técnicas e instrumentos de recolha de dados

No presente estudo, as técnicas e instrumentos de recolha de dados consistiram na análise documental, na realização de entrevistas e inquérito por questionário. Fizemos entrevistas semiestruturadas ao Diretor do Agrupamento e ao Presidente do Conselho Geral. Os inquéritos por questionário foram administrados a 101 docentes desde o pré-escolar até ao 3º ciclo. Fizemos, ainda, análise documental de alguns instrumentos de gestão do agrupamento, nomeadamente, Projeto Educativo, Contrato de Autonomia e Relatórios Anuais de Progresso. Os métodos de recolha de informações são selecionados em concordância com a tarefa a ser executada (Bell, 1989). Portanto, são usadas variadas fontes de evidência, criando condições para uma triângulação dos dados, durante a fase de análise dos mesmos.

O inquérito por questionário foi aplicado, numa primeira fase, como pré- teste, a um grupo de docentes não pertencentes ao agrupamento onde se realizou o estudo, mas que se encontravam num contexto semelhante. Após este procedimento, foram feitas pequenas alterações que originaram na última versão do inquérito por questionário (Ver anexo 1) que depois foi utilizada no nosso contexto de estudo. Os inquéritos por questionário foram entregues e recebidos pessoalmente pela investigadora a 101 docentes. Foram devolvidos 71 inquéritos por questionário, dos quais foram eliminados 5 por estarem em branco, sendo o número de respondentes de 66 sujeitos. Os inquéritos por questionário que tinham como público-alvo os docentes foram concebidos de forma a abordar e recolher dados em três grupos: Dados pessoais e

Autonomia.

O inquérito por questionário foi organizado em categorias a saber: Perceções sobre o Contrato de Autonomia; Processos de execução e acompanhamento do processo; Mudanças no funcionamento do Agrupamento de Escolas; Impacto na capacidade de decisão; Aspetos menos positivos do Contrato de Autonomia; Aspetos positivos do Contrato de Autonomia e Renovação do Contrato de Autonomia e sugestões para a sua melhoria (Ver anexo 2). Haviam questões abertas e fechadas que exigiam que os docentes utilizassem uma escala do tipo Lickert (1 – Muito pouco; 2 – Pouco; 3 – Médio; 4 – Grande impacto; 5 – Sem opinião).

Assim, para a categoria das perceções dos docentes sobre o Contrato de Autonomia, pretendemos saber se conhecem o documento na (íntegra) e como tiveram acesso ao documento. Para a categoria, processos de negociação, em termos gerais pretendia-se perceber se os docentes tiveram conhecimento da formalização do contrato e se foram auscultados para a elaboração do documento. Na categoria, processos de execução e acompanhamento do processo, procuramos saber se os docentes são envolvidos e participam nos processos de planeamento e execução no âmbito do Contrato de Autonomia. Na categoria, mudanças no funcionamento do Agrupamento de Escolas, tentamos perceber se houve mudanças a nível administrativo-organizativo e mudanças a nível pedagógico-didático. Na categoria do impacto na capacidade de decisão, procurou-se perceber qual o valor atribuído ao impacto na gestão do plano administrativo-organizativo e pedagógico. Na categoria dos aspetos menos positivos e positivos do Contrato de Autonomia, pretende-se identificar os aspetos menos positivos e positivos decorrentes do Contrato de Autonomia. Por último, na categoria da pretensão de renovação do Contrato de Autonomia e sugestões para a sua melhoria pretende-se averiguar a opinião sobre a importância da renovação do Contrato de Autonomia e as sugestões que daria para a melhoria deste processo.

Para a realização das entrevistas foram feitos contactos prévios com os interlocutores a fim de se explicarem os procedimentos a seguir. Realizámos duas entrevistas, uma ao Diretor do Agrupamento e outra ao Presidente do Conselho Geral. Foi autorizada a gravação das entrevistas. As entrevistas foram realizadas individualmente, em dias diferentes na sede do Agrupamento de

Escolas.

Quivy e Campenhoudt (1998, p. 76) consideram que as entrevistas se deverão realizar em ambientes calmos e em contextos adequados. Segundo os autores a forma como se realizam as entrevistas interferem fortemente na qualidade das mesmas. As entrevistas foram realizadas a partir de um guião previamente estruturado (Ver anexo 3), com um grupo de questões tendo como referência várias categorias e subcategorias em consonância com o inquérito por questionário. De qualquer forma, os entrevistados puderam falar livremente, levando muitas vezes a afastarem-se das questões centrais, mas também possibilitou o conhecimento de outras informações relevantes para a compreensão da realidade organizacional em estudo.

A categoria das perceções dos docentes sobre o Contrato de Autonomia divide-se em quatro subcategorias: Processo de contratualização, estruturação do processo, entidades que participaram no processo e auscultação dos docentes para a elaboração do contrato. Na categoria dos processos de execução e acompanhamento do processo, divide-se em três subcategorias: envolvimento/participação nos processos de execução do Contrato de Autonomia, Envolvimento/participação nos processos de acompanhamento do Contrato de Autonomia e Processos de Avaliação do Contrato de Autonomia. Para a categoria das mudanças no funcionamento do Agrupamento de Escolas, divide-se em duas subcategorias: mudanças administrativo-organizativo e mudanças pedagógico-didáticas. Na categoria do impacto na gestão, divide-se em duas categorias: plano administrativo-organizativo e plano pedagógico- didático. Na categoria dos aspetos menos positivos do Contrato de Autonomia divide-se em duas categorias: perceção das debilidades do Contrato de Autonomia e perceção dos aspetos positivos do Contrato de Autonomia. Na categoria renovação do Contrato de Autonomia e sugestões para a sua melhoria divide-se na subcategoria: pretensão de renovação do Contrato de Autonomia e sugestões para a sua melhoria.