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Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

No documento RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE MESTRADO (páginas 77-81)

Capítulo IV – Metodologia de Investigação-Ação

4.2. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

De acordo com a abordagem do estudo, com os objetivos definidos e com a questão de investigação definida, tornou-se crucial destacar o modo como os dados foram recolhidos.

Das variadas técnicas e instrumentos de recolha de dados, salienta-se a observação como a técnica principal desta investigação, visto que possibilitou recolher muitas informações pertinentes. A observação torna-se, portanto, imprescindível em contexto

Figura 14 - Ciclo de Investigação-Ação

Sentir ou experimentar um problema Imaginar a solução para o problema Pôr em prática a solução imaginada Avaliar os resultados das ações realizadas Modificar a prática à luz dos resultados

educativo, visto que “(…) permite o conhecimento directo dos fenómenos tal como eles acontecem num determinado contexto.” (Máximo-Esteves, 2008, p. 87).

No que concerne às técnicas não documentais, destacou-se a observação participante, que apresenta como instrumentos as entrevistas não estruturada, as notas de campo, os diários de bordo e os registos fotográficos (Máximo-Esteves, 2008).

Seguidamente, expõe-se, de uma forma resumida, a observação e cada um dos instrumentos das técnicas não documentais. A observação é essencial, pois permite o conhecimento de diversos fenómenos que ocorrem num determinado contexto. Através deste instrumento foi possível conhecer e compreender melhor o contexto e, as pessoas que nele interagiam (Máximo-Esteves, 2008). Como forma de organizar as observações feitas no decorrer da prática pedagógica, foram elaboradas grelhas. Deste modo, a observação participante possibilitou um conhecimento mais aprofundado do contexto da prática pedagógica, bem como o conhecimento das necessidades, interesses, e fragilidades das crianças.

Todas estas informações auxiliaram a escolha e a implementação das estratégias e a adequação dos conteúdos.

Decorrente da observação participante, realizou-se a produção de notas de campo. As notas de campo são um instrumento que decorrem das observações feitas num determinado contexto. Estas têm como objetivo registar, de forma descritiva, detalhada e reflexiva, “(…) isto é, notas interpretativas, interrogações, sentimentos, ideias, impressões que emergem no decorrer da observação ou após as suas primeiras leituras.” (Máximo- Esteves, 2008, p 88). Tudo isto permite que o professor experimente, ouça e reflita sobre o que ocorre à sua volta (Bogdan & Biklen, 1994).

Quando o docente está a refletir sobre as suas práticas e sobre os acontecimentos que ocorram à sua volta, deverá fazer anotações para que, numa fase posterior, tenha consciência dos aspetos a melhorar. Nestas investigações, as notas de campo foram sendo registadas no diário de bordo, pois assim torna-se mais fácil recordar as situações e refletir sobre a prática.

De acordo com Zabalza (1994a), os diários de bordo são instrumentos apropriados para transmitir o pensamento dos professores. Nesta linha de pensamento, Hobson, Cochran- Smith e Lytle (citado por Máximo-Esteves, 2008) acrescentam que os diários de bordo são anotações e registos pessoais e é a partir deles que “(…) os professores analisam, avaliam, constroem e reconstroem as suas perspetivas de melhoria da aula e de desenvolvimento profissional.” (p. 89). No diário de bordo constam as notas de campo e outros dados que foram considerados como pertinentes.

Figura 15 - Técnicas e Instrumentos De Investigação-Ação

As entrevistas informais foram, sem dúvida, um contributo importante quer para a intervenção, quer para a elaboração deste relatório. Estas entrevistas surgiram ocasionalmente e tiveram sempre como propósito obter informações importantes sobre o grupo ou sobre uma criança em particular. Máximo-Esteves (2008) corrobora esta ideia afirmando que as entrevistas informais servem o propósito de adquirir informações que completem os dados decorrentes da observação. Além das entrevistas informais, podemos destacar também as entrevistas realizadas às crianças, uma vez que estas deverão ter um papel ativo. Segundo Máximo-Esteves (2008) esta entrevista mostrou-se ser um instrumento que permite dar voz às crianças, deixando estas de serem apenas objetos de estudo, mas um ser participativo e com voz ativa.

Além disso, atendendo que os pais são extremamente importantes no processo de aprendizagem, realizou-se a entrevista em profundidade para compreender a opinião e perspetiva dos pais. Neste sentido, a entrevista realizada incluía respostas mais abertas, de forma a permitir uma pluralidade de respostas (Máximo-Esteves, 2008).

Os registos fotográficos também foram um dos instrumentos utilizados, visto que permitia ilustrar e exemplificar aquilo que ocorreu na prática. (Máximo-Esteves, 2008). Bogdan e Biklen (1994) acrescentam que estes instrumentos permitem observar, analisar e estudar pormenores que poderiam ser descurados caso não houvesse registos fotográficos. Assim, estes tornam-se essenciais para refletir e compreender determinadas situações que ocorrem em contexto educativo.

O esquema seguinte ilustra de forma resumida as técnicas e os instrumentos utilizados no decorrer destas investigações.

Fonte: Adaptado de Máximo- Esteves (2008)

Técnicas e instrumentos de recolha de dados Técnicas Documentais Análise Documental Técnicas Não Documentais Observação Participantes

Notas de campo Diários de Bordo Registo Fotográfico

Entrevistas informais Entrevistas em

Importa ainda salientar alguns cuidados que o investigador deverá ter no decorrer de toda a investigação. No que concerne aos princípios éticos, o investigador deverá sempre manter a privacidade do participante e aceitar a não participação na investigação. Além disso, é essencial que o investigador mantenha o sigilo dos dados recolhidos e o anonimato do participante (Sousa, 2005). O mesmo autor refere ainda que é essencial que as conclusões dos dados analisados sejam averiguadas, de forma rígida, impedindo assim que o investigador e o participante influenciem e falsifiquem os dados.

Recolher dados, criar grelhas, pensar em estratégias exige imenso tempo. Assim sendo, é fundamental definir limites de tempo para cada etapa, sendo um cronograma um bom auxiliar. Na parte prática encontram-se explanadas as vantagens e os contributos do cronograma como forma de organização.

No documento RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE MESTRADO (páginas 77-81)