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Técnicas para ser eficaz na resolução de divergências:

1. Escute até ao fim a ideia do seu interlocutor.

2. Mostre-se interessado na sua mensagem;

3. Não interrompa enquanto a ideia do interlocutor estiver a

ser manifestada;

4. Faça perguntas para que o seu interlocutor clarifique o

pensamento e os argumentos;

5. Esteja atento às suas expressões faciais: não revele

negativismo ou rejeição, face ao que diz o interlocutor;

6. Diga com frequência “eu compreendo”;

7. Conquiste o direito de ser ouvido;

8. Fale de forma serena e calma;

9. Não imponha as suas ideias, mas proponha-as;

10. Revele empatia e disponibilidade para chegar a uma

solução de consenso.

Plano de Sessão 3 – Formação em serviço/psicoeducação/psicoterapia Tema Burnout (Autoconhecimento e trabalho em equipa)

Local Sala de quimioterapia

Data 27 de junho de 2013.

Duração 2 horas (14h30-16h30).

Terapeuta/Co-terapeuta Enfª Elisa Gariso / Prof. Cláudia Mourão

Destinatários Equipa multidisciplinar do hospital de dia de oncologia da unidade de Tomar.

Recursos

materiais/Estratégias

Cadeiras;

Folha com escala de burnout;

Folhas com informação, questionário, score e grelha da Janela de Johari; Canetas, marcadores, lápis de cor;

Objetivos -Promover a partilha de sentimentos visando a aquisição de estratégias de coping; -Consciencializar os enfermeiros da a necessidade do seu autoconhecimento. - Descrever um comportamento aberto e fechado em termos de Janela de Johari;

- Identificar as forças que facilitam e inibem o processo de dar e receber feedback; - Encorajar o aumento do comportamento aberto no grupo através do feedback facilitado; - Melhorar a Saúde Mental dos profissionais.

Desenvolvimento 1. Reunião dos profissionais na sala agendada, com as cadeiras dispostas em círculo;

2. Explicar a Janela de Johari e os objetivos do exercício, procurando centralizar a exposição sobre a importância de aumentara “Arena”, diminuindo a “mancha cega” e a “fachada”.

3. Distribuir o questionário da Janela de Johari a cada participante e pedir para preencherem. 4. Calcular as coordenadas da Janela de Johari.

5. Desenhar a Janela de Johari e refletir sobre o resultado, fazendo uma breve explicação sobre as alterações. 6. Enceramento com uma sessão de relaxamento autogénico, com o guião “rosas, sorrir, sentir e ser…”. 7. Preencher as escalas de burnout.

8. Pedir aos participantes que numa palavra caraterizem a sessão. 9. Entrega de folhas com informação sobre a Janela de Johari.

Avaliação - Observação do comportamento e postura dos participantes durante a sessão. - Incentivo à expressão de sentimentos, conhecimentos e dúvidas.

- Numa palavra caraterizarem a sessão.

Justificação A segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores, individuo e sua família, são preocupações fundamentais para muitos profissionais a nível mundial. Estes três pilares são de extrema importância para a produtividade, competitividade e sustentabilidade das empresas e comunidades, bem como para as economias nacionais e regionais (OMS, 2010).

De acordo com a Agencia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012), o absentismo, o desemprego, incapacidade prolongada bem como, problemas de saúde mental devido ao stress relacionado com o trabalho têm vindo a agravar-se. Lehtinem (2008) refere que a ansiedade, a depressão, o burnout, a insónia, o abuso de substâncias e problemas conjugais são exemplos das consequências negativas de um ambiente laboral stressante. Enquanto uma boa saúde mental estimula a capacidade de trabalho e produtividade, condições de trabalho mais precárias, levam a desequilíbrios psíquicos, baixa por doença e ao aumento de custos (Comissão das Comunidades Europeias, 2005). O contexto laboral é por excelência um local propicio á promoção da saúde, uma vez que são considerados locais onde as pessoas passam grande parte do seu tempo, são terrenos privilegiados de ação. As iniciativas com o objetivo de melhorar as capacidades pessoais e diminuir os fatores de stress no trabalho, melhoram a saúde e promovem o desenvolvimento económico (Comissão das Comunidades Europeias, 2005). De acordo com Costa e Patrão (2006), o setor da saúde envolve profissões consideradas de alto risco em termos de stress, sendo sugerido que a responsabilidade perante os doentes e familiares preocupados, a equipa de trabalho, o pessoal administrativo e as organizações profissionais, sejam importantes fontes de stress, bem como os seus efeitos terão consequências ao nível dos cuidados do doente e da saúde física e mental dos que o cuidam.

Segundo Maslach (2010), a predominância de sintomas como a fadiga e sintomas de distress físico estão relacionados com o trabalho e surgem em pessoas sem antecedentes de qualquer psicopatologia. Aparece diminuição na eficácia dos cuidados e desempenho alterado devido a atitudes negativas. O mesmo autor refere, ainda, que as consequências do burnout são: trabalho de fraca qualidade, baixa da moral, absentismo, problemas de saúde, depressão e problemas familiares.

Joseph Luft e Harry Ingham, em 1961, elaboraram um modelo concetual, designado Janela de Johari, com o objetivo de ilustrar o processo de dar e receber feedback, ou seja, de forma a analisarem como o individuo dá ou pede informação aos outros (Fachada, 2010). Este instrumento é um grande auxílio para o individuo formar uma ideia clara dos seus comportamentos e elucida-lo com algumas soluções

para enfrentar as suas dificuldades nas relações interpessoais, e transformar a sua participação social uma expressão realizadora para o próprio e para os que o rodeiam (Fritzen, 2000).

O campo compreendido no interior do retângulo representa o espaço interpessoal que se subdivide em quatro quadrantes, sendo que cada um representa uma combinação específica de informação que visa determinar a qualidade das relações interpessoais (Fachada,2010). A mesma autora refere que da que a janela ideal é a que predomina a área da arena, uma vez que indica que a pessoa dá o máximo de informação sobre si e consequentemente diminui a possibilidade dos outros interpretarem mal o seu comportamento. Este estilo é o que proporciona fraqueza e abertura, maior participação e produtividade.

De acordo com o que é referido pela Ordem dos Enfermeiros (2009), o enfermeiro especialista apresenta competências comuns na área da gestão de qualidade, gestão dos cuidados e do desenvolvimento das aprendizagens profissionais, pelo que considero que esta formação em serviço se enquadra nestas competências. Bem como, relativamente ao especialista em saúde mental e psiquiatria presta cuidados de âmbito psicoeducacional e psicoterapêutico, mobilizando o contexto e a dinâmica individual e grupal de forma a manter, melhorar e recuperar a saúde.

Bibliografia Agencia Europeia para a Segurança e Saúde no trabalho, (2012). Promoção da saúde mental no local de trabalho: resumo de um relatório

de boas práticas.

Comissão das Comunidades Europeias, (2005). Livro verde: melhorara a saúde mental da população rumo a uma estratégia de saúde mental para a união europeia. Bruxelas.

Costa, R. e Patrão, I. (2006). Stress e burnout em profissionais de saúde. In Leal, I., Ribeiro, J.L.P. e Jesus, S. N.. Atas do 6º congresso nacional de psicologia da saúde: saúde, bem-estar e qualidade de vida. Lisboa: ISPA, (851-856).

Fachada, M.O. (2010). Psicologia das relações interpessoais. Lisboa: Edições silabo. 1ª ed.

Fritzen, S. J. (2000). Janela de Johari: Exercícios vivenciais de dinâmica de grupo, relações humanas e de sensibilidade. Petropolis: Editora Vozes. 17ª ed.

Maslach, C. (2010). Burnout como um importante desafio profissional para os médicos. Simpósio internacional da ordem dos médicos. Lisboa.

Ordem dos Enfermeiros (2009). Modelo de Desenvolvimento Profissional. Caderno temático – sistema de individualização das

especialidades clinicas em enfermagem (SIECE). Lisboa: Autor.

Organização mundial de Saúde -OMS- (2010). Ambientes de trabalho saudáveis: um modelo para acção. Brasilia: SESI/DN.

ANEXO VII