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Tabela 2.3 – Características Gerais da Demanda por Pesquisa Farmacêutica e da Oferta de novos Princípios Ativos

No documento EstudosFebrafarma12 (páginas 42-44)

Assim, pode-se presumir que as empresas do setor aqui estabelecidas estejam se especiali- zando na produção local de uma classe de produtos cuja demanda é relativamente pequena, comparativamente às demais classes. Talvez isso auxilie a explicar os déficits contínuos na balança comercial do setor, conforme veremos no próximo capítulo. Observamos que se trata apenas de uma suposição, já que não se pode determinar as características de 59% da produ- ção nacional, em função das deficiências de classificação dos produtos nas séries estatísticas.

Oferta e Demanda por Inovações nos Mercados Mundial e Nacional

A Tabela 2.3 abaixo descreve as prioridades mundiais de desenvolvimento de novos medi- camentos dentro das CTs e o número de novos PAs em desenvolvimento, segundo relatório da IFPMA - International Federation of Pharmaceutical Manufacturers Association de 2003.

Classes Descrição

Oferta: Nº de Novos Princípios Ativos em

Desenvolvimento Demandas: Prioridades Mundiais em Pesquisa Farmacêutica

A Aparelho Digestivo e

Metabolismo 33 (aparelho digestivo) + 50 (Diabetes) Os tratamentos atuais para úlcera pélvica são insuficientes e a obesidade está se tornando um sério problema de saúde no mundo B Sangue e Órgãos

Formadores de Sangue - -

C Sistema Cardiovascular 123 As complicações cardiovasculares são a principal causa de óbitos no mundo; há necessidade de se desenvolver melhores tratamentos e instrumentos de prevenção

D Dermatológicos - - G Sistema Genitourinário

e Hormônios Sexuais - - H Preparados Hormonais

(Excl. Hormônios Sexuais) - - J Antinfecciosos

em Geral 85 + 15 (vacinas para AIDS) Crescente número de novas infecções (mais de 25 novas doenças foram identificadas desde 1973; novos antibióticos e outros tratamentos devem ser desenvolvidos). A isto soma-se o medo de bioterrorismo e da gripe aviária, a crescente necessidade de novas vacinas para a prevenção de HIV, tuberculose e doenças tropicais como a malária e a dengue. A mutação e crescente resistência de alguns vírus a doenças como a tuberculose têm suscitado a demanda por novos tipos de tratamentos. O desenvolvimento de vacinas para uso pediátrico também é prioridade

K Soluções Hospitalares - - L Antineoplásicos e

Imunomodeladores 86 - (15 + 395 - Câncer) Apesar do significativo número de novos medicamentos, ainda não há a "cura” para a Aids/HIV e para o câncer M Sistema Músculo-

Esquelético 55 Osteoporose é um sério problema para uma população mundial que envelhece N Sistema Nervoso

Central 271 Doenças como Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, fibrose cística e depressão são as que mais incapacitam o doente. São também as mais caras de se tratar quando os pacientes tornam- se crônicos ou incuráveis.

globais de inovação em medicamentos concentram-se nas CTs A - “aparelho digestivo e me- tabolismo”, C - “sistema cardiovascular”, J – “antinfecciosos em geral”, L - “antineoplásicos e imunomoduladores” e N – “sistema nervoso central”.

Demandas Expressas pela Política Nacional de Saúde

O Ministério da Saúde (MS)3 considera como estratégicos todos os medicamentos utilizados

para tratamento das doenças de perfil endêmico, cujo controle e tratamento tenham protocolo e normas estabelecidas, e que tenham impacto sócio-econômico. Entre estes programas pode- mos citar: tuberculose, hanseníase, endemias focais, DST/Aids e sangue e hemoderivados.

Caracterizam-se por endemias focais as enfermidades que apresentam incidências constantes e coletivas durante um longo período do ano, em determinadas regiões do país. Neste contexto, o programa do governo objetiva auxiliar os estados e os municípios na prevenção e no controle das seguintes endemias: meningite, malária, cólera, leishmanio- se, doença de Chagas, tracoma, dengue, peste, filariose e esquistossomose. O Ministério da Saúde programa e distribui gratuitamente todos os medicamentos para a prevenção e tratamento destas doenças.

O “Programa Nacional de Combate às Doenças Sexualmente Transmissíveis” (DSTs) e Aids formula políticas, diretrizes e estratégias que orientam ações de promoção da saúde, de prevenção e de assistência frente a esses agravos. As linhas de atuação do programa são: prevenção, diagnóstico, tratamento e direitos humanos. Na área de prevenção, são trabalhadas estratégias que incentivam o uso do preservativo e de seringas descartáveis, além da difusão de informações para que o vírus HIV não seja transmitido de mãe para filho durante a gravidez.

Na área de diagnóstico, as ações visam a detecção precoce, que pode retardar a mani- festação da Aids. As estratégias de tratamento objetivam melhorar a qualidade de vida do paciente, por meio da utilização dos medicamentos anti-retrovirais fornecidos gratuitamente pelo SUS. Os medicamentos anti-retrovirais são adquiridos pelo MS e repassados às secre- tarias estaduais de saúde, que os distribuem às unidades responsáveis pela dispensação aos pacientes cadastrados no sistema de controle logístico de medicamentos.

No que se refere a sangue e hemoderivados, os programas prioritários visam dar atenção integral aos pacientes portadores de hemoglobinopatia (anemia falciforme e talassemias) e aos pacientes portadores de coagulopatias (as hemofilias).

A partir das prioridades expostas nos parágrafos anteriores, podemos concluir que os me- dicamentos necessários ao cumprimento da política em questão concentram-se entre as Clas- ses Terapêuticas B, J, L e P, e com alguma representatividade nas classes A, C e H.

A Tabela 2.4 procura permitir a rápida visualização da intensidade da oferta e da deman- da por medicamentos nas CTs e foi elaborada a partir de todas as informações expostas nes- te capítulo. Esse quadro resume o perfil da oferta de medicamentos, nas CTs, de acordo com as características da produção nacional e com a intensidade da presença de ofertantes locais em cada classe4. E o perfil da demanda, de acordo com a intensidade das vendas nas classes,

com a demanda mundial por inovações e finalmente, com a demanda por medicamentos ex- pressa pela política nacional de saúde.

3 Vide website www.saude.gov.br Fonte: Ministério da Saúde. O SUS de A a Z: Garantindo Saúde nos Municípios. Brasília, Ministério da Saúde, 2006, 384p.

Tabela 2.4 – Características Gerais da Oferta e Demanda por

No documento EstudosFebrafarma12 (páginas 42-44)