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SuRF-Taiwan

No documento 2018AdeliBeatrizBraun (páginas 107-111)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1.4 Fóruns de Remediação Sustentável (Sustainable Remediation Forums – SuRFs)

4.1.4.4 SuRF-Taiwan

O método do SuRF-Taiwan, tem vista para a incorporação da abordagem da GRS, desenvolvida pelo ITRC, e que possui conceitos da remediação verde trazida pela USEPA, sendo que, cada etapa do processo possui ferramentas de apoio à decisão a fim de concretizar esta abordagem, como pode ser visualizado na Figura 34 (CHEN et al., 2014).

Conforme CHEN et al. (2014), as ferramentas semiquantitativas comparam os efeitos ambientais, sociais e econômicos de diferentes opções de remediação para selecionar a que mais se ajusta aos requisitos sustentáveis. As ferramentas quantitativas proporcionam uma avaliação nas três dimensões da sustentabilidade: ambiental, com a análise da pegada ambiental; social, com a aplicação de questionários para os residentes locais e avaliação de risco à saúde dos moradores locais e dos trabalhadores, durante os trabalhos de remediação; e econômica, por

meio da avaliação custo-benefício e de impacto sobre o valor da terra e geração de empregos. Já as ferramentas qualitativas baseiam-se na listagem das BMPs.

Figura 34 – Abordagem GSR considerada no método SuRF-Taiwan

Fonte: CHEN et al. (2014) (Tradução da Autora)

O método proposto pelo SuRF-Taiwan para avaliação da GSR e elencado na Figura 35, é dividido em duas etapas principais: a avaliação do local, a qual ocorre antes da remediação, e a verificação do local, que ocorre durante e após a remediação. Na fase inicial da avaliação do local, é preciso determinar primeiramente se o brownfield considerado é um local de remediação, com necessidade de correção urgente, ou um local de controle, no qual é necessário somente o monitoramento enquanto ele naturalmente se recupera, ou seja, local cuja remediação poderia ser adiada. Estas designações são realizadas através de informações preliminares, como a concentração dos contaminantes, situação do local, ou o seu uso futuro (HUANG et al., 2016). Se o local é designado como de controle, a população precisa ser informada para evitar transtornos eventuais. Já se o local necessita da remediação, o método indica a utilização da “abordagem tríade” trazida pela USEPA, para gerir e resolver as incertezas nas tomadas de decisão, além de proporcionar atividades de avaliação e remediação mais rápidas, eficientes e de baixo custo. Para determinar as medidas de remediação, a equipe deve levar em consideração todos os materiais, equipamentos, recursos humanos e participação dos interessados. Após esta abordagem, é gerado o CSM, para estimar a quantidade, distribuição e destino dos

contaminantes, possibilidades de exposição e prováveis medidas de mitigação, e assim produzir o plano de remediação mais sólido, com menos custos e incertezas (HUANG et al., 2016).

Em seguida, deve ser levado em consideração quaisquer restrições legais à remediação e o uso futuro da área, uma vez que, se caso a área será utilizada para fins de cultivo, o plano de remediação não deve incluir atividades que impactam negativamente a fertilidade do solo. Também, as atividades de remediação devem garantir um impacto mínimo sobre o ecossistema, a saúde dos trabalhadores e das pessoas da comunidade local (HUANG et al., 2016).

Ainda para uma melhor avaliação do local, o método indica a definição do escopo e dos limites do processo de remediação, considerando a fabricação dos materiais e equipamentos necessários para a remediação, bem como o transporte de solo, a eliminação de resíduos junto com a energia necessária para o processo, e a viabilidade da tecnologia proposta. Assim, estando as variáveis e os objetivos compreendidos, a atividade de remediação é projetada, com o detalhamento das tecnologias necessárias e a definição das partes interessadas que devem ser envolvidos no projeto. Já a sua execução é dependente do aceite das diferentes partes interessadas, incluindo os organismos administrativos, instituições acadêmicas, profissionais de remediação, cidadãos e proprietários locais, bem como indústrias relacionadas e organizações não-governamentais (HUANG et al., 2016).

O controle dos custos também é fator importante no método, e deve ser considerado em todo o processo de remediação. Por último, sendo os detalhes ajustados e o projeto concebido, este precisa passar pela aprovação do gabinete de proteção ambiental (Environmental Protection Bureau - EPB), um ramo local da EPA de Taiwan, que implementa e supervisiona os trabalhos de remediação. Se a aprovação não for concedida, uma reavaliação do escopo e dos objetivos deve ser realizada, mas se o plano estiver em conformidade com os princípios GSR, segue-se para a verificação do local, a segunda etapa do método (HUANG et al., 2016).

A verificação do local, segunda etapa do método, envolve a avaliação do processo de remediação e sua conformidade com as leis relevantes durante e após a correção. As avaliações das atividades de correção são realizadas para garantir a sua conformidade com os padrões GSR, uma vez que, se forem, os registros de remediação são inseridos no banco de dados nacional, mas, caso contrário, o limite e o escopo precisa ser revisado e ajustado (HUANG et al., 2016).

F igura 35 - M étodo SuRF-Taiw an Fon te: HU ANG et al. (2016 ) ( T ra du ção da A u tora)

O EPB examina a viabilidade dos projetos GSR anualmente, sendo que, as equipes responsáveis pelos projetos menos práticos precisam determinar seus erros e propor ações corretivas dentro de 30 dias, mas se estes não apresentarem melhorias, a remediação deve ser interrompida e reavaliada, já os 25% melhores projetos receberão recomendações de organizações autorizadas. Por fim, quando a remediação está finalizada e os padrões ambientais satisfeitos, a área é devolvida para a reutilização ou redesenvolvimento, porém, quando os padrões ambientais não são satisfeitos, as decisões devem ser tomadas por meio de uma contínua remediação ou apenas pela atenuação natural monitorada (Monitored Natural Attenuation - MNA), retornando para a fase de avaliação do local (HUANG et al., 2016).

4.1.5 Rede de Locais Industrialmente Contaminados na Europa (Network for

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