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6 ARTIGO 5 ADOÇÃO DE PRÁTICAS DE IMPLANTAÇÃO FLORESTAL NA

6.3.5 Taxa de sobrevivência dos plantios florestais

A porcentagem de produtores que fazem replantio como informação isolada, não é um parâmetro de qualidade dos florestamentos, uma vez que se relaciona com a sobrevivência dos plantios. Mas os resultados da sobrevivência demonstram que o baixo índice de florestamentos com execução de replantios não é adequado à necessidade; em 81% dos

plantios foi constatada uma taxa de sobrevivência igual ou inferior a 90%. Admitindo-se uma mortalidade de mudas de até 10% fica claro que, os 27,6% dos florestamentos com replantio não condiz com a real necessidade.

A taxa de sobrevivência apesar de, em parte convergir com os resultados anteriores ao demonstrar um padrão superior nos plantios do Paraná, Santa Catarina e Depressão central (Figura 4), não demonstrou uma relação tão estreita com as técnicas empregadas.

Figura 4 - Sobrevivência média dos plantios florestais da agricultura familiar das sete regiões estudadas no Sul do Brasil.

De cada 100 mudas florestais plantadas pelos produtores familiares, em média 33 são perdidas na fase inicial do plantio. Isto além de acarretar custos elevados se for considerar o montante de mudas plantadas na agricultura familiar, ainda envolve o dispêndio de força de trabalho na implantação que poderia ser direcionadas para as atividades de manutenção.

Os produtores justificam constantemente os plantios adensados pela mortalidade, contando que as elevadas perdas equilibrem a densidade do povoamento. O que demonstra que a falta de manutenção nas florestas é algo corriqueiro, não havendo um esforço em apurar a produção florestal. O resultado desta prática são florestas heterogêneas devido à deficiência nos tratos culturais; e ainda, os plantios adensados dos produtores formam florestas com diferentes níveis de competição, uma vez que a mortalidade não ocorre de maneira uniforme, formando porções em alta densidade enquanto outras ficam subestocadas.

67,0 60,0 74,5 62,7 82,5 71,8 56,2 72,0 0 25 50 75 100 Média RS - Costa Doce RS - Depressão Central RS - Centro Serra SC - Litoral Sul SC - Alto Vale SC - Planalto Norte PR - Sudeste Paranaense

6.4 CONCLUSÕES

 Os plantios florestais que vem sendo conduzidos pelos agricultores familiares são de pequenas dimensões. E devido às áreas disponíveis para cultivo serem reduzidas e o desejo de ampliar a produção, são utilizadas altas densidades iniciais de plantio, acima do que é economicamente rentável;

 O cultivo florestal se concentra no período de agosto a outubro para o cultivo florestal. Meses que já são reduzidos os riscos de geadas na Região Sul, assim como, ainda não ocorre com frequência as altas temperaturas do verão; sendo a época adequada para o plantio;

 Algumas práticas silviculturais são negligenciadas pelos agricultores familiares durante a fase de implantação, com pouco mais da metade dos produtores realizando a fertilização e a remoção das plantas daninhas. Das práticas avaliadas, o replantio é a técnica menos adotada, porém nem sempre faz-se necessário, tendo em vista que é dependente da mortalidade das mudas;

 A única prática adotada regularmente é o controle de formigas cortadeiras, contudo este controle nem sempre se dá de forma adequada, sendo comum o uso de produtos químicos sem indicação para este fim. O controle preventivo nas áreas também pouco é utilizado. Dos produtores que fazem uso de iscas granuladas pouco mais de um terço fazem combate preventivo;

 De modo geral os produtores familiares empregam um baixo nível tecnológico em suas florestas, abdicando de práticas importantes para o crescimento e homogeneidade dos florestamentos. Esta carência técnica reflete numa alta taxa de mortalidade de mudas trazendo um grande impacto financeiro, tendo em vista que uma em cada três mudas é perdida na fase de implantação.

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