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A Figura 2 apresenta informações sobre a taxa de internação total. Independentemente do período analisado, as taxas são nitidamente elevadas nos grupos etários extremos, assumindo um formato de “U”, em conformidade com o observado na literatura existente (Kilsztajn et al., 2002; Nunes, 2004; Ribeiro, 2005). A análise entre regiões mostra importantes diferenças nos níveis das taxas de internação. Para quase todos os grupos de idade, a região Sudeste apresenta as menores taxas. As diferenças são mais expressivas entre a população idosa, com as regiões Centro-Oeste e Sul apresentando taxas mais elevadas e a região sudeste, as menores. Essas diferenças podem ser explicadas tanto pelas características demográficas e epidemiológicas, bem como pela estrutura da oferta dos serviços de saúde (Rodrigues, 2010).

Melhorias do estado de saúde da população resultam em menor demanda por serviços hospitalares. Os indicadores de saúde da população, como taxa de mortalidade infantil, incapacidade funcional, prevalência de doenças crônicas são indicadores importantes para observar as diferenças das taxas de internação entre regiões ao longo do ciclo de vida. Uma queda acentuada no indicador de mortalidade infantil, por exemplo, devido a melhores condições de

saúde, pode reduzir a taxa de internação de doenças evitáveis, como a diarréia, principalmente para as crianças (Perpétuo e Wong, 2006). Ademais, alguns estudos têm mostrado que a região Sudeste possui uma maior adesão às práticas preventivas, em relação às demais regiões, reforçando a importância do cuidado primário como forma de prevenir e promover a saúde da população (Paim, 2008). No caso específico da região Sul, as taxas mais elevadas de internação entre os idosos podem estar associadas ao processo de envelhecimento mais avançado dessa região. Como a população é mais envelhecida nos estados dessa região é provável que o setor de saúde esteja mais adaptado e preparado para atender às necessidades de cuidados dessa parcela da população fazendo com que as taxas de internação sejam mais elevadas.

Figura 2 – Taxa de Internação total, por regiões, 2000 e 2010

Fonte: SIH/SUS – 2000 e 2010 e IBGE/Censo - 2000 e 2010.

Entre 2000 e 2010, o nível das taxas de internação se reduziu para a maioria dos grupos etários quinquenais, especialmente entre jovens e idosos, em todas as regiões. Essa redução foi mais expressiva entre as capitais da região Sudeste. Ao longo desse período, foram observadas também reduções das disparidades regionais no que se refere às taxas de internação entre os grupos etários mais jovens (0 a 4, 5 a 9 e 10 a 14 anos).

A Figura 3 apresenta informações sobre o custo médio de todas as internações das capitais agregadas por regiões, em 2000 e 2010. De forma geral, os custos médios foram altos para indivíduos com menos de 1 ano, reduzindo-se para os

grupos etários subseqüentes (1 a 4 e 5 a 9 anos) e aumentando a partir dos 15 anos. As regiões Sul e Sudeste exibiram custos médios mais elevados para todos os grupos quinquenais em relação às outras regiões, tanto em 2000 quanto em 2010.

Entre os dois anos de análise, foram observadas mudanças importantes nos custos médios apenas para os grupos extremos de idade (menor que um ano e acima de 50 anos) para todas as regiões especialmente no Sul e Sudeste.

Figura 3 – Custo Médio Total por regiões, 2000 e 2010

Fonte: SIH/SUS – 2000 e 2010.

As figuras 4 a 8 mostram as pirâmides etárias da população, do número de internações e do custo total das internações em 2000 e 2010 para as regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul, respectivamente. A análise das pirâmides etárias permite identificar melhor os grupos etários que relativamente consomem mais os serviços de internação hospitalar do SUS e quais recebem mais recursos financeiros desse setor.

Nos dois anos analisados, a participação percentual da população diminuiu para os grupos etários mais jovens e aumentou para os grupos etários mais velhos. No entanto, essas modificações na estrutura etária ocorreram de forma diferenciada entre as regiões do país. A região Norte possui uma pirâmide etária mais jovem, ou seja, com a base piramidal mais larga e um ápice estreito, ao passo que as regiões Sul e Sudeste se destacam pela estrutura populacional mais envelhecida nos dois anos analisados.

Como pode ser observado, as pirâmides de internação hospitalar e do custo das internações apresentam um formato inverso ao da pirâmide etária. Esse resultado indica que a participação de cada grupo etário no consumo de serviços e nos custos hospitalares difere da participação de cada grupo no total da população. A exceção ocorre para os grupos menores que um ano de idade cuja participação na população total é muito próxima da participação no consumo desses serviços e recursos. Os grupos etários mais envelhecidos, apesar de sua menor participação no total da população, estão associados a um percentual relativamente maior de internação e custos hospitalares.

A distribuição do número de internações apresenta um comportamento muito similar ao do custo total das internações. No entanto, para os grupos etários mais jovens, geralmente, a proporção das internações são maiores que a proporção do custo total, ocorrendo o inverso para os grupos etários mais velhos nos quais a participação do custo total é mais elevada. Isso ocorre porque o custo médio dos procedimentos associados às internações dos mais idosos tende a ser mais elevado que o dos jovens (Nunes, 2004; Peixoto et al., 2004; Lima et al., 2009). No entanto, assim como verificado por Peixoto et al. (2004), esses custos variam significativamente entre as macrorregiões do país, tendo sido maiores nas regiões Sudeste e Sul e menores no Norte, para ambos os grupos extremos de idade (Ver FIGURA 3). Essas variações são explicadas, provavelmente, por causas de internação e/ou complexidade tecnológica dos hospitais (Peixoto et al., 2004).

A análise por sexo mostra pouca diferenciação percentual da internação e do valor total. Essa similaridade é observada principalmente devido à exclusão das internações por parto/gravidez.

Nos dois anos analisados, nota-se uma importante relação entre a distribuição percentual da população e a distribuição percentual da internação e custo total. Regiões com o maior percentual de idosos (Sul e Sudeste) possuem maior concentração percentual de internação e custo total nesse grupo etário comparado com as demais regiões. Esse comportamento também é observado ao se analisar as diferenças entre os dois anos. A proporção de internações e do custo das internações entre os idosos é maior em 2010 do que em 2000

quando a estrutura populacional era menos envelhecida. Esse resultado é verificado em todas as regiões do país.

Figura 4 – Pirâmide etária da população, número de internações e custo das internações - Região Norte, 2000 e 2010

Fonte: SIH/SUS – 2000 e 2010 e IBGE/Censo - 2000 e 2010.

Figura 5 – Pirâmide etária da população, número de internações e custo das internações - Região Nordeste, 2000 e 2010

Figura 6 – Pirâmide etária da população, número de internações e custo das internações - Região Centro-Oeste, 2000 e 2010

Fonte: SIH/SUS – 2000 e 2010 e IBGE/Censo - 2000 e 2010.

Figura 7 – Pirâmide etária da população, do número de internações e do custo das internações - Região Sudeste, 2000 e 2010

Figura 8 – Pirâmide etária da população, do número de internações e do custo das internações - Região Sul, 2000 e 2010

Fonte: SIH/SUS – 2000 e 2010 e IBGE/Censo - 2000 e 2010.

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