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Taxas de resposta obtidas nas várias fases da pesquisa

No documento Fornecimento de medicamentos pós-pesquisa (páginas 78-82)

4 RESULTADOS

4.2 Taxas de resposta obtidas nas várias fases da pesquisa

A taxa de resposta foi calculada de maneira objetiva e simples, como descrito a seguir:

Taxa de resposta = Questionários recebidos (retornados) Questionários enviados

O primeiro resultado a ser comentado em termos de taxa de resposta foi o percentual de resposta dos patrocinadores na primeira busca realizada, que visou a encontrar os pesquisadores clínicos em duas áreas terapêuticas: diabetes e HIV/AIDS: 8 de 21 CROs responderam (38%) e 16 de 32 indústrias farmacêuticas o fizeram (50%). Essa taxa de resposta foi considerada satisfatória, uma vez que os bancos de pesquisadores são tidos, usualmente, como confidenciais, posto serem centros de pesquisa, os quais, caso amplamente divulgados, teriam competitividade aumentada pelos demais patrocinadores. Mesmo assim, talvez, a razão do inquérito e a importância que o tema vem recebendo dos atores nos últimos anos, tenha feito com que grande número deles se dispusesse a responder, entendendo que sua colaboração seria, de fato, importante e necessária ao andamento deste projeto. Apenas duas empresas responderam não poder compartilhar essa informação, por considerá-la confidencial. A maior parte das demais empresas e CROs que não colaboraram com a informação solicitada justificaram, dizendo que não trabalhavam com as áreas terapêuticas que este projeto buscava. Algumas fusões entre empresas ocorreram durante o projeto, confundindo um pouco o cenário, mas elas foram, de qualquer maneira, contempladas já como novas empresas, quando o questionário foi aplicado.

A seguir, os questionários foram avaliados (piloto), antes do envio aos entrevistados. Foram submetidos, primeiramente, a uma banca de juízes, conforme descrito no item Métodos (dois advogados com experiência em pesquisa clínica, dois membros de CEPs, dois pesquisadores, quatro patrocinadores e uma secretária): 10 de 12 responderam (83%), tendo sido a eles dado 7 a 10 dias para resposta. Essa é uma metodologia utilizada comumente e, no caso deste estudo, acrescentou, de fato, valor ao projeto, uma vez que vários ajustes foram realizados nos questionários após a fase piloto.

Finalmente, a taxa de resposta dos entrevistados, de acordo com os grupos a que pertenciam, também pôde ser avaliada. Os questionários foram enviados aos diversos grupos, entre outubro de 2009 e janeiro de 2010.

Os respondedores finais incluíram, portanto, 124 membros de CEPs, 58 pesquisadores, 24 patrocinadores, três agências de fomento e 54 pacientes, totalizando 263 respostas, de 949 questionários enviados (27,7% de resposta, considerando-se todos os grupos). Os números absolutos e percentuais de retorno de cada grupo estudado estão descritos na Tabela 2. Tabela 2 - Taxa de resposta, segundo os diferentes grupos de entrevistados

Questionários enviados Questionários retornados Taxa de resposta CEPs 599 124 20,7% Pesquisadores 290 58 20,0% Patrocinadores 53 24 45,3% Agências de Fomento 19 3 15,7% Pacientes 90 54 60,0% Total 949 263 27,7%

A proporção de retorno, após o primeiro envio dos questionários, foi de 77/124 (62,0%) no caso dos CEPs (77/599 no total, 12,8%), 35/58 (60,3%) para os pesquisadores (35/290 no total, 12,0%), 16/24 (66,6%) para os patrocinadores (16/53 no total, 30,2%). Como mencionado acima, dado o pequeno número de retornos no caso das Agências de Fomento, o grupo não foi analisado com finalidade comparativa ou proporcional, mas o será, de forma descritiva, no decorrer deste capítulo. Da mesma forma, embora se possa falar em taxa de resposta para os pacientes que receberam o questionário e o responderam em papel, por intermédio do seu médico (pesquisador), não foi julgado adequado usar esse percentual comparativamente, na medida em que não é representativa da população- alvo. Comparando-se, portanto, apenas os três grupos considerados representativos da amostra populacional que se buscava (CEPs, pesquisadores e patrocinadores), observou-se que pouco mais de 60% das respostas finais foram retornadas após o primeiro envio e que, usualmente, foi importante repetir o envio do questionário ou mandar um lembrete, pois essas ações puderam aumentar a taxa de resposta global.

Os motivos que justificaram a não resposta são listados a seguir: (i) entidade ou participante não encontrado (a mensagem por e-mail voltou ao

remetente); (ii) recusa em participar; (iii) incapacidade para responder por falta de experiência com estudos clínicos com fármacos, ou com as doenças selecionadas para estudo; (iv) questionários perdidos ou que não chegaram a seu destino final.

Infelizmente, não foi possível separar cada uma dessas razões, pois os convites e questionários foram enviados para mais de um endereço eletrônico, sempre que disponível. Dessa forma, ao receber um retorno com indicação, por exemplo, de que o destinatário não fora encontrado, isso não significava obrigatoriamente que esse participante não tivesse sido encontrado em e-mail alternativo; pode ser inclusive, que tenha respondido o questionário por outro e-mail. Isso constituiu uma falha metodológica, sem dúvida, na medida em que esse erro poderia ter sido controlado, desde que o envio e o recebimento tivessem sido preparados. Acabou resultando em uma taxa de resposta menor do que se poderia obter, caso fosse possível ter certeza de quem, de fato, recebeu o questionário e optou por não responder.

Quanto aos pacientes, dos 58 pesquisadores que responderam o questionário, oito aceitaram, inicialmente, trazer seus pacientes de pesquisa (13,5%) para este inquérito. Daqueles oito, dois eram da área de diabetes e seis de HIV/AIDS. Entretanto, apenas três deles colaboraram, de fato, com o envio de questionários respondidos por seus pacientes (dois em diabetes e um em HIV). A maior causa dessa recusa secundária, após terem se oferecido para colaborar, foi justificada por eles, pesquisadores, pelo fato de não saberem que os CEPs de suas respectivas instituições também deveriam analisar e aprovar o projeto. Essa situação, detectada tardiamente, inviabilizaria o estudo, para o período em que havia sido planejado. Dessa forma, apenas três pesquisadores colaboraram, sendo um do Rio de Janeiro, outro de São Paulo e o terceiro de Fortaleza. Eles colaboraram, respectivamente, com 11, 40 e 3 pacientes, totalizando a amostra de 54 pacientes (14 em diabetes e 40 em HIV/AIDS). Tal amostra não tem representatividade e não pôde ser usada como fonte de generalização de resultados. Serviu apenas para orientar futuras pesquisas e, como será observado adiante, para tecer algumas comparações com a literatura

mundial, em que apenas dados de pacientes com HIV/AIDS estão documentados.

4.3 Primeiro Domínio: dados demográficos e características dos

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