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O processo de produção da cerâmica, em geral, é bastante automatizado, utilizando equipamentos de última geração. A interferência humana é maior nas

atividades de controle do processo, inspeção da qualidade do produto acabado, armazenagem e expedição. A tecnologia utilizada vem apresentando uma relativa continuidade, mantendo a estabilidade do atual padrão tecnológico. O desenvolvimento tecnológico tem procurado alcançar melhores indicadores quanto à absorção de umidade, resistência a ataques químicos e físicos e beleza do desenho (GORINI; CORREA, 1999).

As principais inovações originam-se nos setores produtores de equipamentos e de insumos básicos. O conhecimento que sustenta o desenvolvimento tecnológico é baseado na combinação de disciplinas, como a química, a mineralogia e a engenharia de materiais. As placas de cerâmica para revestimentos apresentam grande diversidade de produtos, em consequência de uma série de possibilidades de combinações, destacando-se a escolha da massa (combinação balanceada de várias matérias-primas para que apresente comportamento adequado em cada uma das etapas do processo de fabricação e o produto final possua as propriedades desejadas), a forma de preparo, o tipo de conformação da peça, o tipo de acabamento da superfície, o processamento térmico e as características técnicas do produto (GORINI; CORREA, 1999).

A seguir, são listados os equipamentos que constituirão a linha de produção do processo de via úmida e monoqueima de cerâmica para revestimentos na Pisoforte Revestimentos Cerâmicos:

• box de matérias-primas – estocagem da matéria-prima para a base; • balança – pesagem das matérias-primas conforme a formulação; • moinho de bolas – moagem, via úmida, das matérias-primas e produção

da massa (barbotina);

• atomizador – atomiza a barbotina para obter o pó;

• silos de pó atomizado – armazenagem e homogeneização do pó atomizado;

• prensa e secador – formata e seca a base;

• balança para esmalte – pesagem do esmalte conforme a formulação; • moinho de esmalte e tanque com agitação – moagem e estocagem do

esmalte;

• linha de esmaltação – aplicação do esmalte e decoração do revestimento cru;

• forno de monoqueima – queima do revestimento esmaltado à temperatura da ordem de 1.160°C; e

• máquina de classificação – escolha, classificação e embalagem do produto.

O processo de produção é representado pelo fluxograma a seguir.

Fonte: Dados fornecidos pela Pisoforte (2019).

O layout da linha de produção do processo de via úmida definido será do tipo celular, que agrupa máquinas similares em áreas bem definidas de estações de trabalho. As máquinas são agrupadas em células, e ocorre um fluxo de materiais e pessoas. O layout deve considerar: fluxo de materiais, espaço disponível, quantidade de máquinas, trabalhadores necessários, produtividade esperada e possibilidade de expansão. O sistema de produção é repetitivo, pois a fabricação ocorre em lotes, produtos semelhantes e tempos uniformes.

O projeto de construção civil já existe, sendo apenas ampliado o mix de produtos da Pisoforte e alterações no layout no setor de produção. A figura 2 ilustra o parque fabril da empresa.

Figura 2: Parque fabril da Pisoforte.

Fonte: Dados fornecidos pela Pisoforte (2019).

A Pisoforte está localizada em Criciúma, próxima ao porto de Itajaí e Navegantes, o que possibilita o escoamento da produção e agilidade no processo logístico, e se mantém focada em atender a região Sul.

A estrutura formal é representada pelo organograma da empresa e seus aspectos básicos. De acordo com Oliveira (2004, p. 85), “estrutura organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa”.

A estrutura organizacional é uma dimensão dinâmica, principalmente quando são considerados os seus aspectos informais provenientes da caracterização das pessoas que fazem parte de seu esquema (OLIVEIRA, 2004).

A figura 3 mostra a estrutura organizacional da Pisoforte Revestimentos Cerâmicos.

Figura 3: Organograma da empresa.

Fonte: Dados fornecidos pela Pisoforte (2019).

A linha úmida será gerenciada pelos mesmos colaboradores que já atuam no gerenciamento de produtos da linha seca, desta forma, mantendo a estrutura organizacional da empresa. Serão contratados 22 colaboradores para os setores de produção, 03 colaboradores para a expedição, 01 colaborador para o setor de compras e 01 gerente de produção, totalizando 27 colaboradores. A gerência de produção será ocupada por dois gerentes, um gerente da linha seca e outro gerente da linha úmida.

6.3 LOCALIZAÇÃO

A escolha da localização de um empreendimento é parte primordial do projeto, levando em conta que ela vai determinar a acessibilidade do mesmo e o fluxo de clientes. Dornelas (2013) aponta que é fundamental a correta escolha da localização do empreendimento, pois este pode e será um ponto decisivo para o sucesso da empresa. Pode-se dizer que o endereço merece um destaque no planejamento. Uma das primeiras providências deve ser a consulta prévia, junto à prefeitura municipal para verificar a possibilidade de emissão do alvará de funcionamento para este tipo de negócio.

No Brasil, a indústria cerâmica está concentrada nas regiões Sul e Sudeste nas seguintes cidades: Criciúma, em Santa Catarina, Mogi Guaçu e Santa Gertrudes, em São Paulo. Em Criciúma, concentram-se as maiores empresas nacionais, que possuem como estratégias competitivas, o desing, a qualidade e a marca; fabricando revestimento cerâmico através do processo de via úmida e seca (FIGUEIREDO, 2011).

A escolha da localização considerou a empresa Pisoforte ter um amplo parque fabril e espaço físico suficiente para ampliar a produção e instalar a produção via úmida, minimizando custos e utilizando os mesmos setores e a logística da empresa.

Figura 4: Localização da empresa.

Fonte: Google Maps (2019).

A empresa está localizada na Rodovia Governador Jorge Lacerda, s/nº, Km 2,5, bairro Verdinho, em Criciúma. Na figura acima, pode-se visualizar a proximidade com a Rodovia BR 101, o que possibilita o escoamento da produção e agilidade no processo logístico.

7 PLANO FINANCEIRO

7.1 INVESTIMENTO INICIAL

A tabela 1 apresenta os investimentos iniciais:

Tabela 1 – Investimento inicial

Descrição Valor Total (em R$)

Máquinas e Equipamentos 500.149,08

Material de Segurança – EPIs 492,15

Móveis e utensílios 2.700,40

Alvarás 532,00

Alteração layout estoque 26.500,00

Matéria-prima 193.036,37

Treinamento 4.590,00

Capital de giro 122.000,00

Total 850.000,00

Fonte: autor (2019).

Os investimentos iniciais totalizam R$ 850.000,00.

7.2 FORMAS DE FINANCIAMENTO

O investimento será feito com capital próprio e capital de terceiro. O montante de capital a ser financiado será 80% do total de R$ 500.149,08, especificamente para a compra do maquinário, prazo do financiamento de 120 meses e carência de 6 meses. Calculou-se a taxa de remuneração do agente financeiro em 3,5% para a simulação, e projeção da inflação anual em 3,63%. A simulação se encontra no Anexo.

Tabela 2 – Resultado resumido da simulação do financiamento junto ao BNDES

Descrição Calculado

Valor financiado R$ 400.119,26

Prazo total 120 meses

Prazo de carência 06 meses

1º pagamento na carência R$ 10.788,83

1º pagamento na amortização R$ 7.074,25

Taxa de juros final 11,23% a.a.

O BNDES conta com uma linha que financia máquinas e equipamentos com o BNDES Finame – BK Aquisição e Comercialização. A taxa do BNDES é de 1,42% ao ano, e negociada entre a instituição e o cliente para empresas de médio porte, como é o caso da Pisoforte Revestimentos Cerâmicos.

7.3 RECEITAS

A capacidade de produção da empresa será de 800.000 m2/mês. Entretanto, estima-se que inicialmente a empresa produzirá e venderá 10.000 m2/mês de cerâmica por via úmida nos seis primeiros meses, passando a 12.000 m2/mês do sétimo ao décimo segundo mês de funcionamento deste novo segmento da Pisoforte.

Os valores médios de venda estão conforme o quadro abaixo:

Tabela 3 – Receita estimada no primeiro ano

Descrição Receita estimada

Receita mensal no primeiro semestre R$ 236.000,00

Receita do 1º ao 6º mês R$ 1.416.000,00

Receita mensal no segundo semestre R$ 283.200,00

Receita do 7º ao 12º mês R$ 1.699.200,00

Total Receita 1º ano R$ 3.115.200,00

Fonte: autor (2019).

Estima-se que o metro quadrado da cerâmica por via úmida seja vendido por R$ 23,60.

Em relação ao preço estimado para cada produto/hora trabalhada, se a cada dia há previsão de 8 horas trabalhadas pela mão de obra disponível, considerando 22 dias úteis no mês, então a produção diária da cerâmica via úmida (10.000 m2/22 = 454,55 m2/8 horas) será de 56,82 m2 por hora trabalhada.

Desta forma, o preço do metro quadrado da cerâmica por produto/hora trabalhada é de 56,82 m2 x R$ 23,60 = R$ 1.340,95.

Considerando que os seis primeiros meses a receita semestral prevista será de R$ 1.416.000,00, e a receita total do segundo semestre de R$ 1.699.200,00, sendo um total de R$ 58.650.000,00 ao ano. Tendo, portanto, uma receita média mensal de R$ 3.115.200,00.

A tabela 4 apresenta os custos operacionais mensais/anual do futuro empreendimento.

Tabela 4 – Custos operacionais Item de custo

operacional

Tipo de custo (fabricação, administração, vendas ou financeiros?) Valor Mensal (R$) Valor Anual (R$) Compra matéria vista à vista Fabricação 10.768,00 129.216,00 Compra matéria vista a prazo vista

Fabricação 13.072,00 156.864,00 Comissões de vendas (1% do faturamento) Vendas 2.596,00 31.152,00 Tributos (IR, CSLL, PIS, COFINS, ICMS, dentre outros) (32%) Fabricação e vendas 83.072,00 996.864,00 Outros custos variáveis Administração 1.500,00 18.000,00

Total dos custos operacionais 111.008,00 1.332.096,00 Fonte: autor (2019).

As empresas do regime normal também podem optar pela tributação por Lucro Presumido. Ou seja, é possível atribuir um lucro tributável, baseado em um percentual sobre aquilo que o negócio faturou. Para atividades comerciais, o valor é de 8%, enquanto indústrias cumprem com um total de 32%. Já para determinados tipos de serviços, o percentual é de 16% (KALBUSCH, 2019).

Nesse caso, o valor do Imposto de Renda, assim como o da Contribuição Social, é feito com base no lucro líquido apurado. Para o IR são 15%, mais 10% a cada R$ 20 mil mensais sobre o excedente. A CSLL é de 9% e a contribuição para o PIS e COFINS são tributados pelo regime cumulativo. Sendo assim, se aplica o valor percentual sobre o faturamento de empreendimento (KALBUSCH, 2019).

A tabela 5 apresenta os custos operacionais mensais/ anuais em fixos e variáveis.

Item de custo Custo fixo mensal (R$)

Custo fixo anual (R$)

Custo variável mensal (R$)

Custo variável anual (R$)

Compra matéria vista à vista

10.768,00 129.216,00

Compra matéria vista a prazo vista 13.072,00 156.864,00 Comissões de vendas (1% do faturamento) 2.596,00 31.152,00 Tributos (IR, CSLL, PIS, COFINS, ICMS, dentre outros) (32%) 83.072,00 996.864,00 Outros custos variáveis 1.500,00 18.000,00 Depreciação 4.167,91 50.014,92 Salários e encargos 111.400,00 1.336.800,00 Água 2.300,00 27.600,00 Energia elétrica 5.300,00 63.600,00 Internet/telefone 630,00 7.560,00 Despesas bancárias 1.000,00 12.000,00 Marketing 5.000,00 60.000,00 Total 129.797,91 1.557.574,92 111.008,00 1.332.096,00 Fonte: autor (2019).

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