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TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

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Diversas informações estão aglutinadas aos processos de abertura política, aos avanços dos processos democráticos, bem como à utilização das TIC, que possibilitaram o fortalecimento e fomento de uma sociedade cada vez mais ativa e direcionada ao controle e participação dos cidadãos na Administração Pública. Tesoro (2008) destaca a Carta Iberomericana de Governo Eletrônico e pontua que governo eletrônico tem que estar voltado ao cidadão, para possibilitar seus direitos de se comunicar de forma eletrônica com os governos. Sobre a mesma linha de pensamento, Diniz (2009, p. 8) destaca que “a disponibilização de dados governamentais abertos só tem valor se houver interesse da sociedade civil em reutilizá-los, dando a eles novos significados segundo o seu interesse e conveniência (...)” e menciona ainda que “não existem dados governamentais abertos se não forem utilizadas tecnologias que garantam aderência dos dados às características que os tornam abertos”.

Consoante à afirmação de Diniz (2009) quanto à utilização das TIC, o inciso VI do Art. 6º da Lei 13.460, de junho de 2017, pontua que é direito básico do usuário a obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação de serviço, bem como a sua disponibilização na Internet (BRASIL, 2017).

Baka (2016) destaca que as TIC, bem como a utilização de ferramentas e dispositivos de participação, sejam eles redes, mídias sociais, sites ou aplicativos, viabilizam o acercamento entre o poder público e o cidadão. Com isso, à medida em que a sociedade interage na busca da informação ou dado públicos, colabora junto à organização na tomada de decisão (MERGEL; DESOUZA, 2013).

Ainda sobre a utilização das TIC em favor da abertura dos dados públicos, bem como à participação popular no contexto de governo aberto e transparência pública de dados, pontuam Sanchez e Marchiori (2017), esses elementos se apresentam de forma multifacetada e a sistematização desses elementos pode promover, aos interessados, participação popular em uma ação de GA.

Além disso, tal afirmação direciona a transparência ativa de dados públicos e tem como sustentação basilar, na administração pública brasileira, as diversas normas já apresentadas, bem como o que pontuam os incisos II e III do Art. 3º da LAI, ratificando que a divulgação de informações de interesse público deve ocorrer independentemente de solicitações, e que essa divulgação deve ser feita a partir da utilização de meios de comunicação viabilizados pelas TIC (BRASIL, 2011b).

Na administração pública brasileira há diversos sistemas que demandam inúmeras informações importantes, não somente à Instituição que os operacionaliza para as tomadas de decisões, mas também à sociedade civil, que necessita, cada vez mais, da integração e da participação voltadas às ações públicas de interesse social.

A seguir, na figura 7, são elencadas uma série de portais e sistemas utilizados pelo governo federal, responsáveis pela produção de uma vultosa quantidade de informações de importância institucional e social.

Figura 7 (2) - Portais e Sistemas utilizados na produção e transparência de informações

Fonte: imagens de sistemas e portais extraídas do site de busca Google.

A respeito da figura 7, podemos destacar algumas especificidades sobre os sistemas e portais mencionados:

• Portal Brasileiro de Dados Abertos: disponibiliza os dados abertos demandados pelas instituições públicas do governo brasileiro em seus diversos setores;

• Portal de Acesso à Informação: detalha as nuances do acesso à informação pública, bem como o entendimento da LAI, sendo possível realizar pedidos de informações segundo a lei de informação;

• Portal da Transparência: disponibiliza dados referentes à execução orçamentária brasileira;

• Portal Dialoga Brasil: ferramenta que visa alargar a interação eletrônica e a participação da sociedade civil no processo de avaliação das políticas públicas;

• Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP): trata de todos os afastamentos dos servidores públicos, empregados públicos de todas as esferas e poderes, além de colaboradores eventuais que realizam atividades junto à administração pública e que podem demandar o recebimento de diárias e passagens;

• Portal Siapenet: disponibiliza informações pertinentes aos servidores públicos federais, inclusive órgãos de lotação e exercício;

• Portal Comprasnet: traz informações a respeito de fornecedores, pregões eletrônicos e licitações de cunho público; e

• Painel de Monitoramento de Dados Abertos: ferramenta que permite conferir a situação dos órgãos públicos federais quanto à abertura das informações contidas em suas bases. Objetiva-se o aprimoramento da cultura da transparência pública e do estímulo ao controle social.

Por fim, é importante destacar que a sociedade pode obter diversas informações disponibilizadas, pelo governo federal, a partir dos Portais de Acesso à Informação e de Transparência, bem como pelo Painel de Monitoramento de Dados Abertos sem a necessidade de cadastro ou perfil de usuários específicos, pois, são ativamente demandadas a partir da utilização dos sistemas mencionados e da integração a esses Portais.

Como menciona Martins (2011, p. 2), a respeito da divulgação ou disponibilização das informações

(...) o direito de acesso à informação impõe duas obrigações sobre os governos. Primeiro, existe a obrigação de publicar e disseminar informações essenciais sobre o que os diferentes órgãos públicos estão fazendo. Segundo, os governos têm a obrigação de receber do público pedidos de informação e respondê-los, disponibilizando os dados solicitados e permitindo que o público tenha acesso aos documentos originais indicados ou receba cópias dos mesmos.

Essa citação fomenta a existência da transparência ativa de informações públicas em conformidade com a determinação legal emanada no caput do Art. 8º da LAI.

2.4.1 Curadores Informacionais

Trazendo a discussão exatamente para o campo das IFES, conforme publicação do PDA do MEC, faz-se necessária a estruturação e aporte, tecnológico e humano, para viabilizar a abertura e a manutenção dos dados abertos. O documento cita que

A abertura de dados é uma iniciativa que requer uma contínua e permanente curadoria sobre a publicação dos dados, encarregada por manter as ações de abertura, catalogação e publicação dos dados do MEC (PDAMEC 2016/2018).

Ainda sobre o aspecto da curadoria dos dados produzidos pelo MEC, o PDA traz a seguinte aplicação

Caberá à Secretaria Executiva a definição de outra força tarefa chamada de Força Tarefa para Curadoria, incumbida da curadoria dos metadados no Portal Brasileiro de Dados Abertos. Esta força tarefa será composta por representantes da Assessoria de Comunicação Social (ACS) e Secretaria Executiva do MEC (PDAMEC 2016/2018).

Percebe-se, assim, o direcionamento e a necessidade dos aportes tecnológicos e humanos, quando mencionada a incumbência da curadoria dos dados, tratada como força tarefa e composta por representantes, os quais podem ser definidos como curadores.

Tal definição pode ser encontrada também na publicação do PDA do MPDG (2018), na seção de governança (seção III), que destaca

As unidades administrativas, por intermédio dos seus pontos focais, são os curadores dos dados mantidos nos sistemas informacionais de sua responsabilidade, e devem, inclusive, primar pela excelência na qualidade dos respectivos metadados (PDA- MPDG, 2018).

A seguir, pontua-se através da figura 8 a estruturação apresentada quanto à governança do PDA, necessária para a sustentação desse plano.

Figura 8 (2) - Quadro de representação da estrutura de governança do PDA do MPDG

Fonte: PDA do MPDG (2018-2019)

Logo, diante das fontes observadas, percebe-se que tanto o aparato tecnológico quanto o de recursos humanos são necessários para a viabilização do monitoramento, governança e sustentação das bases de dados existentes e que podem ser abertas voltando-se à transparência ativa.

No próximo capítulo traremos em destaque os procedimentos metodológicos empregados neste estudo.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste Capítulo estão detalhados os procedimentos metodológicos para atendimento aos objetivos da pesquisa. A partir da seção 3.1 pontua-se a caracterização do estudo quanto à sua natureza, métodos e estratégias utilizadas. Na seção 3.2 é observado o procedimento de coleta de dados, dividido em dois momentos, bem como a análise desses dados coletados, na seção 3.3. Por fim, verifica-se na seção 3.4 o desenho desta pesquisa, que demonstra o delineamento de como se desenvolveu este estudo.

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