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5 RESULTADOS

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

5.2.1 Tema: Cuidados paliativos sob a óptica de enfermeiros e médicos de uma

Quadro 3 - Ideias centrais, sujeitos e frequência das ideias centrais do tema: experiências e vivências sobre (cuidar) tratar de pacientes gravemente enfermos. Enfermeiros

NO IDEIAS CENTRAIS SUJEITOS FREQUENCIA

DAS IDEIAS CENTRAIS 1 Cuidados prestados ao paciente em

fase terminal

1,2,3,4,5,8,9,10,1 1,13,14,15

12

2 Cuidados que abrangem a família 2,5,6,7,9,10,11,1 3,14,15

10

3 Proporcionar conforto no final da vida 1,2,3,4,9,10, 12, 13

8

4 Prática da não maleficência 7,8,10 3

5 Os cuidados paliativos são importantes 1,4 2 6 Engloba uma equipe multiprofissional 6,10 2

7 Cuidados que minimizam a dor 11,12 2

Fonte: Das autoras

1ª Ideia Central: Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

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Cuidados paliativos são o cuidado que vamos prestar ao paciente em fase terminal quando não há mais um tratamento que pode levar à cura dele. No Hospital Escola, já existe uma equipe de cuidados paliativos, porém, os profissionais ainda não estão preparados para lidar com isso. Muitas vezes, as pessoas falam: “já está no final da vida”, e não fazem o que é necessário. Cuidados paliativos é um tipo de cuidado muito prazeroso e reflexivo prestados aos pacientes sem cura. Por mais que o paciente não evolua, vemos o quão frágil somos e o quanto dependemos um dos outros. Sinto compaixão e me fortaleço com os cuidados prestados. Aprendo a cada dia e agradeço a Deus por tudo. Cuidados paliativos é o cuidado aos pacientes fora de

possibilidade de cura, que já fizeram de tudo para sobreviver, e que não vão sair do quadro em que se encontram.

2ª Ideia Central: Cuidados que abrangem a família

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Estes cuidados abordam a família para que ela entenda que a morte é uma fase da vida. É mais fácil prestar cuidados paliativos quando o paciente está em sua casa porque o contato com a família é maior e, quando está internado, é mais difícil. Esses cuidados tentam evitar a internação, pois, na área hospitalar, recebemos o doente e, dependendo do quadro, fazemos medicação, um atendimento que não se pode fazer em casa. Os cuidados paliativos propiciam uma mais fácil aceitação da realidade, procurando apoiá- los nesse momento difícil, para que ele possa passar esses últimos momentos em casa. Quando se trata de criança, é mais difícil ainda, porque ela está no começo da vida e ninguém espera a morte dela. Então, na maioria das vezes, são feitos muitos procedimentos invasivos e a família tem mais dificuldade em aceitar a morte. Os próprios familiares não sabem do que se tratam os cuidados paliativos, que são para evitar a piora e esperar a hora dele falecer. Não sabem que para esses pacientes são mais válidos os cuidados não invasivos, realizados em casa, do que os cuidados hospitalares.

3ª Ideia Central: Proporcionar conforto no final da vida

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É o cuidado que vai fazer com que o paciente tenha o mínimo de conforto num momento pelo qual todos nós vamos passar um dia. São usados para aliviar o sofrimento, para que o paciente tenha uma qualidade de vida boa e muito conforto. A equipe de enfermagem tem que ser muito atuante nessa área, temos que fazer o melhor que podemos para levar a qualidade desse cuidado, para o paciente viver o final de sua vida com conforto. Muitas vezes, o

paciente terminal, que não tem mais tratamento, é esquecido. Cuidados paliativos é permitir que a pessoa tenha momentos agradáveis nos seus últimos dias de vida. Cuidados paliativos é uma forma de promover o bem estar em todos os aspectos do paciente, procurando proporcionar o máximo de conforto, é assim que tento prestar os cuidados paliativos.

4ª Ideia Central: Prática da não maleficência

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Os cuidados paliativos servem para não prolongar a vida do paciente sem possibilidade de cura com procedimentos invasivos e não entrando com nenhuma droga que prolongue a vida dele. Não adianta prolongar a vida por algum tempo, isso não vai trazer ele de volta. Cuidados paliativos são todos aqueles cuidados que não prolonguem a vida do paciente.

5ª Ideia Central: Os cuidados paliativos são importantes

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Eu vejo que os cuidados paliativos são importantes, porque são realizados em uma fase delicada, em que o paciente não tem mais perspectiva de vida, e a gente faz o possível para dar o melhor para ele, e não deixar faltar o que precisa: os alimentos, os cuidados de higiene, principalmente no final, onde o paciente já passou por tudo, por experiências dolorosas. Eu acho importante fazer o melhor que a gente pode, mesmo sabendo que a vida do paciente está no fim. Sendo assim, há mais interesse em cuidar de pacientes que tem tratamento ou procedimentos invasivos a serem feitos, entretanto os cuidados paliativos são tão importantes quanto os cuidados invasivos. É comum submeter o paciente a procedimentos que não vão levar à qualidade de vida dele, e só vão prolongar o sofrimento, é aí que entram os cuidados paliativos.

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Os cuidados paliativos é um tema novo, que tem sido discutido atualmente. Muita gente tem dúvida, não sabe nem do que se trata nem que engloba uma equipe de médicos, enfermeiros. Essa equipe multiprofissional, principalmente a médica, quer prolongar a vida a qualquer custo, e o paciente acaba ficando muito tempo internado. Os profissionais estão deixando a desejar em cuidados paliativos, não sei se por falta de conhecimento ou por obsessão.

7ª Ideia Central: Cuidados que minimizam a dor DSC

Os cuidados paliativos amenizam no máximo a dor.

Figura 1- Ideias centrais dos enfermeiros sobre experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos

Fonte: Dos autores

Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

Cuidados que abrangem a família Proporcionar conforto no final da vida Prática da não maleficência Os cuidados paliativos são importantes Engloba uma equipe multiprofissional Cuidados que Minimizam a dor IDEIAS CENTRAIS

As ideias centrais referentes à questão: “Levando em consideração suas experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de cuidados paliativos? Poderia me contar?” foram: “cuidados prestados ao paciente em fase terminal”, “cuidados que abrangem a família”, “proporcionar conforto no final da vida”, “prática da não maleficência”, “os cuidados paliativos são importantes”, “engloba uma equipe multiprofissional” e “cuidados que minimizam a dor”.

Quadro 4 - Ideias centrais, sujeitos e frequência das ideias centrais do tema: experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos. Médicos

NO IDEIAS CENTRAIS SUJEITOS FREQUENCIA

DAS IDEIAS CENTRAIS 1 Cuidados prestados ao paciente em

fase terminal

1,2, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,13

10

2 Proporcionar conforto no final da vida 1, 3, 5, 9, 10, 12 6 3 Cuidados que minimizam a dor 1, 6, 8, 10, 12 5 4 Cuidados para que se tenha uma boa

morte

2, 6, 7, 9, 10 5

5 Prática da não maleficência 1, 3, 6, 7, 15 5 6 Cuidados que abrangem a família 1, 4, 6, 14 4 7 Os cuidados paliativos são

importantes

4, 11, 12, 15 4

8 Engloba uma equipe multiprofissional 8, 10 2

Fonte: Das autoras

1ª Ideia Central: Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

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Cuidados paliativos são um conjunto de procedimentos e atividades realizadas em pacientes terminais quando não se tem mais prognóstico, quando a terapêutica não funciona mais, quando se está no fim, com alguma doença ou patologia incapacitante. Consiste em cuidados mínimos ao paciente com

diagnóstico fechado, seja em estado de neoplasia, ou sequelas patológicas debilitantes, progressivas sem nenhuma expectativa de vida e também medidas alternativas para tratamento de idosos ou crianças, não necessariamente com doença grave. Amenizam o sofrimento de pacientes que não vão ter melhora, mas nem sempre recebem o cuidado como deveria ser, pois o objetivo é tratar da melhor maneira.

2ª Ideia Central: Proporcionar conforto no final da vida

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Cuidados paliativos são uma forma de promover o bem estar do doente e oferecer conforto ao mesmo. São realizados quando o paciente não tem mais prognóstico, mas a gente quer manter qualidade de vida. São medidas tomadas a fim de reduzir sofrimento, aumentar qualidade de vida do paciente sem causar mais danos a sua saúde. Devemos escutar atentamente as suas queixas e tentar atingir o tratamento.

3ª Ideia Central: Cuidados que minimizam a dor

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Os cuidados paliativos têm como objetivo amenizar a dor, o sofrimento, tudo o que for possível, mas cura mesmo ele não tem.

4ª Ideia Central: Cuidados para que se tenha uma boa morte

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São cuidados que proporcionam ao paciente uma morte digna para dar uma qualidade de morte para a pessoa, tirar os sintomas, melhorar um pouco o emocional, manter alimentado, fazer com que ele tenha uma morte com

qualidade. Ele não vai ser mais curado, mas vai ter qualidade, uma morte humanizada.

5ª Ideia Central: Prática da não maleficência

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São cuidados que mantêm a prática da não maleficência evitando qualquer tipo de procedimentos invasivos, proporcionado nutrição mínima para necessidade diária, analgesia, conforto e cuidados para evitar novas comorbidades, como escaras e infecções. Sempre se deve perguntar antes de fazer algum procedimento ao paciente. A gente pensa assim: vai fazer uma cirurgia ou até mesmo entubar, vai valer a pena este sofrimento, pensamos nessa parte. No começo eu sempre queria reanimar, sempre ficava com culpa de não fazer, mas com o passar do tempo você vai vendo, vai avaliando cada caso particularmente, decidindo se compensa ou não. O mais importante não é o que queremos fazer com o paciente e sim o que ele deseja, mantendo a pratica da não maleficência. Às vezes, tratamos clinicamente o paciente que deveria ser cuidado apenas com cuidados paliativos.

6ª Ideia Central: Cuidados que abrangem a família

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Cuidados paliativos para mim é manter o paciente com qualidade de vida e perto da família, evitar ao máximo o sofrimento dele. Acho necessário, é bom tanto para os familiares, cuidadores e para o próprio paciente, todo ser humano deve ter direito a cuidados. Na nossa área de trabalho não tem muitos casos, porém, quando podemos, tentamos o máximo, abordando também a família. A experiência mais próxima que eu tive foi com minha avó, ela teve câncer de colo do útero e optamos por cuidar dela em casa, porque lá ela teve um tratamento mais afetivo ao lado de seus familiares. Ela foi cuidada com todo carinho e atenção, mas, às vezes, falta o cuidado paliativo por falta de informação.

7ª Ideia Central: Os cuidados paliativos são importantes

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Considero o cuidado paliativo muito importante, diante de qualquer caso porque envolve muito o lado humano. Muitas vezes, o paciente é tratado sem o lado humano. O paciente, às vezes, ouve conversas indelicadas sobre sua condição, sem que seja informado diretamente sobre seu estado. Sendo assim, é um cuidado muito importante.

8ª Ideia central: Engloba uma equipe multiprofissional

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São medidas adotadas pela equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos. É uma área em crescimento que sempre norteia os cuidados em saúde.

Figura 2 - Ideias centrais dos médicos sobre experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos

Fonte: Das autores

Prática da não maleficência Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

Proporcionar conforto no final da vida Cuidados que minimizam a dor Cuidados para que se tenha uma boa morte Cuidados que abrangem a família Os cuidados paliativos são importantes Engloba uma equipe multiprofissional IDEIAS CENTRAIS

As ideias centrais referentes à questão: “Levando em consideração suas experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de cuidados paliativos? Poderia me contar?” foram: “cuidados prestados ao paciente em fase terminal”, “proporcionar conforto no final da vida”, “cuidados que minimizam a dor”, “cuidados para que se tenha uma boa morte”, “prática da não maleficência”, “cuidados que abrangem a família”, “os cuidados paliativos são importantes” e “engloba uma equipe multiprofissional”.

6 DISCUSSÃO

Ao analisarmos as ideias centrais do tema experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, observamos que a ideia central mais frequente entre os médicos e enfermeiros foi “cuidados prestados ao paciente em fase terminal”.

Esta IC vem ao encontro do que diz Vieira e Goldim (2012), que, na humanização, procura-se a integralidade do cuidado, o atendimento às necessidades de pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura, em processo de morte e morrer e buscando-se o cuidado individualizado, que são promovidos pela a prática assistencial.

Pessini (2006) cita que ortotanásia é morrer saudavelmente, cercado de amor e carinho. Lembramos um adágio francês do século XV, muito atual, que vê a missão da medicina como sendo a de: “curar às vezes, aliviar frequentemente, confortar sempre”.

Podemos confirmar isso na fala dos enfermeiros: “Cuidados paliativos são o cuidado que vamos prestar ao paciente em fase terminal, quando não tem mais um tratamento que pode levar à cura dele...”

No discurso dos médicos sobre a ideia central em questão temos: “Cuidados paliativos são um conjunto de procedimentos e atividades realizadas em pacientes terminais, quando não se tem mais prognóstico, quando a terapêutica não funciona mais, quando se está no fim, com alguma doença ou patologia incapacitante...”

Segundo Pessini (2006), a distanásia é um tratamento fútil e inútil que prolonga o sofrimento, a agonia e adia a morte. Sendo assim, não se prolonga a vida, mas o processo de morrer.

Desta forma, cuidados paliativos são cuidados prestados para pacientes em fase terminal que não possuem mais perspectiva de vida. São cuidados que não vão levar à cura, mas vão fazer com que o mesmo sofra o menos possível e tenha “dignidade e elegância no despedir-se da vida”.

A ideia central “proporcionar conforto no final da vida” foi outra ideia muito expressiva entre enfermeiros e médicos.

De acordo com Pessini (2006), citado por Besse (2009), os cuidados paliativos tendem a assegurar aos doentes condições que os capacitem e os

encorajem a viver suas vidas de uma forma útil, produtiva e plena, até o momento de sua morte. A importância da reabilitação, em termos de bem estar físico, psíquico e espiritual, jamais pode ser negligenciado.

Para Vasconcelos (2012), quando um paciente se encontra fora de possibilidades de cura, o objetivo principal do cuidado não é mais preservar a vida, mas torná-la o mais confortável e digna possível. O foco da atenção ao paciente é a busca pela qualidade de vida que deve ser alcançada por meio do alívio e controle dos sintomas, suporte espiritual, psicossocial e apoio no processo de enlutamento.

Os enfermeiros assim se expressaram: “É o cuidado que vai fazer com que o paciente tenha o mínimo de conforto num momento pelo qual todos nós vamos passar um dia. São usados para aliviar o sofrimento, para que o paciente tenha uma qualidade de vida boa...”

Os médicos disseram: “Cuidados paliativos são uma forma de promover o bem estar do doente e oferecer conforto ao mesmo, são realizados quando o paciente não tem mais prognóstico, mas a gente quer manter qualidade de vida...”

Sendo assim, os cuidados paliativos oferecem conforto para os pacientes em fase terminal, para que eles tenham a melhor qualidade de vida possível, neste momento tão delicado.

Outra ideia central que merece atenção entre enfermeiros e médicos é “Cuidados que abrangem a família”.

Na perspectiva de Nucci (2011), acontecimentos de ordem acidental ou natural afetam a família quando algum de seus membros sofre qualquer tipo de mudança vital. A doença traz dores e sofrimento e é um evento frequentemente causador de comoção e crise. À medida que evolui, passa a exigir da família uma mobilização geral, centrando toda a atenção no membro doente. Os familiares fazem grandes sacrifícios para satisfazer às necessidades do doente, porém o fator que determina crises é o desequilíbrio existente entre os recursos do familiar e a vivência da doença por parte da família.

Conforme Pessini (2006), um dos princípios dos cuidados paliativos é trabalhar com a família do doente, que é o núcleo fundamental de apoio.

Na óptica de Fratezi e Gutierrez (2009), no contexto da família, cuidar de um doente demanda um processo de adaptação de todos os membros. Sabe-se que os membros da família são interconectados e dependentes uns dos outros. Sendo

assim, os comportamentos e as ações expressados por um dos membros influenciam e são influenciados pelos demais, afetando todo o sistema familiar.

Concordamos com Nucci (2011) quando relata que, se a doença evoluiu para cuidados paliativos, sem possibilidades terapêuticas de cura, essa atenção deve ser intensificada, buscando significados que paciente e familiares atribuem à morte e considerar as questões sociais, emocionais e espirituais envolvidas.

Os enfermeiros participantes do discurso disseram: “Esses cuidados abordam a família para que ela entenda que a morte é uma fase da vida. É mais fácil prestar cuidados paliativos quando o paciente está em sua casa, porque o contato com a família é maior e quando ele está internado é mais difícil...”

Os médicos expressaram: “Cuidados paliativos para mim é manter o paciente com qualidade de vida e perto da família, evitar ao máximo o sofrimento dele. Acho necessário, é bom tanto para os familiares, cuidadores e para o próprio paciente, todo ser humano deve ter direito a cuidados...”

Os familiares necessitam de cuidados paliativos tanto quanto os pacientes, pois com o adoecimento de um membro e com a proximidade da morte, toda a família é afetada, causando um desequilíbrio no sistema familiar, podendo aumentar ou diminuir os vínculos.

Outra ideia central que foi citada pelos enfermeiros e médicos participantes foi “os cuidados paliativos são importantes”.

Conforme Melo e Caponero (2009), as estatísticas demonstram que, cada vez mais, vem aumentando o número de pessoas acometidas pelas diversas doenças crônico-degenerativas, em especial, o câncer. Esse cenário vem se manifestando de tal forma que os cuidados paliativos tiveram que ser compreendidos e incorporados definitivamente nos tratamentos dos pacientes e nas unidades hospitalares, tornando-se de extrema importância.

Como a enfermagem tem em seu foco o cuidar, tal relato vem ao encontro da nossa assistência.

Para Peres (2011), a importância dos cuidados paliativos aumenta quando qualquer pessoa se aproxima dos últimos momentos de uma condição debilitante. Nessa fase, e após o óbito, essa atenção administrada em uma instituição de saúde ou na própria residência, propicia melhor qualidade do processo de morte e morrer.

Na perspectiva Melo e Caponero (2009), é impossível encontrar alguém, hoje, que não esteja sofrendo de alguma doença fora de possibilidade de cura ou alguém

que já não tenha um histórico anterior na família ou que não vivera uma situação como essa, necessitando dos cuidados paliativos.

Os enfermeiros se expressaram sobre essa ideia central: “Eu vejo que os cuidados paliativos são importantes, porque é realizado em uma fase delicada, em que o paciente não tem mais perspectiva de vida, e a gente faz o possível para dar o melhor para ele, e não deixar faltar o que precisa...”.

A enfermagem percebe seu papel na assistência do paciente fora de possibilidade de cura. Devemos ocupar nosso espaço em todos os momentos da vida da pessoa desde o nascer até o morrer.

Os médicos participantes relataram: “Considero o cuidado paliativo muito importante, diante de qualquer caso, porque envolve muito o lado humano...”

Com base nos dados acima, podemos perceber que os cuidados paliativos são um tema em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento, que vêm obtendo um crescente olhar pelos profissionais, familiares e toda a sociedade. Esses cuidados, por promoverem alívio em todas as dimensões do ser humano, devem ser respeitados e não mais vistos como algo banal. Nos cursos de medicina e enfermagem, esses assuntos deveriam ser cada vez mais discutidos.

“Engloba equipe multiprofissional” foi outra ideia citada pelos participantes do estudo, pois não tem como hoje cuidar sem o trabalho de uma equipe multiprofissional.

Na óptica de Melo e Caponero (2009), o principal objetivo é que esses cuidados sejam oferecidos por médicos, equipe de saúde, paciente e família, criando um vínculo de confiança e, em conjunto, estabelecendo um plano estratégico de assistência contínua e integral.

Os enfermeiros expressaram: “Os cuidados paliativos são um tema novo, que está sendo discutido atualmente. Muita gente tem dúvida, não sabe nem do que se trata nem que engloba uma equipe de médicos, enfermeiros. Essa equipe multiprofissional, principalmente a médica, quer prolongar a vida a qualquer custo, e o paciente acaba ficando muito tempo internado. Os profissionais estão deixando a desejar em cuidados paliativos, não sei se por falta de conhecimento ou por obsessão.”

Os médicos disseram que: “São medidas adotadas pela equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e

psicólogos, é uma área em crescimento que sempre norteia os cuidados em saúde.”

Entretanto, segundo Araújo et al (2010), muitos profissionais, para melhorar a maneira de cuidar desses pacientes, precisam de treinamento, atualização do aprendizado, bem como de discussões sobre esse tema para sustentar a compreensão sobre o cuidado paliativo.

Conforme Arrieira et al (2011), destaca-se a necessidade da equipe de multiprofissionais para atuar de modo interdisciplinar, para atender às diferentes condições de saúde da pessoa que vivencia a sua finitude, pois essas pessoas, que vivem crises intensas e mergulham profundamente nas dimensões inconscientes, elaboram novos significados para suas vidas, sendo capazes de mobilizá-los na difícil tarefa de reorganização do sobreviver exigida para a conquista da saúde.

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