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CAPíTULO V PRÁTICAS EDUCATIVAS – CONTRIBUIÇÕES APONTADAS PARA UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR

TEMA: PARQUE FONTE GRANDE, HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

Objetivo: Perceber que cada sujeito é um ser social, situado historicamente e que sua

atividade deixa marcas por onde passa, as quais servem para a tessitura de novas pro- duções ou superações de desafios da sua época.

PRÁTICA SOCIAL INICIAL:

Iniciar com uma visita ao Parque Municipal da Fonte Grande. Antecipadamente, dialogar com os alunos, planejando e apresentando a proposta juntamente com a direção coor- denação e pedagogos da escola, educadores das disciplinas envolvidas e professora que trabalha com a área das necessidades especiais.

Organizar grupos de alunos, que ficarão encarregados de realizar as seguintes ativi- dades: Um grupo de alunos observa a paisagem, os municípios de Vitória, Vila Velha e Serra e realiza as observações. Outro grupo fica encarregado de tirar fotografias. Outro realiza desenhos dos diferentes ambientes ressaltando o relevo, as habitações, os espa- ços urbanos, os espaços naturais, as vias de trágefo, a navegação matítima e fluvial, os rios, seus afluentes, animais e vegetação, dentre outros aspectos. E outro grupo formula questões para reflexão e estudo sobre os parques de Vitória.

Desse modo, se permite aos alunos a representação de seus diferentes olhares atra- vés das múltiplas linguagens.

Vista parcial de Cariacica a partir do parque. Vista parcial de Vitória e Vila Velha a partir do parque.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

PROBLEMATIZAÇÃO:

Após a visita ao parque, realizar um diálogo de estudo, referente à visita:

Na sala de informática ou mesmo no ambiente da sala de aula, um grupo de alunos apresentam as fotografias utilizando os recursos disponíveis na escola. O grupo que ficou encarregado de formular as perguntas, expõe as suas conclusões pensamentos a partir da observação realizada no parque.

A problematização por parte dos professores pode iniciar com base no que foi manifes- tado ou questionado pelos alunos.

Dentre algumas questões que podem ser encadeadas, sugere-se as seguintes: • Em que aspectos esta paisagem foi nitidamente alterada pelo ser humano?

• De que modo estas transformações ensejaram a melhoria de vida do ser humano e do ambiente e em que aspectos repercutiram processos destrutivos?

• Pelo exercício da imaginação, como vocês visualizam esta paisagem há cem anos atrás? E há três milhões de anos ?

• Como era o modo de vida das pessoas a cem anos atrás em relação ao saneamento básico, trânsito, acesso aos lugares, convivência, participação política, vestuário, alimen- tação, etc.?

• Que desafios estão presentes atualmente nestes espaços e que ações podemos reali- zar enquanto cidadãos eleitores e enquanto cidadãos eleitos politicamente?

• Que animais vivem no Parque Municipal da Fonte Grande e que tipo de vegetação predomina?

• Em que condições se encontra o parque em termos de cuidados, infraestrutura turís- tica, educacionais?

INSTRUMENTALIZAÇÃO:

Durante as discussões, registrar as palavras que sintetizam os temas de estudo.

Em grupos, solicitar que escolham temas de seu interesse com o intuito de aprofundar as discussões, instrumentalizando os alunos de forma integrada. Um grupo estará rea- lizando analogias referentes às mudanças históricas do lugar, com base em pesquisas no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, Biblioteca Estadual , Fundação Santos Neves, dentre outras fontes de pesquisas, como livros, jornais, revistas, relatórios di- vulgados pelos órgãos governamentais. Fotografar o que for permitido e organizar uma apresentação acerca dos conhecimentos adquiridos.

Um outro grupo irá analisar as mudanças geográficas com base em pesquisas cartográ- ficas. Confeccionar maquetes, uma representando a paisagem atual e outra, de como

era o parque antigamente, utilizando materiais reaproveitados.

(As pesquisas precisam ser dirigidas. Portanto, os alunos precisam receber à parte as orientações com sugestões sobre quais materiais deem consultar, em qual local, pergun- tas, orientações de como se portar).

Outro grupo fará entrevistas por meio de história oral, com pessoas residentes no local há muitos anos. O ideal é que estas pessoas sejam representantes de diferentes seg- mentos da população , ou que fizeram parte de representação de movimentos sociais, além de autoridades políticas e empresariais.

Outro grupo poderá compor um poema ou uma música ressaltando a cultura e a paisa- gem da região estudada.

Outro grupo poderá organizar uma coreografia ou uma encenação com base em um conto capixaba e que envolva a região analisada.

Outro grupo ilustrará a paisagem de diversas formas, de modo que se considere as ten- dências ou movimentos artísticos, como: realismo, impressionismo, cubismo, pontilhis- mo, dentre outros orientados pelo/a educador/a ou pela equipe de educadores.

CATARSE:

Apresentação das atividades na sala de aula e depois na Mostra Cultural da escola. Cada grupo irá expor quais conhecimentos foram apropriador para fazer esta represen- tação.

NOVA PRÁTICA SOCIAL:

Solicitar que cada aluno faça, individualmente. uma reflexão sobre: • Sua atuação na dinâmica deste trabalho.

• Os conhecimentos e análises extraídos das representações, pesquisas, etc.

• De que modo este estudo despertou em cada um a vontade de se colocar em uma postura mais ativa na sua comunidade, uma vez que se percebe como construtor/trans- formador da vida na sociedade.

Discutir com os alunos essas reflexões, sobre a participação da comunidade no Orça- mento Participativo do bairro onde residem.

Combinação e execução de um ato coletivo que represente o aprofundamento, critici- dade e participação na comunidade/cidade, tal como: Carta endereçada à Assembleia Legislativa sobre os problemas na sua comunidade e sobre o Orçamento Participativo do bairro onde reside.

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CAPíTULO VI – A GRANDE PEGADA E AS TRILHAS INTERPRETATIVAS, SUGESTÕES PARA AÇÕES PEDAGÓGICAS:

As atividades aqui sugeridas se constituíram como parte dos momentos organi- zativos das práticas pedagógicas realizados durante uma formação continuada em duas escolas da região da Grande São Pedro. Um dos objetivos se constituiu em buscar, junto aos educadores e alunos, elementos que estão presentes nos espaços não formais de Educação e a relação com os conteúdos curriculares de forma a interligá-los a estes espaços, através de propostas interdisciplinares, de acordo com o que propõe as Bases Nacionais da Educação Ambiental.

Ressaltamos que estas podem ser realizadas em diferentes contextos, de acordo com o planejamento dos educadores e com os objetivos propostos no processo educacional.

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