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Escola e parque no contexto de uma proposta de formação continuada em Vitória - ES : contribuições na perspectiva da educação ambiental crítica

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3 FICHA CATALOGRÁFICA

Copyright @ 2015 by Instituto Federal do Espírito Santo

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto No. 1.825 de 20 de dezembro de 1907. O conteúdo dos textos é de inteira responsabilidade dos respectivos autores.

Observação:

Material Educativo Público para livre reprodução. Material bibliográfico eletrônico.

Editora do Ifes

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Pró-Reitoria de Extensão e Produção

Av. Rio Branco, no. 50, Santa Lúcia Vitória – Espírito Santo - CEP 29056-255

Tel. (27) 3227-5564 E-mail: editoraifes@ifes.edu.br

Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática Av. Vitória, 1729 – Jucutuquara.

Prédio Administrativo, 3o. andar. Sala do Programa Educimat. Vitória – Espírito Santo – CEP 29040 780

Comissão Científica Manuella Villar Amado Priscila de Souza Chisté Leite

Soler Gonzales Coordenação Editorial Sidnei Quezada Meireles Leite Maria Alice Veiga Ferreira de Souza

Revisão do Texto Fabrícia Bittencourt Pazinatto Capa e Editoração Eletrônica

Renan Toledo Produção e Divulgação Programa Educimat, Ifes

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REALIZAÇÃO/APOIO

Instituto Federal do Espírito Santo Denio Rebello Arantes

Reitor

Araceli Verônica Flores Nardy Ribeiro Pró-Reitor de Ensino

Márcio Almeida Có

Pró-Reitor de Pesquisa de Pós-graduação Renato Tannure Rotta de Almeida Pró-Reitor de Extensão e Produção

Lezi José Ferreira

Pró-Reitor de Administração e Orçamento Ademar Manoel Stange

Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional Diretoria do Campus Vitória do Ifes

Ricardo Paiva

Diretor Geral do Campus Vitória – Ifes Hudson Luiz Cogo

Diretor de Ensino Marcia Regina Pereira Lima Diretora de Pesquisa e Pós-graduação

Sergio Zavaris Diretor de Extensão Roseni da Costa Silva Pratti

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

MARIA LUIZA DE LIMA MARQUES

Licenciada em Geografia Plena pela Pontifícia Univer-sidade Católica de Minas Gerais (1985). Mestre em Educação em Ciências e Matemática (EDUCIMAT) pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto Fede-ral do Espírito Santo (IFES). Pesquisadora vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Alfabetização Científica e espaços de Educação Não Formal – GE-PAC e também do Grupo de Alfabetização Científica no Contexto da Sustentabilidade Socioambiental. Atu-almente exerce atividades de docência em Geografia e Coordenação de Ensino na Prefeitura Municipal de Vitória, Espírito Santo. É pesquisadora na área de for-mação de educadores na perspectiva da Educação Ambiental Crítica, no contexto da integração dos dife-rentes espaços educativos, buscando contribuir para uma educação reflexiva, dialógica, cidadã, transfor-madora e emancipatória.

EDUARDO AUGUSTO MOSCON OLIVEIRA

Doutor em Educação pela UFBA e Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professor permanente do Programa de Pós-Gra-duação Stricto Sensu em Educação em Ciências e Matemática (Programa EDUCIMAT) do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES/VITÓRIA). Pesquisador vinculado ao Grupo de Estudo e Pes-quisa em Alfabetização Científica e Espaços de Educação Não Formal (GEPAC/IFES) e à linha de pesquisa Espaços Educativos Não Formais: Cul-tura, Política e Memória.

Trabalha com pesquisas em Política, Gestão e Ensino na Educação Básica. Atua na interface entre diferentes processos socioculturais, com interesse na mediação dialógica, crítica, ética e cidadã, fundamental no processo de interlocução dos saberes.

MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA LOBINO

Doutora em Educação pela Universidad Autônoma de Assunción/UAA, revalidada em 2014 pela UFAL. Mestre na linha de Formação e práxis docente PPGE/UFES, onde cursou duas licenciaturas pela mesma instituição. Possui larga experiência em docência no Ensino Supe-rior e na Educação Básica bem como na formulação e no desenvolvimento de projetos em políticas públicas nas áreas da educação socioambiental formal e não for-mal gestão escolar participativa e Ensino de Ciências na abordagem CTSA. Atualmente coordena o projeto de Alfabetização Científica no Contexto da Sustentabilida-de Socioambiental, articulado à pesquisa e ao ensino. É membro do grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Científica e Movimento CTSA e do Laboratório de Ges-tão da Educação Básica/LABERGES-UFES. Trabalha no Instituto Federal do Espírito Santo no Centro de For-mação – CEFOR.

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O PLANETA TERRA

“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro en-frenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de cul-turas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino co-mum. Devemos somar forças para gerar uma so-ciedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.” (A CARTA DA TERRA, 2002).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

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íNDICE

Prefácio

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VII

Apresentação

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VIII

Vitória: Um município marcado pela urbanização

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Referencial teórico e apontamentos legais referentes à Educação Ambiental

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A legislação associada aos contextos locais

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Parques de Vitória-ES, Legislação e possibilidades de encontro entre espaços formais e não formais de Educação

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Parques naturais e parques urbanos de Vitória

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A grande pegada e as trilhas interpretativas, sugestões para ações pedagógicas

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Considerações

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Referências

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8 PREFÁCIO

A REALIZAÇÃO DESTE TRABALHO E O OLHAR DA DRA. MARIA DA GRAÇAS FERREIRA LOBINO, ENQUANTO COORDENADORA DO GRUPO DE ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA NO CONTEXTO DA SUSTENTABILIDADE.

No projeto Alfabetização Científica no contexto da Cidadania Socioambiental coexistem pessoas e instituições com suas idiossincrasias. Costumamos dizer que mais parece um caldeirão contendo cheiros, sabores e saberes construídos coletiva-mente por estudantes professores, estudantes dos cursos de licenciaturas, gestores, pedagogos, comunidade, mestres e mestrandos do Educimat/IFES.

Reeditado a partir de outros projetos, o atual projeto de Extensão dialoga com a pesquisa, através do Ensino na Educação Básica e nas Licenciaturas almejando ser mediada por uma educação transformadora.

Cabe lembrar que, numa Educação Ambiental Crítica não comporta dicotomia entre natureza e cultura, ao contrário, ela promove uma crítica ao modus operandi da edu-cação formal a partir dos pressupostos teórico/filosóficos hegemônicos. Ao contrário, problematiza-a, evidenciando suas contradições e propõe diálogo entre as ciências naturais/sociais, filosofia e artes em que a Educação Ambiental possa ser fio condu-tor promovendo a inter/transdisciplinaridade. Pelo seu atributo de conceber ambiente como totalidade, ela pode estabelecer um diálogo entre as diferentes formas de se conceber a educação.

Dessa forma, percebe-se que, durante sua caminhada, a autora se defronta com alguns desafios, através das “Pegadas pelos parques de Vitória” realizadas du-rante sua pesquisa de Mestrado que objetivou estimular parceria entre as esco-las e parques através de uma Educação Ambiental Crítica. Nesse contexto, trago BRUGGER (1987), onde ela nos chama a refletir (...) se o substantivo educação fosse sustentável, não haveria necessidade do adjetivo ambiental (...). Assim, percebe-se o quão desafiador é a dimensão do trabalho. Pensamos que uma das formas de a Educação tornar-se crítica e sustentável é saltar seus muros reais e simbólicos, historicamente construídos e estabelecer diálogo com o território onde ela está situada.

A autora nos convida, assim, a acompanhar com atenção, sensibilidade e crítica algumas atividades e sugestões de práticas realizadas, que poderão contribuir para aproximar Escola e Comunidade a partir da Educação Ambiental como eixo do Projeto Político Pedagógico das escolas.

Portanto, como indica o marco legal municipal sob a égide da Política Municipal de Educação Ambiental representada na Lei número 8695/2014, em consonância com seus princípios, destacamos o artigo 4º: “A Educação Ambiental é um com-ponente essencial e permanente da educação municipal, devendo estar presen-te, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo em caráter formal e não formal.”

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9 APRESENTAÇÃO

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da pro-cura, fora da boniteza e da alegria.”

Paulo Freire

Através das Pegadas chegamos até aqui. No encontro dos “achados”, as pegadas foram significativas para a construção deste trabalho. Em meio a idas e vin-das, pelas escolas, parques e outros espaços não-formais de Educação, persistimos que é possível ter esperança na boniteza de ensinar e aprender.

Descobrimos e ampliamos nossa concepção acerca das possibilidades de estabele-cer conexões entre os lugares em busca de uma educação transformadora. Desco-brimos que as forças que movem o mundo estão muito além de um sistema produ-tivo, estão na capacidade humana de promover coletivamente ações para a nossa emancipação.

Aprendemos que no processo de pesquisa pela integração entre os espaços formais e não formais de Educação é possível estabelecer encontros entre os saberes, pois a cidade aponta para uma História nos movendo a declarar que a apropriação dos seus espaços está atrelada à questão dos direitos.

Somos cidadãos de direito, e sendo assim, precisamos debater e dialogar sobre as possibilidades de participação coletiva a partir da Educação Ambiental Crítica e transformadora, conforme assinalado nas Políticas Nacionais, Estaduais e Munici-pais de Educação Ambiental.

É neste cenário que este livro compõe o produto educativo referente à nossa dis-sertação do curso de Mestrado junto ao programa EDUCIMAT, do Instituto Federal do Espírito Santo – IFES, intitulada: “Escolas e Parques no contexto de uma pro-posta de formação continuada em Vitória - ES: Contribuições na perspectiva da Educação Ambiental Crítica”, que transcorre com o propósito de refletir sobre os

caminhos possíveis para uma educação que envolva ao pensamento crítico.

O referido curso contribuiu, de forma significativa, para esta caminhada, onde foi possível visitar vários espaços não formais de Educação, realizar estudos e dis-cussões, revelando fatores que nos conduziram e permitiram observar, investigar, conhecer, dialogar e problematizar, de forma em que, a aproximação da escola a outros espaços, apontam para práticas interdisciplinares no contexto da Educação Ambiental Crítica.

Destacamos como relevante nesta caminhada, a nossa participação no Grupo de Estudos e Pesquisa em Alfabetização Científica e Espaços de Educação Não Formal - GEPAC e no Grupo de Alfabetização Científica no Contexto da Sustentabilidade Socioambiental.

Ao elaborar este material, o nosso objetivo é deixar uma contribuição para que nós, educadores, possamos refletir acerca da integração da escola junto aos espaços não formais de Educação, tendo o olhar voltado para os parques naturais e urbanos de Vitória-ES.

A organização do livro segue a seguinte sequência:

NO CAPÍTULO I, apresentamos brevemente Vitória, com suas belezas naturais e

suas contradições, município investigado nesta pesquisa.

NO CAPÍTULO II, elencamos as teorias que embasam este trabalho e as Leis que

regem a Educação Ambiental a nível Nacional, Estadual e Municipal.

NO CAPÍTULO III, trazemos informações referentes aos parques de Vitória, onde foi

dada uma breve ênfase à legislação que os regem.

Vitória possui diversos e ricos espaços não formais de Educação. Dentre estes es-paços, elencamos os seus vinte e um parques, sendo que, sete são considerados parques naturais e quatorze são considerados parques urbanos.

Iniciamos visitando os espaços lócus da pesquisa desenvolvida no mestrado: O Par-que Natural Municipal Vale do Mulembá - Conquista e o ParPar-que Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes.

Ocorreu que, ao longo da referida pesquisa, ao realizar as visitas iniciais, deparamo--nos com os cenários dos outros parques de Vitória, que se evidenciaram como verdadeiros laboratórios vivos.

Dessa forma, nossa expectativa durante os trabalhos, levou-nos à necessidade de conhecer estes parques, entendendo que estes se constituem como espaços de direito dos cidadãos, trazendo, em seu conjunto, ricas possibilidades educativas a serem desenvolvidas junto às escolas e comunidades, onde a busca pela

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tização dos conhecimentos científicos e pela cidadania ambiental e sustentável se mostrou latente.

Esta constatação nos fez refletir, enquanto educadores, sobre o desenvolvimento de práticas que podem estar vinculadas ao nosso planejamento pedagógico, no bojo dos contrassensos originados pelo modelo de sociedade no qual estamos inseridos. Visitando os parques, nosso olhar se voltou a um chamado ao encantamento, mas principalmente a um repensar a respeito da nossa participação social enquanto ha-bitantes do município.

Nesse entendimento, refletimos acerca de iniciativas que podem fazer de Vitória um lugar onde a questão da sustentabilidade aponta para um novo paradigma de formação humana, que considere a compreensão das inter-relações entre homem, sociedade, tecnologia, economia e natureza.

Apresentamos o capítulo IV que está subdividido conforme explicitado: PEGADAS PELOS PARQUES NATURAIS E PROPOSTAS DE AÇÕES PEDAGÓ-GICAS NESSES ESPAÇOS.

A temática ambiental se constitui como uma pauta atual no âmbito das políticas edu-cacionais. Selecionamos os sete parques naturais do município de Vitória e constru-ímos propostas com sugestões de ações educativas a serem desenvolvidas, tendo como referência os pressupostos metodológicos da pedagogia Histórico-Crítica.

PEGADAS PELOS PARQUES URBANOS

Em relação aos Parques urbanos, registramos informação geral referentes ao fun-cionamento destes, o que para nós se faz pertinente, pois permite aos educadores, o acesso a algumas possibilidades educativas presentes neles, bem como a um conjunto de imagens registradas.

CAPÍTULO V

PRÁTICAS CONSTRUÍDAS COLETIVAMENTE – CONTRIBUIÇÕES PARA UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR:

Considerando o teor metodológico do trabalho desenvolvido apontamos como referência a Pesquisa-Ação, modalidade de pesquisa que assinala para a escrita coletiva.

Nesse sentido, trazemos neste capítulo, sugestões de práticas realizadas pelos cur-sistas ao longo do processo de formação continuada, autorizadas através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que prevê a divulgação de propostas/relatos escritos.

NO CAPÍTULO VI, elencamos duas atividades que desenvolvemos junto aos

educa-dores no processo de formação continuada: A Grande Pegada e a Trilha Interpretativa. Entendemos que todo este movimento é dialético estando constantemente em vias de construção e reconstrução. O nosso objetivo é contribuir com ações pedagógicas tendo em vista a Educação Ambiental Crítica, que aponta para um repensar em re-lação às concepções presentes nas escolas e nos demais espaços que educam, de forma a sinalizar para o desafio de dialogar e aproximar estes lugares, em defesa de uma educação que incida na historicidade dos sujeitos e nas relações estabelecidas entre o meio natural e o meio construído.

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O I

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

CAPíTULO I - VITÓRIA: UM MUNICíPIO MARCADO PELA URBANIZAÇÃO

As histórias das cidades estão associadas a diversos fatores. No caso de Vitó-ria, a sua constituição está ligada à época da colonização do Brasil, quando em 1534, aqui chegou o donatário Vasco Fernandes Coutinho.

O donatário aportou-se primeiramente em Vila Velha e dirigiu-se posteriormente para Vi-tória, na atual região de Santo Antônio fugindo dos confrontos com os índios, franceses e holandeses que disputavam a conquista pelas novas terras descobertas nas “Américas”. Atendendo aos interesses dos europeus, Vitória foi sendo ocupada. A “Terra dos Pindora-mas” assim denominada por Barcelos (2013) não foi concebida a favor de um povo cujo grande contingente, até os dias de hoje, não tem os seus direitos básicos garantidos. O município ascendeu demasiadamente no século XX em função da industrialização e, embora seja categorizado como a segunda capital em qualidade de vida do Brasil, ainda apresenta números contraditórios e significativos em relação aos direitos de uma vida digna concernente a qualquer cidadão deste Planeta.

Nesse sentido, indicamos que ainda há muita demanda pela melhoria das condições de saneamento básico, hospitalar, educacional e de moradia que ainda necessitam de muita atenção por parte dos diferentes segmentos sociais.

Mediante diversas contradições, Vitória é conhecida como Cidade Presépio, Ilha do Mel, Delícia de Ilha. Encanta por sua beleza, aos que nela vivem, aos que a visitam, chegando a receber o nome de Cidade Sol, na melodia do compositor Pedro Caetano, traduzindo-se no hino emocional do município.

Outra denominação dedicada à Vitória: “Cidade Presépio do Brasil” é justificada pela ocupação dos morros que se acentua no século XX, onde as luzes das casas, principal-mente nas noites de lua cheia se refletem nas águas da baía de Vitória.

Geologicamente formada por uma parte continental e um arquipélago contendo 34 ilhas, no total de 93,38 quilômetros quadrados, Vitória é interligada por sete pontes e foi funda-da oficialmente no dia oito de setembro de 1551, na chamafunda-da ilha de Guananira ou Ilha do Mel, denominação atribuída pelos indígenas.

Seu contorno geográfico se torna ainda mais peculiar na medida em que duas baías compõem a paisagem do município: A Baía Nordeste e a Baía Noroeste.

Na Baía Noroeste está localizado um dos maiores manguezais presentes em áreas ur-banas do mundo, que está ameaçado pela ação predatória, tendo a presença de um belo estuário formado pelos rios Santa Maria da Vitória, Marinho, Itanguá, Bubu e Aribiri. O esgoto lançado em suas águas, o lixo jogado de forma inconsequente, a cata preda-tória dos mariscos, que ocorre mesmo tendo um acompanhamento dos órgãos fiscaliza-dores, trazem prejuízos inimagináveis a este ecossistema.

Apresentamos dessa forma Vitória, centro da Região Metropolitana que agrupa outros seis municípios, totalizando uma população aproximada de 1,867 milhões de habitantes: Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Vila Velha e Viana.

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12 CAPíTULO II - REFERENCIAL TEÓRICO

Os referenciais teóricos nos quais nos baseamos, vem ao encontro da Educação Ambiental Crítica que, em concordância com a Pedagogia Histórico Crítica, aponta para a formação dos sujeitos comprometidos com a transformação social.

Baseamo-nos nas Pedagogias Progressistas em que no proferir de Libânio (1993), designa tendências que, a partir de uma análise crítica das diversas realidades so-ciais sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.

Trazemos também as Bases Legais que se referem às políticas instituídas e legiti-mam a Educação Ambiental como componente das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação.

A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA:

A DIALÉTICA EM BUSCA DA TRANSFORMAÇÃO

Procuramos através na Pedagogia Histórico-Crítica, propostas de uma prática que contribua para o planejamento de nossas ações educativas, cuja relação homem--natureza se constitui como um processo social construído pela humanidade no bojo das relações de produção e da vida em sociedade.

Assim, esta pedagogia associa-se a práticas comprometidas com a formação de sujeitos críticos, que possam fazer uma leitura de mundo não de forma ingênua, mas voltada para os processos que foram se formando ao longo da caminhada da huma-nidade, das suas ações e do seu processo de trabalho.

Esta concepção pedagógica está atrelada às bases teórico-filosóficas do método materialista histórico dialético, de forma em que o que promove o ser humano é sua atividade vital, definida como aquela que assegura a vida de uma espécie. Nesse entendimento, o trabalho constitui o fator que distingue o das outras espécies vivas, devido a se caracterizar como uma atividade consciente, cujas funções são definidas pela sua prática social.

A Pedagogia Histórico-Crítica proposta por Dermeval Saviani está alicerçada na Psi-cologia Histórico Cultural, concepção que visa à formação dos sujeitos, associando o contexto histórico às ações individuais e coletivas, de forma integrada, estando atrelado a se pensar o desenvolvimento emocional, bem como o processo de apren-dizagem, em consonância com os aspectos históricos, nas inter-relações com a co-munidade escolar.

É nesse contexto que localizamos, também, a escola como uma instituição

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

çada, fundamentalmente, sob o princípio educacional. Nela uma diversidade de sa-beres e técnicas se encontram com o intuito de formar sujeitos para a prática social e o mundo do trabalho. Na escola, o ato de ensinar profissionaliza-se em torno de um saber sistematizado a ser ensinado. Segundo Saviani (2012), diferentemente dos demais espaços-tempos educacionais/formativos, na escola o trabalho educati-vo reside sob o conhecimento elaborado, ao saber proveniente de uma ação siste-mática e metódica, à cultura erudita. E é a exigência pela apropriação desse tipo de conhecimento que justifica a existência dessa instituição, contrariando máximas que desdenham a experiência escolar em favor do conhecimento espontâneo, do saber fragmentado e da cultura popular como suficientes.

De acordo com Saviani (1997), os interesses populares, estão vinculados ao que acon-tece na escola e nos espaços educativos. Nesse sentido, essa pedagogia, está empe-nhada no bom funcionamento da escola, elencando a importância pelo interesse em métodos de ensino eficazes. Tais métodos se situar-se-ão para além dos métodos tradi-cionais e novos, superando, por incorporação, as contribuições de todos os envolvidos no processo.

Portanto, os métodos instigam em se pensar a atividade humana, no sentido de estimu-lar o diálogo entre os sujeitos, favorecendo uma análise voltada para a cultura acumula-da historicamente.

Dessa forma, os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico são contemplados, na medida em que a sistematização dos conhecimentos proporciona um vínculo entre educação e sociedade.

Através de sua formulação teórica e metodológica, a Pedagogia Histórico-Crítica, propõe articular teoria e prática, em que professor e aluno, dinamizam e põem em movimento o trabalho pedagógico. No bojo deste processo espera-se dos educandos uma inser-ção crítica e intencional no âmbito da sociedade. Nesse contexto, o desenvolvimento do trabalho, de forma dialética, propõe os passos: Prática Social Inicial, Problematização, Instrumentalização, Catarse e Prática Social Final.

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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Os passos, também denominados de momentos, que estruturam o trabalho pedagógico proposto pela Pedagogia Histórico-Crítica não estão vinculados necessariamente a uma organização unilateral e de forma dialética, podem se articular e entrecruzar através de ações e possibilidades educativas, fugindo a uma linearidade.

1º MOMENTO: PRÁTICA SOCIAL INICIAL DOS CONTEÚDOS

Consiste no momento em que o professor inicia determinado conteúdo fundamentado nos objetivos que serão abordados, através de uma roda de conversa, ou de outra ação que possa contribuir para a ampliação do diálogo. Neste momento, os saberes se revelam por meio do conteúdo social presente entre os diferentes participantes, o que muitas vezes se traduz em expressões voltadas para a curiosidade tanto do professor como do aluno. 2º MOMENTO: A PROBLEMATIZAÇÃO

Consiste no momento de reflexão no sentido de explicar as questões levantadas a partir do di-álogo inicial, buscando relacionar o conteúdo científico aos saberes e práticas sociais explicita-das, incidindo em questionamentos que problematizem os diferentes argumentos e saberes. 3º MOMENTO : A INSTRUMENTALIZAÇÃO

A partir das discussões iniciais e da problematização, é possível constatar a prática social inicial de cada sujeito. Este momento está vinculado ao trabalho do professor e dos sujeitos envolvidos no sentido de que estes percebam com mais clareza o valor do processo edu-cativo onde o trabalho estará envolvido com o conhecimento científico, de forma em que ocorra a apropriação dos conteúdos.

4º MOMENTO: A CATARSE

A partir da instrumentalização poder-se-á perceber se os alunos se apropriaram do conte-údo e se estabeleceram relações vinculadas a diferentes aspectos. A apropriação se ma-nifesta por meio do entendimento dos resultados obtidos no contexto da teoria e da prática social. Uma nova organização da aprendizagem se revelará, através de vários instrumentos como textos escritos, expressões verbais, organização de relatos, representando dessa forma, uma nova síntese mental em relação ao trabalho desenvolvido.

5º MOMENTO: A PRÁTICA SOCIAL FINAL

Consiste na representação de uma nova forma de desenvolvimento dos sujeitos, que es-tabelecem novas relações, assumindo o que foi aprendido e apresentando outra postura, atitudes e novos conhecimentos, novas expressões e apreendendo situações ainda mais amplas e necessárias para o desenvolvimento social.

Compreendemos assim, o quão é importante ao professor, a necessidade de se ter clara e definida a concepção teórica na qual se baseia o seu trabalho. A partir dos fundamen-tos teóricos é que serão definidas ações, que busquem refletir acerca do homem que se pretende formar e a função social da escola. De acordo com a Pedagogia Histórico--Crítica, de forma revolucionária se busca não somente se prender ao conteúdo-técnico científico, mas uma prática transformadora, em prol da superação da desigualdade so-cial que se apresenta no atual modelo de produção vigente.

PAULO FREIRE E A PEDAGOGIA DA ESPERANÇA

No conjunto das teorias progressistas, apoiamos também em Paulo Freire, que propõe uma educação a possibilitar ao homem a discussão da problemática de sua realidade. Freire faz um chamado à esperança, a um aprendizado progressista e dialógico, funda-mentado numa concepção pautada a partir das experiências e dos saberes, entendendo que a prática educativa implica certa sabedoria que vai se constituindo no bojo da expe-riência de ensinar e de aprender.

Nesse campo de análise, o que se revela como positivo no processo da experiência formadora do educador constituem os saberes postos à reflexão crítica e teórica, ensi-nando aprendendo.

Dessa forma, o diálogo constante com o outro, faz-se presente na prática pedagógica, comprometida com o ato político.

Aponta-se assim, por uma educação que predisponha constantes diálogos, constantes reflexões, tendo como eixo os métodos e os processos científicos, realizados criticamen-te ou com acento cada vez maior de racionalidade, de forma a não ser uma educação desvinculada da vida e que desenvolva no nosso estudante o gosto pela pesquisa da constatação, dos “achados”, das descobertas, das inter-relações ao longo do processo da aprendizagem.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA, TRANSFORMADORA E EMANCIPATÓRIA

Buscamos na Educação Ambiental Crítica, uma interface entre a escola e a ações que a vinculam aos diferentes espaços.

Apresentando-se como uma dimensão da educação, a Educação Ambiental se cons-titui como uma atividade intencional da prática social. Dessa forma, apontamos para uma metodologia que organize os processos de transmissão e de apropriação crítica de conhecimentos, atitudes, valores políticos, sociais e históricos, de forma que teoria e prática estejam articuladas, a partir de uma ação responsável e do entendimento da ação dos sujeitos em seu ambiente.

A Educação Ambiental se constitui como crítica, transformadora e emancipatória, apre-sentando-se como referência para a construção de sociedades sustentáveis, socialmen-te justas e ecologicamensocialmen-te equilibradas. (Loureiro, 2003).

Nesse sentido, o diálogo entre educadores e comunidade possibilita o entendimento da atual sociedade em que vivemos, revelando que o processo educacional consiste em uma construção humana, isenta da neutralidade. Portanto, os vários espaços, em intera-ção, favorecem o desenvolvimento de práticas educativas.

De acordo com Guimarães (2004), no processo educativo se faz relevante, a busca por ações para além das salas de aula e pela práxis de um ambiente de caráter crítico, asso-ciado à realidade socioambiental e à formação para a cidadania planetária.

Em relação aos conteúdos e às práticas pedagógicas, assinalamos para a atual orga-nização dos tempos e espaços à luz dos saberes construídos, visando a aproximação entre as disciplinas escolares. A integração entre estes saberes aponta para um diálogo que transponha o sistema fragmentado em relação ao mundo, incidindo em práticas multidisciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares.

Conforme afirma Lobino (2010), a Educação Ambiental Crítica precisa ir além do sistema de valores proporcionado pela visão de mundo cartesiano-newtoniana, registrando a importância de se considerar o redimensionamento das relações espaços-temporais do homem na natureza e na sociedade, tendo como eixo, a articulação entre conteúdos e práticas pedagógicas.

Dessa forma, a Educação Ambiental sinaliza a importância do diálogo e da participação entre os diferentes atores sociais e áreas do conhecimento, considerando os contextos socioeconômicos voltados para a justiça social em prol da dignidade da vida.

Nos ensinamentos de Tozoni-Reis (2004), a Educação Ambiental se apresenta como uma atividade intencional da prática social, exigindo uma sistematização, através de uma metodologia que organize os processos de transmissão/apropriação crítica de co-nhecimentos, atitudes e valores políticos, sociais e históricos, onde teoria e prática este-jam articuladas, de forma a ação transformadora responsável mediante o ambiente em que vivemos em sua totalidade.

Esperamos que, a partir desta vertente crítica da Educação Ambiental, possamos con-tribuir e buscar um repensar em nossos planejamentos e práticas pedagógicas, não nos limitando simplesmente ao teor ecológico e natural e sim ampliando nossas concepções para os diferentes campos de análise, na busca por uma trajetória de atuação, que ve-nha acrescer na construção dos planejamentos educativos.

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OS ESPAÇOS FORMAIS E NÃO FORMAIS

A Educação Ambiental compreende um amplo conjunto de práticas sociais e educativas, em que a partir da relação entre os diferentes espaços, vem se desenvolvendo através de diversas ações.

Nesta relação, ao dialogar acerca da educação, apontamos para associarmos os pro-cessos pedagógicos, na luta pela qualidade de vida e pela sustentabilidade.

Consideramos que a escola é um dos lugares onde a educação acontece, porém outros espaços podem estar a ela associados:

Espaços Não-Formais de Educação:

Qualquer espaço diferente da escola, onde pode ocorrer uma ação educativa, institucio-nalizados ou não insticioinstitucio-nalizados.

Fonte: JACOBUCCI, 2008

Nesse entendimento, refletimos acerca das possibilidades voltadas para práticas peda-gógicas que busquem o desenvolvimento da aprendizagem em suas amplas dimensões. É importante favorecer práticas de ensino dinamizando os ambientes educacionais for-mais e não Forfor-mais, de modo a articular e entrecruzar a cultura científica, os diferentes saberes, com vistas à criação de novos conhecimentos e a sua divulgação de forma consciente e cidadã.

Fonte: JACOBUCCI, 2009

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

DIFERENTES MODALIDADES DE EDUCAÇÃO: EDUCAÇÃO FORMAL, INFORMAL E NÃO FORMAL

A educação constitui uma atividade ampla onde os seres humanos se formam e cons-troem sua individualidade através de diferentes relações: Junto à família, à escola, aos espaços do entorno de vivência, no trabalho, nas organizações sociais, nos processos culturais, ampliando saberes importantes na convivência com o mundo.

Nesse contexto a escola enquanto instituição está fundamentada em princípios educa-cionais cujos processos educativos desenvolvidos em seu interior, quando articulados com redes de pertencimento territorial e com a educação, colaboram para a integração e formação dos sujeitos.

Entendemos assim, que os conceitos amplos a envolver a educação, seus diferentes campos e espaços, as modalidades educativas, acenam no sentido de ocorrer em situ-ações e em diversos ambientes sinalizados:

Educação Formal:

Aquela que acontece través de Instituições regulamentadas por leis, seguindo as Diretri-zes Nacionais para o seu funcionamento.

Educação Informal:

Aquela ocorrida em espaços educativos marcados por redes de pertencimento cultural (etnia, sexo, religião, etc.)

Educação Não Formal:

Aquela que acontece em espaços interativos onde há processos educativos intencionais acompanhando a trajetória de vida dos grupos.

Fonte: GHON, 2010

Portanto, é fundamental associarmos os diferentes processos educativos às demais ati-vidades sociais, apontando-se por se constituir um elo entre o ambiente escolar e outros espaços educativos em busca de ações cidadãs.

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O III

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

CAPíTULO III - A LEGISLAÇÃO ASSOCIADA AOS CONTEXTOS LOCAIS

As bases legais da Educação Ambiental foram desenvolvidas a partir de vários movi-mentos, debates e conferências que se sucederam a nível nacional e mundial referentes ao meio ambiente.

A partir desses movimentos, a Educação Ambiental passou a ser considerada como um dos caminhos importantes para a ação pedagógica nas escolas e em seus planejamen-tos, atrelados ao Projeto Político Pedagógico destas instituições, refletindo-se conse-quentemente, sobre as práticas cotidianas.

ALGUNS MARCOS LEGAIS INDICAM O PRECEITO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

Em 1994 foi instituído o PRONEA - Programa Nacional de Educação Ambiental, de domínio nacional. Este documento atribui a todos os segmentos sociais o encargo de monitorar, avaliar e acompanhar a aplicabilidade a articulação na aplicação de ações educativas, cuja implementação está vinculada ao poder público federal.

Em 1998, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, preveem os Temas Transversais, incluindo a Educação Ambiental em sua base diversificada esta-belecendo que em todas as escolas deva ser garantida a igualdade ao acesso para os alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade do país.

Em 1999 foi promulgada a Lei Nacional de Educação Ambiental nº 9795/99 que em seu artigo 4º determina a inclusão da Educação Ambiental no sistema de ensino tendo com isso, o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; a concepção do meio ambiente em sua totalidade.

Em 2009, no Espírito Santo, foi publicada a Lei Estadual 9.265, onde em seu Art. 3º des-taca: “A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da educação estadual, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalida-des do processo educativo, em caráter escolar e não escolar.”

Em 2014 em Vitória, foi promulgada a Lei Municipal 8.695 de 29.07.2014, em seu artigo 7º - II assegura que as instituições de educação básica em todos os seus níveis e mo-dalidades de ensino, devem promover a Educação Ambiental de maneira integrada, pro-cessual e permanente a ser contemplada no Projeto Político Pedagógico das escolas.

Em concordância com as bases legais apresentadas, a Educação Ambiental está vincu-lada à ideia da interdisciplinaridade, de forma integrada. Nesse âmbito, a proposta da transversalidade constante nos Parâmetros Curriculares Nacionais, a evidenciam como eixo estruturante no contexto das práticas educativas.

Contudo, quando se discute acerca da implementação das leis instituídas, observamos que embora garantidas a nível nacional, estadual e municipal, estas ainda não se efeti-varam. Permanece uma distância entre o que está registrado e documentado e o que é realmente materializado.

O Estado de direito do cidadão é incerto e imprevisível, no sentido de conferir as condi-ções básicas e fundamentais.

Nesse contexto, registramos a importância da mobilização e da organização de movi-mentos sociais, que busquem, junto às instituições e órgãos executores, a garantia do cumprimento das leis, cujos valores estão pautados na solidariedade, na participação democrática e no reconhecimento dos diferentes saberes produzidos historicamente.

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O IV

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

CAPíTULO IV - PARQUES DE VITÓRIA-ES, LEGISLAÇÃO: POSSIBLIDA-DES DE ENCONTRO ENTRE ESPAÇOS FORMAIS E NÃO FORMAIS DE EDUCAÇÃO

No intuito de entender a dinâmica da gestão dos parques e o seu uso, nosso enfoque está voltado para os parques de Vitória, Espírito Santo, administrados pela Pre-feitura Municipal de Vitória – PMV, vinculados à legislação implementada pela União: A Lei Nacional 9.985 de 18.07.2000 refere-se às Unidades de Conservação, estando incluídos os parques, seus recursos naturais e ambientais, que podem ser de ordem fe-deral, estadual ou municipal. Estas ordens reunidas formam o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

OS PARQUES NATURAIS

São considerados como áreas que possuem o objetivo de preservação do ecossistema natural, considerado de grande relevância ecológica sendo permitida a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental, recre-ação e turismo ecológico.

Em relação aos Parques Naturais, a referida Lei Federal número 9.985 de 2000 estabe-lece em seu Artigo 11 que:

§ 1o O Parque Nacional é de posse e domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe esta lei, § 2 - A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Ma-nejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administra-ção, e àquelas previstas em regulamento. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. As uni-dades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.

OS PARQUES URBANOS (informações)

Os Parques Urbanos diferem dos naturais, pois constituem áreas despossuídas de atri-butos ambientais, não sendo enquadradas na legislação do Sistema Nacional de Uni-dades de Conservação (SNUC) fato que indica uma maior flexibilidade em relação à organização destes ambientes e ao seu Plano de Manejo.

Fundamentada nos objetivos gerais e normas que devem presidir o uso da área e o manejo natural destes parques, a legislação não exclui a necessidade da preservação destes lugares, uma vez que esses pertencem ao Patrimônio Público do município, en-quanto espaços de direito de todos os cidadãos.

Medidas para promover a integração destas unidades à vida econômica e social das comunidades vizinhas necessitam também ser incluídas, fugindo também, à ideia inicial da criação destes locais, que seriam preservados e intocáveis.

Dessa forma, de acordo com O Ministério do Meio Ambiente, o Parque Urbano constitui uma área verde com função ecológica, estética e de lazer, com extensão maior que as praças e os jardins públicos.

A CRIAÇÃO DOS PARQUES EM VITÓRIA

Em 1986, foi instituída no município a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEM-MAM) apresentando pioneirismo, antes mesmo da Constituição de 1988, carta que con-fere certa atenção ao meio ambiente no país. Desde a implantação da Secretaria Muni-cipal do Meio Ambiente (SEMMAM), uma de suas ações está relacionada à criação de Unidades de Conservação e Áreas Verdes Públicas.

A primeira Área de Proteção criada no município foi a Estação Ecológica Ilha do Lamei-rão em 1986, cujo objetivo é proteger o ecossistema de Manguezal. Outros parques foram sendo criados e várias outras áreas estão sendo delimitadas e protegidas no mu-nicípio, incluindo os Parques Naturais, Áreas Verdes e Parques Urbanos.

A partir da década de 90 a atuação da SEMMAM direciona-se à criação de várias áreas, resultando atualmente em 21 parques dentre os naturais e os urbanos no município, alguns com os Centros de Educação Ambiental - CEAs implantado e outros ainda em processo de implantação.

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O IV

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA - possibilidades educativas na integração dos espaços formais e não formais de educação nas pegadas pelos parques de Vitória-ES

O QUE SÃO OS CEAS?

Os Centros de Educação Ambiental – CEAS, são regidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA e constituem espaços dotados de recursos materiais e equipe edu-cativa que desenvolve e disponibiliza informações vinculadas às questões ambientais, es-timulando as atividades interpretativas e de contato com a natureza a reflexão crítica e o fortalecimento das organizações e das iniciativas coletivas. Nesse sentido, a busca por ações de produção e socialização do conhecimento e dos saberes nesses espaços aponta para a sustentabilidade ambiental que, de forma crítica, possa administrar as condições e possibilidades produtivas, que orientam a utilização dos recursos naturais do planeta. O CEA implantado, refere-se aos espaços já construído no parque, mas que não estão funcionando.

O CEA implantado e funcionando, refere-se ao espaço construído no parque que conta com uma equipe voltada para desenvolver ações educativas e ambientais.

O CEA não implantado indica que o parque ainda não tem um espaço destinado a ações educativas.

A ORGANIZAÇÃO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E DAS SAÍDAS DE ESTUDO:

Nas práticas pedagógicas contempladas com as saídas de estudo, faz-se importante organizar os trabalhos visando a um melhor aproveitamento das propostas planejadas. Pontuamos três momentos fundamentais:

Preparo Prévio:

É o momento em que o professor expõe o objetivo do trabalho, promove discussões e problematizações sobre o assunto discute a organização da expedição pedagógica.

O Momento da Visita:

É o momento em que os alunos reconhecem o teor da prática realizada, associando--a aos objetivos propostos. O professor ou os professores atuam como mediadores do processo e da troca de saberes e experiências advindas do processo. Pode ser um mo-mento de debate envolvendo conteúdos trabalhados, de problematizações vinculadas à constituição do espaço visitado, ou também um momento em que novos conhecimentos venham a se constituir provenientes dos diálogos estabelecidos e das oportunidades educativas identificadas na metodologia educativa.

Os Desdobramentos da Prática:

É o momento em que os diferentes sujeitos envolvidos estarão realizando a exposição das conclusões advindas das propostas discutidas coletivamente, ou apontadas no mo-mento do planejamo-mento.

Cabe ressaltar que o aspecto conteudista e formal não se constitui como prioritário, mas nem por isso importante. Defendemos um caráter estético e ético, configurando a he-terogeneidade de saberes manifestados, na busca pela formação plena e sensível dos sujeitos, onde, de acordo com o objetivo do trabalho, poderá surgir através da produção textual, de relatos gravados e organizados em vídeo, de documentários, de um jornal etc., no sentido de socializar os conhecimentos adquiridos a partir do trabalho proposto.

PEGADAS PELOS PARQUES NATURAIS:

ALGUMAS PROPOSTAS DE AÇÕES PEDAGÓGICAS

Vitória possui sete parques naturais, que apresentam diferentes peculiaridades.

Estaremos a seguir, propondo algumas ações pedagógicas referentes a cada um dos parques naturais de Vitória, tendo como objetivo buscar uma reflexão junto aos educa-dores, com o intuito de analisar as possibilidades educativas destes locais.

A METODOLOGIA

No contexto das ações pedagógicas propostas para os parques naturais que seguem, esclarecemos que na organização dos planejamentos, os passos metodológicos propos-tos pela Pedagogia Histórico-Crítica não estão explicitados e apontam para uma realida-de sócio-educacional-ambiental realida-de forma dialética.

Portanto, entendemos que os momentos propostos por essa pedagogia, não se consti-tuem como lineares, tendo em vista que a prática inicial pode nos levar a outra prática, ou a outro momento, como a instrumentalização, ou à prática final, de forma dialética. Contudo, destacamos a importância de se manter uma coesão com esta teoria, que aponta por valorizar a previsão das atividades, o planejamento e o envolvimento com os objetivos propostos.

Há de se lembrar que a proposta da Educação Ambiental prevista nos Parâmetros Curri-culares Nacionais propõe estudos e práticas interdisciplinares, ações que consideramos ricamente possíveis, quando se trata da relação das escolas com os parques.

Nesse entendimento, esses estudos podem ser organizados a partir de atuações peda-gógicas e através da integração das diferentes disciplinas, oferecendo oportunidades para a compreensão do conhecimento, considerando os diferentes saberes acumulados historicamente.

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PARQUE INDUSTRIAL AEROPORTO GOIABEIRAS JARDIM CAMBURI CENTRO TABUAZEIRO MATA DA PRAIA SANTA LÚCIA JARDIM DA PENHA JOANA D´ARC ENSEADA DO SUÁ PRAIA DO CANTO NOVA PALESTINA ITARARÉ SÃO JOSÉ BENTO FERREIRA GRANDE VITÓRIA GURIGICA FRADINHOS INHANGUETÁ BONFIM DE FÁTIMA ROMÃO RESISTÊNCIA MARIA ORTIZ SANTA TEREZA MARUÍPE SÃO PEDRO SANTA MARTHA SANTO ANTÔNIO BELA VISTA ILHA DO BOI MONTE BELO SANTA CECÍLIA REPÚBLICA CONQUISTA REDENÇÃO SANTA LUÍZA SÃO CRISTÓVÃO DA PENHA JABOUR

FORTE SÃO JOÃO CARATOÍRA ILHA DO FRADE CONSOLAÇÃO PRAIA DO SUÁ ESTRELINHA BARRO VERMELHO UNIVERSITÁRIO MÁRIO CYPRESTE DE LOURDES ILHA DO PRÍNCIPE

ILHA DE SANTA MARIA

HÉLIO FERRAZ DO MOSCOSO SÃO BENEDITO BOA VISTA JUCUTUQUARA VILA RUBIM CRUZAMENTO FONTE GRANDE DO CABRAL CARAPINA I SANTA HELENA HORTO COMDUSA JESUS DE NAZARETH SANTO ANDRÉ SANTA CLARA NAZARETH PONTAL DE CAMBURI ANDORINHAS PIEDADE SANTOS DUMONT SANTOS REIS PARQUE MOSCOSO

ILHA DAS CAIEIRAS

MORADA DE CAMBURI ANTÔNIO HONÓRIO SOLON BORGES DO QUADRO SEGURANÇA DO LAR ARIOVALDO FAVALESSA 359200 359200 362900 362900 366600 366600 370300 370300 77 52 50 0 77 52 50 0 77 55 00 0 77 55 00 0 77 57 50 0 77 57 50 0 77 60 00 0 77 60 00 0

PARQUES NATURAIS MUNICIPAIS DE VITÓRIA

PREFEITURA DE VITÓRIA Secretaria de Gestão Estratégica Gerência de Informações Municipais

Projeção Universal Transversa de Mercator Datum Horizontal: SIRGAS 2000 Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba - SC Origem: Equador e Meridiano -39° Greenwich Abril - 2011 LEGENDA 0 300 600 1,200 1,800 m Serra Cariacica Vila Velha 2 4 3 6 5 1 4 Parque Natural

1 - Parque Municipal Tabuazeiro (50.140,30 m²) 2 - Parque Nat. Mun. Vale do Mulembá (1.146.481,04 m²) 3 - Parque Von Schilgen (71.259,27 m²)

Município

Bairros - Lei nº 6.077/2003

Limite

4 - Parque Pedra dos Olhos (279.677,18 m²) 5 - Parque Gruta da Onça (68.914,00 m²)

6 - Parque Dom Luis Gonzaga Fernandes "Baía Noroeste" (638.858,90 m²)

PARQUES NATURAIS DE VITÓRIA

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O V

1 - Parque Natural Municipal De Tabuazeiro

2 - Parque Natural Municipal Vale Do Mulembá-conquista 3 - Parque Natural Municipal Von Schilgen

4 - Parque Natural Municipal Pedra Dos Olhos 5 - Parque Natural Municipal Gruta Da Onça

6 - Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes 7 - Parque Estadual Da Fonte Grande

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PARQUES NATURAIS DE VITÓRIA

PARQUE NATURAL MUNICIPAL DOM LUIZ GONZAGA FERNANDES (BAíA NOROESTE)

CATEGORIA: Natural

LEGALIZAÇÃO: Decreto 10.179 – 1998

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Implantado TELEFONE: 33816977

ENDEREÇO: Rua da Coragem, s/n – Redenção, Vitória – ES

COMO CHEGAR: O acesso se dá pelas vias marginais aos mangues nos bairros São Pedro, Santo André, Nova Palestina e Resistência.

ATÉ ONDE O NOSSO OLHAR NÃO MAIS ALCANÇA... LÁ ESTÁ O MAN-GUEZAL E O PARQUE!

MAS ATENÇÃO PARA O QUE OS OLHOS NÃO VEEM!!!

O MANGUEZAL É UM ECOSSISTEMA IMPORTANTE PARA TODOS OS SERES E ELE ESTÁ SENDO AMEAÇADO PELA AÇÃO ANTRÓPICA!

Este é o único Parque Natural de Vitória marcado pela presença do ecossistema Manguezal.

O parque conta com um campo de futebol, quadras esportivas, academia popular, sala para atividades físicas e esportivas, um parque infantil, banheiros e um Centro de Educação Ambiental. Estas áreas foram construídas, a partir da derrubada do mangue e de aterros feitos no local.

A prática do extrativismo como a coleta do caranguejo e ostras se constitui fonte de renda para a população da Região da Grande São Pedro, onde o parque está localizado. Porém, nesta Área de Proteção ambiental, esta atividade não é permitida. A Associação dos Catadores de Caranguejo se reúne sempre neste parque, para dis-cutir a respeito da limitação dos períodos da cata, ajustes de preços, a preservação da vida, na tentativa de impedir a destruição que vem ocorrendo nas áreas naturais do município.

Neste parque estão presentes duas espécies de mangue: O mangue branco e o mangue vermelho.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES QUE PODEM SER DESENVOLVIDAS JUNTO À ESCOLA:

Como prática inicial, pode-se dialogar a respeito do objetivo da visita ao parque, das características dele e discutir a respeito das possibilidades de desenvolver as ativi-dades que serão propostas, pois esse parque é peculiar, sendo o único de Vitória

Canal nas adjacências do parque.

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PARQUES NATURAIS DE VITÓRIA

cuja vegetação predominante é o Manguezal.

Sugerimos, como atividade inicial, pesquisar sobre os parques de Vitória, buscando identificar aquele onde este ecossistema está presente.

Caso seja uma escola localizada nas proximidades desse parque, a atividade se-guinte poderá ser conduzida a partir das experiências dos alunos.

Caso contrário, poderá ser feita uma pesquisa sobre os parques localizados nas pro-ximidades onde os alunos residem, estabelecendo uma analogia entre eles, antes de conduzir os trabalhos.

Após a pesquisa, sugerimos:

• Organizar uma entrevista com alguns representantes da Associação de Catadores de Vitória, para que eles nos relatem um pouco sobre o parque onde há presença do manguezal em Vitória, partindo das seguintes questões:

O que queremos saber? Como faremos para registrar as respostas?

• Solicitar aos alunos que elaborem as perguntas a partir da organização de equipes.

• Selecionar junto à turma, através de um debate coletivo, as questões que serão conduzidas na entrevista, e deixar a cargo de cada uma das equipes para fa-zer duas perguntas, bem como o registro das respostas obtidas durante o trabalho. Estas respostas poderão ser registradas também em áudio.

• Propor aos alunos através da Prática de Observação1, que analisem as

condições ambientais do lugar, e as espécies de vida existentes nele.

• Organizar um texto coletivo a partir das respostas e observações realiza-das, buscando aproximar os diferentes saberes acumulados historicamente aos co-nhecimentos científicos. Os alunos poderão propor ações que podem ser realizadas neste espaço não-formal de Educação, visando à busca de uma reflexão a respeito das condições de uso do parque e da ação antrópica.

• Fazer ilustrações representando as impressões sobre o parque e expor em um mural junto ao texto coletivo.

DICA: Explorar os vínculos históricos, afetivos, naturais e ambientais presentes, no contexto da relação do ser humano com o ambiente que antes era natural e que traz, agora, a marca cultural a partir da ocupação humana.

1 - Acordamos com Vieira (2010), ao afirmar que a Prática de Observação se trata de uma atividade pedagógica visando uma sistematização do olhar sobre a paisagem, que torna possível a análise dos elementos não percebidos pelos sentidos apenas, uma vez que se incorporam à observação os conhecimentos geográficos, históricos e culturais, sobretudo. A Prática de Observação busca manter um vínculo entre a educação e a sociedade, a uma leitura crítica do espaço e, portanto, não pode ser desprovida de significado. Não se trata de uma obser-vação estática e deve ser embasada pelo preparo prévio. Assim, não será uma obserobser-vação aleatória, mas uma obserobser-vação conduzida pela fundamentação metodológica e teórica. Metodológica no sentido de que o realizador da atividade sabe, a priori, que a atividade se destina ao processo de ensino-aprendizagem, e que sua utilização está alicerçada no princípio de que o educando pode conhecer o mundo a partir de uma leitura crítica do seu próprio cotidiano. Teórico porque estará previamente orientado por explicações e análises que se relacionam.a

Acesso da entrada

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PARQUES NATURAIS DE VITÓRIA

PARQUE ESTADUAL DA FONTE GRANDE TELEFONE: 33813521

ENDEREÇO: Estrada Tião Sá, S/N - Grande Vitória

COMO CHEGAR: Quem está a pé pode chegar ao parque passando pela Rua Antônio Dell Antônia, em Fradinhos, ou pela Rua Alziro Viana, no Centro. Quem está de carro pode seguir pela rodovia Serafim Derenzi ou pela

Estrada Tião Sá, no bairro Grande Vitória. CATEGORIA: Natural

LEGALIZAÇÃO: Decreto 3.095 – 1985

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Implantado

A NATUREZA ESCULPIU, E LÁ ESTÁ O PARQUE, APRESENTANDO DE-SAFIOS PARA A CONSERVAÇÃO DA VIDA!

Este parque localiza-se no belíssimo Maciço Central de Vitória a 308 metros de altitu-de, ponto culminante de Vitória, tendo a presença da Mata Atlântica, com sua riqueza em biodiversidade.

Constitui palco de ocupações advindas com o processo de migração para o municí-pio de Vitória nas décadas de 60-70 .

O estudo referente à sua criação instituído como Área de Proteção Ambiental (APA) se faz pertinente, na medida em que este era ocupado por uma população que unida por fortes laços culturais e portadores de uma identidade coletiva foram ocupando os espaços dos morros de Vitória, onde se inclui este parque.

Porém, com a sua criação, as pessoas necessitaram se adequar muitas vezes de forma constrangedora, às leis previstas, no sentido de desocupar as áreas delimita-das para a constituição da Área de proteção Ambiental- APA, tendo que se transferir para outros locais do município, fato que originou vários conflitos referentes à ocu-pação territorial.

Entrada do parque.

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PARQUES NATURAIS DE VITÓRIA

SUGESTÕES DE ATIVIDADES QUE PODEM SER DESENVOLVIDAS NA OCASIÃO DA VISITA A ESTE PARQUE JUNTO À ESCOLA:

O parque possibilita várias abordagens. Sugerimos estabelecer um vínculo entre os aspectos naturais e históricos do local a partir das atividades propostas: • Realização de um diálogo tendo como base as seguintes questões que trazemos como sugestão:

Estamos propondo uma visita em um parque de Vitória. Vocês já ouviram falar do Parque da Fonte Grande? Lá está um dos importantes biomas do Espírito Santo. O que é um bioma? Ele também se localiza em um maciço. O que é um maciço?

Recorrer ao livro, internet ou dicionário caso necessário.

Neste parque vamos encontrar um bioma muito rico, além de formações rochosas, nascentes e muitas outras coisas bonitas que a natureza esculpiu. Vamos descobrir que bioma é este?

Será que este parque sempre foi assim? Exibir imagens antigas de Vitória, para que os alunos observem diferentes tempos históricos do município, onde o parque foi se constituindo, inclusive com aspectos referentes aos aspectos naturais.

O que vamos fazer para saber um pouco mais sobre a História deste parque? • Visitação ao local, que conta com monitores. Estes poderão realizar junto à escola uma trilha entre as várias que existem, mostrando características locais e algumas marcas históricas, oriundas da presença humana, como resquícios de construções, cercas delimitadoras de antigas propriedades, as antenas de comunicação, além de outros elementos naturais e culturais.

• Exploração da localização geográfica, através do recurso cartográfico, evidencian-do através da observação no mirante principal evidencian-do parque os outros municípios que fazem limite com Vitória.

• Registro, através de fotografias ou filmagens dos momentos de visita ao parque. • Organização de grupos temáticos em que os alunos apresentarão suas ideias e conclusões através de uma exposição: Fatores históricos, ambientais, sociais, polí-ticos, geográficos, utilizando os registros fotográficos e as filmagens feitas durante a visita.

• Apresentação dos resultados das atividades realizadas onde os alunos poderão convidar a comunidade escolar para assistir as produções realizadas por eles. • Debate junto à escola e comunidade, em que a questão ambiental venha à tona, no sentido de evidenciar fatores referentes às potencialidades e contradições locais tendo à frente a legislação ambiental. Esse debate pode ser mediado tendo a partici-pação de profissionais tanto da Secretaria de Educação como da Secretaria do Meio Ambiente e Lideranças Comunitárias locais.

Vista de Vitória a partir do parque. Flores no parque.

Vista parcial de Vitória e Vila Velha a partir

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PARQUES NATURAIS DE VITÓRIA

PARQUE NATURAL MUNICIPAL GRUTA DA ONÇA TELEFONE: 31321712 – 31327290

ENDEREÇO: Rua Barão de Monjardim, 100 - Centro, Vitória – ES COMO CHEGAR: Os visitantes chegam ao Parque Municipal Gruta da Onça pela Rua Barão de Monjardim, que fica próxima à Casa do Porto das Artes Plásticas, no Centro de Vitória.

CATEGORIA: Natural

LEGALIZAÇÃO: Lei Municipal nº 3.564 – 1988

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Implantado

NO PERCURSO DA HISTÓRIA, MUITOS VESTÍGIOS DEIXADOS NESTE PARQUE!

Palco de muitas histórias, envolvendo a ocupação de Vitória e sua colonização, o parque conta com um riquíssimo sítio histórico, que hoje vem sido “escondido” pela espécie vegetal denominada Jibóia, sendo necessário revitalizá-lo, posto que este constitui-se como grande riqueza histórica para atividades educativas.

Na época da colonização, no local funcionava um aqueduto, que fornecia água aos habitantes do município, o que pode ser observado através das telhas que percor-rem o caminho que a água fazia até onde era distribuída aos moradores. Além disso, destaca-se da riqueza natural presente como componente do Maciço Central. Visitando o parque é possível chegar através de uma trilha, ao Morro do Vigia, nome que justifica o seu uso pelos portugueses, que utilizavam o local para monitoramen-to, devido à sua visibilidade que se aproxima de um raio de 310º com vista para a Baía de Vitória, e outros municípios adjacentes.

A riqueza da Mata Atlântica presente no parque evidencia em plena crise hídrica, que este bioma produz água em abundância pois o parque é dotado de nascentes em potencial.

Um número aproximado de 20 famílias moram no parque, não tendo rede para o es-coamento do esgoto produzido, questão ainda a ser resolvida, segundo moradores locais. Conta com um Centro de Educação Ambiental, mas é preciso observar na ocasião de uma visita, se este está em funcionamento e as condições locais. O nome do parque está relacionado a uma lenda que relata a relação de um índio e de uma onça que bebia água no lugar. Algumas espécies ameaçadas de extinção habitam o parque como o sabiá-da-praia. O parque tem várias trilhas e enquadra-se como Unidade de Conservação e Proteção Integral.

Esculturas.

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PARQUES NATURAIS DE VITÓRIA

SUGESTÕES DE ATIVIDADES QUE PODEM SER DESENVOLVIDAS NA OCA-SIÃO DA VISITA A ESTE PARQUE JUNTO À ESCOLA:

Por se tratar do um parque natural que além de outras muitas riquezas, tem como característica um volume hídrico significante, promover um diálogo inicial a partir desta temática:

Você já parou para pensar de onde vem a água que chega na casa dos moradores de Vitória? Onde podemos encontrar água no município? Em Vitória existem rios, riachos, nascentes? Que tal fazermos uma pesquisa para entender mais sobre esta questão?

Conduzir a pesquisa, buscando diferentes canais. Inclusive pode-se solicitar a pre-sença de algum funcionário da CESAM no sentido de responder as questões levan-tadas.

Após esta ação, conduzir o seguinte diálogo: Será que sempre foi deste jeito? Será que Vitória sempre foi abastecida hidricamente como nos foi informado?

Vamos conhecer um lugar da cidade que vai nos ensinar muito sobre o que estamos conversando. Vamos visitar o Parque Gruta da Onça para descobrir outras informa-ções importantes sobre o município.

Propor a ida ao parque e através de uma trilha que conta com profissionais do par-que, explorar a riqueza hídrica presente e os resquícios históricos, estabelecendo uma analogia com a utilização e a origem da água que abastece o município na atu-alidade, levando a uma verdadeira viagem ao tempo onde na época colonial, o local abastecia a população residente em Vitória.

A partir desta visita, debater a respeito do preço que se paga pelo uso da água e os padrões de consumo da população na atualidade e da importância da preservação do parque para a conservação da vida .

Outro fato importante, dentre as inúmeras condições que o parque oferece para estu-dos, diz respeito à importância da preservação da vegetação local que garante a se-gurança das construções em épocas de grande pluviosidade, o que aponta para os problemas oriundos a partir dos desmatamentos realizados de forma inconsequente. Como sugestão, os alunos poderão organizar uma exposição de cenas antigas e ce-nas atuais do parque, apresentando à escola e comunidade, a aprendizagem ocor-rida a partir desta visita.

DICA: A discussão sobre o direito de alguns moradores permanecerem no parque,

pode ser conduzida através de uma entrevista junto à equipe da Secretaria Munici-pal do Meio Ambiente de Vitória que trata das questões legais referentes às áreas verdes do município.

Marco inscrito remonta à epoca da colonicação

na pedra sugerindo localização geográfica. Antigo reservatório de água que abastecia Vitó-ria na época colonial.

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PARQUE NATURAL MUNICIPAL PEDRA DOS OLHOS TELEFONE: 33826554

ENDEREÇO: Rua Ailton Ladislau, 152-262 – Fradinhos, Vitória – ES COMO CHEGAR: Pelo bairro Tabuazeiro, na av. Coronel José Martins Figueiredo, de lá se sobe a pé até a pedra. Ou pelo bairro Fradinhos de carro, pela Rua José Malta, subir a primeira ladeira à direita. Indo de ônibus pelo bairro Fradinhos, pode altar no primeiro ponto próximo ao parque, sobe a primeira ladeira à direita.

CATEGORIA: Natural

LEGALIZAÇÃO: Decreto 11.824 – 2003

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Não Implantado

“PEDRAS NO CAMINHO? GUARDO TODAS. UM DIA VOU CONSTRUIR UM CASTELO”. Fernando Pessoa

Este parque está implantado na Área de Proteção Ambiental do Maciço Central de Vitória, tendo como limite o Parque da Fonte Grande compondo importante reserva de Mata Atlân-tica. Observa-se na visita ao local, a belíssima pedra dos “Dois Olhos”, impressionando a quem a observa bem de perto, parecendo trocar olhares lá nas alturas quando se vê a paisagem, condição que deu origem ao nome deste parque, também chamado de “Guar-dião de Vitória”.

Os moradores locais mais antigos, também a conhecem como Pedra do Leopardo. Este fato também é constatado na obra de Adelpho Monjardim, Vitória Física, editado pela Re-vista Canaã em 1950. Conta-se que seu chapeirão formado por granito, coberto por espé-cies de “Gravatás” (Bromélias e Velosiáceas), nos conduzem à impressão de que a pedra está com sua face externa toda pintada, dando forma ao animal sentado em dorso, cena o que pode ser observada pelo lado do bairro Fradinhos.

A visita ao parque permite identificar a forma de “pão de açúcar” de constituição granítica compondo a grande Pedra dos Dois Olhos, que apresenta 295 metros de altitude onde os orifícios constituem-se em cavernas cavadas ao longo do tempo através da ação do intemperismo.

Este parque se constitui como um verdadeiro atrativo àqueles adeptos aos esportes ra-dicais como o rapel, de forma em que, lá nas alturas pode-se vislumbrar Vitória e outros municípios.

O parque apresenta várias possibilidades educativas, principalmente na realização de Tri-lhas Interpretativas, oferecendo o contato direto com espécies vegetais, de animais, solos e recursos hídricos.

É possível investigar a questão da ocupação de seus arredores, e das condições que res-tringiram a população por visitá-lo.

Gravura do artista plástico Eli Vicentini.

Fonte: deolhonailha-vix.blogspot.com Pedra dos Dois Olhos.

Referências

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