• Nenhum resultado encontrado

Tempo m´edio de fixa¸c˜ao

de efeito s, tal que seu valor de adapta¸c˜ao ´e 1 + s. Neste caso o valor de s n˜ao ´e distribu´ıdo exponencialmente como nas referˆencias [29, 30, 26, 74], antes possui um valor fixo. Durante a dinˆamica n˜ao h´a ocorrˆencias de novas muta¸c˜oes, evitando, desta forma, que as mesmas se percam pela competi¸c˜ao entre diferentes mutantes [106]. Assim o sistema evolui para um dos seguintes estados absorventes: a perda da muta¸c˜ao por deriva gen´etica [107] ou a sua fixa¸c˜ao, que significa que todos os indiv´ıduos partilham a mesma muta¸c˜ao. Por conseguinte, os resultados s˜ao comparados com a predi¸c˜ao te´orica bem estabelecida para uma popula¸c˜ao n˜ao estruturada. Vimos no cap´ıtulo 3 que, para este ´

ultimo tipo de popula¸c˜ao, a probabilidade de fixa¸c˜ao Pf ix ´e obtida atrav´es da solu¸c˜ao

num´erica da seguinte equa¸c˜ao recursiva

Pf ix = 1 − exp[−(1 + s)Pf ix] (5.4)

obtida por meio da formula¸c˜ao do processo de ramifica¸c˜ao [79, 61, 81, 82] para a proba- bilidade de fixa¸c˜ao numa popula¸c˜ao homogˆenea, conforme discutimos na se¸c˜ao 3.2.1. A figura 28 mostra a probabilidade de fixa¸c˜ao versus o efeito seletivo s para diferentes con- juntos dos valores de parˆametros. A linha s´olida contitui a predi¸c˜ao te´orica obtida atrav´es da equa¸c˜ao (5.4). Podemos notar que Pf ix apresenta uma dependˆencia com os valores dos

parˆametros do modelo. Este resultado ´e o oposto do que foi encontrado para uma po- pula¸c˜ao estruturada em uma rede discreta com uma vizinhan¸ca bem definida, tal como as vizinhan¸cas de von Neumann e Moore [30], onde verificamos uma ´otima concordˆancia entre a teoria e os dados das simula¸c˜oes em todo o intervalo de s, como podemos verificar na figura 10.

Verificamos em nosso modelo que a velocidade de difus˜ao v tem um efeito fortemente not´avel sobre Pf ix. Para pequenos valores de v notamos uma intensa redu¸c˜ao de Pf ix,

especialmente para valores intermedi´ario e grande de s. Entretanto, quando s ´e pequeno a probabilidade de fixa¸c˜ao ´e aproximadamente independente do parˆametro de dispers˜ao

v assim como do raio de competi¸c˜ao R. Quando aumentamos o raio de competi¸c˜ao R as

discrepˆancias entre a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (5.4) e as simula¸c˜oes s˜ao atenuadas, chegando a desaparecer quando R torna-se consideravelmente grande, indicando que R tem um forte efeito homogeneizante.

5.3

Tempo m´edio de fixa¸c˜ao

Vimos na se¸c˜ao anterior que a probabilidade de fixa¸c˜ao de muta¸c˜oes vantajosas de- pende do valor seletivo s da muta¸c˜ao. Entretanto, n˜ao sabemos qual o tempo necess´ario para que uma dada muta¸c˜ao ben´efica chegue `a fixa¸c˜ao e tamb´em de que maneira este re- sultado depende dos parˆametros do modelo. O tempo de fixa¸c˜ao de uma muta¸c˜ao ben´efica

5.3 Tempo m´edio de fixa¸c˜ao 86

´e um problema importante no campo da gen´etica evolucion´aria desde que este influencia muitos processos. Na referˆencia a seguir [108], por exemplo, tenta-se determinar como a subdivis˜ao de popula¸c˜oes aumenta o tempo de fixa¸c˜ao. Podemos conjecturar que, quanto maior o valor seletivo da muta¸c˜ao menor ser´a o tempo que a mesma levar´a para fixar na popula¸c˜ao devido o processo de sele¸c˜ao natural, pois quanto maior for o valor seletivo da muta¸c˜ao vantajosa mais adaptado ao meio estar´a o indiv´ıduo mutante e, desta forma, a muta¸c˜ao se espalhar´a com mais facilidade. Este tempo tamb´em deve diminuir se au- mentarmos o valor do parˆametro de difus˜ao do modelo, j´a que a muta¸c˜ao se difundir´a mais rapidamente neste caso. Objetivamos comparar os resultados obtidos com os valores te´oricos existentes na literatura, assim para uma popula¸c˜ao homogˆenea, o tempo m´edio de fixa¸c˜ao de uma muta¸c˜ao ´e dado pela seguinte equa¸c˜ao:

T = 2

sln(N) (5.5)

onde N ´e o tamanho da popula¸c˜ao e s o efeito seletivo m´edio.

Figura 29 –Tempo m´edio de fixac¸˜ao em func¸˜ao do efeito seletivo s. O tamanho da populac¸˜ao usado para a simulac¸˜ao ´e N = 10000, o raio de competic¸˜ao ´e R = 0, 01 e os outros parˆametros est˜ao vis´ıveis na legenda. Podemos notar um decl´ınio do tempo m´edio de fixac¸˜ao em relac¸˜ao ao valor do efeito seletivo de acordo com a equac¸˜ao Tf ix= s−φ, com os valores dos expoentes

mostrados na legenda. Podemos notar que o valor de φ ´e fortemente inluenciado pelo parˆametro de difus˜ao v.

0,01 0,1 s 10 100 1000 10000 t med vel = 0,01

tmed = sb-phi / phi = 0,62 vel = 0,05

tmed = sb-phi / phi = 0,72 vel = 0,5

tmed = sb-phi / phi = 0,81 Tfix=(2/s)ln N

Fonte: Resultados computacionais do trabalho.

No intuito de entendermos como o tempo m´edio de fixa¸c˜ao se comporta no modelo que estamos analisando usamos um procedimento an´alogo ao que foi realizado na se¸c˜ao anterior, ou seja, iremos introduzir uma ´unica muta¸c˜ao na popula¸c˜ao, com isto o indiv´ıduo

5.3 Tempo m´edio de fixa¸c˜ao 87

Figura 30 –Tempo m´edio de fixac¸˜ao em func¸˜ao do efeito seletivo s. O tamanho da populac¸˜ao usado para a simulac¸˜ao ´e N = 50000. Para valores pequenos de s o tempo m´edio de fixac¸˜ao se aproxima do valor esperado para uma popululac¸˜ao n˜ao estruturada. Notamos que o decl´ınio do tempo de fixac¸˜ao ´e proporcional a s−1/2. Verificamos que o tempo de fixac¸˜ao ´e menor

para valores maiores do raio de competic¸˜ao, apresentando, desta forma, um comportamento similar ao da figura anterior. Os parˆametros usados para as simulac¸˜oes assim como as representac¸˜oes s˜ao os mesmos que o da figura 28.

0,01 0,1 s 10 100 1000 10000 t med Tfix=(2/s)ln N ~ s-1/2

Fonte: Resultados computacionais do trabalho.

mutante ter´a valor de adapta¸c˜ao igual a 1 + s, enquanto que os (N − 1) indiv´ıduos restantes da popula¸c˜ao possu´ır˜ao valor de adapta¸c˜ao igual a 1. Posteriormente, veremos se a muta¸c˜ao inserida evolui para um dos dois estados absorventes descritos na se¸c˜ao anterior. Caso a muta¸c˜ao n˜ao se perca, o que significa que a mesma atingiu a fixa¸c˜ao, calculamos o tempo necess´ario para o processo ocorrer. Fazemos isto diversas vezes (1000 simula¸c˜oes em nosso caso) e depois calculamos o tempo m´edio que ´e obtido atrav´es da raz˜ao entre a soma de todos os tempos calculados quando a muta¸c˜ao se fixa e o n´umero de simula¸c˜oes em que o evento da fixa¸c˜ao ocorre. A figura 29 mostra o tempo m´edio de fixa¸c˜ao de uma muta¸c˜ao em fun¸c˜ao do coeficiente de sele¸c˜ao s. Podemos notar a forte influˆencia do parˆametro de difus˜ao do modelo nos resultados. O tempo m´edio depende do coeficiente de sele¸c˜ao seguindo uma lei de potˆencia dada pela seguinte equa¸c˜ao:

tmed= sφ (5.6)

onde φ ´e o expente cr´ıtico. Quando a velocidade de difus˜ao ´e pequena o m´odulo da inclina¸c˜ao da curva (o valor de φ) ´e menor, mas quando aumentamos o valor de v, φ tamb´em aumenta. A linha s´olida que aparece na figura representa a predi¸c˜ao te´orica obtida atrav´es da equa¸c˜ao (5.5) para uma popula¸c˜ao homogˆenea de tamanho igual ao daquele que utilizamos nas simula¸c˜oes. Conforme mencionamos acima, o tempo m´edio de fixa¸c˜ao ´e inversamente proporcional ao valor do coeficiente de sele¸c˜ao s. ´E interes-