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DETERMINAÇÃO FLUORIMÉTRICA DE ÁCIDO FÓLICO

5 10 Tempo de irradiação (min)

Determinação fotoquímica-fluorimétrica de ácido fálico

HPLC e derivatização por oxidação com permanganato com detecção fluorimétrica, comprimentos de onda de excitação e de emissão de 295,5 e 439,6 nm, respectivamente. Em função deste resultados concluiu-se que a irradiação de uma solução de ácido fólico com radiação UV conduzia à decomposição do ácido fólico, num processo semelhante à degradação oxidativa com permanganato, levando à formação, como acontece com este, de uma pteridina fortemente fluorescente. Desta forma, com a formação da pteridina registava-se um acentuado incremento da intensidade de fluorescência, em comparação com a fluorescência nativa do ácido fólico. Estes resultados [51] seriam mais tarde confirmados por um trabalho de Akhtar et ai., publicado em 1999 [52], onde refere que a radiação ultravioleta converte o ácido fólico na 2-amino-4-hidroxi-6-formilpteridina e no ácido p-aminobenzoil-L-glutâmico.

3.3.1 .Optimização da montagem de fluxo

Durante a execução dos ensaios preliminares com a lâmpada de 8 W, para avaliação do efeito da radiação ultravioleta na solução de ácido fólico, observou-se, como já foi referido, que a intensidade de fluorescência aumentava com o tempo de exposição, e que a eficiência da irradiação era superior quando a reacção ocorria no interior de uma tubagem enrolada na referida lâmpada.

Para avaliar a influência do tempo de irradiação na fluorescência da amostra, quando era utilizada uma lâmpada de 15 W, foram feitas experiências em que se inseria continuamente uma solução padrão de ácido fólico 0,1 mg L"1, sendo depois o fluxo sujeito a paragem e a amostra irradiada durante intervalos de tempo crescentes, após os quais o fluxo era retomado e processada a detecção. A utilização de uma solução padrão com uma concentração de ácido fólico marcadamente inferior à ensaiada com a lâmpada de 8 W (2 mg L'1), justificava-se pela maior sensibilidade analítica proporcionada pela superior potência da segunda lâmpada. Verificou-se que a intensidade de fluorescência aumentava

com o tempo de irradiação sendo obtido um valor máximo com um tempo de irradiação de 4 min, e que com tempos superiores a fluorescência decrescia ligeiramente, tendendo para a estabilização (Fig 3.4).

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(0 c «õ 3 0) ■o a> o ■D * a a 1 - E < 0 -\ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1—I 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Tempo de irradiação (min)

Fig 3.4 - Influência do tempo de irradiação na intensidade de fluorescência de uma solução padrão de ácido fólico 0,1 mg L'\ com uma lâmpada de UV de 15W.

A escolha do tempo de irradiação ideal para a execução da análise, o que condicionaria, por exemplo, a opção entre uma estratégia de paragem de fluxo ou uma estratégia em modo contínuo, portanto sem paragem, foi efectuada em função de três pressupostos: a maximização do sinal analítico, a qual não deveria comprometer, desejavelmente, nem a reprodutibilidade nem o ritmo de amostragem. De facto, elevados sinais analíticos, que estariam dependentes da utilização de tempos relativamente longos de exposição, poderiam ser obtidos quer com paragem de fluxo, quer com a utilização de baixos caudais ou, alternativamente, reactores de grande comprimento.

Determinação fotoquímica-fluorimétrica de ácido fálico

A paragem do fluxo teria como efeito colateral a diminuição do ritmo de amostragem, enquanto que a redução do caudal ou o aumento do tamanho do reactor,

resultaria num incremento indesejável do valor da dispersão, que teria efeitos contraproducentes em termos de sinal analítico, além de afectar também o ritmo de amostragem. Concomitantemente, foi seleccionado um caudal de 0,5 ml_ min"1, o qual, combinado com um reactor de 2 m, possibilitou um tempo de residência, em modo contínuo, de 2 min. Este tempo de residência, não fornecendo um sinal analítico máximo, permitiu no entanto uma adequada exposição das soluções de ácido fólico à radiação UV, resultando assim na obtenção de um compromisso entre sinal analítico e ritmo de amostragem. A utilização de reactores mais curtos, ao mesmo tempo que reduziria a intensidade de fluorescência, por diminuição do tempo de exposição, poderia afectar de igual modo a reprodutibilidade dada a limitada dispersão da amostra no interior do reactor. Uma das variáveis importantes, em termos de intensidade do sinal analítico, é o volume de amostra inserido no sistema de fluxo. Uma das características da multicomutação, que representa uma mais-valia em comparação com os sistemas FIA convencionais, é a inserção da amostra com base numa contagem de tempo. Assim, em vez do volume de amostra a inserir ser definido com base no tamanho do alça (loop) de injecção, como acontece com o FIA, estabelece-se o tempo de amostragem (ía), ou seja, o

tempo durante o qual a válvula solenóide responsável pela inserção da amostra permanece, ou aberta, caso seja exclusiva da amostra, ou na posição da amostra, caso esteja também ligada à solução transportadora ou a qualquer outra solução reagente. Desta forma, compatibilizando o tempo de amostragem com o caudal, é possível estabelecer qualquer valor de volume de amostragem, sem que seja necessário introduzir qualquer alteração física na montagem de fluxo.

A influência do tempo de amostragem foi avaliada por inserção de vários padrões de ácido fólico, com concentrações diversas, a diferentes ta. Observou-se que controlando

isso dos níveis de diluição conseguidos, o que possibilitava a determinação de ácido fólico numa ampla gama de concentrações. Assim, as amostras mais concentradas, e que requeriam por isso uma superior diluição, eram analisadas com base na inserção no sistema de volumes reduzidos, o que era conseguido utilizando reduzidos tempos de amostragem. Pelo contrário, a diluição das amostras menos concentradas era atenuada pela inserção de volumes maiores, e em conformidade, pela utilização de tempos de amostragem mais elevados. Estas constatações ilustram, como já foi referido anteriormente, uma das grandes vantagens da amostragem temporizada (característica da multicomutação e também da SI A), que consiste na possibilidade de variação quase ilimitada do volume de amostragem, permitindo um amplo controlo sobre a diluição da amostra. Como pode ser verificado na Figura 3.5, a inserção de um padrão de ácido fólico com a concentração de 1 mg L'\ a tempos de amostragem crescentes, produz sinais analíticos cada vez mais elevados até ía=25 s. Com taentre 25 e 40 s o aumento mantém-

se, embora de forma muito menos pronunciada e após 40 s o sinal aproxima-se da estabilização. 3, 10 E 8 u> œ R ■o o (D 3 4

Fig 3.5- Influência do tempo amostragem (U) na intensidade de fluorescência de uma solução padrão de ácido fólico 1 mg L~ .

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