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Teores de ácido ascórbico em função do tempo de estocagem das barras de

CAPÍTULO 6 – AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE FÍSICA, QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA

6.3. RESULTADOS E DISCUSSÂO

6.3.4. Teores de ácido ascórbico em função do tempo de estocagem das barras de

Secagem solar Y = 7487,38 – 1,8734x 0,7631 0,00003

Desidratada em estufa Y = 8625,00 – 2,5768x 0,8040 0,00001

Liofilizada Y = 6669,81 – 2,5802x 0,7576 0,00001

FIGURA 6.3. Variação da força de corte em função do tempo de estocagem das barras de caju

6.3.4. Teores de ácido ascórbico em função do tempo de estocagem das barras de caju.

Por se tratar de um produto em que se utilizou como matéria-prima principal o pedúnculo de caju, rico em ácido ascórbico, somado ao apelo nutricional que o produto apresenta, procurou-se enfatizar a discussão a respeito da presença e variação dos teores do ácido durante o período de estocagem das três barras de caju. A Tabela 6.9 apresenta os teores médios de ácido ascórbico das três barras. Obteve-se diferença significativa pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade entre as três barras analisadas. Todas os produtos apresentaram-se como boas fontes de ácido ascórbico. Entretanto, a barra de caju

0 2 4 6 8 10 0 60 120 180 240 300 360 T em p o (d ias) Fo a de c or te (g ) x 10 00

liofilizada apresentou o mais elevado teor (332,40mg/100g), seguida da desidratada (275,32mg/100g) e solar com média de 261,34mg/100g.

Neste trabalho, o fluxograma de processamento do pedúnculo de caju para a elaboração das barras de caju (solar, desidratada e liofilizada) foi unificado até a etapa de desidratação osmótica, e como os demais ingredientes empregados na elaboração das três barras foram padronizados, atribui-se, exclusivamente, ao tratamento térmico (secagem solar, desidratação na estufa e liofilização) as diferenças nos teores de ácido ascórbico observadas nas três barras de caju estudadas. Assim, os menores teores de ácido ascórbico presentes nas barras de caju desidratada e solar em relação à liofilizada devem ser atribuídos ao efeito prejudicial do calor durante o tratamento térmico. BIDAISEE & BADRIE (2001) ao desidratarem caju na forma de rodelas com solução de sacarose a 300Brix durante 24 horas, com posterior aumento diário da concentração da solução em 100Brix até atingir saturação a 700 Brix, seguido de secagem em estufa a 600C por 48 horas, obtiveram produto com apenas 5,85 mg/100g de ácido ascórbico. SOUZA FILHO et al. (1999) observaram, no processamento de caju por métodos combinados, perdas percentuais de ácido ascórbico, em relação ao pedúnculo "in natura", de 23,3% após o branqueamento, 35,5% depois do quinto dia de osmose, 69,0% após o tratamento térmico (banho- maria a 100°C por 1 minuto) e 87,3% ao final de 60 dias de armazenamento à temperatura ambiente (28°C). De acordo com os autores, as perdas de ácido ascórbico durante o processamento do pedúnculo de caju estão associadas a uma combinação de perdas por difusão durante a osmose e à degradação química e física, pelo efeito do calor durante o branqueamento e o tratamento térmico. No entanto, o branqueamento e o tratamento térmico tiveram um efeito maior na degradação da vitamina C do que o processo osmótico.

A Tabela 6.10 e Figura 6.4 mostram a variação dos teores de ácido ascórbico com o tempo de estocagem das barras de caju. Observa-se comportamento linear na redução do teor do ácido com o aumento do tempo de estocagem em todas as barras analisadas. Obtiveram-se correlações lineares significativas com altos valores para os coeficientes de determinação (r²),

indicando que a regressão linear explica pelo menos 95,96; 96,43 e 92,58% da variação dos teores do ácido com o tempo de estocagem das barras de caju solar, desidratada e liofilizada, respectivamente (Tabela 6.11). Apesar do comportamento semelhante entre as três barras na perda da ácido com o tempo de estocagem, verifica-se que ocorreu diferença significativa pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade já, aos 100 e 160 dias de estocagem, respectivamente, nas barras de caju desidratada e solar, enquanto que isto só veio a ocorrer aos 300 dias na barra de caju liofilizada. Registraram-se elevados teores de ácido ascórbico (226,66; 238,12 e 293,35mg/100g), respectivamente, para as barras solar, desidratada e liofilizada, mesmo após 360 dias de estocagem, o que caracteriza estes produtos como boas fontes de vitamina C (Tabela 6.10). Estes resultados da perda de ácido ascórbico com o tempo de estocagem das barras de caju são similares aos relatados por SILVA JUNIOR (1991), durante a estocagem de polpa de caju em pó submetidas a processos de liofilização ou desidratação por ar quente em estufas. Além do maior teor de ácido ascórbico no pó da polpa de caju liofilizada, média de 446,97mg/100g, em relação ao produto desidratado (316,38mg/100g), o autor verificou, também, comportamento linear na redução da perda do ácido ascórbico com o tempo de estocagem das polpas, detectando diferenças significativas das perdas do ácido, respectivamente, aos 90 e 120 dias de estocagem dos produtos desidratado e liofilizado. O autor atribuiu os resultados à própria instabilidade da vitamina C quando submetida a altas temperaturas.

TABELA 6.9. Valores médios de ácido ascórbico (mg/100g) das barras de caju.

Barras de caju Ácido ascórbico (mg/100g)

Secagem solar 261,34c

Desidratada em estufa 275,32b

Liofilizada 332,40a

D.M.S. 8,012

# Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna difrem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 6.10. Teores de ácido ascórbico (mg/100g) das barras de caju em função do tempo de estocagem.

Barras de caju Tempo

(dias) Secagem solar Desidratada em estufa Liofilizada

0 300,36a 319,11a 359,36a 45 295,89ab 298,58ab 353,39a 100 275,33ab 281,46abc 349,03a 160 261,16bc 278,13bc 340,60a 230 237,49c 260,73cd 332,48ab 300 232,52c 251,09cd 298,58bc 360 226,66c 238,12d 293,35c

# Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna difrem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 6.11. Equações e respectivos coeficientes de determinação (r²) obtidos da análise de regressão dos teores de ácido ascórbico em função do tempo de estocagem de barras de caju, onde x = tempo em meses e y = teor de ácido ascórbico (mg/100g).

Barras de Ácido ascórbico (mg/100g)

caju Equação da reta p

Secagem solar Y = 299,46 – 0,2233x 0,9596 0,00001

Desidratada em estufa Y = 310,55 – 0,2064x 0,9643 0,00002

Liofilizada Y = 365,00 – 0,1910x 0,9258 0,00003

FIGURA 6.4. Variação do teor de ácido ascórbico em função do tempo de estocagem das barras de caju.

200 250 300 350 400 0 60 120 180 240 300 360 Tem po (dias) Á ci do a sc ór bi co (m g/ 10 0g )