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Teoria da Motivação do Comportamento Organizacional (Mod CO)

2. Motivação

2.1 Teorias da Motivação

2.1.2 Teoria de Processo

2.1.2.1 Teoria de Processo Gerais

2.1.2.1.2 Teoria da Motivação do Comportamento Organizacional (Mod CO)

• Comunicar as razões para as recompensas;

• Comunicar qualquer ponto adequado de comparação.

A aplicação desta teoria da motivação, por parte dos gestores, apresenta dificuldades acrescidas, pois a percepção de injustiça no local de trabalho pelos colaboradores é subjectiva e dinâmica, fazendo com que seja mais difícil estabelecer o nível de equidade

Em suma, segundo esta teoria a motivação de um indivíduo para o trabalho varia com a sua percepção de justiça, relativamente às condições extrínsecas (recompensas tangíveis ou materiais) e intrínsecas (recompensas psicológicas) do trabalho. Deste modo, o seu comportamento tenderá a reduzir as desigualdades percebidas, como por exemplo, passando a esforçar-se menos ou exigindo mais compensações.

2.1.2.1.2 Teoria da Motivação do Comportamento Organizacional (Mod

CO)

A Teoria do Reforço surge com o psicólogo Harvard B.F. Skinner, no início da década de setenta, reflectindo uma abordagem behaviorista, tendo como base a ideia central de que o comportamento humano pode ser explicado em termos da previsão das consequências desse mesmo comportamento (Teixeira, 2005).

Baseia-se fundamentalmente em dois conceitos: no primeiro as pessoas agem do modo que pessoalmente consideram mais recompensador; no segundo o comportamento pode ser modelado e determinado pelo controlo das recompensas a ele associadas.

Deste modo, através da via do reforço os comportamentos ocasionais tendem a transformar-se em comportamentos frequentes, tomando esta explicação a denominação de aprendizagem operante.

Existem quatro tipos de reforços que podem alterar o comportamento: reforço positivo, reforço negativo, punição e extinção. Os dois primeiros constituem consequências que aumentam ou mantêm os comportamentos. Os dois últimos, são consequências que reduzem ou eliminam os comportamentos.

Mas a sua introdução no comportamento organizacional deve-se a Luthans e Kreitner (1975), que visam com esta teoria, fundamentalmente, motivar os comportamentos por via de uma estratégia de reforço, e desmotivar os comportamentos indesejados através de intervenções de extinção ou punição. A perspectiva desta teoria pode ser traduzida num processo de Ferreira (2006).

As consequências do comportamento humano têm duas particularidades: ou são

positivas, às quais está associada uma recompensa; ou são negativas, às quais está

associada uma extinção ou uma punição.

O reforço positivo assenta na ideia da recompensa contingente, isto é, ao colaborador que cumpre os objectivos estabelecidos pela organização, é oferecido uma recompensa. Esta estratégia faz aumentar a probabilidade de ocorrência de comportamentos orientados para esse objectivo. Por outro lado, o reforço é negativo quando se refere à suspensão de uma contingência indesejada, devido ao surgimento de um comportamento desejado (Ferreira, 2006; Cunha et al., 2007).

A extinção, consiste na retirada de um reforço positivo visando que o comportamento indesejado deixe de se manifestar. Por exemplo, o tom desafiador de um colaborador para com o seu chefe pode ser desencorajado com a transferência desse colaborador para um grupo que não apoia esse tipo de comportamento (Dubrin, 1998; Cunha et al., 2007).

A punição, consiste na prática de punir negativamente um comportamento indesejado (Dubrin, 1998). Deve ser utilizada com muita cautela, podendo, se assim não for, levar a perversões com dinâmicas comportamentais imprevisíveis. Neste campo, as sanções disciplinares vão desde a repreensão oral até ao despedimento, podendo assumir três formas (Cunha et al., 2007):

- Progressiva, quando se vai agravando a pena a um dado colaborador reincidente.

- Pronta, quando aplicada em tempo útil, fazendo jus ao ditado popular, “justiça lenta, não é justiça”.

- Correcção, ao aplicar qualquer sanção deve ter sempre como objectivo a correcção do comportamento, e não só e apenas a simples e pura punição.

Neste contexto a Teoria do Reforço enfatiza o facto de que o comportamento que é recompensado tende a ser repetido, enquanto o comportamento punido tende a ser

eliminado (Teixeira, 2005), daí que nesta teoria comportamental afirma-se “que o reforço condiciona a acção e esta é causada pela envolvente” (Bilhim, 1996).

Não deixa de ser uma abordagem à motivação baseada na lei do efeito, que estabelece que o comportamento que é reforçado positivamente tende a ser repetido, e o que não é reforçado tende a não ser repetido (Daft, 1999), onde pela correcta gestão de incentivos é possível induzir um colaborador a acções progressivamente mais favoráveis.

A utilização de reforços que levam à modificação de comportamentos como forma de beneficiar a própria organização (Ferreira, 2006), é o objectivo desta teoria numa organização.

A técnica fundamental usada por Skinner (1971) é a modificação do

comportamento organizacional, que, basicamente, consiste na aplicação da teoria do

reforço aos esforços para a mudança nas organizações. Baseia-se essencialmente em dois conceitos:

1º - as pessoas actuam da forma que pessoalmente acham mais gratificante;

2º- o comportamento pode ser moldado e determinado pelo controlo das recompensas a ele associadas (Teixeira, 2005).

São colocadas algumas críticas a esta teoria, em especial por ser uma abordagem manipulativa e autocrática da gestão dos recursos humanos nas organizações, e por entender que as causas do comportamento são externas aos indivíduos (Teixeira, 2005).

O ModCO tem sido implementado em diversas empresas, sendo bem sucedido em algumas e noutras menos. Na implementação deste modelo os gestores devem ter em consideração um conjunto de princípios dos quais se destacam (Pina et al, 2004):

• “Identificar os comportamentos relacionados com os problemas de desempenho; • Medir as frequências do comportamento identificado;

• Analisar as contingências antecedentes e consequentes na envolvente actual;

• Intervir para mudar as contingências ambientais, de modo a acelerar os comportamentos desejados (reforço) e a desacelerar os comportamentos indesejados (extinção ou punição);

• Avaliar se a mudança comportamental correu na direcção desejada, e introduzir melhorias por via da medição e monitorização dos resultados”

O programa ModCO para ser classificado como bem sucedido deve ter em consideração alguns critérios (Pina et al, 2004):

• As recompensas devem ser relevantes para os indivíduos e devem ocorrer depois dos comportamentos;

• As recompensas devem ser atribuídas ao longo do processo;

• Os reforços devem seguir-se tão simultaneamente quanto o comportamento desejado;

• Deve-se recorrer a recompensas “naturais”, como os elogios e a partilha de lucros;

• Os reforços devem ser aplicados a comportamentos específicos; • Os objectivos devem ser delineados de um modo positivo.