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12 Teoria Monetária e Taxa de Câmbio

No documento Curso Completo Sobre Forex (LupaFX).pdf (páginas 60-62)

Paridade do poder de compra. A paridade do poder de compra estabelece que o preço de um bem

em um país deva ser igual ao preço do mesmo bem em outro país, cambiado pela taxa atual – a lei do preço único. Há duas versões da teoria do poder de compra: a versão absoluta e a versão relativa. De acordo com a versão absoluta, a taxa de câmbio simplesmente iguala a razão dos níveis de preço gerais dos dois países, que resulta na média ponderada de todos os bens produzidos em um país. No entanto, essa versão funciona

somente se for possível encontrar dois países que produzam ou consumam os mesmos bens. Além disso, a versão absoluta presume que os custos de transporte e barreiras de comércio são insignificantes. Na realidade, os custos de transporte são significativos e diferentes ao redor do mundo. As barreiras comerciais ainda sobrevivem e vão bem, às vezes óbvias e às vezes ocultas, influenciando os custos e a distribuição de bens. Por fim, essa versão ignora a importância das marcas. Por exemplo, os carros são escolhidos não apenas com base no melhor preço do mesmo tipo de carro, mas também com base na expressão (“Você é o que você dirige”).

De acordo com a versão relativa da paridade do poder de compra, a alteração percentual na taxa de câmbio a partir de um período-base deve ser igual à diferença entre a alteração percentual no nível do preço interno e a alteração percentual no nível do preço estrangeiro. A versão relativa do PPP também não está livre de problemas: é difícil ou arbitrário definir o período-base e as restrições comerciais continuam sendo uma questão real e delicada. Assim como na versão absoluta, a ponderação de diferentes índices de preço e a inclusão de diferentes produtos nos índices torna a comparação difícil e, em longo prazo, as razões internas de preço dos países podem mudar fazendo com que a taxa de câmbio se afaste do PPP relativo.

Concluindo, a taxa de câmbio pontual move-se independentemente dos preços relativos internos e estrangeiros. No curto prazo, a taxa de câmbio é influenciada por condições financeiras, e não pelas condições do mercado de commodities.

Teoria das elasticidades. A teoria das elasticidades diz que a taxa de câmbio é simplesmente o

preço do câmbio estrangeiro que mantém o saldo de pagamentos em equilíbrio. Em outras palavras, o grau em que a taxa de câmbio responde a uma mudança no saldo comercial depende inteiramente da elasticidade da demanda para uma mudança no preço. Por exemplo, se as importações de um país A são fortes, então a balança comercial é fraca. Conseqüentemente, a taxa de câmbio sobe, levando ao crescimento das exportações do país A, e desencadeando, por outro lado, um aumento da renda interna, acompanhada de um decréscimo da renda estrangeira. Enquanto um aumento na renda interna (no país A) desencadeia um aumento do consumo interno tanto de bens internos como estrangeiros, e, portanto, maior demanda por moedas estrangeiras, um decréscimo na renda estrangeira (no país B) irá desencadear uma queda no consumo interno tanto nos bens internos e estrangeiros do país B, portanto, menor demanda por sua própria moeda.

A abordagem de elasticidades não está livre de problemas porque, no curto prazo, a taxa de câmbio é menos elástica do que no longo prazo, e outras variáveis da taxa de câmbio surgem continuamente, alternado as regras do jogo.

Teorias monetárias modernas sobre a volatilidade da taxa de câmbio no curto prazo. As teorias

monetárias modernas sobre a volatilidade da taxa de câmbio no curto prazo consideram o papel dos mercados de capital de curto prazo e o impacto de longo prazo dos mercados de commodities nos mercados de câmbio. Essas teorias sustentam a divergência entre a taxa de câmbio e a paridade do poder de compra que se dá devido à demanda, à oferta por ativos financeiros e capacidade internacional.

Uma das teorias monetárias modernas prega da volatilidade da taxa de câmbio é desencadeada por um aumento único na oferta interna de dinheiro, porque se espera que isto eleve as expectativas de um maior crescimento monetário futuro.

A teoria da paridade do poder de compra estende-se de modo a incluir os mercados de capitais. Se, nos dois países cujas moedas são negociadas, a demanda por dinheiro for determinada pelo nível de renda interna e pelas taxas de juros internas, então uma renda maior aumentará a demanda por saldos de transações, enquanto uma taxa de juros mais alta aumenta o custo da oportunidade de se reter o dinheiro, reduzindo assim a demanda por dinheiro.

De acordo com uma segunda abordagem, a taxa de juros ajusta-se instantaneamente para manter a paridade contínua da taxa de juros, mas somente no longo prazo para manter o PPP. A volatilidade ocorre porque os mercados de commodities ajustam-se mais vagarosamente do que os mercados financeiros. Esta versão é conhecida como a abordagem monetária dinâmica (“dynamic monetary approach”).

Síntese das visões monetárias tradicionais e modernas. Para melhor adaptar as teorias anteriores

às realidades do mercado, algumas das condições mais severas foram ajustadas em uma síntese das teorias monetárias modernas e tradicionais.

Um fluxo de saída de capital de curto prazo, induzido por um choque monetário, cria um desequilíbrio de pagamentos que requer uma mudança na taxa de câmbio para manter o equilíbrio do saldo de pagamentos. Forças especulativas, perturbações nos mercados de commodities, e a existência da mobilidade do capital de curto prazo provocam a volatilidade da taxa de câmbio. O grau da mudança na taxa de câmbio é

resultado da elasticidade da demanda dos consumidores. Uma vez que os mercados financeiros ajustam-se mais rapidamente do que os mercados de commodities, a taxa de câmbio tende a ser afetada no curto prazo por alterações do mercado de capital, e no longo prazo pelas alterações em commodities.

No documento Curso Completo Sobre Forex (LupaFX).pdf (páginas 60-62)

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