• Nenhum resultado encontrado

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.7 Terapia anti-inflamatória

Como visto até aqui, é indiscutível que uma resposta inflamatória é um mecanismo de defesa do organismo, no entanto na resolução deste processo são liberados diversos mediadores que conduzem aos sinais clínicos da resposta. Tais mediadores acarretam prejuízos e desconforto para os pacientes portadores das mais diversas doenças inflamatórias, como exemplo, a dor a qual decorre da sensibilização dos nociceptores e, para isto, são aplicadas intervenções terapêuticas nas quais a, inibição da produção e da liberação dos mediadores responsáveis em desencadear os sinais clínicos da inflamação são as principais estratégias.

Dentre os agentes farmacológicos mais utilizados no controle das reações inflamatórias, destacam-se os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs). Os AINEs encontram-se entre as drogas mais prescritas no mundo todo (NA et al., 2006; YADAV et al., 2006). O arsenal de AINEs disponíveis no mercado apresentou um grande aumento nas últimas décadas, e atualmente calcula-se que um em cada sete indivíduos com sintomatologia dolorosa associada a alterações inflamatórias crônicas estão fazendo uso contínuo dos AINEs e que um em cada cinco indivíduos com queixa de dor aguda utilizará um AINE (NAKAO, 2008). Os AINEs são formados por um grupo heterogêneo de compostos, que apesar de compartilharem do mesmo mecanismo de ação, apresenta fórmula estrutural e propriedades químicas distintas. Agem inibindo o sítio ativo da COX, consequentemente levando a não formação dos prostanóides, combatendo assim os sinais clínicos da inflamação, como a dor e a febre (GAITAN et al., 2004; LEES, et al., 2004; BASBAUM & JULIUS, 2006; MIRANDA et al., 2006; SHIN et al., 2006; HAZEWINKEL et al., 2008).

As maiores classes de AINEs apresentam como característica comum à inibição das isoformas COX-1 e COX-2 em suas dosagens terapêuticas, passando assim a serem caracterizados de acordo com sua capacidade de inibição da COX-1 e da COX-2. Em resposta a este mecanismo de inibição, os AINEs apresentam diversos efeitos adversos principalmente no trato gastrointestinal, na função renal e na agregação plaquetária, o que limita o uso

continuo dessas drogas (CHAN et al., 1999; BRZOZOWSKI et al 2005; YADAV et al., 2006; STEAGALL et al., 2009).

Após a descoberta de que a COX-1 constituía-se fisiologicamente como uma isoforma citoprotetora gástrica e mantenedora da homeostase renal e plaquetária e, a COX-2 ou também chamada de indutiva, a qual surgia apenas em situações de trauma tecidual ou inflamação, surgiu a ideia de que os inibidores específicos da COX-2 impediriam os danos causados pelo processo inflamatório sem gerar os efeitos colaterais indesejáveis (KUMMER & COELHO, 2002; YADAV et al., 2006; HANSON et al., 2006). Com base nas pesquisas entre as diferenças da COX-1 e COX-2, os laboratórios desenvolveram uma classe de drogas, chamadas inibidores específicos da COX-2 como o rofecoxibe (Viooxx®); o valdecoxibe (Bextra®); o entoricoxibe (Arcoxia®), e o lumiracoxibe (Prexige®) (DAVIES & JAMALI, 2004), embora promissora, apresentam consideráveis efeitos colaterais também.

Por outro lado, os corticoides (AIEs) são descritos como agentes esteroides possuindo ação anti-inflamatória e imunossupressora, tornando os corticoides uma das classes terapêuticas mais importantes da atualidade, com múltiplas indicações em doenças inflamatórias e autoimunes, tornando-se inclusive o principal tratamento para inflamação alérgica, incluindo a asma. O mecanismo de ação desses hormônios inclui a estabilização de membranas lisossômicas, inibição da formação de cininas que causam vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e posteriormente a dor. Outro mecanismo de ação desempenhado pelos corticoides se da através da inibição do NFk-B, uma vez que ao penetrar na célula, as moléculas de corticosteroides unem-se a receptores plasmáticos específicos para corticoides, sendo então transportados ao núcleo, permitindo assim uma ligação á sequência de DNA, resultando na ativação do fator de IKB, especificamente a IKBB, molécula responsável em manter o NFk-B inativo no citoplasma. De modo que inibição do fator de transcrição NFk-B caracteriza-se como uma importante via na resolução do processo inflamatório, impedindo a expressão de diversos genes envolvidos na produção de citocinas, moléculas de adesão e receptores relevantes no processo inflamatório (MONTEIRO et al., 2003; FAUCI, A et al., 2008). É valido lembrar que os corticoides também previnem o início da cascata de

reação que leva á produção de certas prostaglandinas e leucotrienos, através da diminuição de oferta do ácido araquidônico, liberado pelos fosfolipídios da membrana pela fosfolipase A2. Esse mecanismo de ação explica grande parte

da ação anti-inflamatória dos corticoides, uma vez que o ácido araquidônico desempenha um importante papel na inflamação através da produção dos mediadores humorais da inflamação (SILVA, 2010).

Os efeitos adversos do uso de corticoides são bastante frequentes e variam desde sintomas leves e reversíveis com a parada do medicamento, até manifestações irreversíveis e por vezes inclusive, letais. Apesar de alguns sintomas como irritabilidade e insônia poderem ocorrer com administrações curtas, em geral, os efeitos adversos são diretamente proporcionai à duração do tratamento e frequência de administração.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do presente trabalho foi descrever o perfil químico, citotóxico e o potencial efeito imunofarmacológico do extrato hidroalcoólico do

Hippocampus reidi.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

o Produzir extrato hidroalcoólico do organismo marinho Hippocampus reidi e padronizá-lo através de HPLC;

o Avaliar a citotoxicidade in vitro do extrato hidroalcoólico do organismo marinho Hippocampus reidi;

o Avaliar o efeito anti-inflamatório in vitro através da investigação de mediadores inflamatórios, citocinas e do fator transcripcional NFK-B;

o Descrever os possíveis mecanismos pelos quais o Hippocampus reidi possui atividade anti-inflamatória.

4. METODOLOGIA

4.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Os protocolos experimentais que envolvem animais, neste projeto, foram aprovados pela Comissão de Ética para o Uso de Animais (CEUA) do Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia, Brasil (número de protocolo: 028/2012)

4.2 ANIMAIS

Para os experimentos, foram utilizados camundongos e ratos machos da linhagem BALB/C e Wistar respectivamente, obtidos do Biotério da Fundação Oswaldo Cruz, Bahia, Brasil. Esses animais foram mantidos em microisoladores, sob condições controladas de temperatura e ventilação, e submetidos, diariamente, a um ciclo claro-escuro de 12/12h, em gaiolas com maravalha autoclavada, grade no topo, com acesso livre a comida e água, ambas autoclavadas.

4.3 OBTENÇÃO DO H. REIDI E PREPARO DO EXTRATO

Documentos relacionados