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TERCEIRO BLOCO VINHETA – DEBATES DO POVO

ZIMMERRMANN, Arnaldo Participação do público e controle discursivo em cobertura radiofônica de desastre Ano IV, Num 01 Edição Janeiro – Junho 2013.

TERCEIRO BLOCO VINHETA – DEBATES DO POVO

TERCEIRO BLOCO VINHETA – DEBATES DO POVO

RUY LIMA – estamos de volta, estamos de volta! São onze horas e quarenta e oito minutos. Estamos com o Debates do Povo na sua FM 95.5. Estou recebendo a secretaria de urbanismo Agda Muniz e o presidente, estamos agora recebendo o presidente dos arquitetos do Brasil do departamento do Ceará Odilon Almeida e a nossa debatedora de hoje é a nossa socióloga e ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenelle. Você em casa, você ouvinte participa do nosso programa pelo 3066.4030. Como fez a Marta do Bairro de Fátima que diz que Maria Luiza você é uma voz clamando no deserto.

LUIZA FONTENELLE – eita!

RUY LIMA – o Marcelo da Aldeota diz que cidade desenvolvida não é aquela que o pobre anda de

carro, e sim aquela em que o rico anda de ônibus. E de metrô, acrescento eu, né Marcelo. AGDA MUNIZ – verdade.

RUY LIMA - O Régis Lima do Jardim Iracema pergunta o que está sendo feito a curto prazo em relação as ruas sem saída, que prejudicam a vida de muita gente. O Jackson, vocês vão anotando aí porque eu

estímulo para a redução de IPI para o consumo, que estimula também o consumo também para uma cidade que não comporta. Bom não entendi direito a pergunta dele. Mas enfim. A Maria Isabel do

Dionísio Torres, Fortaleza está destruída, o centro está em péssimas condições, na periferia parece que

nem mora gente, as pessoas são tratadas como bichos, não a nada a nada o que comemorar na cidade no aniversário. Bom, vamos também ser mais otimistas. Ver os aspectos bom da cidade. Mário do Montese, Recife não tem planejamento, cidade que tem planejamento é Curitiba. O João Costa do Meirelles, os prédios não deveriam ser muito próximos uns dos outros, de acordo com sua altura e distancia, ao redor deveriam haver áreas livres entre os prédios. É tem toda razão. O Francisco Eron do José Walter, eu

tenho certeza que daqui a trinta anos, não, como é que é? Tenho carteira há trinta anos, mas vou do José Walter para a Praça Coração de Jesus a pé?, De ônibus. Não porque está escrito aqui de ônibus. Vou do

Conjunto Jose Walter para a praça Coração de Jesus de ônibus e o transito é horroroso. A Maria Eleni

Araújo do Guararapes, a prefeitura deveria planejar uma maneira de recolher lixo, de lixo eletrônico,

porque a população, para que a população não jogue lixo. Ela ta se referindo a um problema sério das

grandes cidades é pilha, computadores que jogam fora. O Hebert lá do Meirelles diz que o secretário

João Braga de Recife ta tendo enorme dificuldade com relação a mobilidade urbana da cidade que é péssima. Bom, tem uma série de questões colocadas aí pelos ouvintes. Mas, Odilon eu gostaria de saber

de você Odilon uma pergunta, uma pergunta básica, você acha que existe um ponto em que a cidade se torna inviável?

ODILON ALMEIDA – eu acho que não existem problemas sem soluções, e nas cidades, na matéria de cidades, também acredito que não há problema sem solução. Soluções, elas vem a partir de decisões políticas e a partir também de tomadas de consciência da população. Então, participar junto aos governos das soluções que são ezequiveis. Se você pegar algumas cidades,algumas cidades européias no final do século XIV e inicio do século XVIII, Londre, Paris, eram cidades cheias de problemas,uma epidemia de cólera em Paris no século XVIII, se não me engane, matou vinte por cento da população em Paris. Então, os problemas existem e as soluções estão na tecnologia, e as soluções estão também na economia e na participação das pessoas. Eu gosto de ver, não olho como a moça que falou a pouco tempo sobre a cidade não tem o que comemorar. Eu moro nessa cidade há trinta e dois anos, sou de Russas no interior do Estado, adoro essa cidade, vim pra cá com um mundo de esperanças e realizei meus sonhos como pessoas, como ser humano, como cidadão nessa cidade. É, é uma cidade plena de oportunidades, não é a toa que ela é tão querida, tão buscada

LUIZA FONTENELLE– tão encantada

ODILON ALMEIDA – tão cantada pelas pessoas que vem do interior, como as pessoas que vem de outros estados nos conhecer. Agora o seguinte, quando a gente está vivendo a cidade, vivendo seus problemas. Se você sair dqui e for pra Nova York, for pra Madri, For pra Lisboa, você vai perguntar ao cidadão daquela cidade, ele vai apontar uma série de problemas

RUY LIMA – mas aí você mencionou umas capitais, enfim, eu to chegando de uma viagem também, visitei algumas capitais européias e fiquei imaginando como seria bom se a gente tivesse uma cidade em que tivesse calçadas pra caminhar, né? Agda, você acha, é uma pergunta pra Odilon também, pra Agda, esse problema das calçadas, dos espaços públicos pra gente poder caminhar pela cidade, é tão gostoso caminhar pela cidade, você acha que a cidade ainda tem solução para esse problema? Tem solução? Fechar algumas ruas, porque eu não vejo mais, não pode mais tirar os prédios que ocupam as calçadas de Fortaleza pra devolver as calçadas. Qual seria a solução?

AGDA MUNIZ – tem jeito. A calçada a gente vai falar desde o piso até o pavimento que é implantado nela. A gente tem aí uma herança da Pedra Portuguesa, é terrível caminhar na calçada com pedra portuguesa.

RUY LIMA– isso porque tem salto alto, deixa de usar salto alto, porque em Lisboa tem calçada portuguesa e

AGDA MUNIZ – ela é bem colocada

RUY LIMA – é, ela é bem colocada, mas é só uma questão de ser bem colocada

AGDA MUNIZ – mas, aí é o principal.

AGDA MUNIZ– não mas não é o salto alto, é pra qualquer pessoa que caminha. A dimensão das nossas calçadas vai muito da regulamentação, o que está, a gente tem como melhorar, na regulamentação, na legislação calçada de dois metros vai até em qualquer outra cidade. Pronto, citaram Curitiba.

RUY LIMA– Curitiba

AGDA MUIZ – você tem o espaço da calçada do transeunte, da pessoa que ta caminhando na calçada e você tem aquele que ficam aquelas cadeiras, mesinhas e aí as pessoas ficam no lado de fora de bares e restaurantes e aqui quando você vai num bar ou restaurante tem muito, colocam as cadeiras praticamente na rua.

RUY LIMA – na rua. Praticamente não, na rua mesmo.

AGDA MUNIZ – e aí tem como melhorar. É uma questão de educação, é uma questão de regulamentação e de fiscalização.

RUY LIMA – e você acabar com as calçadas que ficam na área do comercio, em frente as lojas, os lojistas usam de estacionamento, roubando o estacionamento da população. Isso é uma questão de coragem também. Isso é uma questão de coragem da prefeitura enfrentar isso.

LUIZA FONTENELLE – as calçadas que são públicas estão se tornando privadas. Então, isso é uma coisa que tem que ser corrigida, mas eu queria dizer que nós vamos ficar devendo viu Rui, vamos ficar devendo aos nosso ouvintes um debate mais aprofundado sobre essa questão do Pajeú. Eu enfrentei quando prefeita de Fortaleza um confronto com o então vice governador do Estado, que era o Castelo de Castro, meu querido Castelinho, para que não fosse construído a obra que estava projetada naquela região do pajeu próximo a avenida Beira Mar. De forma que há uma polemica com essa questão, questão que não dá pra discutir num programa que já está encerrado. Então, que o Odilon pudesse voltar aqui, num sei se juntamente com a Agda, pra dá continuidade a esse debate, porque os ouvintes com certeza vão cobrar sobre essa questão.

ODILON ALMEIDA – eu queria Rui, por favor. Nos vivemos, se você pensar coisas num médio e longo prazo, nos vivemos no século XX, um século, a população de Fortaleza cresceu cinqüenta vezes. Saltou de cinqüenta habitantes para duzentos milhões e meio. E agora a população de Fortaleza, segundo mostrou no último Censo que está se estabilizando. Então, o que nos construirmos agora nas próximas décadas ficará de legado para as futuras gerações. É a hora de entender que a cidade deve parar de crescer e a gente reformá-la, construí-la e deixar construções permanentes para o futuro. É hora da gente arregaçar as mangas e buscar soluções duradouras para esses problemas.

RUY LIMA – bom, a gente está chegando ao final do debate de hoje Agda, eu queria que você fizesse o convite aí para o fórum que começa amanhã, quem é que pode participar, onde é que vai ser? Convidar a população, se fosse o caso, a população pode participar também?

AGDA MUNIZ – a retomada do fórum vai iniciar amanhã, a primeira sessão. Haverá outra sessão em junho sobre o meio ambiente, em setembro sobre mobilidade e finalizando em novembro vai ser o fórum discutido o ano inteiro. Pra esse lançamento, as inscrições na primeira semana, que foi colocada no ar, no site, elas foram esgotadas. Mas, é amanhã, no dia doze, no CDL, a partir de oito horas da manhã. Vai ser o dia todo e a gente convida, quem quer participar é tentar ir lá que eu acho que vai ser muito bom.

RUY LIMA – legal! Nos estamos terminando o nosso Debates do Povo de hoje, eu quero agradecer a presença da secretaria de urbanismo e meio ambiente de Fortaleza Agda Muniz ao presidente do Instituto dos arquitetos do Brasil do departamento do Ceará Odilon Almeida e a nossa debatedora socióloga e ex- prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenelle. Agradecer especialmente a você ouvinte que nos ouve e nos acompanha, ajuda a fazer o Debates do Povo de hoje que teve participação no áudio de Kiko Gomes, produção de Letícia Lopes, Sávio de Sousa, editoria executiva de Marryllene Freitas, direção geral de conteúdo de Arlen Medina Nery.