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ZIMMERRMANN, Arnaldo Participação do público e controle discursivo em cobertura radiofônica de desastre Ano IV, Num 01 Edição Janeiro – Junho 2013.

TERCEIRO BLOCO VINHETA DEBATES DO POVO

RUY LIMA – Estamos de volta, estamos de volta! São onze horas e quarenta e oito minutos. O Debates do Povo está de volta, hoje conversando sobre a reforma política que começa a ser votada hoje em Brasília. Estão aqui conosco a deputada estadual do PT Raquel Marques e o advogado e colaborador da plataforma dos movimentos sociais para a reforma política no Brasil, o Arnaldo Fernandes. E o nosso debatedor de hoje, que é o advogado Djalma Pinto. Lembrando que você em casa participa do programa mandando perguntas, mandando comentários pelo 3066.4030. Como fez o nosso ouvinte Marcos Andrade lá do Passaré dizendo que nos dias atuais é facílimo entrar na política e ganhar muito dinheiro. Ele disse

que num certo município, um secretário não podia ficar na cidade, não podia morar na cidade, então assumiu pro forma e colocou o filho dele sem nenhuma instrução para ser o secretário no lugar dele e ficou lá ganhando dinheiro lá, ganhando salário de secretário. Isso é uma anomalia que a gente espera

que acabe na política, né Raquel? O Eudes Lins lá do Dendê, ele diz que não concorda com a lista única,

proposta pela deputada Raquel Marques. Diz que é do PT e que não votaria nessa reforma, pois não iria eleger pessoas que não o representam.

ARNALDO FERNANDES – Reforma política, formação política do PT

RUY LIMA - O Paulo do Centro da cidade diz que o voto é meu e quero votar em quem eu quiser, de presidente a vereador. Não quero dá esse direito a donatários de partidos, principalmente aliados de Maluf. Mas, que história é essa Paulo? Ele fez uma miscelândia. Será que ficou um mal entendido essa

questão da lista, Raquel?

RAQUEL MARQUES – Eu acho que nós temos que compreender que o partido é um instrumento de mediação, né, entre o cidadão e o Estado. Nós só vamos ter uma democracia forte se a gente tiver partidos políticos fortes, onde o debate se dê por questões programáticas, por questões ideológicas, com as pessoas conscientes, né. A questão do voto personalista não não ajuda a consolidar essa relação do eleitor com, é, com o partido, com as idéias, com, você precisa realmente de partidos fortes para que a gente tenha esse entendimento. Agora, eu queria também dizer que as questões das mulheres, né, eu fiz aqui a defesa das mulheres, a participação das mulheres no espaço de poder, né, porque nos temos que realmente ter medida que possa se contrapor a uma dominação histórica que as mulheres sofrem, né, sendo afastadas dos espaços de poder, né, inclusive se utilizando de uma cultura, uma cultura consolidada, de machismo, né, que faz com que as mulheres não estejam ocupando os espaços que lhes são devidos, né. É fato, isso é fato, as mulheres estão morrendo pelo simples fato de serem mulheres, são assassinadas pelo simples fato de serem mulheres. As pesquisas colocam que mulheres ganham menos na mesma função de que os homens, ganham cerca de quarenta por cento a menos, né. Então, isso é realidade. Pra romper com essa realidade, com essa histórica dominação, nó temos que garantir que as mulheres possam estar nesse espaço de poder. Por isso sou defensora com muita consciência de que a gente vai ter também uma democracia fortalecida se a gente estiver as mulheres participando efetivamente. Queria só e também responder a uma das questão colocada em relação ao deputado Genuíno e ao deputado João Paulo Cunha, que na realidade, a ação penal chamada de Mensalão, ela ainda é, deve estar sendo ainda, acredito por esses dias publicado acórdão e a partir daí entra nas fases dos recursos. Então, não está, não transitou em julgado essa ação, né. Então, os deputados estão nos seus plenos direitos políticos de serem deputados, parlamentares. E que depois de concluído todo a ação, é que o parlamento, a Câmara Federal tem autonomia de definir a questão do futuro.

RUY LIMA – O que não deixa de ser um absurdo, né deputada Raquel, porque são duas pessoas que estão condenadas pelo Supremo Tribunal Federal e evidente que ainda cabe recurso, mas de acordo com a ficha limpa não deveriam jamais ter assumido a função, o cargo de deputado? É o mesmo caso do Renan Calheiro que mencionou o doutor Djalma Pinto a pouco, que é um político que tá é, que está

DJALMA PINTO – denunciado.

RUY LIMA – Denunciado no Supremo Tribuna Federal e assume a presidência do senado.

ARNALDO FERNANDES – Com devido respeito a deputada Raquel, eu só queria colocar uma questão aqui que é a seguinte: é, houve a condenação no Supremo e não existe a possibilidade de reverter, né, o resultado da condenação, né? Ou seja, esse fato, por si só, né, já colocaria para o partido, né, a necessidade de refletir sob a sua postura, né, e preventivamente, tudo bem que, que ele tem o direto ainda

de que não foi julgado de assumir a suplência e tal, isso aí tudo bem, ok. Agora, fazer parte de uma comissão é uma decisão política do partido. E aí, tem os bons e ruins. A democracia é assim.

DJALMA PINTO - O problema que eu vejo é o mais grave ainda. Por que? Porque quando você está

exercendo o mandato, você está como um educador, você está como um paradigma, como uma referencia na sua sociedade. Então, quando você tem ou comete um crime mesmo que você não seja nem condenado, mas você ta denunciado, deu um tiro na cabeça de um cidadão, tudo filmado, “não, mas eu não fui condenado”, na segunda instância, pra pessoa se tornar, ainda é legível. Aí você vai colocar essa pessoa para ser representante do povo, você quebra qualquer motivação na base da sociedade no cumprimento, sobretudo, das leis penais. Nós temos uma sociedade que está vivendo um mar de insegurança, de agressividade. Isso estimula ainda mais o descumprimento da lei. Esse, eu acho, que é o ponto que precisa ser avaliado.

RAQUEL MARQUES – Nós precisaríamos de um outro programa para tratar esse assunto, né, eu pessoalmente, assim, sou contra execração pública desses deputados que tem os motivos pra isso né, são parlamentares que não, entrando inclusive no tema da reforma política, não trata-se inclusive da questão de caixa dois que eu acho, que eu, defendo a reforma política que exatamente pra que a gente possa banir esse tipo de coisa.

RUY LIMA – Acabar com a possibilidade do caixa dois

RAQUEL MARQUES – Exatamente. Então, mas, não estão condenados, não há processos de reconhecimento ilícito ou qualquer outra coisa questões desse gênero. Então, eu acho que é

RUY LIMA – Podemos dizer que não cometeram nenhum delito muito grave, mas cometeram delitos que tem que ser punidos.

RAQUEL MARQUES – Não

RUY LIMA – Não é Djalma?

DJALMA PINTO – Eu ia agora, o que eu acho que devia nessa reforma, o que devia ser examinado nessa reforma era o seguinte. Por exemplo, o cidadão foi eleito senador, colocou como suplente o seu filho, foi ser ministro, o seu filho não recebeu nenhum voto e aí vai ser representante do povo, vai produzir leite, votar emenda constitucional em nome do povo, isso é uma escrescência, um assíndico contra a democracia Rui. Isso eu acho que devia ser um objeto que havia consenso aí para deliberar sobre isso.

ARNALDO FERNANDES – Assim, a plataforma do governo social das reformas políticas discute isso aí, e a questão, desse problema da suplência de senador. E também a gente defende na iniciativa popular de lei a questão da pessoa ser proibida inclusive de, deixar o mandato pra ocupar cargo público, né, que a gente vê muitas vezes. Isso aí, na verdade é uma acinte a vontade popular.

RUY LIMA – O nosso ouvinte, o nosso ouvinte Mauro lembra inclusive que, o Mauro lá da Aldeota, que

não foi simplesmente caixa dois não, foi crime de lavagem de dinheiro também que é muito mais grave. ARNALDO FERNANDES – Sim, isso aí, ia o programa inteiro.

RUY LIMA – Mas, eu queria. A gente ta terminando o programa, mas eu queria que você dissesse rapidinho, falasse rapidinho sobre uma questão que alguns ouvintes nos colocaram aqui, através do telefonema, que é a questão da obrigatoriedade do voto. Vocês acham que a reforma política deveriam tratar dessa questão também, sobre a obrigatoriedade do voto? Rapidinho que o nosso tempo está acabando.

ARNALDO FERNANDES – Eu, eu pessoalmente acho que deveria por uma série de razões, dentre as quais reduzidamente, eu colocaria a seguinte: o, quando se diz que a pessoa é obrigado a votar sobre uma cidadania, não. O dever de cidadania que ela tem, é de pagar os impostos, que os impostos é que vão custiar as políticas públicas para a concretização dos direitos. A obriga..., o voto não. O voto é um exercício de direito. Então a pessoa não pode ser obrigada a exercer um direito. Então deveria ser, portanto o voto facultativo para não criar inclusive, uma pressunção de lei absoluta do sistema político Deveria o político depois de eleito, se for com baixo córeo, ele deveria buscar junto a sociedade uma legitimação e não o contrário.

DJALMA PINTO – O voto é um direito e, sobretudo, um dever social. Então, diante da realidade que nós temos, eu acho que esse modelo da obrigatoriedade ainda deve prevalecer.

RUY LIMA – Raquel

RAQUEL MARQUES – Sim, eu queria ainda encerrar pra dizer que essa questão hoje que a gente está tratando aqui da reforma política é fundamentalmente um aprimoramento da democracia, que inclusive vai criar facilidade também para projetos de iniciativa popular, de referendo. E outra, hoje está no hall das lutas democráticas que eu quero aqui assumi-las fundamental.

RUY LIMA – Legal! Eu quero aqui agradecer a presença da deputada estadual do PT Raquel Marques, ao advogado e colaborador da plataforma dos movimentos sociais pra reforma política no Brasil, o Arnaldo Fernandes. Ao nosso debatedor advogado Djalma Pinto. Agradecer aos nossos ouvintes que nos ajudaram a fazer o programa de hoje. Ao Régis Lima do Jardim Iracema, ao Alexandre do bairro de Fátima, ao Erivaldo taxista, ao Erivaldo taxista, um abraço Erivaldo. O Marcelo do Aldeota, a Maria Leni Araújo do Maranguape, ao Frederico do Meirelles, ao Francisco do Montese, ao Luiz Alberto do bairro de Fátima, a todos vocês que nos ajudaram a fazer o Debates do Povo de hoje que está encerrando com o áudio de Kiko Gomes, produção de Letícia Lopes e Sávio Sousa, editoria executiva de Maryllenne Freitas, direção geral de conteúdo de Arlen Medina Nery.

VINHETA – APESENTAÇÃO RUI LIMA

RUY LIMA– Obrigado pessoal, até amanhã, boa tarde, boa sorte!

VINHETA – DEBATES DO POVO

TRANSCRIÇÃO

PROGRAMA DEBATES DO POVO / 10-ABRIL/ QUARTA-FEIRA